David Chan* | Plataforma | opinião
Os QUAD (EUA, Japão, Índia e Austrália), foram criados em 2004 como um grupo de diálogo e cooperação para os trabalhos de auxílio pós-sismo e tsunami do Oceano Índico, tendo ao longo de mais de 10 anos organizado reuniões com os ministros de cada país.
Este ano pela primeira vez estiveram reunidos os líderes das quatro nações. A Casa Branca, em particular, tem promovido largamente esta reunião, não só durante conferências de imprensa como também na noite anterior ao evento, tendo enviado uma grande equipa: presidente, vice-presidente, secretário de Estado e consultor de segurança nacional. Porém, o mais surpreendente é que esta reunião por videochamada que juntou os líderes destes quatro países durou apenas 90 minutos, ou seja, cada líder teve apenas pouco mais de 20 minutos de antena. Logo no início da cimeira, os quatro representantes fizeram as respetivas apresentações e o correspondente da Casa Branca afirmou “não haver comentários”. O comunicado publicado após a reunião não mencionou a China uma única vez, deixando muitos dos analistas ocidentais receosos, por um lado, exagerando a ameaça que a China apresenta, e por outro lado questionando o propósito dos QUAD.
Na verdade, nenhum dos tópicos do comunicado menciona a China, porém, os EUA estão dispostos a enviar capital para auxiliar a Índia, para que o país possa este ano ajudar outros países asiáticos com cerca de mil milhões de dólares, além de cooperarem na promoção de segurança cibernética, tecnologia informática, equipamentos de telecomunicações e novas matérias-primas, todas questões que envolvem a China.
Mesmo assim não mencionam o país.
As quatro nações promoveram a reunião como centrada à volta da China, sem
qualquer ingenuidade sobre a influência, no entanto, com base no comunicado
oficial, a cimeira referiu que o mecanismo de quatro forças está ultrapassado,
e que os EUA, Japão, Austrália e Índia não estão
A razão pela qual a Casa Branca se apressou tanto para negar estas alegações é óbvia, com a Cimeira do Alasca em breve, querem salientar que esta não se trata de uma aliança militar, e que por isso o título de NATO asiática não se aplica. Além do mais cada um dos países possui as próprias prioridades e objetivos. Os EUA estão desejosos de se tornarem na maior força global, a Índia quer salvar a economia, o Japão os Jogos Olímpicos e a Austrália quer que a China volte a abrir as portas. Porém os quatro não possuem objetivos estratégicos comuns.
*David Chan é jornalista sénior, na imagem
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