Uma resposta aos laboratórios biológicos e aos programas militares secretos dos EUA
Os Estados Unidos criaram no mundo inteiro uma verdadeira teia de aranha de laboratórios biológicos secretos. Desde 1997, o Pentágono envolveu neste programa mais de 30 países como parceiros desta “iniciativa” norte-americana. Sem falar das 400 instalações localizadas nos EUA que estão igualmente envolvidas no trabalho sobre agentes patogénicos.
A expansão sem controlo da rede de laboratórios biológicos militares secretos dos Estados Unidos ao longo das fronteiras da Rússia é motivo de preocupação não apenas para Moscovo mas também para muitas repúblicas pós-soviéticas e para a comunidade internacional. Até ao momento, os Estados Unidos criaram no mundo inteiro uma verdadeira teia de aranha de laboratórios biológicos secretos. Desde 1997, o Pentágono envolveu neste programa mais de 30 países como parceiros desta “iniciativa” norte-americana. Sem falar das 400 instalações localizadas nos Estados Unidos que estão igualmente envolvidas no trabalho sobre agentes patogénicos.
Diversos vírus e bactérias são capazes não apenas de matar civis, mas também de provocar o pânico e desastrosas consequências económicas. O uso constante dessas “tropas invisíveis” pode minar qualquer país, mesmo um país poderoso. O uso de agentes patogénicos torna-se portanto uma excelente ferramenta de sabotagem. E os Estados Unidos parecem tê-lo entendido perfeitamente. Na verdade, ninguém segue os passos da unidade japonesa 731 tentando lançar bombas cerâmicas cheias de pulgas, porque no mundo moderno o trabalho com vectores patogénicos locais se situa no primeiro lugar. Mosquitos, moscas e outros insectos não reconhecem fronteiras dos Estados e são capazes de trazer cepas de vírus e bactérias particularmente perigosas para a Rússia ou a China, países oficialmente designados por Washington como “os principais adversários dos Estados Unidos”.
A recusa de Washington de apoiar a criação de um mecanismo de verificação no quadro da Convenção sobre Armas Biológicas de 1972 é uma razão para questionar os objectivos dos Estados Unidos e o propósito dos seus laboratórios biológicos no estrangeiro, como o Ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov tem dito em diversas ocasiões. “Desde 2001 (quase 20 anos), a Rússia e a maioria dos outros países, incluindo a China, preconizam um acordo sobre a redacção de um protocolo pertinente à referida convenção, que criaria um mecanismo de verificação do compromisso de não desenvolver armas biológicas”, declarou o ministro russo. Mencionou igualmente que os Estados Unidos são praticamente o único país a opor-se categoricamente a essa proposta.
Esse problema tornou-se cada vez mais urgente nestes últimos anos, e a relutância em garantir a transparência das suas actividades biológicas militares em diversas regiões do mundo levanta numerosas questões sobre o que está realmente a acontecer e sobre os objectivos pretendidos pelos laboratórios biológicos dos EUA. Bem entendido, a comunidade internacional torna-se desconfiada, em particular à luz dos incidentes intermitentes que levaram ao surgimento de diversas pandemias perigosas nas regiões onde se encontram localizados esses bio-laboratórios norte-americanos.
Assim, duas pessoas que foram internadas no hospital distrital de Aksy na região de Jalal-Abad no Quirguistão em 13 de Setembro por um caso suspeito de antraz, testaram positivo a essa doença, relata a agência de notícias 24.kg citando o supervisor do departamento do Centro Republicano de quarentena e infecções particularmente perigosas, Kubanychbek Bekturdiev.
Durante este tempo, a capital ucraniana, segundo os media locais, registou três casos de uma doença rara chamada dirofilariose desde o início do ano. É transmitida por mosquitos quando picam humanos. Esta doença é causada por parasitas - as lombrigas Dirofilaria - que afectam tanto animais como humanos. A Ucrânia, que abriga 14 laboratórios biológicos financiados pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, tornou-se também um foco de várias epidemias infecciosas que afectam tanto os residentes locais como os seus animais domésticos.
Essas actividades secretas nos
bio-laboratórios dos EUA são em parte desvendadas por recentes reportagens
mediáticas citando os fóruns do hacker Raid que contêm fugas de e-mails entre o
Centro Lugar, o bio-laboratório do Pentágono em Tbilisi, a Embaixada dos EUA na
Geórgia e o Ministério georgiano da Saúde. Esses documentos lançam luz
nomeadamente sobre um novo programa clandestino de 161 milhões de dólares que
deve ter início
O Projeto 1059 centrado nos ortopoxvírus que podem infectar humanos e mamíferos, nomeadamente o vírus da varíola humana (varíola natural), o vírus da varíola dos macacos, o vírus da vacínia, o vírus da varíola bovina, vírus da varíola bovina, o vírus da varíola do gado, o vírus da varíola dos camelos e o vírus Cantagalo;
Projecto 1439: Pesquisa virológica molecular na Geórgia relativa às cepas do vírus do hantavírus e da febre hemorrágica da Crimeia-Congo;
Projecto 1447: Colheita de amostras no quadro do programa de eliminação da hepatite C na Geórgia. Relatórios confidenciais divulgados mostram que pelo menos 249 pacientes que participam no “programa de eliminação da hepatite C” morreram de causa desconhecida na Geórgia.
O projecto de 1911 relativo a infecções causadas por insectos na Geórgia e no Azerbaijão.
No quadro desses programas secretos, o bio-laboratório norte-americano na Geórgia, no centro Lugar de Tbilisi, reuniu a maior colecção do mundo de roedores e ectoparasitas (carraças, pulgas).
Em 7 de Abril, o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, disse que Moscovo tinha boas razões para acreditar que os Estados Unidos desenvolviam armas biológicas em bio-laboratórios controlados pelos EUA. Segundo o Conselho de Segurança da Rússia, a maioria desses laboratórios foi implantada pelos Estados Unidos ao longo das fronteiras russas e chinesas. Nesse sentido, a Rússia iniciou no final de Abril a criação do Conselho de Coordenação dos Órgãos autorizados dos Estados Membros da Organização do Tratado de Segurança Colectiva (CSTO) sobre a segurança biológica.
E em 15 de Setembro, segundo a assessoria de imprensa do Conselho de Segurança da Rússia, os secretários dos conselhos de segurança da CSTO concordaram em estabelecer um Conselho de Coordenação dos órgãos autorizados dos países da organização sobre as questões da segurança biológica. “O futuro Conselho de Coordenação analisará a situação em matéria de garantia da segurança biológica nos estados membros da CSTO, organizará o intercâmbio de experiências e fará recomendações para o estabelecimento e desenvolvimento de actividades coordenadas neste domínio”, diz a mensagem. As suas funções incluirão, nomeadamente, a elaboração de propostas sobre as medidas práticas conjuntas dos Estados da CSTO para prevenir ameaças à segurança nacional, regional e internacional relacionadas com o impacto de factores biológicos. Além disso, os países pretendem melhorar o quadro jurídico da cooperação dentro da CSTO e reforçar a interacção das estruturas especializadas no domínio da segurança biológica.
* Publicado em O Diário.info
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