#Publicado em português do Brasil
Progressista no plano interno, presidente mantém a geopolítica agressiva de seus antecessores. Tentativa de apagar os desastres – em especial no Oriente Médio – não esconde: China e Rússia estão no alvo, e os EUA não descartam a força bruta
Chris Hedges*, no AlterNet, com tradução em A Terra é Redonda | Outras Palavras
A derrota dos Estados Unidos no Afeganistão é um de uma sequência de erros militares catastróficos que anunciam a morte do império americano. Com exceção da primeira Guerra do Golfo, travada em grande parte por unidades mecanizadas no deserto aberto que – sabiamente – não tentaram ocupar o Iraque, a liderança política e militar dos Estados Unidos tropeçou de um desastre militar a outro. Coreia. Vietnã. Líbano. Afeganistão. Iraque. Síria. Líbia. A trajetória dos fiascos militares espelha os tristes fins dos impérios chinês, otomano, habsburgo, russo, francês, britânico, holandês, português e soviético. Enquanto cada um desses impérios decaiu com suas próprias peculiaridades, todos eles exibiram padrões de dissolução que caracterizam o experimento americano.
A inépcia imperial é acompanhada
pela inépcia doméstica. O colapso do bom governo em casa, com os sistemas
legislativo, executivo e judicial capturados pelo poder corporativo, assegura
que os incompetentes e os corruptos, aqueles dedicados não ao interesse
nacional mas ao inchaço dos lucros da elite oligárquica, conduzem o país a um
beco sem saída. Governantes e líderes militares, movidos pelo interesse próprio
subornável, são frequentemente personagens bufões numa grande opereta cômica.
Como pensar de outra forma