sábado, 8 de maio de 2021

A censura do Facebook ao Redfish da RT é literalmente fascismo digital

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | OneWorld

A palavra "fascismo" tem sido usada descuidadamente nos últimos anos, mas a censura do Facebook ao Redfish da RT foi literalmente um exemplo de fascismo digital, já que a página da empresa foi temporariamente banida por compartilhar postagens antifascistas comemorando as vítimas do Holocausto e celebrando a queda de O líder fascista italiano Benito Mussolini.

O Facebook proibiu temporariamente o produtor de conteúdo digital da RT, Redfish, na semana passada, após o compartilhamento da página de um post celebrando a queda do líder fascista italiano Benito Mussolini depois que ele inocentemente compartilhou uma imagem de cabeça para baixo dele. Ele já havia sido acusado pela plataforma de violar os padrões da comunidade para compartilhar imagens de sobreviventes do Holocausto ao homenageá-los. De acordo com a empresa, essas duas postagens ainda estão marcadas como as chamadas “violações de conteúdo”, o que significa que a página ainda pode ser retirada a qualquer momento. Além disso, Redfish também disse que sua página está sendo bloqueada por sombras, o que não é surpreendente.

A palavra “fascismo” tem sido usada descuidadamente nos últimos anos, mas a censura do Facebook a Redfish é literalmente um exemplo de fascismo digital. Por padrão, a degradação de uma página devido ao compartilhamento de conteúdo indiscutivelmente antifacista é feita em apoio ao fascismo, seja essa a intenção consciente ou não. Não está claro exatamente por que o Facebook faria tal coisa, mas não se pode excluir que as postagens em questão estão sendo meramente exploradas como pretexto para censurar a página devido ao seu relacionamento com a RT financiada publicamente pela Rússia. Essa teoria, portanto, faria do Redfish a última vítima da Guerra Híbrida dos Estados Unidos contra a Rússia.

Para aqueles que não estão familiarizados com ele, Redfish é uma plataforma orgulhosamente esquerdista que regularmente se concentra em causas sociais e outras causas relevantes. Também é muito popular, com sua página no Facebook com mais de 800.000 seguidores. Estas são contas reais que se inscreveram voluntariamente em sua página. Eles não são os chamados “bots / trolls russos” ou qualquer outra coisa do tipo. Essas pessoas reais estão genuinamente interessadas em assuntos esquerdistas, antifascistas, sociais e outros relacionados. Quer alguém concorde com seu ângulo editorial em certos assuntos ou não, não há dúvida de que o Redfish segue estritamente os padrões da comunidade do Facebook como um membro responsável dessa plataforma.

Oficial: Ucrânia certa de receber armas letais da OTAN

# Publicado em português do Brasil

Rick Rozoff | Antiwar, em 8 de maio de 2021

Leonid Kravchuk, um dos três signatários da dissolução da União Soviética e o primeiro presidente da Ucrânia, disse a uma das redes de televisão de seu país em 7 de maio que tinha certeza de que os EUA e outras Otan entregariam armas letais à Ucrânia. Armas necessárias para continuar a guerra de sete anos contra as repúblicas de Donetsk e Lugansk no Donbass e para um possível conflito armado com a Rússia.

O homem que fez essa afirmação é o principal representante da Ucrânia no Grupo de Contato Trilateral, criado para trazer uma solução pacífica para a guerra no Donbass. Sua mente está claramente voltada para a guerra e não para a paz. Na verdade, sua mente ultimamente tem estado na guerra mundial; em meados de abril afirmou o seguinte: “Quero transmitir à Rússia para que percebam, para que o Kremlin perceba, que não haverá desfile. Se eles ousarem, se enlouquecerem e entrarem em guerra contra a Ucrânia, isso marcará o início de um conflito em grande escala que pode se transformar na Terceira Guerra Mundial ”. Esta é a mensagem do alto funcionário ucraniano designado para as negociações de paz com a Rússia e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.

Comentando sobre a visita então recentemente concluída à sua nação pelo Secretário de Estado Antony Blinken e sua subsecretária de Estado adjunta para Assuntos Políticos Victoria Nuland (uma grande arquiteta do golpe de 2014 na Ucrânia e sua guerra resultante), Kravtchuk disse que eles “ confirmou que ... a cooperação técnico-militar se desenvolveria, e não apenas com os Estados Unidos. ”

Portugal-UE | Porto sentido

Pedro Ivo Carvalho* | Jornal de Notícias | opinião

Com mais ou menos requinte, são infindáveis os epitáfios já escritos dedicados ao modelo social europeu. A Europa tem muitas falhas endémicas, mas continua a ser o mais perfeito de entre os imperfeitos projetos de integração social e civilizacional do Mundo. De resto, parte considerável da sua inércia tem que ver precisamente com as hesitações naturais de um bloco político formado por culturas, línguas, economias, personalidades e conceitos democráticos diversos. São demasiadas vozes a tentar fazer-se ouvir numa sala onde todos ecoam.

A Cimeira Social do Porto pretende ser a mola inspiradora do salto urgente de que a Europa necessita. Num contexto de tremenda adversidade, não basta a Bruxelas acomodar os efeitos de uma crise sem precedentes. É preciso mais, é preciso olhar para depois dos curativos das feridas. Para um novo projeto social, de emprego, de desenvolvimento económico e de proteção dos cidadãos.

Só podemos concordar com tudo quando olhamos para a ambição dos princípios que deverão nortear a Declaração do Porto, donde avulta a criação de emprego digno, o esbatimento das desigualdades sociais e de género, sem esquecer, obviamente, a meta de retirar da pobreza pelo menos 15 milhões de pessoas até 2030, alcançando uma taxa de emprego na União Europeia de 78%.

Não será certamente neste fim de semana que o Velho Continente vai operar uma revolução no seu modo de relacionamento com a realidade, mas num sistema político tão complexo e manietado por demasiados egoísmos, é retemperador perceber que a Europa começa finalmente a assumir que uma política de via única assente nos cenários macroeconómicos, na austeridade e no défice está condenada à pobreza. Que a verdadeira integração e igualdade de oportunidades só se almejam convocando as pessoas, não deixando ninguém para trás. Dito assim, parece fácil. Mas não é. Porque, mais uma vez, a Europa está confrontada com a sua maior fraqueza: a incapacidade de transformar princípios generalistas unânimes em algo palpável, que mude efetivamente a vida dos cidadãos e os aproxime. Se nos fosse permitido um desejo romântico para inscrever a quente no granito da Invicta, seria este: que um novo modelo social de bem-estar obrigue a Europa a passar de um Porto sentado para um Porto sentido.

*Diretor-adjunto

Imagem: Tiago Petinga / Lusa

Portugal | Trabalhadores imigrantes em Odemira: novidade ou hipocrisia?

Da discussão no Parlamento retira-se que há partidos que há anos alertam para este drama, e outros, que se dizem agora indignados, votaram contra iniciativas que poderiam ter resolvido o problema.

Esteve em debate na Assembleia da República, esta quinta-feira, por agendamento de urgência requerido pelo PAN, a situação, que tem estado quente na comunicação social, relativa às condições indignas em que trabalham e vivem muitos trabalhadores agrícolas imigrantes em grandes explorações no Alentejo, em particular no concelho de Odemira.

Na discussão foram trocadas acusações sobre a responsabilidade pela situação actual, mas a acção política e parlamentar dos partidos nos últimos anos é inequívoca.

O PCP veio recordar que, em 2012, tinha questionado o então governo de PSD e CDS-PP – que ignorou a questão – sobre a situação dos trabalhadores agrícolas imigrantes no distrito de Beja, porque tinha identificado, já nessa altura, «um problema de contornos humanitários e de exploração ilegal de mão-de-obra».

Portugal | Migrantes de Odemira vivem em precariedade há muitos anos, diz bispo

O bispo de Beja, João Marcos, afirmou hoje que os trabalhadores migrantes em explorações agrícolas como as de Odemira já vivem em condições precárias "há "muitos anos", embora o problema só tenha "rebentado agora".

"Isto não é uma coisa de agora. Rebentou agora, mas há uns cinco anos fiz uma visita pastoral a Odemira [distrito de Beja] e visitei algumas dessas empresas e vi que havia esses problemas", contou à agência Lusa.

No entanto, João Marcos, que preside à diocese de Beja desde 2014, ressalvou que não seria preciso visitar as empresas para tomar conhecimento do aumento de migrantes naquela região do sudoeste alentejano.

"Basta chegar a São Teotónio [freguesia do concelho de Odemira] e vê-se rua abaixo, rua acima, grupos de homens asiáticos. Toda a gente sabe disso", apontou.

Segundo o bispo de Beja, tanto a paróquia de Odemira, como as dos outros locais, têm tentado ajudar a suprir as necessidades desses trabalhadores, mas "não têm capacidade para resolver um problema desta magnitude".

"A paróquia de Odemira tem ajudado. Lembro-me de um casal de indianos que ainda estão alojados na paróquia. Para nós é uma realidade à qual já estávamos habituados. É uma realidade dramática", observou.

Portugal-UE | A Cimeira: metas e realidade

Manuel Carvalho Da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

A Cimeira Social que ontem e hoje se realiza na cidade do Porto é, no plano simbólico, uma cimeira importante na União Europeia (UE), contudo, as suas metas, designadamente as três fundamentais, são apenas objetivos gerais. A sua concretização depende da vontade política e das condições concretas de cada país, e a bateria de métricas utilizada para a sua aferição, em grande medida, não respeita os diferentes níveis de desenvolvimento dos países, nem as suas diferenciadas culturas.

O "emprego para todos, no quadro de uma recuperação inclusiva" é mesmo um desígnio da UE? Onde estão os meios financeiros e as políticas solidárias para esse objetivo? A "bazuca europeia", concebida no impacto inicial da crise é insuficiente e tem ano e meio de atraso. A Cimeira passa por cima disso como gato por brasas e não há políticas novas para aquele desígnio.

As três grandes metas apresentadas nesta Cimeira consistem em a UE chegar a 2030 com: i) 78% da sua população, entre os 20 e os 64 anos, estar empregada; ii) 60% dos adultos participarem anualmente em ações de formação; iii) haver menos 15 milhões de pessoas em situação de pobreza e exclusão social, entre as quais 5 milhões de crianças.

Para haver emprego é preciso investimento, público e privado, e que se promova o crescimento económico fazendo chegar recursos às pessoas, às empresas e ao Estado para a missão de nos garantir direitos fundamentais. Impõe-se mesmo uma outra política orçamental, estímulos sérios ao investimento numa perspetiva de melhoria do perfil da economia e que não se continue a substituir salários por crédito "barato".

Portugal regista mais 406 casos de Covid-19 e duas mortes

Já foi divulgado o boletim epidemiológico da Direção Geral de Saúde deste sábado.

Portugal somou, nas últimas 24 horas, mais 406 novos casos e duas mortes relacionados com a Covid-19, indica o boletim epidemiológico da DGS divulgado este sábado. Trata-se de um aumento de 0,05% nos novos casos de infeção e de 0,01% variação no que toca aos óbitos.

No total, o país regista 839.258 infetados e 16.991 vítimas mortais.

De realçar que hoje ultrapassamos os 800 mil recuperados da doença, depois de 565 pessoas terem sido dadas como livres da Covid-19 nas últimas 24 horas.

Ainda de acordo com o relatório de hoje o número de casos ativos continua a descer. De ontem para hoje há menos 161 pessoas com SARS-CoV-2, ou seja, Portugal tem 22.260 pessoas com o vírus ativo neste momento.

O número de internamentos desceu significativamente, estando agora 260 doentes hospitalizados em enfermaria (menos 20 em relação a ontem). Nos Cuidados Intensivos há 71 pessoas internadas, menos 1 que ontem.

Os óbitos reportados hoje foram registados na região Norte e em Lisboa e Vale do Tejo. 

Já a nível de casos, a região Norte contabilizou mais 127, o Centro 49 e Lisboa e Vale do Tejo 115. No Alentejo foram reportados 23 novos casos e no Alentejo 61.

Quanto às ilhas, a Madeira diagnosticou nove novos casos e os Açores 22.

Notícias ao Minuto

Portugal | Passos Coelho, um governo de negócios secretos… E um PS cúmplice

O secretismo do negócio do governo de Passos/Portas (PSD/CDS) continua secreto. A transparência foi às malvas, como é hábito

Coordenador da UTAO, Rui Baleiras, deixa escapar que os portugueses ainda têm muito para pagar (entende-se) com o negócio do Novo Banco. Mais uma vez a transparência foi atirada às malvas, demonstrando que andam indivíduos de honestidades dúbias a governarem em nome de todos os portugueses sem merecerem absoluta confiança, considerando que quando votamos lhes passamos um cheque em branco. Ora isso tem um nome: abuso de confiança. No caso do Novo Banco foi protagonista da solução de resolução das vigarices de Ricardo Salgado/Banco Espírito Santo o PM, como responsável máximo, Pedro Passos Coelho, portanto não será demais considerarmos que aquele individuo foi/é aquele que abusou da confiança dos portugueses. Não só dos que nele na época votaram mas de todos os portugueses.

Curiosamente, surgem de vez em quando lamirés do retorno de Passos Coelho à ribalta política ativa, o que prefigura a mentalidade masoquista dos portugueses, e desses, que em tal aldrabão votaram, haverá hoje em dia os que até dariam o rabinho e oito tostões para o regresso de Oliveira Salazar, de que Passos não é muito diferente, deixando perceber isso pelos tiques e pelo desprezo e miséria gerada aos portugueses quando foi primeiro-ministro. Um Salazar da modernidade.

A seguir, a entrevista TSF a  Rui Baleiras, num trabalho de Hugo Neutel (TSF) e Luís Reis Ribeiro (Dinheiro Vivo), Certo é que o secretismo se mantem, sem que mesmo este atual governo, PS, se digne ser honesto e permitir que tudo o que envolve aquela negociata seja do domínio público. Pagamos e nem bufamos. Quer dizer: Pagamos sem saber aquilo que estamos a pagar e porquê. Entretanto Salgado e outros na sua ilharga, com responsabilidades nas tramas, andam por aí, em liberdade, sem punição pelo crime de contribuírem para vigarizar e miserabilizar ainda mais o país.

Leia-se a entrevista, que esclarecerá... mas sem derrubar os secretismos que devem aos portugueses.

PG

Os USA ao ataque, pela esquerda?

António Fernandes*, em Braga | Jornal Tornado | opinião

É, no mínimo, surpreendente que os Estados Unidos da América através do seu Presidente, Joe Biden, tenha afirmado publicamente a possibilidade de colocar em discussão a suspensão dos direitos das patentes no domínio das vacinas contra o SARS Cov 2, Covid 19, permitindo assim o seu fabrico em Países terceiros sem a obrigatoriedade de pagar direitos de propriedade tida por, “intelectual”, de proteção ao interesse das farmacêuticas. Uma prática em desuso acelerado em outros domínios das atividades empresariais onde a concorrência é muito mais acentuada e por isso tida por, “livre concorrência”.

Desta forma, o epicentro do liberalismo económico e referência maior dos defensores da iniciativa privada como modelo de organização social e económica, tomou a dianteira, deixou estupefactos os seus correligionários e, deixou para trás a União Europeia muito mais habituada a negociar cedências do que a tomar posição firme contra os interesses financeiros instalados tendo inclusive claudicado de forma recambolesca perante um fornecedor de vacinas para o combate ao Covid 19 que não cumpriu o contratualmente acordado entre as partes sendo que, uma delas, a União Europeia, se ficou por discursos vagos sem quaisquer efeitos ou consequências numa clara vassalagem muito mal disfarçada.

Todos sabemos que as fantasias sobre o modelo para uma Europa Social foi um projeto inquinado desde o seu início por interesses que não só ostracizam esse modelo político, como lhe minaram todo o trajeto social e económico em prejuízo dos interesses dos seu povos ao ponto de as organizações políticas xenófobas e racistas estarem hoje em posição privilegiada para viabilizar soluções de governo da direita que entretanto extremou o seu projeto político e económico de inovação social e política, augúrio de dificuldades na projeção do futuro para as novas gerações.

Cúpula da OTAN se aproxima: Biden manterá as armas nucleares dos EUA na Turquia?

# Publicado em português do Brasil

Rick Rozoff* | Global Research, 07 de maio de 2021

Fonte: Anti-bellum, 6 de maio de 2021

Um artigo publicado no Hürriyet da Turquia em 5 de maio por seu editor-chefe Sedat Ergin analisa as perspectivas de o governo Biden remover as bombas nucleares americanas da Turquia.

Estima-se que o Pentágono mantém 50 armas nucleares táticas B61 na Base Aérea de İncirlik no país, entre cerca de 350 delas mantidas na Europa sob os auspícios de uma divisão nuclear da OTAN ou acordo de divisão de encargos. Ambas as expressões são usadas. As outras 300 bombas estão localizadas na Bélgica, Alemanha, Itália e Holanda. Quem está na Turquia tem a vantagem de estar mais perto da Rússia e do Oriente Médio. A Base Aérea de İncirlik, em Adana, não fica longe da fronteira da Turquia com a Síria.

Foi apenas em 2019 que um oficial americano pareceu reconhecer a existência das bombas. Em uma reunião no Salão Oval com o presidente da Itália, o presidente Donald Trump foi questionado por um repórter se ele estava preocupado com "até 50 armas nucleares na Base Aérea de Incirlik", em um momento em que a Turquia havia lançado uma grande incursão militar na Síria e apoiou grupos rebeldes antigovernamentais em conflito com aqueles apoiados por forças militares dos EUA no país. Nenhum dos países tinha, ou agora tem, qualquer direito de estacionar tropas na nação soberana da Síria.

Trump respondeu indiretamente - “Estamos confiantes. Temos uma grande base aérea lá, uma base aérea muito poderosa. ” - mas não negou a afirmação.

Por causa da oposição inflexível de Washington, então e agora, à compra de armas antiaéreas S-400 da Rússia por Ancara, e com o presidente Biden recentemente usando a palavra genocídio em relação ao tratamento dado pela Turquia aos armênios durante a Primeira Guerra Mundial, muitos observadores, incluindo o autor do artigo mencionado acima, está meditando sobre se Washington manterá suas armas nucleares na Turquia.

China | Um Estreito complicado

Dinis Chan* - Plataforma | editorial

O Estreito de Taiwan não tem sido estável nos últimos dois ou três anos. Forças militares de diferentes lados tentaram intervir no Estreito da Formosa. Os navios de guerra americanos estão a navegar ao longo da costa, enquanto os militares do continente também fazem o mesmo. Recentemente, a marinha britânica está a aproximar-se de Taiwan. Várias situações parecem ser instáveis.

Na semana passada, deu-se um episódio no Estreito. Um homem de Fujian conduziu um barco de borracha comprado no Taobao e declarou que “fugia para a liberdade”. Partiu de manhã e navegou durante quase 13 horas para fazer a travessia do estreito em direção a Taichung com sucesso, onde chegou ao fim da noite. Agora vai ficar 14 dias em quarentena, cumprindo os regulamentos, e tratará dos seus assuntos mais tarde. O Estreito de Taiwan sempre foi turbulento e o homem chegou a Taiwan sem qualquer ferimento. A população local pensa que é muito estranho.

No entanto, considerando as perspetivas militares e geopolíticas, este episódio causa ansiedade. O Estreito da Formosa tem uma largura média de 180 quilómetros e um comprimento de cerca de 370 quilómetros. A distância, em largura, é cerca de três vezes superior à das rotas marítimas de Hong Kong e Macau. A linha do meio do estreito é uma demarcação estabelecida por defeito pelas autoridades de ambos os lados.

Aliança anti-China se aglutinando no Mar da China Meridional

# Publicado em português do Brasil

Reino Unido, Japão e Austrália estão unindo forças com os Estados Unidos e seus aliados regionais para combater as ambições da China na disputada hidrovia

Richard Javad Heydarian | Asia Times | opinião

MANILA - Grandes potências estão avançando cada vez mais fundo no Mar da China Meridional em uma série de movimentos que prometem irritar a China enquanto respondem aos apelos dos EUA para que nações com ideias semelhantes se oponham conjuntamente à crescente assertividade de Pequim na crucial e contestada área marítima.   

O Japão anunciou recentemente um novo pacote de ajuda à defesa para as Filipinas, o primeiro no âmbito do mecanismo oficial de assistência ao desenvolvimento (ODA). Ao mesmo tempo, o Reino Unido está implantando sua maior flotilha naval de todos os tempos na região, liderada pelo recém-criado porta-aviões HMS Queen Elizabeth.

Enquanto isso, uma empresa australiana e americana está finalizando a aquisição de um grande estaleiro na baía de Subic, estrategicamente localizada, nas Filipinas, como parte de uma oferta mais ampla para evitar o investimento chinês na infraestrutura crítica do país do sudeste asiático.

A China pode ser desculpada por se sentir cercada pelo mar. Em um comunicado conjunto no fim de semana, os chanceleres dos países do Grupo dos Sete (G7) expressaram “forte oposição a quaisquer ações unilaterais que aumentem as tensões e minem a estabilidade regional e a ordem baseada em regras internacionais, como a ameaça ou o uso da força , recuperação de terras em grande escala e construção de postos avançados, bem como seu uso para fins militares. ”

O G7 é formado pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, França, Canadá e Japão. A declaração falhou em nomear diretamente a China, mas seu momento e relevância eram inconfundíveis.

China terá forte impulso no comércio exterior nos próximos meses, diz think tank britânico

Londres, 8 mai (Xinhua) -- Tanto as exportações como as importações da China devem ter um impulso robusto nos próximos meses em meio à forte recuperação econômica mundial e doméstica, previu o think tank britânico Oxford Economics em um relatório divulgado na sexta-feira.

"Esperamos que o impulso das exportações permaneça robusto nos próximos meses", disse o relatório, acrescentando que uma forte recuperação econômica global sustentaria as exportações da China em todo o ano de 2021, apesar do provável recuo da demanda relacionada à pandemia ainda este ano.

Além das exportações, o think tank britânico também disse que "achamos que o impulso das importações deve aumentar nos próximos meses devido à atual recuperação doméstica".

"Esperamos que um crescimento econômico consecutivo robusto retome após a fraqueza temporária no primeiro trimestre e estamos otimistas com as exportações e o investimento manufatureiro", disse o think tank, observando que o consumo deve "ganhar ritmo novamente à medida que os consumidores se tornam mais confortáveis com as condições de saúde pública e sua situação econômica".

OMS valida vacina da chinesa Sinopharm contra COVID-19 para uso emergencial

# Publicado em português do Brasil

Genebra, 7 mai (Xinhua) -- A Organização Mundial da Saúde (OMS) validou nesta sexta-feira para uso emergencial a vacina BBIBP-CorV COVID-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinopharm.

"Esta tarde, a OMS aprovou o uso emergencial para a vacina da Sinopharm Beijing contra a COVID-19, tornando-a a sexta vacina a receber a validação da OMS para segurança, eficácia e qualidade", disse o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma coletiva de imprensa.

"Isso expande a lista de vacinas que a COVAX pode comprar, e dá aos países confiança para acelerar sua própria aprovação regulatória e importar e administrar uma vacina", disse ele.

Em nota oficial à imprensa, a diretora-geral assistente de Acesso aos Produtos de Saúde da OMS, Dra. Mariângela Simão, disse que a adição da vacina da Sinopharm tem "o potencial de acelerar rapidamente o acesso à vacina de COVID-19 para os países que buscam proteger trabalhadores de saúde e populações em risco".

Filipinas em guerra de palavras pouco diplomáticas com a China

# Publicado em português do Brasil

O alto diplomata filipino deixa cair o desafio retórico ao dizer à China o que ele realmente pensa sobre a agressão do Mar da China Meridional

Richard Javad Heydarian | Asia Times | opinião

MANILA - A política externa favorável à China do presidente filipino, Rodrigo Duterte, está sob um fogo sem precedentes em casa, enquanto as tensões aumentam com a percepção de agressão de Pequim no Mar do Sul da China.

Isso se tornou totalmente aparente quando o ministro das Relações Exteriores Teodoro Locsin Jr tweetou na segunda-feira que a China deveria "dar o fora" das águas reivindicadas pelas Filipinas, uma mensagem pouco diplomática sobre a presença de barcos chineses dentro do Exclusivo de 200 milhas de Manila Zona Econômica no Mar da China Meridional.

As relações bilaterais entre as Filipinas e a China estão entrando em um ponto crítico, já que a paciência está se esgotando em Manila, mesmo entre os principais aliados e secretários de gabinete de Duterte. O Departamento de Relações Exteriores das Filipinas arquivou quase 80 protestos diplomáticos formais em resposta às incursões chinesas em suas águas nos últimos cinco anos.

Na semana passada, a Força-Tarefa Nacional das Filipinas para o Mar das Filipinas Ocidental, um órgão interagências que supervisiona a política de segurança marítima do país, alegou uma "presença ilegal contínua" de vários navios da guarda costeira chinesa e milícias perto de áreas de ocupação das Filipinas, como Second Thomas Recife de Shoal e Whitsun.

Um mês antes, 220 embarcações da milícia chinesa invadiram áreas ocupadas pelas Filipinas na disputada ilha de Spratly, gerando uma crise diplomática sem precedentes entre os dois lados.

Índia ultrapassa pela primeira vez as quatro mil mortes diárias

A Índia registou pela primeira vez mais de quatro mil mortos diários devido à covid-18, elevando para 238.270 o número de óbitos desde o início da pandemia, anunciou este sábado o Governo.

Nas últimas 24 horas, o país registou 4197 mortes e 401.078 casos da doença, elevando o número total para quase 21,9 milhões.

Com 4197 mortos registados nas últimas 24 horas, a Índia mantém-se como o terceiro país como mais mortes no mundo, atrás dos Estados Unidos e do Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde indiano e a contagem independente da Universidade norte-americana Johns Hopkins.

No mesmo período, o país contabilizou 401.078 casos, o que eleva o número total de infeções para 21.892.676 desde o início da pandemia.

A Índia, com 1,3 mil milhões de habitantes, atravessa uma segunda onda da doença, que sobrecarregou o sistema de saúde, com escassez de oxigénio e de camas.

Alguns peritos consideraram que os números reais de óbitos e de casos podem ser muito mais elevados.

Mais de 40 países começaram a enviar ajuda para a Índia para apoiar no combater a pandemia, incluindo ventiladores e equipamento médico, bem como geradores de oxigénio, cilindros, concentradores e reguladores.

Jornal de Notícias com agências 

Imagem: Já morreram 238.270 pessoas na Índia desde o início da pandemia // Foto: Prakash SINGH / AFP

Brasil | A CPI da covid e o mentiroso Queiroga

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Chamam ao senhor Marcelo Queiroga de Ministro da Saúde. Chamam-no dessa maneira e não atentam para o paradoxo. Não é possível ser ministro de Bolsonaro no ministério da Saúde.   

Urariano Mota, São Paulo | Correio do Brasil | opinião

Chamam ao senhor Marcelo Queiroga de Ministro da Saúde. Chamam-no dessa maneira e não atentam para o paradoxo. Não é possível ser ministro de Bolsonaro no ministério da Saúde.

Na quinta-feira, na CPI, assistimos ao insuportável nas respostas e perguntas ao senhor Queiroga. Víamos e descia até nós isto: é absurdo tratar com civilidade, dar crédito à pose de homem sério, de ministro digno, a um indivíduo que serve a Bolsonaro. Na tarde ontem, em quase todas as oportunidades, vimos na CPI da Covid muitos parlamentares tratarem o senhor Marcelo Queiroga como um homem de bem, grande médico, amante da ciência e cumpridor de protocolos universais. A gente olhava, ouvia e não podia acreditar: aquele ministro é o mesmo que está a serviço de um genocida?

– Não posso fazer juízo de valor – falava o ministro, quando lhe perguntavam sobre a cloroquina. Mas o juízo de valor dos homens já está formado. Não notam? Já comentei em outra oportunidade e cabe mais uma vez falar: existem formas ardilosas de mentir, ou na sua forma eufemística, “não falar a verdade”. A mentira ocorre sempre quando nos esquivamos a uma afirmação, ou mudamos o foco do objeto para o qual somos questionados.

E o senhor ministro mentiu várias vezes.

Brasil | Bolsonaro contribui para a disseminação do vírus, afirmam senadores

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Segundo os parlamentares, Bolsonaro age com intenção objetiva de disseminar a covid-19 até que seja atingida a imunidade de rebanho, uma tese dúbia, do ponto de vista científico e altamente criticada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A cada depoimento, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, fica mais evidente a impressão digital do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no crescimento exponencial da pandemia, no país. Para os senadores petistas que integram a CPI Rogério Carvalho (SE) e Humberto Costa, a responsabilidade do presidente na difusão do vírus SarsCov2 está patente.

Segundo os parlamentares, Bolsonaro age com intenção objetiva de disseminar a covid-19 até que seja atingida a imunidade de rebanho, uma tese dúbia, do ponto de vista científico e altamente criticada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda na fase inicial dos depoimentos, depuseram até agora os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich; além do atual ministro da pasta, Marcelo Queiroga.

Carvalho sublinhou que o presidente defende remédios sem eficácia, incentiva aglomerações, veta o uso de máscaras para proteção contra o vírus e não realiza qualquer esforço para a aquisição das vacinas para imunizar a população. O senador acrescentou que Bolsonaro continua a atrapalhar a entrega de insumos ao país por conta de acusações à China e segue a combater o isolamento social, necessário para conter a pandemia.

Brasil | ONU quer investigação independente da ação mortal da polícia do Rio

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''A força letal deve ser usada como último recurso'', diz porta-voz da Comissão de Direitos Humanos

A Organização das Nações Unidas (ONU) expressou apreensão com a grande operação policial em uma favela brasileira que deixou mais de duas dezenas de mortos e pediu uma investigação independente.

Pelo menos 25 pessoas foram mortas na manhã de quinta-feira (6) quando a polícia fez uma batida no bairro de Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, em uma operação que a polícia disse ter como alvo uma gangue suspeita de recrutar crianças e adolescentes.

“Estamos profundamente perturbados com as mortes”, disse o porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville, a repórteres em Genebra, acrescentando que a operação parece ter sido a mais mortal em mais de uma década no Rio de Janeiro.

“Lembramos às autoridades brasileiras que o uso da força deve ser aplicado apenas quando estritamente necessário, e que devem sempre respeitar o princípio da legalidade, precaução, necessidade e proporcionalidade”, afirmou.

“A força letal deve ser usada como último recurso e apenas nos casos em que haja uma ameaça iminente à vida ou um ferimento grave.”

Neoliberais não cairão suavemente -- Boaventura

Repressão brutal aos protestos na Colômbia indica: surgiu um capitalismo abissal. Derrotado por pandemia e crise, sistema tenta afogar impotência em mais selvageria. Ainda assim, perecerá: “quanto mais mata, mais morre”…

Boaventura de Sousa Santos* | Outras Palavras | Tradução (do original castelhano): Antonio Martins

A Colômbia está em chamas. É atualmente um dos países com maior número de mortos pela covid-19, ocupando o quarto lugar na região, depois de Estados Unidos, Brasil e México, tendo até agora apenas 3,5% da população totalmente vacinada e sendo parte dos países que se negam a apoiar a proposta de liberação das patentes de vacinas. É também um país que em 2020 tinha 42,5% de sua população em condição de pobreza monetária e com 15,1% em pobreza monetária extrema. A estes dados, poucos mas expressivos, podemos acrescentar que, após a assinatura do acordo de paz de 2016, foram assassinados entre 700 e 1.100 defensores e defensoras dos direitos humanos (as cifras variam, entra as ONGs e as instituições governamentais). As zonas que antes foram domínio das FARC-EP estão agora em disputa por parte de distintos grupos armados ilegais que, além de almejarem interesses econômicos (narcotráfico e mineração ilegal) também trazem consigo um horrível e sangrento interesse de controle sobre a população civil, que afeta gravemente o tecido social, e é apenas a ponta do iceberg do novo panorama que se desenha no país.

Foi neste contexto, e depois de quase três anos sob o governo de uma direita que contraria o acordo de paz, que o povo trabalhador saiu às ruas, para levantar sua voz contra uma proposta de reforma tributária que buscou, sob a lógica do governo, arrecadar 23 trilhões de pesos (algo próximo a 6,3 trilhões de dólares) para melhorar as finanças públicas e financiar os programas de assistência social. Embora seja certo que o país precisa melhorar seu sistema tributário, o que esta reforma propunha era aumentar o número de pessoas declarando e pagando imposto de renda. Tinha o aval, o ponto de vista e o marco conceitual do FMI.

Propor que mais pessoas sejam encarregadas de contribuir para financiar os gastos do Estado não soa, em teoria, disparatado. E poderia levar a pensar que o aumento de impostos rescindirá sobre as pessoas de maior renda, tendo em conta os princípios de progressividade, equidade e eficiência tributária, consagrados na Constituição Política da Colômbia. Mas, segundo os dados do Banco Mundial, o país é um dos mais desiguais da América Latina (o índice GINI é de 51,3), o que reflete uma política fiscal inadequada e regressiva, que possibilita alta concentração de renda e de riqueza. A reforma proposta se somaria ao vasto e complexo sistema tributário do país, que não expressa uma verdadeira política progressiva e está cheio de benefícios fiscais voltados às pessoas com maior renda.

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