sábado, 8 de maio de 2021

Os USA ao ataque, pela esquerda?

António Fernandes*, em Braga | Jornal Tornado | opinião

É, no mínimo, surpreendente que os Estados Unidos da América através do seu Presidente, Joe Biden, tenha afirmado publicamente a possibilidade de colocar em discussão a suspensão dos direitos das patentes no domínio das vacinas contra o SARS Cov 2, Covid 19, permitindo assim o seu fabrico em Países terceiros sem a obrigatoriedade de pagar direitos de propriedade tida por, “intelectual”, de proteção ao interesse das farmacêuticas. Uma prática em desuso acelerado em outros domínios das atividades empresariais onde a concorrência é muito mais acentuada e por isso tida por, “livre concorrência”.

Desta forma, o epicentro do liberalismo económico e referência maior dos defensores da iniciativa privada como modelo de organização social e económica, tomou a dianteira, deixou estupefactos os seus correligionários e, deixou para trás a União Europeia muito mais habituada a negociar cedências do que a tomar posição firme contra os interesses financeiros instalados tendo inclusive claudicado de forma recambolesca perante um fornecedor de vacinas para o combate ao Covid 19 que não cumpriu o contratualmente acordado entre as partes sendo que, uma delas, a União Europeia, se ficou por discursos vagos sem quaisquer efeitos ou consequências numa clara vassalagem muito mal disfarçada.

Todos sabemos que as fantasias sobre o modelo para uma Europa Social foi um projeto inquinado desde o seu início por interesses que não só ostracizam esse modelo político, como lhe minaram todo o trajeto social e económico em prejuízo dos interesses dos seu povos ao ponto de as organizações políticas xenófobas e racistas estarem hoje em posição privilegiada para viabilizar soluções de governo da direita que entretanto extremou o seu projeto político e económico de inovação social e política, augúrio de dificuldades na projeção do futuro para as novas gerações.

Aquilo que não sabíamos, ou sequer imaginávamos, era a possibilidade de a simples mudança de Presidente nos Estados Unidos da América poder contribuir, afrontando interesses financeiros poderosos como o são os da indústria farmacêutica, para que os Países mais pobres pudessem enfrentar a pandemia em curso por sua própria conta e risco e com custos diretos altamente vantajosos que lhes permitam vacinar as suas populações e, por essa via, contribuírem para a suspensão do alastramento pandémico e a sua possível reversão.

A eleição de Joe Biden recolocou os Estados Unidos no centro de todas as decisões estratégicas de salvaguarda da vida no Planeta desde logo com o retorno ao acordo de Paris mas também ao reverter as principais medidas tomadas pelo seu antecessor. Sendo que, ao afrontar o mais poderoso movimento corporativo à escala mundial, como o é o da “família” da indústria farmacêutica, deu ao mundo um sinal claro de que a Nação Americana está acima de todos e quaisquer interesses que ponham em causa a sua segurança, estabilidade política e social interna, num mundo globalizado, onde essa condição passa impreterivelmente por tomada de medidas abrangentes.

Ora, o combate à atual pandemia que grassa no mundo e a prevenção de situação futura similar é de elementar importância. Tem sido inúmeras as medidas tomadas pela nova administração Americana. Desde logo:

-- De proteção às minorias: ao emprego; à saúde; aos imigrantes.

-- De combate ao racismo; à xenofobia; à pobreza.

-- De defesa da Democracia.

-- Da estabilidade económica e social;

Mas também, política, com impactos interno e externo de dimensão e consequências nos cenários da geoestratégia social; económica; política; militar; entre outras com dimensão global e, cujos efeitos, sentiremos a curto, médio, e longo prazo.

Joe Biden mostra assim ao mundo que, para se ser líder, basta ser-se justo e, sério!

*Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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