Artur Queiroz*, Luanda
O Sindicato dos Jornalistas merece-me todo o respeito porque ao longo da minha carreira profissional fui sindicalista. Dou exemplos: último presidente do Sindicato dos Jornalistas, eleito em 1974 e até à sua extinção em Outubro de 1975. Membro do Conselho de Redacção da Emissora Oficial de Angola e do jornal Diário de Luanda. Em Portugal fui membro da direcção do Sindicato dos Jornalistas. Membro da direcção do Clube de Jornalistas. Membro da comissão de trabalhadores dos jornais Correio do Minho e Jornal de Notícias. Estou em total desacordo com Teixeira Cândido e a sua direcção por nem sequer disfarçarem que fizeram do nosso sindicato uma correia de transmissão da UNITA.
Reginaldo Silva publicou no Folha 8 uma “denúncia” enquanto membro da ERCA em representação do Sindicato dos Jornalistas, na qual me envolve. Escreve ele:
“Com a cumplicidade activa do Presidente da ERCA, Adelino Marques de Almeida, estou a ser neste momento alvo de uma estranha acção que, na minha avaliação mais estratégica, através de um putativo processo disciplinar, visa no fundo a impugnação do meu mandato, por alguém que assina com o nome de Artur Queiroz, residente em parte incerta, sendo certo que esta parte não faz parte de Angola”.
O jornalista Adelino de Almeida não é nem nunca foi das minhas relações. É um jornalista que muito respeito e tanto quanto me apercebi nos oito anos em que estive no Jornal de Angola, é respeitado por todos. Pelo seu passado, pelo seu carácter, pela sua dedicação ao Jornalismo Angolano. Falei com ele uma vez, precisamente no Jornal de Angola, quando foi visitar o seu jornal de sempre e estava com José Ribeiro e Eduardo Minvu, que mo apresentaram. Nunca mais trocámos uma só palavra.
A Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (EFCA) é uma instituição importantíssima para recuperarmos o tempo perdido e erguermos o Jornalismo Angolano até ao nível que teve no último quartel do Século XIX. Ou, no mínimo, ao nível que tinha quando eu comecei a minha carreira profissional. Já não era grande coisa mas ainda tinha grandes profissionais com alguns dos quais aprendi a dar os primeiros passos na profissão.
Não conheço ninguém na ERCA, mas tenho grande respeito e consideração por todas e todos que fazem parte do conselho directivo, excepto Reginaldo Silva, porque anda há anos a injuriar-me, caluniar-me e ofender-me com insultos racistas. Desejo ardentemente que tenham sucesso na sua missão. Porque isso é bom para o Jornalismo Angolano. Portanto é bom para todos os profissionais, desde o mais antigo ainda em actividade, Luís Alberto Ferreira, aos mais jovens.
Se é verdade que existe na ERCA um processo disciplinar que envolve Reginaldo Silva e a causa foi uma queixa que enviei à instituição, peço encarecidamente a todas e todos os membros da instituição, particularmente ao seu presidente, jornalista Adelino Almeida, que arquive o processo. Quem tem o dever de removê-lo da ERCA é o Sindicato dos Jornalistas porque o seu representante envergonha toda uma classe. Por favor, não façam do agressor uma vítima.
Na “denúncia” que publica no Folha 8, Reginaldo Silva diz que eu vivo em parte incerta. Mais um insulto gratuito. Eu sei quem é o meu pai e a minha mãe. Vivo na Rua Capitão Henrique Galvão número 140 9º Andar Direito Frente. Código Postal 4050-300 Porto. Telefone móvel 9275996445. O denunciante pode aparecer quando quiser. Se trouxer o Tonet, agradeço muito. Adorava aviar os dois com a mesma cajadada.
Esta foi a minha última palavra para Reginaldo Silva. Ao Conselho Directivo da ERCA peço um favor do fundo do coração: Se é verdade que há processo disciplinar e eu sou a causa, arquivem. Não permitam que o agressor se faça de vítima à minha custa.
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