MOÇAMBIQUE
Maioria das famílias acomodadas em Mecula depois dos ataques terroristas regressa agora a casa. Apesar de 550 casas se encontrarem "totalmente destruídas", os proprietários têm de fazer obras sem materiais suficientes.
A maioria das famílias alojadas no centro de acomodação em Mecula, devido aos ataques terroristas, está a regressar aos seus lares.
Trezentas famílias ainda se encontram no acampamento e outras mil já regressaram às zonas de origem, após terem recebido garantias de segurança das forças de defesa e segurança.
O delegado do Instituto de Nacional de Gestão de Redução de Riscos e Desastre (INGD), Friday Taibo, afirma que o regresso dos deslocados está a ser feito de forma gradual. E também estão a ser preparados materiais de construção para reabilitar as casas destruídas nos ataques.
"Um total de 550 casas foram avaliadas como totalmente destruídas, estamos a fazer a reconstrução com as famílias de forma gradual", explicou Taibo.
O delegado afirmou que a reconstrução iria começar com a aldeia mais próxima em Matequesse e depois Macalange e Naulala.
"Estamos a permitir com que o material de construção chegue as famílias, ergam as casas e, em conjunto, serão beneficiados com produtos alimentares", termina.
Ajuda que não chega
Os proprietários das casas destruídas nos ataques terroristas em Mecula são unânimes em afirmar que o INGD não irá ajudar na reconstrução total das casas, como afirma Júlio Chalamandra, morador da aldeia de Licengue.
"O governo disse que cada pessoa deve estar na casa onde foi destruída, renovar a sua casa e receber tenda, e será para todos aqueles que a casa foi destruída, para aqui em Licengue não seremos transferidos para outro sítio, ficaremos aqui, cada pessoa vai renovando a sua casa", afirma Chalamandra.
Por seu turno, Daimon Amin, beneficiário da reconstrução das casas pelo INGD, diz que a distribuição dos materiais não está a ser transparente, porque nem todos os lesados têm tendas para a cobertura das casas.
"O Governo prometeu ajudar com parte dos materiais, como lonas. Quando chegou o secretário de Estado vimos que estava tudo a decorrer a um ritmo normal, mas depois de ele ir embora ficaram difíceis", explica Amin.
"No primeiro dia vieram à volta de 40 lonas, poucas pessoas as apanhavam. Estamos a pedir mais, mas dizem que primeiro temos de reconstruir e depois recebemos as lonas e o material que eles conseguiam já acabou. Não sei que tipo de apoio é esse", queixa-se o cidadão.
Confrontado com as reclamações dos moradores de Licengue sobre a falta de materiais de construção o delegado do INGD, Friday Taibo, respondeu, "o distrito de Mécula está cheio de estacas, quando alguém diz que não tem, não é verdade".
"O único programa que se faz é que a população vai cortar estacas e são atribuídos outros materiais complementares. Na reconstrução estamos a dar lonas, cordas e pregos. Estamos a dar apoio, também é responsabilidade do dono da casa tomar a sua dianteira", afirma Taibo.
Conceição Matende | Deutsche Welle
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