Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião
À primeira qualquer um cai, à segunda cai quem quer. Este é (mais) um sábio provérbio popular, mas que perdeu algum do seu efeito, porque hoje é hábito cairmos, com naturalidade, de forma sucessiva no mesmo erro. Senão vejamos:
Em 2007, assistimos ao rebentamento da bolha imobiliária nos Estados Unidos da América. O gigantesco crédito dado pela Banca para a compra de imóveis hiperinflacionados, sem correspondência com o seu valor real, fez com que, no momento em que se entendeu essa loucura, a Banca "rebentasse" com as pessoas a não conseguirem pagar os empréstimos e a devolverem imóveis cujo valor, afinal, era muito mais baixo do que o que especulativamente lhes estava atribuído. Essa crise mundial que tanto nos afetou levou-nos, coletivamente, a criticar a especulação, o mercado "selvagem" e "desregulado". Hoje constatamos que, em Portugal, o preço da habitação subiu 50% nos últimos cinco anos! Com a previsível subida das taxas de juro, vamos ver se a história não se repete......
A divulgação dos "Panama papers" tornou públicos os gigantescos desvios de verbas para offshores financeiros. Todos nos insurgimos contra esta pouca vergonha que permitia salvaguardar dinheiro ilícito, fomentando o crime e subtraindo aos estados milhões de euros de impostos. Hoje, passados seis anos desse sobressalto cívico, tudo continua na mesma, com a cumplicidade desses estados......
Já todos sabemos que as sondagens, mais do que estudar opções de voto, destinam-se a influenciar essas opções. Mas, como se provou nas últimas eleições, sondagens erradas, repetidas até à náusea, influenciaram centenas de milhares de eleitores, que caíram, mais uma vez, no logro do que as mesmas são......
*Engenheiro
Ler mais opinião em Jornal de Notícias:
Sem comentários:
Enviar um comentário