sábado, 19 de março de 2022

NAZIS PREMIADOS LIBERTADORES CONDENADOS

Artur Queiroz*, Luanda

Abílio Camalata Numa é o líder do Batalhão Azov angolano. O nazi de serviço. O aspirante a fazer uma limpeza étnica se os eleitores votarem na UNITA. Adalberto da Costa Júnior é falso engenheiro, actor imprestável para servente dos Tuneza, perito na arte de contar mentiras, inimigo público número um da Independência Nacional. Se um dia chegar ao poder fica logo ucraniano. Entrega Angola aos EUA e faz de conta que é líder. Os nazis começam logo a fazer limpezas étnicas e inscrevem na Constituição da República que Angola é um país associado ao estado terrorista mais perigoso do mundo. Que a realidade da Ucrânia abra os olhos aos eleitores angolanos. Mas também que os Media ajudem a abri-los, o que não têm feito. 

Um actor cómico foi eleito presidente da Ucrânia e está apostado em arrastar a Humanidade para uma guerra nuclear. Ele e os seus sequazes exigem diariamente que a OTAN (ou NATO) decrete a exclusão aérea no país, mesmo sabendo que isso significa uma catástrofe mundial. Insistem, insistem, até aquele desgraçado apodrecido que lidera os EUA mandar fechar “o céu”. Nem quero pensar no preço que todos vamos pagar.

Mariupol. Todos estão carecas de saber que a cidade está nas mãos das milícias nazis. Quem manda ali é o Batalhão de Azov e os seguidores do nazi Stepan Bandera, exterminador de judeus (quase dois milhões), homossexuais, ciganos e comunistas mas hoje promovido a herói nacional. A operação especial militar da Federação Russa visa desnazificar a Ucrânia. Os nazis de Mariupol dificilmente vão escapar. E o chamado mundo ocidental apoia os exterminadores de minorias, os que cometem o crime de genocídio no leste do país. O “mundo livre” ao lado dos nazis contra os desnazificadores! 

Angolanas e angolanos, cuidado! A UNITA não foi desnazificada em devido tempo e hoje é uma ameaça real. Em Agosto tem de ser reduzida a uma dimensão eleitoral que não ofereça mais perigo. Temos de garantir que elege, no máximo, um deputado. Mas antes do acto eleitoral é preciso neutralizar as milícias nazis que actuam nas redes sociais, nos Media ditos privados, na Assembleia Nacional, nos bairros, por toda a parte. Que a Ucrânia sirva de lição a todos os povos do mundo. Com nazis não há futuro, não há progresso, não há paz.

Ontem levei uma pedrada das antigas. Vi o Tio Celito, em Maputo, dizer que os pretos estão desculpados por não terem votado ao lado dos brancos na condenação da Federação Russa devido à operação militar para acabar com os nazis naquele país. Que sorte. Os moçambicanos não vão levar palmatoadas, não vão fazer trabalhos forçados nas brigadas das estradas, não vão trabalhar à borla nas granjas dos administradores e chefes de posto. Obrigado, Tio Celito. Muito obrigado. Este é bom branco.

Eu vi famintos e miseráveis acotovelando-se para aparecerem na primeira linha de apoio aos fascistas e colonialistas portugueses. O pessoal da PIDE era recrutado entre as camadas mais pobres da sociedade.  Os bufos vendiam os irmãos, os amigos e até os pais por 20 escudos, à peça. Pobres diabos, não tinham onde cair mortos, passavam fome, eram segregados e bendiziam os restos que os ricaços lhes distribuíam. Confesso que alguns, apesar de repugnantes, me metiam pena.

Maria Eugénia Neto estava ao lado do marido, António Agostinho Neto, quando São José Lopes foi prendê-lo no seu consultório de Luanda. Fez uma canvanza tal que o chefe da PIDE foi obrigado a deixá-la acompanhar o marido até à sede da polícia política. Pelo caminho, foi sempre a resmungar. Até que disse ao poderoso chefe dos esbirros:

- Como é possível um homem licenciado prestar-se a este papel de prender um cidadão exemplar, um médico, um chefe de família! Você deve ter tirado o curso na universidade de Cacilhas! Na época Portugal só tinha a Universidade de Coimbra, de Lisboa e do Porto. Cacilhas era um apeadeiro de cabotagem no Tejo. O patrão da PIDE ameaçou-a, mas a nossa Mamã continuou a resmungar. São José Lopes era técnico superior da Inspecção Económica em Lisboa. Foi chamado para dirigir a PIDE em Angola por ser um nazi, um fascista, um cão de fila do regime colonialista. Um licenciado decente não podia descer tão baixo.

Baltazar Rebelo de Sousa era médico. Na época, os médicos estavam no topo da escala social. Por ser nazi e incondicional do regime colonialista e fascista, aceitou fazer parte do governo do ditador Salazar. Quando Marcelo Caetano substituiu o ditador de sacristia mas com as mãos e os dentes manchados de sangue dos libertadores portugueses, angolanos, guineenses e moçambicanos, Baltazar subiu ainda mais, por ser amigo do novo chefe. Este médico, colocado no topo da escala social, aceitou ser governador-geral de Moçambique.

Na colónia conviveu com o general Kaulza de Arriaga, o buldogue do regime colonialista e fascista. O chefe militar que cometeu massacres em Moçambique, como o de Viriamu. Dois nazis no mesmo batalhão de Azov, Baltasar e Kaulza. O médico Baltasar saiu de governador porque o compadre Marcelo Caetano o promoveu a ministro do Ultramar. Tomem nota. Este nazi fascista, no dia 25 de Abril de 1974, era ministro das colónias. Foi despachado para o brasil com os outros nazis do gabinete marcelista.

Ontem ouvi esta notícia: A Escola Portuguesa de Maputo instituiu o Prémio Baltasar Rebelo de Sousa para o melhor aluno. Se Baltasar fosse um pilha galinhas, um miserável dos bairros da lata, um biscateiro que se via e desejava para dar de comer aos filhos e aceitasse servir o regime fascista e colonialista, até tinha pena dele. Mas era médico! Estava no topo da escala social. Nada lhe faltava. Só alinhou com os colonialistas ao mais alto nível (ministro do ultramar) porque era mesmo nazi e fascista. Logo, responsável pela morte de milhares de angolanos, guineenses e moçambicanos. O prémio é uma afronta a todos nós.

A Humanidade tem que dar as mãos para desnazificar o mundo. E estamos a ver o contrário. Um nazi é glorificado na capital de Moçambique onde morreram milhares e milhares de moçambicanos na luta contra o colonialismo. A Federação Russa está a desnazificar um país vizinho mas o “mundo livre” ergue-se em uníssono para apoiar os nazis. O Tio Celito tem o desplante de dizer em Maputo, na minha bem-amada cidade do Índico, onde deixei o coração dividido em pequeninos, que os pretos estão desculpados por não votarem contra a operação militar especial da federação Russa.

Espero que a Escola Portuguesa de Luanda um dia destes não crie o prémio Agapito ou SS Marques para o melhor aluno, com o aplauso do governo angolano. Quita-me el pan. Quitame el aire. Pero no me quites la dignidad que me morreria!

* Jornalista

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