#Traduzido em português do Brasil
A alternativa de Tuomioja para apaziguar o apoio artificialmente fabricado de finlandeses e suecos à adesão à OTAN por meio do compromisso de aliança regional que ele propôs – inclusive por meio do papel potencial dos EUA como terceiro dentro dela – poderia apresentar uma saída “salvadora” desse dilema de segurança se acontecer. Ficaria aquém de cruzar as linhas vermelhas de segurança nacional da Rússia, mas também formalizaria um pouco a influência militar já existente dos EUA sobre seus países.
Os países não pertencentes à OTAN, Finlândia e Suécia, estão se preparando para solicitar a adesão a este bloco militar anti-Rússia em algum momento deste verão, de acordo com um relatório escandaloso do The Times que foi divulgado no fim de semana. Seja crível ou não, essa conversa não é surpreendente, pois houve um forte movimento nessa direção na última década, sobre o qual o autor escreveu mais recentemente no final do ano passado em seu artigo sobre como “ O espectro da 'OTAN sombra' paira pesado Sobre a 'Grande Escandinávia'”. Essa organização liderada pelos EUA já inclui de fato esses dois em suas fileiras, mas sua adesão formal e subsequente inclusão sob o guarda-chuva nuclear da América corre o risco de cruzar mais uma das linhas vermelhas de segurança nacional regional da Rússia, daí a preocupação com esse cenário.
Assim sendo, o Sputnik publicou na segunda-feira um artigo intrigante que merece ser lido por quem tem acompanhado esta edição nos últimos meses. Intitulado “ Aliançados pesos pesados da política externa finlandesa com aSuécia como alternativa à adesão à OTAN ”, o canal informou sobre a recente entrevista do ex-ministro das Relações Exteriores e social-democrata de peso Erkki Tuomioja à mídia local. Este político é também vice-presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros, membro da Comissão de Defesa e líder do grupo de trabalho dos social-democratas sobre questões de defesa, daí a sua descrição como um “peso pesado da política externa finlandesa”. Ele propôs uma aliança finlandesa-sueca como alternativa à adesão à OTAN, sugerindo inclusive que os EUA desempenhem um terceiro papel neste novo bloco.
Apesar de afirmar que “Tivemos reuniões digitais com os social-democratas nas Comissões de Relações Exteriores e de Defesa em ambos os países. Pegamos o assunto e não houve reação negativa”, foi refutado pelos ministros da Defesa de ambos os países. No entanto, continua a ser uma possibilidade intrigante a considerar, uma vez que poderia, pelo menos teoricamente, resolver esse dilema artificialmente fabricado que os estrategistas americanos criaram nos últimos meses como parte de sua Guerra Híbrida contra a Rússia. O início da operação militar especial em andamento de Moscou na Ucrânia foi explorado pelos gerentes de percepção do hegemon unipolar em declínio para inventar narrativas de guerra de informação armadas que serviram para aumentar o apoio local para potenciais membros da OTAN desses países.
Objetivamente falando, não há razão para que eles precisem se juntar. A Rússia não os está ameaçando e eles já são membros informais desse bloco de qualquer forma, embora importante sem as garantias mútuas de segurança dos EUA. Juntar-se a essa aliança anti-Rússia, no entanto, poderia resultar na colocação de infra-estrutura de "defesa de mísseis" dos EUA e mísseis de ataque ao longo das fronteiras das Grandes Potências da Eurásia. por meio de sua operação especial na Ucrânia, entre outras razões pelas quais decidiu iniciar aquela campanha. rival.
O único “vencedor” em tal cenário seriam os EUA, que conseguiriam dividir e governar ainda mais a Rússia e a Europa, esta última sofreria consequências ainda mais econômicas e humanitárias se Moscou fosse obrigada a intervir militarmente para defender a integridade de suas linhas vermelhas de segurança nacional. Novamente, esse é apenas um cenário entre muitos e não deve ser mal interpretado pelo leitor, pois o autor prevê com confiança que tal sequência de eventos certamente se desenrolará. Tudo o que está sendo sugerido é que isso poderia acontecer considerando o precedente ucraniano. De qualquer forma, os finlandeses e suecos seriam os que mais sofreriam, o que parece ser o resultado que Tuomioja espera e, portanto, possivelmente o motivo pelo qual ele propôs sua alternativa criativa à adesão à OTAN.
Além de obter garantias formais de segurança dos EUA e tudo o que isso implica em potencialmente cruzar as linhas vermelhas de segurança nacional da Rússia, como foi explicado (o que realmente seria um divisor de águas e cujas consequências não devem ser subestimadas), é praticamente um ponto discutível se a Finlândia e a Suécia aderiram ou não à OTAN, uma vez que já são membros de fato através do conceito de “OTAN Sombra”. O que isso significa é que a alternativa de Tuomioja para apaziguar o apoio artificialmente fabricado de finlandeses e suecos à adesão à OTAN por meio do compromisso de aliança regional que ele propôs - inclusive por meio do papel potencial dos EUA como terceiro dentro dela - poderia de fato apresentar um ” saia desse dilema de segurança se acontecer.
Ficaria aquém de cruzar as linhas vermelhas de segurança nacional da Rússia, mas também formalizaria um pouco a influência militar já existente dos EUA sobre seus países. É claro que seria melhor para os EUA não ter nenhum papel oficial em seus assuntos de segurança, mas na prática já tem, apesar de não ser formalmente reconhecido. Institucionalizar essa realidade por meio de sua proposta alternativa à adesão à OTAN pode ser suficiente para acalmar a ânsia dessas duas pessoas de ingressar na OTAN, enquanto “salva a cara” de uma maneira que não pareça que seus líderes recuaram diante da oposição pública da Rússia para eles se tornarem parte desse bloco hostil. Resta saber se esse cenário se desenrola ou não, mas ainda vale a pena monitorar considerando os riscos de alta segurança envolvidos.
* Andrew Korybko -- analista político americano
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