Artur Queiroz*, Luanda
O presidente Vladimir Putin participou no Fórum Económico da Eurásia, que decorre em Bishkek, no Quirguistão. Com calma aconselhou a União Europeia, os países da OTAN (ou NATO),o Reino Unido e os EUA a não roubarem os fundos russos congelados ou confiscados nos bancos do Ocidente. Disse textualmente: “A violação de regras e regulamentos no campo das finanças e do comércio internacional não leva a nada de bom. E só vai trazer problemas a quem o fizer”. E mais uma vez avisou que aqueles que só conhecem a palavra sanções, sanções, sanções estão a prejudicar-se seriamente.
Esse nem é o problema mais grave.
O Jornalismo é um dos pilares do regime democrático. Até nos EUA, Reino Unido,
Portugal ou na Ucrânia. A partir de 24 de Fevereiro, foi assassinado. Ninguém
está preocupado com esta catástrofe. Todos os dias procuro reacções das
instituições de regulação ou auto-regulação, mas nada. Assim está bom. Assim
como? Um tal Paulo Jerónimo é apresentado pela RTP (canal público português)
como “enviado especial à Ucrânia”. Quando vai para o ar, ele limita-se a dar
palpites. Hoje estava em Odessa mas só falou de Kherson, a
Imaginem que há um acontecimento importante no Sambizanga e o Jornal de Angola manda uma equipa de reportagem para o Huambo e desde a Granja os repórteres contam tudo o que está a acontecer no bairro do Mantorras. Com imagens e tudo! Ou aconteceu um acidente grave na cidade do Porto e a RTP manda a sua equipa de reportagem para Faro. Pode? Pelos vistos, no jornalismo deles, pode.
Uma tal Cândida Pinto hoje fez
uma grande reportagem a partir de Boryspil mas só falou de acontecimentos a
Os Media do mundo ocidental
repetem de segundo a segundo mentiras hediondas. Primeira aldrabice. Putin é
que começou esta guerra. Andam há três meses a mentir. Convenceram as opiniões
públicas de que a guerra na Ucrânia começou no dia 24 de Fevereiro. Mentira.
Começou em 2014, quando o golpe de estado dos nazis triunfou
Outra mentira hedionda. O Batalhão de Azov começou como nazi mas agora são todos democratas. Até porque nas últimas eleições (quando Zelensky foi eleito) a extrema-direita ucraniana teve poucos votos. A verdade é esta: O partido que ganhou as eleições, Servo do Povo, é “populista” e inegavelmente de extrema-direita, ainda que Zelensky tenha prometido aos eleitores legalizar a prostituição. De resto, os partidos de esquerda foram todos ilegalizados após o triunfo do golpe nazi de 2014. Russos e russófonos não têm direito de voto.
Mais uma aldrabice grave. As assassinas e assassinos do Jornalismo dizem que o advogado Viktor Medvedchuk é “um amigo de Putin”, por isso está preso. Este político ucraniano, em 2014, foi alvo de sanções do governo dos EUA por ser contra os nazis que derrubaram o presente eleito, em eleições livres e justas, Víktor Fédorovytch Ianukóvytch.
Medvedchuk, em 2018, surgiu como o grande opositor ao regime golpista, ao liderar a Plataforma de Oposição - Pela Vida. Contados os votos, tornou-se o mais forte opositor de Volodymyr Zelensky. Em 2021, ele e a sua mulher, Oksana, foram acusados de financiar as milícias separatistas de Donestk e Luhansk. Nunca provaram a acusação, mas como o Poder Judicial está subjugado aos nazis do governo, foi aberto um processo e respondeu pelo crime de traição. A PIDE de Zelensky condenou-o a prisão domiciliar.
Portanto, desde 2021 que o líder da oposição ucraniana está preso. Depois de 24 de Fevereiro, foi transferido para uma prisão de alta segurança, de onde foram libertados bandidos de delito comum para serem armados e irem combater as tropas russas. Motivo invocado: Ele abandonou a prisão domiciliária. Explicou aos seus captores que saiu de casa por razões de segurança, devido aos bombardeamentos. Foi para local mais seguro mas nunca fugiu.
Atenção! O grande democrata Zelensky mandou prender o líder da Oposição, Viktor Medvedchuk, acusado de traição. Mas nunca provaram a acusação. Hoje está na cadeia porque ia fugir! Imaginem que o Presidente João Lourenço manda prender o engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior, por ter anunciado que vai trocar a integridade territorial em Cabinda e nas Lundas, por uns quantos votos. Pura traição. Deixem-mo andar à solta que ele vai responder junto dos seus correligionários, quando forem contados os votos e todos perceberem que a UNITA, finalmente, ficou reduzida a nada.
Viktor Medvedchuk, líder da Oposição na Ucrânia, é apresentado como “o amigo de Putin”. Adalberto da Costa Júnior é amigo dos racistas de Pretória e ninguém o prende. Rui Rio é amigo da onça mas ninguém o prende. André Ventura do Chega é empregado do Luís Filipe Vieira e fizeram dele deputado.
As assassinas e assassinos do Jornalismo continuam a dizer e escrever que as tropas chechenas são “mercenários do Kadyrov”. Mentira. São militares da Federação Russa que tem 22 repúblicas. Cada república tem constituição própria, presidente, parlamento. Algumas são a pátria de minorias étnicas, mas em qualquer caso, a maioria das populações é russa. São elas: Adiguésia, Bascortostão, Buriácia, Altai, Daguestão, Inguchétia, Cabárdia-Balcária, Calmúquia, Carachai-Circássia, Carélia, Komi, Mari El, Mordóvia, Iacútia, Ossétia do Norte-Alânia, Tartaristão, Tuva, Udmúrtia, Cacássia, Chechénia, Chuváchia e Crimeia. Antes de 24 de Fevereiro, passaram a fazer parte da Federação Russa as repúblicas de Donetsk e Lugansk. A federação tem mais 47 províncias que em alguns casos são estados autónomos.
O kota Kissinger tem razão. Troquem território por paz, já que os nazis foram quase todos à vida. Já têm pouco tempo.
*Jornalista
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