sexta-feira, 15 de julho de 2022

A GUERRA DA UCRÂNIA E O EURO AOS TRAMBOLHÕES -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A Federação Russa caiu por terra. O rublo nunca valeu tanto. A operação de desnazificar a Ucrânia foi um fracasso porque os nazis foram todos para os governos dos países da União Europeia. Desmilitarizar a Ucrânia deu para o torto porque Zelenski agora tem mais um milhão de soldados para esmagar as tropas russas. Ainda estão no caldeirão da recruta mas qualquer dia estão prontos para levar com mísseis em cima. Como estava previsto, os russos derrubaram o Presidente Putin e agora é o senhor Biden que manda chuva em Moscovo. Os mortos do golpe de estado vão para o negócio das ossadas do Francisco Queiroz. Angola também vai ganhar alguma coisa com o colapso da Federação Russa. 

Na União Europeia está tudo a correr como previsto. Vitória esmagadora sobre os russos. O euro, sem ninguém dar por isso, caiu estrondosamente e já vale tanto como o dólar. Façanha notável, se tivermos em conta que os EUA estão falidos, têm uma inflação igual à do México nos anos 30 e já só produzem prostitutas e golpes de estado. A União Europeia pensava que ia comprar petróleo e gás dos norte-americanos ao preço da chuva! Tão ingénuos!

A inflação na Zona Euro está a galopar como um cavalo louco para o abismo. O crescimento da economia alemã este ano, foi hoje revelado, vai ser um ou zero. Motor gripado não puxa camião. Pergunta que se impõe: Onde vão os falidos buscar 700 mil milhões de euros para reconstruir a Ucrânia que ainda está a ser destruída pelo Zelenski e seus aliados? Resposta: África, Ásia, América Latina. Os europeus, atirados para o pântano da pobreza, depois de serem derrubados da classe média, também vão pagar. E têm muita sorte, não serem mobilizados como carne para canhão da Ucrânia. 

A diretora-Geral do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, lançou um alerta aos mentores e financiadores da guerra contra a Federação Russa por procuração passada à Ucrânia: “Há um agravamento significativo da economia global desde Abril”.  Não se assustem. É só um aperitivo, coisa leve. O pior é este aviso: “Não excluo a possibilidade de uma recessão global no próximo ano, tendo em conta os riscos atualmente enfrentados”. O golpe final. A directora-geral do FMI diz que se a Federação Russa fechar a torneira do gás e do petróleo à União Europeia, “vai ser uma catástrofe”. Entretanto os europeus estão com os lombos ao sol até final de Agosto e não dão por nada.

Querem mais? O FMI fez uma previsão de crescimento global verdadeiramente esquálido para este ano, apenas 3,5 por cento. Mas Kristalina Georgieva avisou que essa previsão está longe de se concretizar. Vai ser ainda mais baixa!

O Presidente Biden anda no Médio Oriente arregimentando aliados para Israel e garante que o seu apoio aos matadores de jornalistas é inquebrável. Todos unidos contra o Irão. O problema é que o Presidente Putin vai a Teerão declarar apoio àquele país. Não lhes chega a festa da Ucrânia. Querem ir além. Quanto mais guerra, melhor para a indústria bélica dos EUA e das grandes potências europeias. A maka é se as armas que estão a vender à Ucrânia se viram contra eles. O mundo está mais perigoso do que nunca.

Os países que bancaram a guerra da Ucrânia contra a Federação Russa estão em situação um tanto arriscada. O governo de Londres foi à vida. Agora andam à procura de alguém que ocupe o lugar de Boris Johnson. É fácil. Põem o Zelenski a soltar grunhidos em Londres e acumula com o governo de Kiev. O homem é gigantesco. Mário Draghi, primeiro-ministro de Itália, apresentou hoje a demissão porque já não tem maioria no Parlamento. O Presidente da República, Sérgio Mattarella, não aceitou a demissão. Vai ficar em morte lenta. Um dia destes as ossadas do seu gabinete vão para o negócio do Francisco Queiroz. Muito dinheiro! O senhor Macron tem o mesmo problema. Sem maioria parlamentar está nas mãos do acaso. Qualquer dia pede asilo político à Ucrânia. Já faltou mais.

A União Europeia baixou a grimpa e deu ordens aos nazis da Lituânia para deixarem passar os comboios com destino a Kaliningrado. Mais una humilhação por conta dos senhores da guerra da OTAN (ou NATO) e do Pentágono. 

O senhor Presidente Zelenski prometeu aos ucranianos que se ganhasse as eleições ia acabar com a guerra no Donbass. Ganhou e cumpriu. A guerra nas repúblicas separatistas está mesmo quase a acabar. Mas continua noutras paragens. No final vamos ver se ainda existe Ucrânia. Caso tenha o mesmo destino do euro, que está a níveis rastejantes e a aproximar-se muito da rupia do Butão, pouco fica digna de registo universal.

O bêbado da valeta que representa os jornalistas na ERCA alinhou umas palavras por sons e por alturas no Novo Jornal. Ele diz que viu nascer Angola. Se viu, sabe coisas que no seu arrazoado são manipuladas ou simplesmente ignoradas. Escrevinhou que José Eduardo dos Santos “reinou durante 38 anos”. Nem a brincar, nem com uma bebedeira monumental um jornalista pode garatujar a palavra “reinou” porque Angola nunca foi uma monarquia. Por muito intoxicado que esteja, o kaxiko de quem paga mais kapuka sabe que José Eduardo dos Santos, de 1979 a 2002, só teve o poder (que exerceu!) de enfrentar forças estrangeiras na defesa da Soberania Nacional e da Integridade Territorial.

Em 2002, sim, o Presidente José Eduardo dos Santos ficou com condições internas e externas para governar. Mas quando foi ver, não existia dinheiro! Ele recorreu às potências que se comprometeram a obrigar a UNITA a cumprir os acordos para, no mínimo, financiarem a reconstrução nacional. Recusaram! Os seus colaboradores encontraram uma saída, o empréstimo da República Popular da China. Quando os fundos ficaram disponíveis, começou mesmo a governar. 

Em 2007, cinco anos depois da assinatura do Acordo de Paz, rebentou uma grave crise económica e financeira, em Wall Street. Alastrou por todo o mundo e em 2009 provocou uma recessão global que levou à falência de bancos, derrubou governos, gerou taxas de desemprego altíssimas e causou protestos violentos em todo o mundo. África também. Mas Angola não. O Presidente José Eduardo sabia que o Povo Angolano consentiu tremendos sacrifícios na guerra de agressão estrangeira, entre 1975 e 2002. Adoptou políticas sociais que impediram a chicotada. Os peritos que se pronunciem sobre essas medidas. Mas o Povo Angolano sabe dos seus efeitos benéficos.

Portanto, o Presidente José Eduardo dos Santos só governou entre 2002 e 2007. Depois, até 2017, geriu a crise global da melhor maneira que soube. Não, não “reinou” 38 anos

*Jornalista

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