segunda-feira, 18 de julho de 2022

Angola | GALO NO PODER VIRA RAPOSA NO GALINHEIRO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A UNITA tem um problema insanável com a democracia e os seus dirigentes não querem aprender a viver segundo as regras democráticas. Ao longo da sua existência, o partido tem estado sempre do lado das ditaduras mais ferozes, desde a salazarista até ao nazismo de Pretória. Para isso teve que se apetrechar formando terroristas. Os dirigentes da organização são especialistas em terrorismo urbano e, desde 1975 até hoje, demonstram as suas habilidades matando o Povo Angolano e destruindo tudo o que lhes aparece pela frente.

Para atingir os fins, a sua direcção nunca hesitou em aliar-se a ditadores africanos da estirpe de Mobutu. Ao mesmo tempo que se opôs de armas na mão aos que lutavam pela liberdade, os arautos do “Galo Negro” enchiam a boca com a democracia, numa mistificação grosseira da realidade política.

 Na frente legal e nos intervalos dos ataques armados à Pátria Angolana, usavam a arma insidiosa da mentira, que passou a fazer parte essencial do seu discurso político. Sem mentira não há UNITA. Sem terror não há UNITA. Sem golpismo não há UNITA.

As “manifestações” desencadeadas a meio desta legislatura eram, de facto, manobras evidentes para a tomada do poder pela força. Violência reaccionária. Golpismo. Em devido tempo descrevi a situação com abundantes factos mas chamaram-me alarmista. Acusaram-me de ser anti-UNITA, primário. 

O tempo é um grande juiz. E absolveu-me de todos os ataques à minha honra profissional. Olhem para as listas de deputados da UNITA e vão encontrar lá os “activistas” que tentaram dar o golpe de estado. Os “revus” que fizeram tudo para denegrir os órgãos de soberania e difamar as forças de segurança também fazem parte do gangue. Afinal o comandante Paulo de Almeida é que tinha razão. Porque hoje está tudo à mostra. 

Quem quiser terroristas na Assembleia Nacional vota na UNITA. Quem quiser assassinos cruéis no Executivo vota na UNITA. Quem quiser um aldrabão na Presidência da República vota na UNITA. Até agora, o gato estava escondido com o rabo de fora como activista, “revus” e outros pseudónimos. Agora está visto que o bicho é a UNITA. A Paz está nas mãos dos eleitores, nos boletins de voto. Mas ao mínimo descuido, se acreditarmos nas mentiras, regressa a violência, a guerra, o banditismo político.

Se os dirigentes da UNITA quisessem viver em democracia já há muito tinham aprendido. Mas o que verificamos é um êxodo permanente de militantes e altos dirigentes, alguns fundadores da organização, exactamente porque perderam a esperança de algum dia existir no seu seio um clima democrático. Olhem para vários partidos que se apresentam a votos e encontram angolanas e angolanos que recusaram o terrorismo, o Banditismo político, o assassinato de críticos, os que atiraram, para as fogueiras da Jamba as elites femininas do Galo Negro.

Partido Humanista Angolano. É liderado por quem recusou a UNITA terrorista, a UNITA fábrica de mentiras, a UNITA das destruições, a UNITA assassina. P-JANGO (Partido Nacionalista para Justiça em Angola). É liderado por quem sofreu no corpo e na alma os assassinatos políticos no seio da UNITA. Coligação CASA-CE. É uma emanação da UNITA assassina e destrutiva. A sua direcção recusou o banditismo da Jamba.

Não vale a pena enumerar os altos dirigentes da UNITA que se afastaram da organização, porque perderam a esperança de algum dia verem instauradas no seu seio as regras da democracia. Mas alguns tinham tal valor que deixaram o partido na penúria absoluta. Só ficou quem não tem qualquer perspectiva de futuro na política. E esse é um grande problema para Angola. O regime democrático precisa de partidos bem estruturados e com uma base social de apoio sólida. Não é com mentiras que isso se consegue e muito menos com o seu aparecimento na cena política, apenas quando há eleições. A UNITA está nesse caminho. 

Na Assembleia Nacional, a UNITA apenas existe na folha de salários dos deputados. Nos círculos eleitorais prima pela ausência. Nenhum dirigente da UNITA aparece junto dos seus apoiantes ou votantes quando é preciso. Pelo contrário. Contados os votos, o partido fecha as portas. E para não desaparecer por completo, a sua direcção vai manipulando os jovens para manifestações e acções assumidamente de subversão da ordem democrática.  

A UNITA contaminou perigosamente o Sindicato dos Jornalistas Angolanos ao avençar o seu secretário-geral, Teixeira Cândido. Fez o mesmo com outras instituições cujos dirigentes aceitaram ser correias de transmissão do banditismo político representado pela UNITA. Sindicatos são organizações de classe. Existem para defender os interesses dos profissionais que representam. Hoje, num texto publicado no Novo Jornal, o líder sindical dos jornalistas roncou contra os trabalhadores mais alto que o patrão dos patrões! Vejam o que a UNITA faz na cabeça destes miseráveis mentais.

Teixeira Cândido diz que os jornalistas do sector público são muito maus, salvo se receberem uns bagos de jinguba da UNITA. Os do sector privado são péssimos, salvo se estiverem a soldo dos patrões que financiam a UNITA por baixo da mesa. 

O energúmeno tem a lata de falar em ética e deontologia! O dinheiro fácil dá-lhes a volta à cabeça. Este Teixeira Cândido era jornalista da Empresa Edições Novembro e foi “requisitado” para o Grupo Medianova a fim de integrar a redacção do jornal O País. Ficou a ganhar a dois carrinhos. Sacava dinheiro dos dois lados. Mordomias dos dois lados. “Ajudas” dos dois lados. Dólares e viagens dos dois lados. É este coronavírus do jornalismo que se arroga o direito de criticar aquelas e aqueles que tem de defender. Quando as coisas deram para o torto, regressou rapidamente à Empresa Edições Novembro e agora é sindicalista! Um verme do Jornalismo Angolano. A empresa pública paga-lhe tudo!

O problema é que ele foi eleito. Não tomou o poder der assalto. Foram as jornalistas e os jornalistas que colocaram o cágado em cima da árvore. Agora vira-se contra uma classe inteira por ordem do Adalberto! É um criado dos patrões, sejam eles quais forem. Quando está a precisar de dinheiro, vende os camaradas de profissão sem pensar duas vezes. 

O Teixeira Cândido é um bom exemplo. A classe elegeu-o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos e ele agora é chicote dos patrões e megafone da UNITA. Se no dia 24 de Agosto as angolanas e os angolanos elegerem deputados do Galo Negro metem as bombas em casa. Os assassinos no bairro. Os ladrões na aldeia, vila ou cidade. 

*Jornalista

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