terça-feira, 23 de agosto de 2022

Angola - Eleições | Assembleias de voto estão prontas a receber eleitores

A realização das quintas Eleições Gerais angolanas entrou, agora, para a fase de contagem regressiva. O processo de votação, meio por via do qual os eleitores terão a oportunidade de escolher a liderança do país para os próximos cinco anos, arranca amanhã, em todo o território nacional.

A campanha eleitoral, o momento em que as forças políticas concorrentes procuram convencer os cidadãos eleitores, com a apresentação dos programas de governação, terminou ontem, estando o dia de hoje reservado à reflexão.

O Jornal de Angola efectuou, ontem, uma ronda aos vários locais onde vão funcionar as assembleias de voto, para constatar o ambiente vivido nestes locais e o resultado aponta para um grau de prontidão recomendável a um evento que terá lugar nas próximas horas.

Do município de Luanda, passando por Cacuaco, Cazenga, Kilamba Kiaxi e Belas, era notória a presença de agentes da Ordem Pública nestes locais, como sinal de garantia de asseguramento do pleito, considerado por muitos analistas como o mais renhido da história do país.

No Marco Histórico, no Cazenga, os membros das assembleias e mesas de voto, ali destacados, acertavam os últimos detalhes do trabalho que vão realizar amanhã.

Um dos pontos analisados pelo grupo, formado por homens e mulheres, foi a forma como deverão lidar com os mais variados eleitores que vão comparecer nas assembleias 345 e 346, ali instaladas.

Um dos principais objectivos da reunião, contaram, passava por fazer um refrescamento dos métodos de trabalho apreendidos durante a formação ministrada pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), sobretudo, aqueles cuja função passa por impedir qualquer situação que belisque o normal funcionamento do processo.

"É só uma breve conversa sobre como devemos agir no dia das eleições", assegurou um deles, lembrando terem recebido da CNE ferramentas necessárias para lidar com todo o tipo de imprevisto.

Aqui, chamou atenção o facto de os membros dessas assembleias de voto não aceitarem prestar qualquer informação à imprensa pelo facto de o repórter não estar a usar a credencial emitida pela CNE para fazer a cobertura do evento.

"Não estamos autoriza-dos a prestar declarações, a quem quer que seja, se não estiver a fazer uso da credencial emitida pela CNE", explicou. Este só aceitou iniciar o breve diálogo com o repórter depois de fazer o uso do referido documento.

Mais ao lado, na Escola nº 3049, onde também está instalada uma assembleia, no caso a nº 422, ultimavam-se a entrega das credenciais aos membros das assembleias e mesas de voto que vão trabalhar no município do Cazenga.

O processo arrancou sábado e, até ao momento em que a equipa de reportagem passou pelo local, já tinham procedido à entrega de mais de 97 por cento dos credenciais.

Nsimba Masueme, uma das que recebeu o documento ontem, disse não ver a hora de começar a trabalhar. "Estou muito ansiosa", revelou a cidadã, que vai trabalhar como secretária de mesa no município do Cazenga.

Pelas ruas, nada que apontasse para alguma realidade anormal. Os cidadãos circulavam, à vontade, de um lado para o outro, como acontece em outros dias.

O mapeamento definitivo para as eleições gerais de amanhã espelham que vão funcionar, no dia da votação, 13 mil 238 assembleias de voto, constituídas por 26 mil 488 mesas.

De acordo com o documento sobre esta matéria, aprovado pelo Plenário da Comissão Nacional Eleitoral, para o exterior do país, estão constituídas 26 assembleias de voto, que correspondem a 45 mesas, instaladas em 12 países e em 25 cidades.

Estas eleições vão contar com a participação de um total de mais de 14 milhões de eleitores e vão ser disputadas por oito formações políticas, nomeadamente, o MPLA, UNITA, CASA-CE, FNLA, PRS, APN, P-NJANGO e PHA.

César Esteves | Jornal de Angola

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