Nos primeiros resultados divulgados pela CNE, o MPLA está na frente com 60,65%. Mas a UNITA diz que não é assim.
O porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) divulgou esta madrugada de quinta-feira os primeiros resultados provisórios das eleições gerais, que dão vantagem ao MPLA com 60,65%, seguindo-se a UNITA com 33,85%.
De acordo com Lucas Quilundo foram já escrutinados 33,16% do total dos votos.
Por candidatura, os resultados apontam para 60,65% para o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, e 33,85% para a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
O número dois das listas da UNITA, Abel Chivukuvuku, afirmou, no entanto, que os dados provisórios recolhidos das eleições de quarta-feira apontam para uma vitória do partido.
"Os nossos centros de escrutínio [dão] claros indicadores provisórios de tendência de vitória da UNITA em todas as províncias do no nosso país", afirmou Chivukuvuku, em conferência de imprensa.
Como exemplo, Chivukuvuku indicou que, nos municípios da província de Luanda, o partido no poder (MPLA) ganhou apenas em um município.
Segundo Filomeno Vieira Lopes, dirigente do Bloco Democrático, partido que se associou às listas da UNITA, os dados atuais, só na província de Luanda, indicam que em 60% dos números contabilizados pelo partido, 66% dos votos são na maior formação da oposição.
Instantes antes, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciou dados diferentes, com um terço dos votos contabilizados que, segundo as autoridades, indiciam uma vitória do MPLA com 60% dos votos.
Perante o confronto de números tão diferentes, Abel Chivukuvuku sustentou que o processo "tem de ser pacífico": "somos todos angolanos, somos todos atores da história de Angola, temos todos interesse que tudo corra bem".
Segundo Filomeno Vieira Lopes, o "sistema está montado para ser verificado" e, em "caso de divergência há contestações e confrontação" nos órgãos respetivos.
Nelito Ekuikui, secretário provincial da UNITA para Luanda, disse que há vários casos de assembleias de voto que não publicaram ainda as atas síntese que resultam da contagem dos membros da mesa, fiscalizadas pelos delegados dos partidos.
"Há situações em que os delegados dos partidos recusam assinar as atas porque não correspondem ao que se passou", afirmou Neito Ekuikui.
Chivukuvuku acrescentou, na mesma conferência de imprensa, que permanecem detidos cinco delegados e contestou a divulgação de uma sondagem na noite de quarta-feira pela Televisão Pública de Angola (TPA), violando a própria lei eleitoral.
"A Assembleia Nacional da República de Angola aprovou uma lei que determina que em período eleitoral não podem ser publicadas sondagens" e a TPA apresentou "supostas sondagens que dariam uma vantagem ao partido no poder".
"O Estado legisla (a lei eleitoral) e viola", criticou Chivukuvuku.
Diário de Notícias | Lusa | Imagem: Contagem dos votos em Angola. © PAULO NOVAIS / LUSA
Sem comentários:
Enviar um comentário