sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Moçambique: Nyusi admite nova plataforma de gás para responder à Europa

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse estar em estudo a possibilidade de construir uma segunda plataforma flutuante para extrair gás natural da bacia do Rovuma, ao largo de Cabo Delgado, face à procura na Europa.

"Fizemos a primeira plataforma: qual a possibilidade de fazer mais outra? Há estudos nesse sentido" entre as medidas "para acelerar" a produção daquelas reservas, referiu.

"Tive encontros com empresas que exploram [o gás], italianas, francesas e seus parceiros. Tive encontros para ver o que se pode fazer", acrescentou.

Filipe Nyusi falava esta quinta-feira (01.09) após a V Cimeira entre Moçambique e Portugal, em Maputo, com o primeiro-ministro português, António Costa.

O chefe de Estado respondia a questões sobre como o gás moçambicano (cujas reservas do Rovuma estão entre as maiores do mundo) pode colmatar a escassez na Europa, face à deterioração do fornecimento russo após a invasão da Ucrânia.

Em Moçambique, a bacia do Rovuma tem algumas das maiores reservas de gás do mundo e há três projetos de exploração aprovados, dois que conduzem o gás do fundo do mar para liquefação em terra e um outro em mar alto, com uma plataforma flutuante (designada Coral Sul) autónoma.

Dos três, apenas o mais pequeno, no oceano Índico, está prestes a exportar gás, porque os outros dois (da Total e Exxon Mobil), em terra, estão parados devido à violência armada na província de Cabo Delgado.

A produção do projeto Coral Sul vai ser toda vendida à petrolífera BP durante 20 anos, com opção de extensão por mais 10, ou seja, para satisfazer mais procura, como a que agora surge na Europa, seria necessário arranjar outras formas de extrair e processar o gás do Rovuma, contornando a violência em Cabo Delgado.

Nyusi reconheceu que "há muito mercado, muita procura" e daí os estudos em curso.

O objetivo, esclareceu, é "haver, de certa forma, maior produção, que possa alimentar" o mercado europeu e até africano, concluiu.

Deutsche Welle | Lusa

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