segunda-feira, 26 de setembro de 2022

ULTRA-DIREITA VENCE ELEIÇÕES EM ITÁLIA

Meloni reivindica liderança do próximo governo em Itália

A presidente do partido Irmãos de Itália (FdI), Giorgia Meloni, declarou vitória nas eleições legislativas de domingo no país transalpino, reivindicando a liderança do próximo governo. Deverá ser a primeira mulher a exercer o cargo em Itália.

No primeiro discurso após a votação de domingo, Meloni garantiu que o partido irá governar "para todos" e "para que os italianos se possam orgulhar de ser italianos".

"Os italianos enviaram uma mensagem clara de apoio a um governo de centro-direita" liderado pelo partido Irmãos de Itália, disse Meloni.

De acordo com resultados parciais, a coligação de direita e extrema-direita - liderada pelo FdI e que reúne ainda a Liga, de Matteo Salvini, e o partido conservador Força Italia, de Silvio Berlusconi - obteve 43 por cento dos votos nas legislativas.

O bloco de centro-esquerda, liderado pelo Partido Democrático, de Enrico Letta, deverá ter 26 por cento dos votos.Meloni deverá formar o governo mais de extrema-direita desde a II Guerra Mundial, naquela que é a terceira economia mais forte da União Europeia.

"É hora de os italianos voltarem a ter um governo que sai de uma decisão nas urnas e é algo em que todos têm que prestar contas", sublinhou Meloni.

Assim, o elenco governativo deverá integrar Giorgia Meloni, a líder do partido Irmãos de Itália, com 45 anos e que se define como “mulher, mãe, italiana e cristã" e foi eurodeputada e também ministra juventude de Silvio Berlusconi; Matteo Salvini integra a coligação vencedora. É do partido Liga Norte, tem 49 anos e é conhecido pelas Ligações a Vladimir Putin; Berlusconi completa a coligação. É líder do Força Itália, foi três vezes primeiro-ministro de Itália e é também próximo de Vladmir Putin.

A política de 45 anos lamentou uma campanha eleitoral que descreveu como "agressiva e violenta" e assegurou que "a Itália e a União Europeia precisam do contributo de todos perante a complexa situação" em que se encontram.

A participação nas eleições gerais da Itália no domingo foi de cerca de 63,81 por cento, abaixo do valor de 72,9 registado nas eleições de 2018, fez notar a ainda ministra italiana do Interior, Luciana Lamorgese.

Meloni lamentou a abstenção de 36 por cento, a mais elevada de sempre, e assegurou que o objetivo será "reconstruir a relação entre o Estado e os cidadãos".

"O desafio agora é fazer com que as pessoas acreditem nas instituições; muitos italianos ainda decidem não confiar", disse.

"Temos que entender a responsabilidade que nos deram dezenas de milhões de italianos, não vamos trair essas pessoas", prometeu Meloni.

Debora Serracchiani, a líder do Partido Democrático, que é agora o principal partido da oposição, o que acarreta uma responsabilidade acrescida. Serracchiani disse, no entanto, que a direita tem “a maioria no Parlamento, mas não no país”.

A Itália é um dos países fundadores da União Europeia e membro da NATO e a retórica de Meloni sobre a UE coloca-a perto do líder nacionalista da Hungria, Viktor Orbán. Os seus aliados, Berlusconi e Salvini, têm ambos ligações a Putin.

Os resultados à boca das urnas da Rai TV sugeriam, na última noite, que os três partidos da coligação teriam 227 a 257 assentos na Câmara de 400 assentos a 111 a 131 assentos de um total de 200 no Senado.

RTP

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