Pedro Ivo Carvalho* | Jornal de Notícias | opinião
Só podemos comover-nos quando lemos a história dramática da professora Josefa Marques, que lutava há seis anos com um cancro e morreu sem conseguir ser colocada perto de casa.
Docente do 1.º Ciclo, foi uma de
entre
Este é um exemplo drástico de
como a aplicação cega de uma fórmula é incapaz de conjugar devidamente os
interesses dos que ainda resistem na carreira docente e daqueles que são os
beneficiários últimos da sua realização profissional: os alunos. Nos últimos
anos, os professores têm vindo a perder relevância social e poder de
influência, vítimas, em larga medida, de braços de ferro corporativos e
estéreis que contribuem zero para o futuro da educação
Talvez a pergunta a fazer seja esta: por que razão há tantos professores a meter baixa? Ou esta: que condições podemos criar que garantam estabilidade profissional e emocional a uma classe já demasiado castigada? Ainda assim, nada justifica que uma professora com um cancro não tenha podido ficar a dar aulas perto de casa, e da família, enquanto combatia uma doença terrível. A cegueira processual do Estado não pode prevalecer sobre a humanidade e o sentido de justiça a que este está obrigado.
*Diretor-adjunto
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