terça-feira, 10 de maio de 2022

O ukronazi Zelensky partilha imagem de soldado ucraniano com símbolo nazi

Na imagem, à esquerda, a publicação de Volodymyr Zelensky a assinalar o Dia da Vitória sobre o nazi-fascismo com a imagem de um soldade ucraniano neo-nazi; à direita, em cima, o pormenor da insígnia usada pelo soldado e, em baixo, o mesmo símbolo a ser usado pelas SS durante a II.ª Guerra Mundial. A mesma fotografia continua disponível, no dia 10 de Maio de 2022, na página de Twitter do Ministério da Defesa da Ucrânia. -- sandreoli69

Assinalando, nas suas redes sociais, o Dia da Vitória sobre o nazi-fascismo, Volodymyr Zelesnky partilhou a fotografia de um soldado ucraniano com a insígnia Totenkopf, usada pelas SS entre 1934 e 1945.

«Convém mas é não confundir género humano com o Manuel Germano», advertia o escritor Mário de Carvalho. Neste caso, é importante não confundir estas tristes exibições com a justa solidariedade com o povo ucraniano. É incauta a defesa de um regime, liderado por Volodymyr Zelensky que, na semana passada, aproveitando o estado de guerra, avançou com a proibição dos partidos políticos da oposição.

«Mas poderia um povo que perdeu mais de oito milhões de vidas na batalha contra o nazismo, apoiar o nazismo?», questionava Zelensky. Se por um lado é crucial não confundir o povo ucraniano com o nazismo, é igualmente fundamental denunciar e condenar os elementos neo-nazis que pululam nas forças armadas do país. E já se vai tornando difícil ocultar a sua omnipresente existência.

Até o facto de Zelensky ser judeu é um contra-argumento frequentemente utilizado para desviar a atenção de um problema sobejamente identificado desde 2014, a presença de forças neo-nazis nas forças armadas ucranianas e a existência de grupos para-militares de extrema-direita, muitos deles assumidamente nazis.

Os nazis de Schrödinger: «não existem» mas não falham uma sessão fotográfica

Naquilo que só poderá ser, de acordo com essa narrativa, mais uma estranha coincidência, foi a vez do próprio Zelensky, Presidente da Ucrânia, partilhar a fotografia de um soldado do seu exército a usar uma insígnia nazi. A ocasião foi, curiosamente, a celebração do Dia da Vitória sobre o nazi-fascismo, data em que se comemora a rendição da Alemanha nazi em 1945.

Não é a primeira vez que acontece. No dia internacional da mulher, 8 de Março, a NATO teve a mesma ideia, partilhando a fotografia de uma militar que ostentava, no peito, o Sol Negro, criado e utilizado pelas SS,  a organização paramilitar do partido nazi alemão e, mais recentemente, pelo batalhão Azov.

Tal como aconteceu com Zelensky, a imagem foi rapidamente apagada das redes (pode ainda ser visitada numa das páginas da internet que arquivam conteúdo), não sem antes deixar uma questão no ar: se, após a invasão, o número de forças neo-nazis integrados no exército ucraniano seria, alegadamente, residual, porque é que não param de aparecer seus elementos em fotografias oficiais das forças militares da Ucrânia?

UCRÂNIA E AS CRUZADAS CONTEMPORÂNEAS

#Publicado em português do Brasil

Para perpetuar seu império, os EUA impõem ao Ocidente uma aliança de fé e fidelidade: Putin torna-se o anticristo; o conflito é funcional e a paz indesejada. Zelensky é alçado a herói trágico de uma guerra santa que não admite concílios

Maurício Ayer | Outras Palavras

As guerras são feitas de atrocidades, e quem paga um alto preço é sempre o povo: morte, destruição, desterro, luto, desrazão. A história vai precisar passar a limpo tudo o que está acontecendo na Ucrânia sob a responsabilidade de Vladimir Putin e seus generais. Dito isso, com toda ênfase, causa espanto o consenso midiático que se formou em torno da condenação unilateral da Rússia – e mais que ao país, da pessoa de Putin, pintado como um psicopata vil e frio, movido pelo desejo megalômano de reconstruir o império russo (czarista ou soviético, as imagens são intercambiáveis). Ignoram-se ou escondem-se fatos de importância incontornável para uma compreensão minimamente lúcida do caso. Ignora-se também que os países que acusam a Rússia cometem, neste exato momento, crimes iguais ou piores aos que apontam, com consequências humanas ainda mais drásticas, numerosas e prolongadas, sem que os governos, a mídia e os órgãos internacionais se escandalizem ou mesmo pareçam se importar.

Recolho dois entre muitos exemplos: foi o que denunciou Jonathan Cook, neste texto em que compara a diferença de comoção da mídia ocidental com o povo ucraniano e com outros povos vítimas de ataque, como os palestinos, os iraquianos e os iemenitas. Ou Boaventura de Souza Santos ao nomear como uma “novilíngua” a linguagem invertida usada para cobrir a guerra.

Ignorando-se o contexto, revirando-se a linguagem, o conflito passa a ser explicado como uma agressão russa motivada pela sede de poder de um homem, e suas motivações declaradas ficam lançadas no rol das “alegações” de um rematado criminoso, a serem desprezadas de saída. Veste-se em Putin o figurino do anticristo, do grande vilão que quer dominar o mundo.

É esta clivagem entre o Bem e o Mal, entre o humano e o desumano etc., que dá um contorno francamente teológico ao conflito. Configura-se, passo a passo, uma guerra mística – ou guerra santa, que no Ocidente cristão teve sua realização histórica mais clara nas cruzadas. Trata-se de combater o Mal que poderá nos destruir, e tudo o que vier da boca do inferno será enganoso, indigno ou absolutamente execrável, enquanto tudo o que se fizer do lado de cá se justifica no horizonte de uma escatologia universal. Daí que os crimes de guerra do lado de cá são justificados ou não são sequer mencionados (bombardeios, ataques de drones, massacres, laboratórios de armas biológicas, falsas alegações de armas químicas a serem imputadas aos inimigos etc.) e os de lá são justamente apontados, quando não sujeitos a distorsões. Esse tipo de construção ideológica desumaniza e desistoriciza, o julgamento se dá não pelos atos mas pelo grupo de pertencimento. Às vezes a divisão é designada entre “democracias” e “autocracias”, mas Lúcio Flávio Almeida mostrou como o enquadramento em um grupo ou outro depende, de novo, mais das alianças do que, efetivamente, da situação política do país.

A comparação com as cruzadas não é fortuita. Vale relembrar que, logo após os atentados de 11 de Setembro, ao anunciar a deflagração da “guerra ao terror”, as mensagens do governo George W. Bush falavam de uma “cruzada” contra os inimigos islâmicos e de um “choque de civilizações”. À época, Noam Chomsky apontou o que os governantes estadunidenses logo perceberam: que a escolha dos termos era infeliz caso desejassem manter algum diálogo com seus aliados muçulmanos (11 de Setembro, Bertrand Brasil, 2003). Passaram a usar o termo “guerra” – que Chomsky julga também inadequado diante de um substantivo mais apropriado, que seria “crime”, o mesmo a ser usado em referência aos atentados contra Nova York e o Pentágono – para designar o ataque a países como Afeganistão e Iraque, inclusive suas populações civis, como resposta a um ataque de um grupo terrorista, sob o pretexto, agora, de combater o “desumano”, a “barbárie”. Ao deixar escapar a palavra, depois escamoteada, o Império traía um desejo de cruzada. A evocação certamente se devia à associação religiosa, ao combate aos “pagãos”, como nos séculos XI e XII, mas a questão já era estrutural. Desejava-se pôr em curso a forma-cruzada, dividir a humanidade em mundos inconciliáveis por princípio.

Porém, se a palavra “cruzada” foi evitada, isso não quer dizer que ela tenha perdido eficácia na compreensão simbólica do contexto – ao contrário, seu sentido transborda como uma espécie de excesso. Nesse jogo de palavras – dessa atroz “literatura” cujo enredo define as vidas de povos inteiros… –, vale considerar o que Jorge Luís Borges escreveu: numa narrativa sobre o xadrez, a única palavra proibida é “xadrez”. Ocultar a palavra para que o seu sentido possa configurar estruturalmente a mensagem; ser centro e ausência das relações implicadas nesses eventos históricos. Trata-se de esconder o sentido fundamental e expressá-lo em termos socialmente aceitáveis, desde que funcionem como ordenadores do objetivo que realiza, em última instância, aquilo que foi ocultado.

Portugal | DIZ-ME QUEM ESCOLHES… MAIS UM TRISTE EPISÓDIO!

Cândido Ferreira* | Duas Linhas | opinião

Há muitos anos, que várias escolhas do Partido Socialista, com quem já colaborava antes do 25 de abril e onde ainda mantenho filiação, não cessam de me arrepiar. A recente expulsão do “histórico” Maximino Serra, um venerável ancião de 87 anos, é mais uma prova de que a atual família socialista se distancia progressivamente da herança moral e da declaração de princípios dos Fundadores do Partido.  

Mas quem é Maximino Serra, porventura um desconhecido para a maioria dos leitores? Irmão mais novo do mítico Manuel Serra, sobre ele direi, simplesmente, que é talvez o maior herói da resistência antifascista ainda vivo. E que é, de certeza, um patriota com sólidas e íntegras credenciais, exibidas até à exaustão, durante mais de 70 (setenta!…) anos de luta tenaz e constante pelos valores da liberdade e da democracia.

Ainda jovem, Maximino Serra já se distinguia pela sua coragem e energia na luta contra a ditadura, tendo visto cair companheiros anónimos, a seu lado, durante o desastrado assalto de Varela Gomes ao Quartel de Beja, em 1961.

Referenciado pela PIDE e sem apoios logísticos, até mesmo traído por alguns infiltrados julgados seus amigos, ainda assim Maximino Serra logrou sair de Portugal para se abrigar onde conseguia sobreviver, passando as piores privações num conturbado desterro pelo Norte de África.

Antes e depois dessa ocorrência, acompanhou de perto Humberto Delgado, de quem se tornou íntimo e que só foi assassinado porque, em 1965, desprezou os seus repetidos avisos.

E, no entanto, embora a sua extraordinária “lenda” seja incontestável, nem assim evitou que fosse “expurgado” do PS, o seu Partido de sempre. Insisto na palavra “expurgo” porque, ao seu afastamento, dadas as circunstâncias em que decorreu o processo, nem sequer poderá ser atribuída a estatutária figura de “expulsão”.

Vale a pena debruçarmo-nos sobre o “crime lesa-PS” por que este militante socialista de sempre, foi condenado por ilustres desconhecidos de que nenhuma obra notável se conhece.

Portugal avança subrepticiamente para a penalização do aborto, como os EUA

Proposta para penalizar médicos por aborto é "totalmente inaceitável e incompreensível"

Médicos de famílias com utentes que fizerem aborto voluntário podem vir a ser penalizados caso o Governo aceite uma proposta com novos critérios de avaliação nas Unidades de Saúde Familiar modelo B.

Ordem dos médicos contesta proposta que introduz como critério de avaliação para os médicos que trabalham nas Unidades de Saúde Familiar modelo B as doentes fazerem ou não interrupção voluntária da gravidez ou terem doenças sexualmente transmissíveis.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos esta proposta traz duas grandes preocupações. A primeira prende-se com o facto de se "estar a utilizar um direito adquirido das mulheres, que é fundamental para elas, como um indicador de desempenho, isto não faz sentido nenhum", considera Miguel Guimarães." É uma situação totalmente inaceitável e incompreensível e o que me espanta é que a Direção-Geral de Saúde já tenha aprovado isto", acrescenta. " Espero que o Ministério da Saúde tenha bom senso e não aprove" esta medida.

O bastonário argumenta que a gravidez não pode ser considerada uma doença e incluída como um indicador e critério para avaliar médicos. Miguel Guimarães adianta que, habitualmente as equipas podem receber, de acordo com o cumprimento de metas, um valor adicional ao ordenado base. Mas esses parâmetros dizem respeito à prevenção de doenças como a diabetes ou a hipertensão arterial. "O que não faz sentido nenhum é colocarem a questão das mulheres que fizeram aborto nesta situação", refere. "Não estamos a falar de um determinado número de regras que pode ter impacto na diminuição de doenças, como utilizar menos açúcar ou sal na alimentação", conclui.

Segundo o jornal Público, "os médicos de família, assim como os restantes elementos das equipas, podem vir a ser avaliados por interrupções voluntárias da gravidez (IVG) realizadas pelas utentes da sua lista e pela existência de doenças sexualmente transmissíveis nas mulheres". Em causa está a introdução de novos critérios de avaliação nas Unidades de Saúde Familiar modelo B (USF-B) nas atividades específicas, que permite às equipas receber, de acordo com o cumprimento de metas, um valor adicional ao ordenado base.

A proposta já foi aprovada pela DGS e enviada para o Ministério da Saúde, que ainda a está a analisar.

Maria Augusta Casaca | TSF

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Médicos de família com utentes que fizeram aborto podem vir a ser penalizados

Portugal | Comissão já recolheu 326 testemunhos de abusos contra crianças na Igreja

Dos testemunhos, são "mais homens do que mulheres, de todos os grupos etários, de todos os níveis de escolaridade e temos todas as modalidades de abuso representadas no inquérito", revela a investigadora Ana Nunes de Almeida.

A ComissãoIndependente criada para investigar abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa já recolheu 326 testemunhos de vítimas, anunciou esta terça-feira a investigadora Ana Nunes de Almeida, sublinhando que o número de potenciais vítimas pode ainda atingir "muitas centenas".

 

"Temos 326 testemunhos recolhidos até ontem [segunda-feira], de mais homens do que mulheres, de todos os grupos etários, de todos os níveis de escolaridade e temos todas as modalidades de abuso representadas no inquérito", afirmou a socióloga, que integra a comissão criada em janeiro e coordenada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht.

Na abertura da conferência "Abuso Sexual de Crianças: Conhecer o Passado, Cuidar do Futuro", organizada pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, Ana Nunes de Almeida realçou que "além dos 326 testemunhos diretos, somando o número de outras pessoas que dizem ter sido vítima de abuso também, esse número sobe para muitas centenas de crianças e adolescentes".

A investigadora e membro da comissão garantiu também que "as entrevistas com dioceses estão a decorrer a muito bom ritmo" e que têm sido recolhidos relatos de experiência de contactos com abusos.

Quanto ao acesso aos arquivos da Igreja, Ana Nunes de Almeida explicou que essa tarefa estará a cargo de uma equipa de historiadores sob a liderança de Francisco Azevedo Mendes, docente na Universidade do Minho.

Embora o trabalho desta Comissão Independente não vise a exposição direta de abusadores ou de instituições onde tenham sido cometidos abusos sexuais contra crianças, a socióloga e investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa reiterou a importância do conhecimento mais aprofundado da realidade.

"Conhecer a realidade é sempre reconhecer a sua complexidade intrínseca, é uma condição 'sine qua non' para intervir. Não há mudança para melhor sem o contributo da ciência. Façamos da causa da luta aos abusos contra crianças uma causa civilizacional", afirmou, na sessão que abriu a conferência realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Num balanço dos primeiros três meses de trabalho, feito no passado dia 12 de abril, o antigo ministro da Justiça Álvaro Laborinho Lúcio, que integra igualmente a Comissão, precisou que entre os 290 testemunhos até então validados, 16 ainda não prescreveram e, por isso, foram remetidos ao Ministério Público.

As denúncias e testemunhos podem chegar à comissão através do preenchimento de um inquérito 'online' em darvozaosilencio.org, através do número de telemóvel +351917110000 (diariamente entre as 10:00 e as 20:00), por correio eletrónico, em geral@darvozaosilencio.org e por carta para "Comissão Independente", Apartado 012079, EC Picoas 1061-011 Lisboa.

A comissão integra ainda o psiquiatra Daniel Sampaio, a assistente social e terapeuta familiar Filipa Tavares e a realizadora Catarina Vasconcelos.

TSF | Lusa

O SONHO DA EUROPA E O CÃO PATRON – Artur Queiroz

Patron, o cão condecorado por Zelensky. Herói de guerra, obrigatoriamente nazi sem saber

Artur Queiroz*, Luanda

Uma pitada de História não faz mal a ninguém, nem sequer ao senhor Macron ou à cúpula da União Europeia, um cartel falido e ideologicamente em recuperação do nazismo. A queda do III Reich devido à derrota das suas forças armadas na Frente Oriental (União Soviética) só foi possível porque o Exército Vermelho avançou vitoriosamente desde Leninegrado até Berlim. Hitler terminou nesse dia os seus crimes contra a Humanidade. Os generais alemães assinaram a capitulação em Berlim, ante o comando das tropas soviéticas. Tomem nota: 9 de Maio 1945.

Uma das potências vencedoras da II Guerra Mundial foi a França. Como até os “guardiens de la paix” sabem, a Resistência tinha como força principal o Partido Comunista Francês, fundado em 1920, como Secção Francesa da Internacional Comunista. Os comunistas franceses estiveram sempre na primeira linha dos partisans contra os ocupantes nazis. A luta contra a ocupação  nazi deu-lhes tanto prestígio que o partido ganhou as primeiras eleições democráticas do pós-guerra, em 1945. E até o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) institucionalizar a Guerra Fria, os comunistas fizeram sempre parte do governo de França.

Senhor Macron, senhora Úrsula, senhor Charles Michel, senhor Borrel! Os comunistas, de Leninegrado até Paris, foram a força principal que derrotou os nazis do III Reich. Sem o Dia da Vitória (9 de Maio) hoje ninguém estava a comemorar o Dia da Europa. Porque não existia. Não foram os banqueiros que derrotaram hordas nazis. Não foram os cavalheiros da indústria. Não foram os bons burgueses vergonhosamente colaboracionistas. Não foram os traidores que aplaudiram a ocupação de Paris. Foram os comunistas. Já se esqueceram de Jean Moulin?

O estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) e as grandes potências ocidentais desencadearam campanhas anticomunistas em todo o mundo, logo a seguir à capitulação da Alemanha nazi. Nos anos 60, na Indonésia ocorreram massacres contra os comunistas. Ainda hoje, os suspeitos de defenderem a ideologia comunista arriscam 20 anos de prisão. Na Coreia do Sul, a Lei da Segurança Nacional impõe pesadas penas de prisão aos comunistas e até a quem exibir os símbolos do comunismo. 

Na Roménia, depois de 1991, foi aprovada uma lei que pune com dois a sete anos de prisão, quem se manifestar a favor do comunismo. Por isso, o país aderiu rapidamente à União Europeia. Na Ucrânia, depois do golpe de estado de 2014, foram aprovadas ”leis anticomunistas”. Todos os partidos que defendem a ideologia comunista foram ilegalizados. Quem defende o comunismo  leva cinco anos de prisão. Não é preciso muito, basta que um vizinho aponte o dedo. O senhor Zelensky aprovou uma lei que iguala o comunismo ao nazismo e proíbe os símbolos comunistas. A Letónia, em 2008, e a Lituânia, em 2013, proibiram os partidos comunistas e aprovaram leis que punem com pesadas penas quem exibir os símbolos do comunismo. Bruxelas abriu-lhes logo as portas do cartel falido.

Hoje a senhor Úrsula, presidente da Comissão Europeia, disse que a Europa é um sonho. Alguém se esqueceu de dizer à patroa do Partido Popular Europeu (nazis misturados com filhotes de nazis) que a inflação está a galopar desalmadamente, comendo os salários de quem trabalha, os quais já são rastejantes. No Reino Unido a inflação está ao nível da do Ruanda. Nos EUA já se fala em nova “grande depressão”. Um pesadelo. Outro pesadelo é Mariupol. As tropas da Federação Russa não matam os militares refugiados na fábrica de aço. Querem apanhá-los à mão. Vai ser bonito. Oficiais da OTAN (ou NATO) da França, Reino Unido, EUA e Canadá estão lá dentro. E vão ser organizadas visitas guiadas ao laboratório de armas biológicas num dos andares profundos do complexo fabril. Viva o Dia da Europa!

O valente Zelensky comemorou, sozinho, em Kiev, o Dia da Vitória, para dizer ao mundo que não é nazi. Porquê sozinho? Porque a população está proibida de sair à rua. O poder nazi teme as manifestações da oposição no dia em que a Humanidade se libertou do nazismo. Mas ontem o senhor presidente da Ucrânia condecorou o cãozinho Patron, porque já descobriu 200 minas. Propaganda abaixo de cão!

Em Odessa a mistificação foi ainda mais grave. Os nazis proibiram os habitantes da cidade de saírem de casa, até amanhã às seis da manhã. Porque sabiam que muita gente ia comemorar o Dia da Vitória. Os moradores foram aferrolhados em casa. Prisioneiros. Mas o nazi Charles Michel, do Conselho Europeu, foi à cidade “dar apoio”. Aos nazis, claro. Sozinho nas ruas, com os seus criados. É gente desta que está à frente da Europa.

PORTUGAL QUER ARMAR O REGIME NAZI

Portugal enviará cinco canhões Howitzer rebocados para o regime ucraniano. Não são só os canhões que são rebocados, é também Portugal pois está atrelado à NATO. Mas por cá pouco se fala disso. Querem enviá-los à socapa?

MAGALÓPOLE X RÚSSIA. GUERRA TOTAL

Pepe Escobar [*]

Mas é o nosso destino
Não ter onde descansar,
Como mortais sofredores
Cegos caem e desaparecem
De uma hora
Para a outra,
Como a água a cair
De penhasco em penhasco,
para baixo
Durante anos até à incerteza.
Holderlin, A Canção do Destino de Hyperion

A Operação Z é a primeira salva de uma luta titânica:  três décadas após a queda da URSS e 77 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, depois de uma avaliação cuidadosa o Kremlin está a rearrumar o tabuleiro de xadrez geopolítico para acabar com a hegemonia unipolar da “nação indispensável”. Não é de admirar que o Império das Mentiras tenha ficado completamente enfurecido, obcecado em expulsar completamente a Rússia do sistema centrado no ocidente.

Os Estados Unidos e os seus filhotes da NATO não conseguem lidar com a sua perplexidade quando confrontados com uma perda espantosa:   já não têm o direito que davam como adquirido, o do uso exclusivo da força geopolítica para perpetuar “os nossos valores”. Acabou-se a Dominação de Espectro Amplo.

O quadro em micro escala é claro. O Estado Profundo dos EUA está a explorar o Reino Unido no seu gambito ucraniano para camuflar um ataque estratégico à Rússia. O “segredo” era forçar Moscovo a entrar numa guerra intra-eslava na Ucrânia a fim de romper o Nord Stream 2 – e portanto o fornecimento à Alemanha dos recursos naturais russos. Isto acabaria – pelo menos no futuro previsível – com a perspetiva de uma bismarckiana ligação russo-alemã que acabaria por levar os EUA a perderem o controlo da massa terrestre eurasiática que vai do Canal da Mancha ao Pacífico, a favor de um pacto emergente China-Rússia-Alemanha.

Até agora, o gambito estratégico americano funcionava admiravelmente. Mas a batalha está longe de terminada. Os dementes think-tanks neoconservadores /neoliberais dentro do Estado profundo encaram a Rússia como uma ameaça tão séria à “ordem internacional baseada em regras” que estão dispostos a arriscar, se não a incorrer, numa guerra nuclear “limitada” com este gambito. O que está em causa é nada menos do que a perda do domínio mundial anglo-saxónico.

Dominando os cinco mares

Em termos de paridade de poder de compra (PPC), a Rússia é a 6ª maior economia do mundo, logo atrás da Alemanha e à frente do Reino Unido e da França. A sua economia “dura” é semelhante à dos EUA. A produção de aço pode ser praticamente a mesma, mas a capacidade intelectual é muito superior. A Rússia tem aproximadamente o mesmo número de engenheiros que os EUA, mas eles são muito mais instruídos.

A Mossad atribui o milagre económico de Israel, que criou um equivalente ao Vale do Silício, a uma base de um milhão de imigrantes russos. Acontece que este Vale do Silício israelense é um ativo chave do MICIMATT dos EUA (military-industrial-congressional-intelligence-media-academia-think tank complex), como Ray McGovern o nomeou de forma inesquecível.

Os media do NATOstão ladram histericamente que o PIB da Rússia tem a mesma dimensão do PIB do Texas, mas é um disparate. O PPC é o que realmente conta. Isso e a engenharia superior da Rússia é a razão porque as suas armas hipersónicas estão pelo menos duas ou três gerações à frente das dos Estados Unidos. Basta perguntar ao indispensável Andrei Martyanov.

O Império das Mentiras não tem mísseis defensivos dignos desse nome, nem equivalentes ao Sr. Zircon e o Sr. Sarmat. A esfera do NATOstão simplesmente não pode vencer uma guerra, qualquer guerra contra a Rússia devido só a essa razão.

A “narrativa” ensurdecedora do NATOstão de que a Ucrânia está a derrotar a Rússia nem sequer se qualifica como uma piada inócua (compare-a com a estratégia russa “Alcançar e tocar alguém“). O sistema corrupto de fanáticos da SBU misturado com as fações UkroNazi está kaput. O Pentágono sabe disso. A CIA não o pode admitir. O que o Império das Mentiras ganhou, até agora, é uma “vitória” mediática para os UkroNazis, não uma vitória militar.

O General Aleksandr Dvornikov, famoso pela intervenção na Síria, tem um mandato claro: conquistar todo o Donbass, libertar totalmente a Crimeia e preparar o avanço para Odessa e Transnístria, reduzindo o rebotalho da Ucrânia ao status de Estado falhado sem acesso ao mar.

O Mar de Azov – ligado ao Cáspio pelo canal de Don-Volga – já é um lago russo. E o Mar Negro é o próximo, a ligação chave entre as Terras Centrais (Heartland) e o Mediterrâneo. O sistema dos Cinco Mares – Negro, Azov, Cáspio, Báltico, Branco – consagra a Rússia como uma potência naval continental de facto. Quem precisa de águas quentes?

A OTAN prepara-se para uma guerra na sua frente Leste sem as tropas dos EUA

Os Aliados reforçaram a presença avançada da OTAN na Estónia, na Letónia, na Lituânia e na Polónia e montaram uma presença avançada adaptada na região do Mar Negro. Grupos tácticos multinacionais suplementares foram colocados na Bulgária, na Hungria, na Roménia e na Eslováquia.

Segundo Ruslan Kosygin, Vice-Chefe do Estado-Maior geral das Forças Armadas da Bielorrússia, assiste-se a um claro reforço dos efectivos na frente Leste da OTAN, enquanto as tropas dos EUA estacionadas na Europa se retiraram para os Estados Unidos. 

Tudo está pronto para um confronto militar dos Aliados contra a Rússia, mas sem as tropas dos EUA.

Voltairenet.org | Tradução Alva

EUA | Casa Branca adverte para eventualidade de proibição do aborto nos EUA

Vários senadores republicanos já estão a discutir planos para proibir o aborto a partir de um número determinado de semanas de gestação, entre seis a vinte.

O governo dos EUA advertiu na segunda-feira para a possibilidade de uma proibição do aborto a nível nacional se for revertida a proteção jurídica a este direito, como parece indicar uma recente fuga de informação do Supremo Tribunal.

"Acreditamos que há um risco sério", explicou a porta-voz da Casa BrancaJen Psaki, durante a sua conferência de imprensa diária, em resposta a uma pergunta sobre as declarações do líder dos republicanos no SenadoMitch McConnell, que aludiu a essa possibilidade durante uma entrevista ao USA Today.

Mas a preocupação do governo de Joe Biden vai além das possíveis restrições ao direito ao aborto.

Psaki recordou que o governador do Estado do Mississipi, o republicano Tate Reeves, admitiu recentemente proibir alguns tipos de anticonceptivos se finalmente o Supremo Tribunal revogar a famosa sentença do caso designado 'Roe contra Wade', de 1973, que durante décadas protegeu o direito ao aborto a nível federal.

Mississipi é um dos 13 Estados republicanos que já têm leis preparadas para entrar em vigor no caso de o Supremo desproteger o aborto. O Estado vetaria todos os abortos salvo se tivesse havido violação ou se a vida da mãe estivesse em perigo.

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