sábado, 11 de junho de 2022

PISTA TRÁGICA SOBRE OS DOIS DESAPARECIDOS NA AMAZÓNIA

#Publicado em português do Brasil

Indigenista brasileiro e jornalista britânico podem ter sido emboscados por criminosos ligados ao tráfico de drogas, relata fonte indígena. Desaparecidos desde domingo, eles documentavam invasões de terras indígenas, em região que Funai recusa-se a fiscalizar

Elaíze Farias e Eduardo Nunomura, da Amazônia Real | em Outras Palavras

Uma fonte indígena ouvida pela Amazônia Real afirma que o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo Pereira foram vítimas de uma emboscada. Desde sexta-feira (3), essa testemunha faz parte de uma equipe de 13 vigilantes indígenas que circulavam com o jornalista e o indigenista pela região do Vale do Javari, em Atalaia do Norte, no Estado do Amazonas, na fronteira com o Peru. Logo após a notícia do desaparecimento dos dois, no domingo (5), o grupo iniciou as buscas, mas sem sucesso. Os indígenas, segundo a fonte, alertaram sobre os riscos de Bruno e Dom seguirem sozinhos pelo rio Itacoaí.

Dom Phillips, colaborador do jornal inglês The Guardian, e o indigenista Bruno Pereira, que é servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), foram visitar com a equipe de Vigilância da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) a localidade Lago do Jaburu, que fica a 15 minutos da comunidade de São Rafael. O lago também está nas proximidades da Base de Vigilância da Funai no rio Ituí, uma das quatro existentes na Terra Indígena Vale do Javari, que tem 8,5 milhões de hectares.

Pelo relato, por volta das 4 horas do domingo (5), o indigenista e o jornalista avisaram que iriam conversar com o ribeirinho “Churrasco”, presidente da comunidade São Rafael. Dias antes, eles já haviam cruzado com um outro grupo em uma embarcação de 60HP, considerada incomum para navegar em cursos d’água (furos e igarapés) mais estreitos. Este grupo que cruzou com os indígenas fez questão de mostrar que estava armado e fez intimidações. Alertados e preocupados com a situação, os indígenas chegaram a pedir que Bruno, que já foi chefe da Coordenação Regional Vale do Javari e coordenador geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai, não prosseguisse sem segurança. “Aí ele disse: ‘Não, eu vou baixar só, vou baixar cedo, vou pegar eles de surpresa’.” 

Segundo o indígena, Bruno e Dom foram recebidos apenas pela mulher de “Churrasco”, que ofereceu a eles “um gole de café e um pão”. Depois, seguiram viagem em um barco da Funai com motor de 40 HP. Nessa comunidade, haveria uma embarcação de 60 HP, fornecida por narcotraficantes para os ribeirinhos. Com um motor dessa potência, seria muito fácil alcançar o barco do jornalista e do indigenista pelo rio. A suspeita, segundo essa fonte, é que “um traficante mandou o 60 (HP do motor) para lá exatamente esperando a vinda do Bruno, porque com certeza existe informante na cidade (de Atalaia do Norte) e tinha a informação de que o Bruno ia chegar na região”.

A partir daí, o grupo que acompanhava Bruno e Dom iniciaram as buscas partindo desde a última aldeia visitada por eles, “batendo todas as beiras, à procura de tudo o que se possa imaginar de pista” até alcancarem as proximidades do porto de Atalaia. “Tínhamos esperança de encontrar eles, da (localidade) Cachoeira para baixo, amarrados, que tivesse alguma pista, algum ‘pisado’ na beira do rio, para a gente ir rastejando. Mas não achamos nada”, afirma a fonte, que acredita que os dois não tenham sobrevivido. “Se foi aquele pessoal, aqueles pescadores daquela região, não é a primeira vez que fizeram isso.”

Nessas buscas, o grupo avistou um possível local onde pode ter ocorrido a emboscada. É que foi encontrada uma área em que foram retirados volumes de barro de uma parte do igapó, como é costume dos ribeirinhos, para “fazer âncora” no meio do rio. Trata-se de um local estreito, perto da localidade Cachoeira.

Segundo esse indígena ouvido pela Amazônia Real, que falou sob a condição de anonimato por temer por sua vida, já que ele próprio também vem recebendo ameaças, há ribeirinhos que trabalham para os criminosos que atuam nessa conflituosa região no entorno da Terra Indígena Vale do Javari, o segundo maior território demarcado do País. “São 4 cabeças, se não me engano, e todos trabalham com narcotraficantes. Eles pescam para alimentar o narcotráfico. São muito perigosos. Eles foram apreendidos com muito tracajá, pirarucu, que tiraram da área indígena.” Na região, atuam também narcotraficantes peruanos e colombianos.

Agora é oficial: França tem matado civis no Donbass nos últimos dois dias

#Traduzido em português do Brasil

Agora é oficial: as armas francesas Caesar abriram fogo ontem em áreas civis no Donbass e Donetsk. A informação veio do JCCC, o serviço do governo da República de Donetsk, responsável por registrar todos os incêndios ucranianos em áreas civis. Foi então retransmitido pelas autoridades da DPR. Todos os dias, os muito corajosos funcionários deste serviço vão ao local do bombardeio, arriscando suas vidas. Eles geralmente chegam minutos após o bombardeio, com a possibilidade significativa de mais fogo cair na área. Este trabalho é muito meticuloso, com os oficiais coletando sistematicamente os vários pedaços de estilhaços e detritos dos projéteis ou munições para determinar as armas usadas. A hora do tiroteio, as vítimas, suas identidades, os depoimentos dos proprietários dos imóveis atingidos, tudo é cuidadosamente coletado e então inserido em um banco de dados de testemunhos. Dirigindo por Donetsk e Donbass, eles são acompanhados pela Polícia Militar e são eles próprios funcionários do Ministério da Defesa. Desde ontem, eles estabeleceram que as armas francesas estão matando civis na retaguarda da frente de Donbass.

Os detritos da concha falam muito. Detritos são de fato uma pista valiosa para as armas usadas. Para aqueles de nós que costumam ir para a frente, a experiência da natureza dos detritos de conchas é adquirida ao longo do tempo. É então possível reconhecer que tais detritos são provenientes de tais munições e armas. Alguns detritos são muito fáceis de reconhecer, pois são muito específicos, como restos de sistemas Hurricane ou foguetes Grad, outros, como foguetes de morteiro, também são muito característicos. Para os restos de projéteis de canhão, é claro que é um pouco mais complicado. Mas sempre há estilhaços suficientes para reconhecer inscrições que foram impressas nas conchas, ou uma forma particular da cabeça da concha, sem mencionar, é claro, conchas não detonadas, o que não é incomum. Quando os bombardeios terroristas recomeçaram há cerca de 10 dias em Donetsk e nas cidades de Donbass, ficou imediatamente claro que algo novo havia acontecido. Porque nos locais dos ataques da artilharia ucraniana, os mesmos sinais, os mesmos restos e pedaços de estilhaços podem ser encontrados. No entanto, no dia 29 de maio, os impactos não foram nada parecidos com o que já havia sido observado. Após a análise dos especialistas do JCCC, ficou claro que alguns dos projéteis foram disparados por obuses M777 americanos. Levei um pouco mais de tempo para entender a natureza dos projéteis, principalmente conversando com soldados da DPR ou veteranos desse exército. Normalmente os projéteis disparados na cidade, pelo menos o que eu observei, eram projéteis explosivos, espalhando muitos estilhaços ao redor deles. Mas esse não foi o caso dos vários novos impactos que vi. As munições usadas desde aquele dia e até ontem, por esses obuses americanos, são de fato projéteis perfurantes. Eles são, em princípio, usados ​​para atingir posições entrincheiradas, bunkers rígidos ou improvisados ​​e, claro, veículos ou veículos blindados. Ao bombardear áreas civis com esses projéteis, o objetivo é, obviamente, matar civis, mas também destruir o máximo de estruturas e infraestruturas. Esses projéteis causam poucos danos materiais quando caem na rua ou a céu aberto, mas são devastadores quando atingem um prédio, tendo a real capacidade, por sua natureza couraçada, de penetrar melhor nas estruturas, com a devastação que se pode imaginar. Pessoalmente, nunca ouvi falar de tais munições sendo usadas em áreas civis do Donbass no passado. E Deus sabe quanto os ucranianos dispararam em todas as cidades republicanas nos últimos 8 anos. Ao bombardear áreas civis com esses projéteis, o objetivo é, obviamente, matar civis, mas também destruir o máximo de estruturas e infraestruturas. Esses projéteis causam poucos danos materiais quando caem na rua ou a céu aberto, mas são devastadores quando atingem um prédio, tendo a real capacidade, por sua natureza couraçada, de penetrar melhor nas estruturas, com a devastação que se pode imaginar. Pessoalmente, nunca ouvi falar de tais munições sendo usadas em áreas civis do Donbass no passado. E Deus sabe quanto os ucranianos dispararam em todas as cidades republicanas nos últimos 8 anos. Ao bombardear áreas civis com esses projéteis, o objetivo é, obviamente, matar civis, mas também destruir o máximo de estruturas e infraestruturas. Esses projéteis causam poucos danos materiais quando caem na rua ou a céu aberto, mas são devastadores quando atingem um prédio, tendo a real capacidade, por sua natureza couraçada, de penetrar melhor nas estruturas, com a devastação que se pode imaginar. Pessoalmente, nunca ouvi falar de tais munições sendo usadas em áreas civis do Donbass no passado. E Deus sabe quanto os ucranianos dispararam em todas as cidades republicanas nos últimos 8 anos. mas são devastadores quando atingem um edifício, tendo a capacidade real, pela sua natureza couraça, de penetrar melhor nas estruturas, com a devastação que se pode imaginar. Pessoalmente, nunca ouvi falar de tais munições sendo usadas em áreas civis do Donbass no passado. E Deus sabe quanto os ucranianos dispararam em todas as cidades republicanas nos últimos 8 anos. mas são devastadores quando atingem um edifício, tendo a capacidade real, pela sua natureza couraça, de penetrar melhor nas estruturas, com a devastação que se pode imaginar. Pessoalmente, nunca ouvi falar de tais munições sendo usadas em áreas civis do Donbass no passado. E Deus sabe quanto os ucranianos dispararam em todas as cidades republicanas nos últimos 8 anos.

APOIO DOS EUA E DA UE AO REGIME NAZI UCRÂNIANO RESULTA EM BIBLICIDIO

Limpeza étnica em bibliotecas ucranianas

Renan Vega Cantor | Rebelión

A magnitude do bibliocídio é tal que, depois de expurgar os cem milhões de cópias de tudo o que está escrito em russo, o conteúdo das bibliotecas será reduzido pela metade.

"Ser russo é um problema? Mesmo sendo um russo morto? O que está acontecendo na Ucrânia é horrível, e sinto vontade de chorar só de pensar nisso. Mas essas coisas aqui são ridículas."

- Paolo Nori, tradutor italiano.

A limpeza étnica é uma característica do fascismo e de todas as suas variantes de extrema direita em nível planetário. Parte-se do pressuposto de que existem culturas superiores e inferiores e que estas últimas devem desaparecer da face da terra, para que não reste sequer um vestígio de sua presença histórica. Todos os mecanismos de destruição física e simbólica são usados ​​contra culturas proclamadas como inferiores, como legado duradouro da expansão da Europa pelos cinco continentes.

O exemplo mais terrível de limpeza étnica foi promovido pelo nazismo primeiro na Alemanha e depois em todos os territórios que conquistou durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo os dos povos eslavos, começando pelos localizados na então União Soviética. E a limpeza étnica incluiu os judeus, mas não apenas eles como foi estabelecido como a verdade oficial pelo estado sionista de Israel e os criadores da indústria do holocausto (o lobby judaico nos Estados Unidos), mas todos os povos que o nacional-socialismo alemão considerados inferiores, no qual vale a pena mencionar o povo cigano (os ciganos).

Após a experiência nazista, pensava-se com otimismo que a limpeza étnica era coisa do passado e nunca mais seria apresentada como política de Estado. Fora da Europa, sempre continuou a ser realizado em várias partes do mundo, e em grande parte com o apoio da Europa e dos Estados Unidos, em que vários grupos étnicos foram sistematicamente eliminados – isso aconteceu na América Latina com comunidades indígenas, em Brasil, Colômbia, Equador…‒ ou houve tentativas fracassadas de exterminar grupos humanos e expulsá-los de seus territórios ancestrais, como é o caso dos palestinos em Israel ou dos curdos na Turquia.

Apesar do retorno da limpeza étnica na Europa no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, especificamente nos Balcãs, foi falsamente sugerido que esta situação havia sido superada com os bombardeios da OTAN e a interferência dos EUA. a criação de estados etnicamente puros (como foi o caso dos novos países reconhecidos após 1991, incluindo aquela entidade fantasma chamada Kosovo). Dessa forma, os europeus acreditavam que a limpeza étnica não fazia mais parte de sua mentalidade colonialista e imperialista e agora estavam plenamente civilizados, quando o que fizeram foi legitimar uma nova limpeza étnica, consentida por eles, como a dos criminosos que governam ao Kosovo que traficam os órgãos humanos dos seus inimigos étnicos.

Agora, quando a guerra está de volta à Europa, a limpeza étnica dos russos é mais uma vez reivindicada abertamente, como os europeus fizeram por vários séculos e como o nazismo tentou realizar na prática. Essa limpeza étnica predominante na Europa hoje se manifesta como russofobia e adota os mecanismos criminais que são exibidos impunemente desde a Ucrânia, pelas classes dominantes daquele país e reproduzidos por parcelas significativas de sua população, e emulados por grande parte dos europeus. . Não é de surpreender que dos locutores da televisão ucraniana,

Mas o que está acontecendo na Ucrânia, com a complacência da Europa, em termos de demanda por limpeza étnica ‒algo que, aliás, vem sendo realizado desde 2014 nos territórios de população russa da Ucrânia‒ não se limita a exaltar o tradicional procedimentos desta "purificação étnica", como a chamada aberta para matar os russos por serem russos, a proibição da língua russa, a destruição das estátuas da Segunda Guerra Mundial que comemoram a luta contra o nazismo e o sacrifício de milhões de russos, a proibição da leitura de autores clássicos da literatura universal como Fedor Dostoiévski, Alexander Pushkin e grandes compositores de música clássica como Tchaikovsky, proíbem danças tradicionais russas como a balalaica,denegrir a comida russa e forçar que não seja mais escrito nos cardápios oferecidos pelos restaurantes “Russian Salad or Tartar”, mas que seu nome seja alterado para “kyiv Salad”, que a pintura do pintor francês Edgar Degas (falecido em 1917 ) trocar o título de "Dançarinas Russas" pelo politicamente correto de "Dançarinas Ucranianas" e mil coisas ridículas assim, que fariam corar de vergonha os grandes pensadores e humanistas de todos os tempos que nasceram na Europa. isso faria os grandes pensadores e humanistas de todos os tempos que nasceram na Europa corarem de vergonha.isso faria os grandes pensadores e humanistas de todos os tempos que nasceram na Europa corarem de vergonha.

POBREZA EM PORTUGAL CONTRASTA COM RIQUEZA DE “INFIMA MINORIA”

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa, disse, esta sexta-feira, que o empobrecimento da população portuguesa contrasta com o aumento da riqueza acumulada de uma "ínfima minoria" como as petrolíferas e grandes grupos económicos.

"O empobrecimento da larga maioria da população contrasta com o aumento da riqueza acumulada por uma ínfima minoria. A degradação das condições de vida dos trabalhadores e do povo é a outra face da moeda da acumulação de lucros pelos grupos económicos que dominam a economia nacional", afirmou.

Jerónimo de Sousa desafiou ainda a que "eles [governo] que digam que não, que o PCP não tem razão com a realidade que se vive no país, com grandes dificuldades que se adivinham" para o poder de compra dos portugueses.

"É um escândalo que depois vejamos meia dúzia de grupos económicos, meia dúzia de petrolíferas a fazerem fortunas, a amassar fortunas ao segundo, numa demonstração que o capitalismo nunca será a solução para a humanidade", defendeu.

O líder comunista falava no final da X Assembleia da Organização Regional da Guarda, que decorreu durante a tarde de hoje, e onde destacou a "luta pela defesa das soluções para as regiões" como a do interior e a "situação nacional" que o país vive.

"Uma situação em que pesam as consequências de décadas de política de direita e a que se acrescentam o aproveitamento da epidemia, da guerra e das sanções pelos grupos económicos para acumularem lucros à custa da degradação das condições de vida dos trabalhadores e do povo", acusou.

Mas também, acrescentou, "o quadro político marcado pela maioria absoluta do PS, de que emerge o seu compromisso com os interesses do grande capital, e por uma ampla promoção de forças e projetos reacionários".

"A perda de poder de compra em resultado da subida generalizada dos preços dos bens e serviços essenciais é consequência direta do aproveitamento da epidemia, da guerra e das sanções como pretexto para uma espiral especulativa de aumento dos preços e da recusa do Governo em adotar medidas de fixação e controlo de preços e de aumento de salários, reformas e pensões", acusou.

Jerónimo de Sousa afirmou que o Governo "nega-se a reconhecer o agravamento da situação, a existência e a profundidade dos problemas estruturais do país, desvalorizando as suas consequências na vida" dos portugueses.

Também a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, foi alvo de Jerónimo de Sousa, pelas declarações desta quinta-feira, "em relação às taxas de juro que estão já a traduzir os riscos desta realidade concreta".

"A decisão do BCE de aumentar as taxas de referência em 0,25% em julho e o anúncio da consideração de um novo aumento em setembro significam no imediato um sério golpe nos salários e reformas" com "aumentos de custos" na habitação e uma "acrescida dificuldade" no investimento empresarial.

O líder do PCP apontou ainda o dedo às transferências de competências em "áreas tão relevantes" como a educação, saúde e proteção social para as autarquias, "ao mesmo tempo que lhe nega os recursos financeiros necessários" o que "avulta um problema de ainda maior gravidade".

"Pode vir a ser um passo decisivo para o fim do caráter universal dos direitos sociais, na medida em que essa universalidade ficará posta em causa com a dispersão de responsabilidades associada ao agravamento do seu subfinanciamento", advertiu.

Jornal de Notícias

Portugal | CONTRADIÇÕES IRRITANTES

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

O primeiro-ministro (PM) assumiu alguns importantes compromissos com os portugueses, nas áreas do trabalho e da economia, por reconhecer que aí se arrastam problemas crónicos - como é o caso dos baixos salários e da falta de oportunidades para "a geração mais qualificada de sempre" - que bloqueiam o desenvolvimento do país. Todavia, as políticas que vai pondo em prática surgem, cada vez mais, em oposição aos objetivos enunciados.

No passado sábado, o PM afirmou: "nós temos que nos próximos quatro anos conseguir fazer, todos em conjunto, o esforço para que o peso dos salários dos portugueses, no conjunto do produto interno bruto, seja pelo menos idêntico àquele que existe na média europeia, ou seja, subir dos 45% para os 48%, o que implica um aumento de 20% no salário médio do nosso país". Ora, o PM sabe que, se a inflação sobe e não se aumentam os salários, se agravam as injustiças, se reduz a parte dos salários na riqueza produzida e, em regra, aumentam os lucros.

Como é possível chegar àquela meta, se no primeiro dos quatro anos (2022) o Governo impõe, na Administração Pública (AP), um aumento salarial nominal de 0,9%? Como vai conseguir colmatar a falta de quadros altamente qualificados na Administração Central, Regional e Local, a contratação de professores, de médicos e outros profissionais, se nem sequer assegura o poder de compra dos salários no setor público?

António Costa sabe muito bem que, historicamente, as políticas aplicadas na Administração Pública - as salariais e laborais, as de emprego e até as de gestão - são não só um sinal como também o motor das práticas privadas. Por isso, surgiram empresários a acusá-lo de desacerto entre o que diz e o que faz e a aproveitar para lhe dizer que ele anunciou o objetivo, mas "se esqueceu do manual de instruções". Estas contradições minam as condições de envolvimento e de responsabilização das empresas e da sociedade, tão necessárias para a obtenção daquela e outras metas.

Interrogado por jornalistas sobre o que o Governo poderá fazer face ao aumento dos preços dos combustíveis, o PM disse, na passada terça feira: "é preciso ser claro para todos, os preços só vão baixar quando a guerra parar e quando for restabelecida a normalidade no fornecimento de combustível". Ninguém de bom senso ignora os impactos da crise pandémica ou da guerra na Ucrânia, mas todos sabemos que os aumentos dos produtos energéticos têm tido uma forte componente especulativa. O Governo de Portugal acomodar-se a uma inevitabilidade tão questionável é negar o fundamental da ação política que se exige para dar confiança às pessoas e às organizações.

Entretanto, vários membros do Governo, que juram ser contra a austeridade, têm-se ocupado a argumentar que o aumento dos salários podia agravar a inflação. Trata-se de um exercício de dupla negação facilmente identificável: primeiro, a austeridade troikiana teve como primeiro instrumento a desvalorização salarial, objetivo a que se pode chegar por várias vias; segundo, se o trabalho é colocado como potencial fator inflacionário, isso fixa-o exatamente como variável de ajustamento para as políticas macroeconómicas. Tornar-se-á evidente que estão a virar a página para uma nova austeridade.

Precisamos que o Governo abandone este quase negacionismo irritante e seja fator de esperança no futuro.

*Investigador e professor universitário

A 'MERDOCRACIA' ANTERIOR E ATUAL QUE É REALIDADE EM PORTUGAL*

10 DE JUNHO DE 1978: QUANDO A PSP DISPAROU A MATAR PARA PROTEGER FASCISTAS

Numa manifestação de fascistas na baixa de Lisboa, um polícia pôs um joelho no chão e disparou uma G3 contra manifestantes antifascistas. Matou uma pessoa, deixou outra paraplégica e feriu uma terceira. Nunca se fez justiça, pelo contrário, o agente recebeu dois louvores da PSP.

Ricardo Cabral Fernandes | João Biscaia | Setenta e Quatro

ssim que se ouvem os primeiros tiros, as pessoas começam a correr. Fogem por onde podem: entram em lojas, encostam-se às paredes das ruas mais próximas, abrigam-se atrás dos carros. Dezenas de balas atingem fachadas de prédios e corpos humanos. Por trás de quem dispara, uma centena de fascistas avança pela Rua do Loreto, em Lisboa. Vêm do Largo de Camões e a sua marcha é encabeçada por três agentes da PSP fardados. Um deles dispara uma espingarda-metralhadora G3 em direção aos contra-manifestantes antifascistas.

Já lá vão mais de 40 anos, mas esta é a última memória de Jorge Falcato Simões momentos antes de ser atingido por uma das mais de 30 balas de G3 disparadas a 10 de Junho de 1978. “Foi como se tivesse levado com uma tábua no peito, um impacto enorme. Caí logo”, conta. A bala entrou junto ao esterno e fraturou a apófise transversa da 3ª vértebra dorsal, deixando-o paraplégico para o resto da vida. O professor de desenho do ensino secundário tinha 24 anos e a sua filha havia nascido 13 dias antes. 

Jorge Falcato, então militante da União Democrática Popular (UDP), não foi o único a ser atingido por balas disparadas por um agente da PSP. O estudante de primeiro ano de Medicina e ativista da UDP José Jorge Morais foi o segundo a ser baleado com um tiro na barriga, cambaleando e sangrando até ser amparado por três camaradas.

Um dos que o amparou foi José Estarrão. Apoiou-o pelos ombros para, ajudado por outro camarada, o levar até ao elevador da Bica, a poucos metros de distância. Chegados cá baixo, entraram num táxi e levaram-no para o Hospital de S. José. “Quando o deixámos no hospital ele ainda estava consciente. Estava era já mais desfalecido. Sangrava um bocado”, disse o militante da UDP, citado pelo jornal Voz do Povo de 13 de junho, da UDP. “Soube depois, mais tarde, que ele afinal tinha morrido.” José Jorge Morais tinha 18 anos.

Enquanto o estudante de Medicina era levado para o hospital, também Jorge Falcato era ajudado por outros camaradas. “Lembro-me de na altura não ter tido dor nenhuma, pensei que era muito fácil morrer, era só deixar-me ir. Comecei a pensar que tinha uma filha com 13 dias e, a partir daí, soube que se desmaiasse, morria”, recorda. “O esforço que fiz foi o de ficar consciente até chegar ao hospital.” 

Ainda hoje Jorge Falcato se recorda de ter entrado num carro, de deixar sangue nos estofos, de ir com a cabeça no colo de uma camarada, de ter falado com ela o tempo todo, tentando manter-se acordado. Mal chegou às urgências do hospital Santa Maria foi de imediato para a sala de operações. Foi submetido a cirurgias até ficar fora de perigo. 

Nesse dia, um agente da PSP matou a sangue frio uma pessoa e feriu pelo menos outras duas, Jorge Falcato Simões e Dina de Jesus Rodrigues. A investigação da Polícia Judiciária (PJ) não deixou margem para dúvidas sobre qual o agente da PSP responsável pelos mais de 30 tiros contra os manifestantes antifascistas, protegendo os militantes de extrema-direita. Mas, mais de dez anos depois, em 1989, o tribunal absolveu-o. A família de José Jorge Morais e Jorge Falcato nunca viram justiça ser feita. 

O Setenta e Quatro entrevistou Jorge Falcato Simões, consultou o processo judicial e analisou as notícias de jornais da altura. Esta é uma história do que se passou nesse dia, o que o motivou e das razões para o culpado nunca ter sido responsabilizado. E, sobretudo, como voltou a ser derramado sangue num dia há muito celebrado pela extrema-direita: o 10 de Junho, que o vê como "Dia da Raça". 

Angola | Conferencistas Mentirosos e Vigaristas – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Nas eleições de 1992, os partidos da oposição puseram a circular que o Presidente José Eduardo dos Santos era santomense. O PRD, partido que juntava os golpistas do 27 de Maio de 1977 e uns restos da Revolta Activa, pôs a circular a mentira. Os outros seguiram a aldrabice, salvo a UNITA que nunca tocou no assunto. Talvez porque no Planalto Central, no Leste, no Litoral Centro e no Sul circulava entre as populações que Savimbi era zambiano. 

O meu amigo José Cunha Velho era alto funcionário do Registo Civil e eu pedi-lhe uma cópia da certidão de nascimento de José Eduardo dos Santos. Recusou. Mas garantiu-me que ele é angolano, nascido em Luanda. Eu precisava de um papel oficial para a peça jornalística que estava a escrever. Resolvi o problema na Missão de São Paulo, onde o secretário do cartório me mostrou o registo de baptismo de José Eduardo dos Santos, na época era obrigatório para as matrículas no ensino oficial. Publiquei na revista “Sábado” (primeira série) o material e ninguém mais disse que o Presidente da República era santomense. 

A revista “Sábado” (actual) publicou um trabalho jornalístico (VER AQUI) onde o autor prova que Adalberto da Costa Júnior não é engenheiro, nem sequer à civil. O Instituto Superior de Engenharia do Porto onde ele diz que estudou, informou que não consta nos arquivos que Adalberto seja licenciado (engenheiro técnico). A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto também declarou que não consta nos arquivos que Adalberto da Costa Júnior seja licenciado naquela escola superior. 

Confrontado pelos jornalistas, Adalberto da Costa Júnior fez o papel de vítima e disse misteriosamente “eu estudei…”. E insinuou que se trata de um ataque para denegrir a sua imagem, em período eleitoral. Claro que atira com a responsabilidade para cima do MPLA. Há mais de um ano eu consultei a secretaria do Instituto Superior de Engenharia no Porto e fui informado de que o cidadão português Adalberto da Costa Júnior não tinha obtido qualquer grau naquela escola. Comecei a trata-lo por engenheiro à civil. 

Adalberto não fez no Instituto Superior de Engenharia do Porto qualquer bacharelato, licenciatura, mestrado ou doutoramento. Mas como o chefe da UNITA se faz passar por engenheiro, este problema resolve-se com a maior das facilidades. Ele chama os jornalistas e faz distribuir uma cópia do certificado de habilitações. É facílimo. Assim o MPLA fica desmascarado e cai sobre o partido a autoria de um acto repugnante que é caluniar um adversário político para daí obter uma vantagem indevida. 

Venha daí esse certificado passado pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto, que eu garanto, pela fé de quem sou, não existe. Se aparecer e não for tão falso como o Adalberto, desde já assumo o compromisso de entregar a minha carteira profissional e não mais exercer a profissão de jornalista. E, claro, peço desculpa e perdão ao caluniado. 

Luísa Fançony e Guilherme Mogas prestaram relevantes serviços a Angola na área da comunicação social. E já no ocaso das suas vidas profissionais publicaram um livro sobre a Rádio. Ambos foram destacados trabalhadores da Emissora Oficial de Angola (RNA) ainda que nunca tenham sido condecorados com o prémio arrebatado pelo Artur Arriscado. És o maior, camarada! A Luisinha ofereceu-me um exemplar, que agradeço publicamente. Li, reli e voltei a ler. Mogas, Luísa, aceitem a minha gratidão pelo que fizeram pela Rádio da Minha Vida. O Mogas perguntou-me o que achava da obra. E eu respondi: Tu e a Luisinha prestaram-nos um serviço extraordinário, Obrigado. 

O livro inclui depoimentos de trabalhadoras e trabalhadores que serviram a RNA. Um deles, Reginaldo Silva, diz que começou a sua carreira de jornalista com 19 anos, em 1975, na então Emissora Oficial de Angola. Papel cadê? Mostre a carteira profissional.

Um dos buracos da minha vida foi quando liderei uma lista concorrente aos órgãos sociais do Sindicato dos Jornalistas de Angola. A lista adversária, liderada pelo Ventura Martins, era apoiada pelos patrões da comunicação social da época. E nós vencemos! O Bobela Mota era o presidente da Assembleia-Geral, o Antero Gonçalves presidia ao Conselho Técnico e Deontológico. Eu presidia à direcção.

As careiras s profissionais eram emitidas pela Direcção, depois do parecer do Conselho Técnico e Deontológico, Na época existiam apenas 150 jornalistas profissionais em Angola. Eu conhecia-os todos.

O Conselho Técnico e Deontológico só emitia o título profissional aos candidatos que apresentassem uma declaração da empresa que atestava terem cumprido o período de jornalismo tutelado (estágio), uma declaração onde atestavam por sua honra que não exerciam qualquer actividade incompatível com o exercício do jornalismo, nomeadamente publicidade, relações públicas e colaboração em empresas de comunicação e imagem. Os candidatos a profissionais tinham igualmente de apresentar um certificado de habilitações literárias no mínimo a conclusão do ensino médio. E por fim um certificado de registo criminal limpo.

Na época, quem entrava para a profissão tinha de fazer seis meses como candidato a jornalista. Depois um ano de estagiário, findo o qual prestava provas. Se aprovasse, passava a estagiário de segundo ano. No final desse período terminava a fase do jornalismo tutelado. Como não tínhamos profissionais, esses prazos eram encolhidos. 

O senhor Reginaldo Silva não tinha carteira profissional logo não era jornalista. Nem em 1975 nem em 1976. Depois não sei. Mas os assassinos do 27 de Maio e seus apoiantes já nasciam comandante s das FAPLA e profissionais de todas as artes e ofícios. Por isso, pode ser que Nito Aves ou José Van-Dúnem tenham feito dele jornalista. Mas o Sindicato dos Jornalistas, não. 

José Carrasquinha diz que foi jornalista do jornal O Comércio e da revista Notícia. Depois o Chico Simons levou-o para a Rádio. Outro buraco imenso da minha vida foi quando aceitei a responsabilidade de dirigir a informação e chefiar a Redacção da Emissora Oficial de Angola, com António Cardoso e Manuel Rodrigues Vaz. A Reportagem ficou sob a minha responsabilidade. Uns artistas queriam deitar abaixo o Chico Simions. E eu dei-lhe a responsabilidade de coordenar a Reportagem. 

Carrasquinha e outros jovens entraram na Rádio porque decidimos que era preciso levar à antena o Português falado em Angola. O sotaque angolano. Assim se fez. Mas Carrasquinha nunca obteve uma carteira profissional porque não tinha habilitações académicas para isso. Nunca teve carteira profissional. Insinua que está na origem do Kudibanguela. Mentira. O programa Contacto Popular fazia parte da grelha da emissora Voz de Angla. Era realizado por mim, produzido e apresentado pelo Zé Andrade (ZAN) e incluía a rubrica Kudibanguela, espaço de jovens seleccionados pelo Órgão Coordenador das Comissões Populares de Bairro. 

A Voz de Angola foi extinta e eu pedi à Luísa Fançony e ao Horácio da Fonseca, responsáveis pela programação da Emissora Oficial (RNA) para incluírem na grelha o Kudibanguela. Assim se fez. Quando fui para o Diário de Luanda ninguém mais tutelou o trabalho daqueles jovens e os golpistas do 27 de Maio de 1977, criminosamente instrumentalizaram-nos. O Carrasquinha não esteve nunca na rubrica inicial. 

O edifício sonoro do Kudibanguela e o indicativo eram da responsabilidade dos manos Neves (Artur e Fernando). O indicativo foi criado por Artur Neves, na época o melhor sonoplasta da Rádio Angolana e depois emprestado à televisão (TPA). Por favor, não falsifiquem a História Contemporânea de Angola. É quase tão grave como matarem os comandantes do Estado-Maior General das FAPLA. O ministro das Finanças que com Agostinho Nerto criou a moeda nacional Kwanza. E todos os outros, desde os guardas da Emissora Oficial de Angola aos chefes militares e dirigentes políticos de um país em guerra.

O pior está para vir. A partir de agora e por decisão do ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, os assassinos perdoam e desculpam as suas vítimas. Os assassinos e traidores são promovidos a oficiais superiores das forças armadas que traíram. Os que tentaram destruir Angola, são heróis. Os que enfrentaram os golpistas (heroínas e heróis de verdade) foram muito maus. Os dirigentes de hoje têm de pedir desculpa e perdão pela sua maldade. 

Um dia fui apanhado pelo avanço dos mercenários e tropas zairenses, entre Samba Caju e o Lucala. Os nossos comandantes e “faplinhas” resistiram, rechaçando o inimigo. Quando acabaram os combates, saímos do Lucala em direcção a Samba Caju. Nas duas bermas da estrada estavam centenas de corpos. Mulheres, crianças e idosos. Algumas mamãs levavam os bebés às costas e a mesma bala matou os dois. Senhor ministro! Entregue-me as ossadas dessas angolanas e angolanos que só eu chorei e ainda chofro. Quero as ossadas de todos, para lhes fazer um funeral digno. Os abutres, mabecos e hienas deixaram seguramente os ossos. Vá reconhecê-los com os seus técnicos. Se não cumprir, tenha a cuidado com o cão e comigo.

Hoje, miseráveis mentais e leprosos morais da estirpe do motorista do RI20 (Jacques dos Santos), Carlos Rosado de Carvalho, Justino Pinto de Andrade, Reginaldo Silva, Teixeira Cândido ou Filomeno Vieira Lopes vão participar numa conferência intitulada “Processos de Democratização e Desenvolvimento em Angola”. Conclusão antecipada: A democracia angolana só tem pernas para andar com as fogueiras da Jamba e os racistas de Pretória na sombra. Todos a toque de caixa dos assassinos do 27 de Maio de 1977. Deus os criou e o diabo os juntou na Universidade Católica. Os ministros Laborinho e Queiroz são participantes surpresa!

*Jornalista

João Lourenço: "Angola nunca fugiu da observação eleitoral"

Presidente angolano recomendou hoje à União Europeia que "não tenha pressa" para receber o convite para a observação eleitoral, pois a lei estipula que os convites devem ser feitos 30 dias antes da votação.

O Presidente angolano afirmou, esta quinta-feira (09.06), que Angola "nunca fugiu" à observação internacional, aconselhando as entidades interessadas a não terem pressa, pois a lei estipula que os convites devem ser feitos apenas 30 dias antes da votação.  

"Angola nunca fugiu da observação eleitoral. Às vezes fica a ideia de que não se pretende ter nas nossas eleições observadoras quer interacionais quer nacionais, isto não é verdade", frisou João Lourenço durante uma entrevista coletiva com 12 órgãos de comunicação social angolana.

O chefe do executivo angolano aludiu à "grande polémica" em torno do tema, sublinhando que "há organizações e entidades internacionais que, de alguma forma, estavam a forçar que os convites fossem feitos muito antes", do prazo legalmente estabelecido. 

"O que nós fomos dizendo é que a lei estabelece o período em que os convites devem ser feitos. Portanto não tenham pressa porque se fizermos os convites antes estaremos a violar a lei", disse o Presidente, num recado explícito para a União Europeia, que tem manifestado disponibilidade para enviar uma missão eleitoral.

"A União Europeia, por razões que só eles sabem explicar, vem insistindo muito na necessidade, com a devida antecedência de os convites lhe serem dirigidos, essa devida antecedência está estabelecida na lei e temos obrigações de cumprir a lei", destacou o governante.

João Lourenço declarou que a lei de observação eleitoral define claramente as entidades que têm competência para convidar os observadores internacionais - o Presidente da República e a Comissão Nacional Eleitoral, de forma direta, a Assembleia Nacional, o Tribunal Constitucional e os partidos políticos também, indiretamente, submetendo esta intenção à CNE -- bem como os prazos para o fazer.

"Há prazos estabelecidos por lei do início da observação eleitoral que se inicia com a campanha eleitoral, que começa 30 dias antes da votação, em 24 de agosto. O momento que a lei estabelece para dirigir os convites são 30 dias antes da observação eleitoral", disse João Lourenço, acrescentando que já houve eleições com "presença massiva de observadores internacionais".

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