APONTAMENTO A 29 DE JUNHO DE 2022, UM DIA DE CONTRASTES
Martinho Júnior, Luanda
No mesmo dia que em Madrid se iniciou a cúpula da NATO dilatada, cínica, arrogante e inescrupulosa nos seus limites leste europeus, marcada pelo vínculo da sua força-tarefa ukronazi mobilizada para a agressão de há 8 anos a esta parte em função do golpe Euro Maidan, na capital do Turquemenistão, Ashgabade, realizou-se a VIª Cimeira dos Países limítrofes ao Mar Cáspio, garante de paz e prosperidade a ocidente da Ásia Central e vectora das Novas Rotas da Seda para dentro da Ásia Central e Médio Oriente Alargado, em direcção ao Índico, Cáucaso, Mediterrâneo Oriental e Mar Negro.
O contraste é por demais evidente:
. Na Cimeira da NATO para além da depressiva evolução da situação na Ucrânia, a ordem do dia entre ouras coisas marcou o anúncio do aumento de efectivos “ultramarinos” estado-unidenses estacionados na Europa, as sonoras declarações de unidade em torno da provocadora Lituânia enquanto peão na implementação do isolamento de Kaliningrado e a inclusão das até então neutras Suécia e Finlândia, após as conversações com a Turquia, garantindo que em seus territórios será feita a neutralização do PKK, o Partido dos Trabalhadores da Turquia, que galvaniza a rebelião curda;
. Na Cimeira de Ashgabade, os cinco componentes que regem processos comuns de actividades no Cáspio e no seu entorno (Cazaquistão, Turquemenistão, Irão, Azerbeijão e Rússia), na sua VIª Cúpula vão aprofundar os relacionamentos de toda a ordem inerentes à Nova Rota da Seda, bilateral e multilateralmente e garantir ainda mais a segurança de toda essa vasta região e suas circundantes, ainda sob o efeito traumático de 20 anos de presença dos Estados Unidos e da NATO no Afeganistão, que deixou um rasto de miséria, degradação, morte e fome.
A leste a multilateralidade assumida garante a paz, a segurança, a cooperação e a construção dum futuro melhor em torno do Mar Cáspio e a oeste o Pentágono e a NATO que duma forma geral garantem a agressão, o ódio, a exclusão, as tensões e os conflitos em torno dos Mares Negro, Báltico e na porta ocidental do Ártico, assim como em todas as regiões que lhes são periféricas!