segunda-feira, 11 de julho de 2022

UBER VIOLOU LEIS, ENGANOU AUTORIDADES E FEZ LOBI JUNTO DE GOVERNOS

Os mais de 124.000 documentos confidenciais, analisados no âmbito da investigação Uber Files do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, revelam, nomeadamente, o acordo secreto de Emmanuel Macron sobre a plataforma digital.

Os documentos em causa correspondem a um período de cinco anos, em que a Uber era administrada pelo seu cofundador Travis Kalanick. A investigação mostra como a Uber fez lóbi junto de primeiros-ministros, presidentes, bilionários, oligarcas e barões dos media e como os seus executivos estavam perfeitamente conscientes da violação da lei por parte da empresa.

De acordo com o TheGuardian (link is external, o conjunto de arquivos, que abrange os anos de 2013 a 2017, inclui mais de 83.000 e-mails, iMessages e mensagens de WhatsApp, revela ainda que Kalanick não tinha qualquer pudor em pôr os motoristas da Uber em perigo, alimentando uma estratégia que explorava a violência contra motoristas os motoristas da plataforma para promover a imagem da empresa contra os taxistas e os governos que se opunham ao seu negócio.

No contexto de greves de táxi e tumultos em Paris, Kalanick ordenou que os executivos franceses retaliassem, incentivando os motoristas do Uber a realizar um contra-protesto com desobediência civil em massa. Alertado de que isso colocaria os motoristas do Uber em risco de ataques da “extrema direita”, que se infiltrou nos protestos, Kalanick foi perentório: “Acho que vale a pena (…) A violência garante o sucesso”. A mesma receita foi repetida em países como a Itália, Bélgica, Espanha, Suíça, Holanda e Portugal.

De acordo com o The Washington Post, em julho de 2015, Rui Bento, então gestor da Uber em Portugal, tentou capitalizar a violência contra motoristas da Uber. A ideia passava por difundir as informações dos ataques dos taxistas contra motoristas da plataforma digital para “criar uma ligação direta entre as declarações públicas de violência do presidente da ANTRAL (Florêncio Almeida) e estas ações, para degradar a sua imagem pública”.

Angola | INVOCAÇÃO DAS PRIMEIRAS DAMAS

Artur Queiroz*, Luanda

Eu estou de luto. Mas aprendi com o povo do Cangundo, Catumbo e Dambi que a festa mais bela é a da morte. Quando faleceu meu Pai, fui buscar a minha mãe, levei-a para um parque e ali abri uma garrafa de vinho tinto mais ou menos da minha idade. Bebemos, falamos, rimos e também chorámos. A vida é assim. Muito simples, muito directa, muito previsível. 

Angola acolheu o conclave da Internacional Democrata Centrista, uma espécie de coutada dos neonazis. Vieram a Luanda pela mão da UNITA de Adalberto da Costa Júnior, ele próprio dirigente da organização. Um festim. Como temos o mau hábito de reagir só depois da casa roubada, antes que seja tarde vou falar do presidente da instituição protofascista, Andrés Pastrana Arango. Tal como Rafael Marques e o bêbado da valeta, este também é jornalista de brincadeira. Mas sabe mais do que os avençados angolanos, que envergonham toda uma classe profissional.

Este sócio de Adalberto da UNITA foi presidente da Colômbia, entre 1998 e 2002, período mais duro da operação policial contra os sicários e terroristas da UNITA de Jonas Savimbi. Andrés Pastrana Arango era muito burro na escola e na universidade. Mas como seu pai tinha mundos e fundos mais um canal de televisão e outros Media, (também foi presidente da Colômbia) conseguiu um diploma em Direito. Mais valor tem o indígena William Tonet que conseguiu o mesmo diploma numa rifa da feira popular, sendo filho de um pobre. Adiante.

Antes de voos mais altos, Andrés Pastrana Arango candidatou-se a administrador municipal de Bogotá, financiado pelo narcotraficante Pablo Escobar, um bom rapaz que deu preciosa ajuda ao Galo Negro quando a Jamba era um supermercado de drogas. (Leiam o outro texto, antigo, que remeto neste correio). Foi nessa época que aquele galo ofertado a Adalberto da Costa Júnior em Menongue, começou a virar branco!l Era muito pó, muito mandrax, muita papoila processada.

Andrés Pastrana Arango, a meio do seu mandato presidencial (foi eleito em 1998), conseguiu o precioso título de presidente mais impopular da Colômbia. Averbou mais de 85 por cento de opiniões negativas. Adalberto está no mesmo caminho. Mas até 24 de Agosto ainda cai mais uns pontos. Espero que a direcção da UNITA não o impeça de concorrer. Estraga-nos a festa.

Com Andrés Pastrana Arango o desemprego na Colombia subiu para 15 por cento, rebentou as negociações de paz com as FARC, aboliu as políticas sociais, forçou o deslocamento de um milhão de camponeses para os narcotraficantes trabalharem à vontade. Enquanto Andrés Pastrana Arango foi presidente da Colômbia, a produção de cocaína subiu 47 por cento. O supermercado da Janba foi um bom centro de distribuição do produto. Associado ao Presidente Clinton apostou tudo na guerra contra a “guerrilha comunista”.

Angola | Publicadas listas dos candidatos às eleições de 24 de Agosto

As listas dos candidatos às eleições gerais de 24 de Agosto próximo, já foram afixadas pelo Tribunal Constitucional (TC).

As listas em causa estão disponíveis para consulta nas vitrinas do Tribunal Constitucional e no seu site oficial na Internet com o endereço www.tribunalconstitucional.ao, conforme avançou a ANGOP.

A divulgação das listas é uma imposição legal, visando publicitar os candidatos para que os cidadãos conheçam quem vão eleger, visando, igualmente, oferecer a possibilidade de impugnação, pelos potenciais concorrentes, dos processos de candidatura que deram entrada no TC.

A lei eleitoral estabelece que, findo o prazo para a apresentação das candidaturas e antes da sua apreciação pelo Plenário do TC, este órgão tem 48 horas para afixar as listas de candidatos e sua identificação e de mandatários.

Estes últimos podem, no prazo de 72 horas, impugnar a regularidade do processo ou a elegibilidade de qualquer candidato conforme o caso.

Jornal de Angola

Angola | OS PARTIDOS ANÕES E O ESCRITOR INSULTADO

Artur Queiroz*, Luanda

Adalberto da Costa Júnior diz que vamos ter 12 mil assembleias de voto e 25 mil mesas nas eleições de 24 de Agosto. Por isso, deviam existir outros tantos observadores nacionais e internacionais. No mínimo, um por mesa. Se assim fosse, não existia fraude eleitoral! Também declarou o seu regozijo pelo facto de Angola ter convidado o Parlamento Europeu a observar o processo eleitoral angolano. Como a maioria dos parlamentares está muita próxima do nazismo, o líder da UNITA pensa que vai ser o mesmo regabofe protagonizado pela savimbista e máriosoarista Ana Gomes. Está equivocado. Quem vier observar só pode mesmo fazer isso. Se interferir nos assuntos internos do Estado Angolano é recambiado. 

A entrevista ao líder da UNITA ao canal do barqueiro do Douro , Mário Ferreira, é mais do mesmo. O homem quer ser entrevistado, quer dar nas vistas, mas quando lhe dão uma oportunidade repete as mesmas coisas seja a propósito ou a despropósito. Ninguém consegue meter naquela cabeça dura como os pedregulhos do Lépi, que não faz sentido andar há cinco anos gritando que em Angola há fraudes eleitorais. 

Muito menos é aceitável que Adalberto, antes da campanha eleitoral, já esteja a protestar contra a campanha eleitoral. Ainda ninguém conseguiu meter naquela cabeça que vociferar contra os Media públicos adianta tanto como pedir à Nossa Senhora da Ilha do Cabo que lhe dê um nada de inteligência. Por muita vontade que a santinha tenha de lhe dar uma oportunidade, não adianta. Naquela cabeça já só existe areia. Qualquer ideia desaparece num ápice, como a água se esvai nos desertos.

Jonas Savimbi queria o poder a todo o custo. Estava por tudo. Quando as autoridades colonialistas propuseram pagar-lhe o colaboracionismo com o cargo de governador do distrito do Moxico, ele aceitou logo. Tinha ficado por ali, como um qualquer Flecha da PIDE, caso não surgisse um comandante da Região Militar Leste racista e muito cioso do colonialismo. Disse alto e bom som aos seus colaboradores que engendraram a Operação Madeira: Não quero pretos no governo distrital! 

Assim conseguiu ser o grande herói dos portugueses e sócio de Mário Soares. O problema é que a História não se apaga, os factos deturpados acabam por emergir intactos, a verdade acaba sempre por triunfar. Hoje sabemos que o chefe do Galo Negro andava a pedinchar botas de cano alto e um bom creme para os pés, ao capitão que comandava a companhia de artilharia de Cangumbe. Grande líder africano! Adalberto está uns furos abaixo do criminoso de guerra. Nunca a UNITA desceu tão baixo. Com Samakuva ainda era uma espécie de covil dos assassinos ao serviço do colonialismo e do regime de apartheid. Agora nem isso.

Angola | Memorial Agostinho Neto acolhe velório de José Eduardo dos Santos

O Memorial Dr. Agostinho Neto, em Luanda, recebe, a partir desta segunda-feira (11.07), os angolanos que quiserem prestar homenagem ao ex-Presidente José Eduardo dos Santos, que morreu na sexta-feira, em Barcelona.

O governo decidiu criar, em todas as províncias, locais para velórios públicos enquanto se aguarda a marcação de uma data para as exéquias do ex-chefe de Estado.

Em Luanda, foi escolhido o Memorial Dr. António Agostinho Neto, onde será instalada uma tenda com a fotografia de José Eduardo dos Santos, para acolher o ato principal das homenagens.

O Memorial Dr. António Agostinho Neto, também conhecido como o Foguetão, é um monumento que homenageia o primeiro Presidente da República de Angola e foi inaugurado em 17 de setembro de 2012, por José Eduardo dos Santos.

Com uma área de 18 hectares, tem um bloco central que alberga o sarcófago onde repousam os restos mortais de Agostinho Neto, que morreu em Moscovo, em 10 de setembro de 1979.

Além do antigo foguetão de 120 metros de altura, o Memorial conta com um museu, galeria de exposições, salas multiusos, biblioteca e um centro de documentação.

Luto nacional de sete dias

Angola estar em luto nacional por sete dias, o que significa que nas instituições públicas as bandeiras estão colocadas a meia haste.

Estão igualmente proibidos eventos políticos, desportivos e culturais, o que obrigou já ao cancelamento dos comícios que quatro partidos angolanos tinham agendado para sábado, bem como o adiamento de festivais, espetáculos musicais e encontros que estavam previstos para a próxima semana.

O governo angolano declarou que pretende fazer um funeral de Estado em Luanda, decisão a que se opõe uma das filhas mais velhas, Tchizé dos Santos, afirmando que essa não era a vontade do pai e que José Eduardo dos Santos não queria ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poder.

Em relação à chegada do corpo a Luanda, o ministro da Administração do Território e porta-voz da comissão multisetorial para as cerimónias fúnebres, disse ser "prematuro" avançar informações sobre o assunto.

Delegação do Governo em Espanha

Falando à imprensa angolana, Marcy Lopes adiantou que se encontra em Barcelona uma delegação do executivo, com a presença do ministro das Relações Exteriores, Téte António, a interagir com a família do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, para se chegar a um entendimento.

O ex-Presidente de Angola José Eduardo dos Santos morreu na sexta-feira (08.07), aos 79 anos, numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento.

Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola, em 1979, e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, pontuada por acusações de corrupção e nepotismo.

Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no governo desde que o país se tornou independente de Portugal em 1975.

Deutsche Welle | Lusa

Angola | O PODER DA PALAVRA E A PALAVRA DO PODER

Artur Queiroz*, Luanda

A Constituição da República em vigor desde 2010, consagra o regime presidencialista e pôs fim ao período de transição, iniciado com o Acordo de Bicesse. Os críticos da Lei Fundamental dizem que o Presidente da República tem demasiados poderes e isso é mau para a democracia. Eu prefiro destacar a aposta do Legislador na estabilidade política. 

Entre 1975 e 1991, os presidentes tinham o poder todo mas como não existia estabilidade política, só tinham o poder de dirigir a luta contra os invasores estrangeiros. Tudo o resto era letra morta. Entre 1991 e 2010 o Presidente José Eduardo partilhava o poder com o Governo e Assembleia Nacional. Mas de nada lhe serviu esse poder, porque foi preciso enfrentar a rebelião armada de Jonas Savimbi e da UNITA. Um caso de polícia que exigiu a participação total das Forças Armadas Angolanas. Sem estabilidade política, de nada serviu o regime semi-presidencialista.

Em 2010, esse problema crónico ficou resolvido com a mudança de regime, consagrada na Constituição da República. Confesso que não estrou preocupado com isso de termos um Presidente com demasiados poderes. Porque a Assembleia Nacional é um poder poderosíssimo. São as deputadas e os deputados que decidem quem é o Presidente da República. Tarefa que tem sido fácil porque o MPLA averba maiorias qualificadas. Mas se apenas existirem maiorias simples, o Presidente da República e titular do Poder Executivo depende de uma negociação que garante uma base de sustentação alargada e a indispensável estabilidade política.

O grande poder do Presidente da República é a palavra. Agostinho Neto usou-a com uma mestria inigualável. Quando disse aos quadros angolanos TODOS PARA O INTERIOR fez tremer o poder colonial. Ao definir, na célebre conferência da Universidade de Dar es Salam QUEM É O INIMIGO, derrubou muros, paliçadas, aduelas que delimitavam quintais e quintalões, salas de festas e salões. O cerco interno e internacional ao MPLA, em 1974, tornou-se de tal forma perigoso que Neto proclamou a RESISTÊNCIA POPULAR GENERALIZADA. A tenaz das tropas invasoras ia apetando no Norte e Sul de Angola. Agostinho Neto avisou: Somos milhões e contra milhões, ninguém combate!

Os inimigos externos foram postos em sentido quando Agostinho Neto disse no Estádio da Cidade: A nossa luta continua na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul. Angola é trincheira firme da revolução em África. 

Neto não tinha poder para governar, só para lutar contra os inimigos internos e externos. Faltavam-nos quadros, superiores e intermédios, técnicos especializados. Faltavam as máquinas e quem as operasse. Estava destruída a rede de produção e distribuição. Agostinho Neto não cruzou os braços e impôs o seu programa de governo: Em primeiro lugar temos de resolver os problemas do Povo! Ainda hoje essa palavra ecoa em Angola. O Poder da Palavra é tremendo, ninguém o trava.

Angola | Presidente da República rende homenagem a José Eduardo dos Santos

O Chefe de Estado, João Lourenço, rende, hoje, a partir das 10 horas, homenagem à figura do ex-Presidente José Eduardo Santos, na Praça da República, adjacente ao Memorial António Agostinho, na nova Marginal de Luanda, com a abertura do livro de condolências.

No livro de condolências, João Lourenço escreveu: "neste momento de dor e consternação os angolanos choram o Presidente José Eduardo dos Santos, que nos momentos mais difíceis do país, entregou-se por inteiro na defesa da Independência e da Soberania Nacional".

"Vemo-nos e honramos a sua memória defendendo e perpetuando a sua maior obra, a paz e Reconciliação Nacional", sublinhou o Chefe de Estado.

Por fim, João Lourenço manifestou à família os mais profundos sentimentos de pesar.

Na sequência, assinaram, também, o livro de condolências o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos,  Juízes dos Tribunais Superiores, ministros de Estado, Titulares do Poder Executivo, entre outras personalidades

Xavier António | Jornal de Angola

Portugal | O PORTO NÃO TEM HABITAÇÃO SOCIAL A MAIS?

Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

No dia 4 escrevi no JN um texto - "O apartheid habitacional da IL" em que, citando um discurso do deputado Carlos Pinto, da IL, na Assembleia da República, que considerou que os pobres não têm direito a viver nas Avenidas Novas de Lisboa, dava vários exemplos que demonstravam que esta política elitista é, exatamente, aquela que é seguida por Rui Moreira no Porto. No passado dia 6, num texto intitulado "O Donbass habitacional da CDU", o vereador Ricardo Valente procurou responder-me.

Como, reconhecidamente, a habitação social não é a sua especialidade (a "sua praia" é mais o fomento do alojamento local), creio que a sua resposta se deveu ao facto de, apesar de "independente", ter sido candidato da IL à Assembleia da República.

Em suma (e esquecendo os indigentes impropérios da cassete anticomunista), o dr. Valente afirma que o Porto tem habitação social a mais e mais habitação social do que municípios liderados pela CDU. Papagueando números que esquecem as razões históricas que levaram o Porto a ter a maior percentagem de habitações municipais do país. E que se deve ao facto de, principalmente nas décadas de 50 e 60, milhares de habitantes terem sido retirados das ilhas no centro do Porto e afastados para bairros municipais na periferia - que, então, eram as freguesias de Campanhã, Paranhos, Ramalde e Lordelo do Ouro. Com o pretexto da resolução de problemas de insalubridade, mas com o objetivo claro de libertar terrenos apetecíveis do ponto de vista do mercado para a construção de habitação para ricos e edifícios de serviços.

Mas, e isso o dr. Valente não consegue entender, o problema é o da realidade que se vive no Porto. Realidade feita de pessoas e das condições em que vivem. Rui Moreira governa o Porto há nove anos. Durante este período, a câmara foi entregando, anualmente, 200 a 300 casas municipais a novas famílias. Mas, durante esses nove anos, a lista de famílias selecionadas pela câmara como tendo direito a habitação social, manteve-se, apesar das entregas, nas 1000 famílias!... Ou seja, todos os anos há 200 a 300 famílias que engrossam a lista dos que necessitam de habitação social (e não são famílias que vieram para o Porto em busca de habitação social, dado que este direito só é concedido a quem, comprovadamente, viva na cidade há pelo menos quatro anos). Tal deve-se ao facto de, em Portugal, e no Porto em particular, se empobrecer trabalhando (ao mesmo tempo que se liberalizam as rendas e se facilitam os despejos). O que se comprova pelo facto de os rendimentos médios destes agregados familiares (dados de 2019) ser de 645,48€, sendo o rendimento per capita de 292,25€! Ou seja, famílias que, sem rendas sociais, não conseguem arranjar casas dignas no mercado habitacional do Porto...

Naturalmente que compete à Administração Central cumprir o imperativo constitucional de garantir habitação aos portugueses. Mas a Câmara do Porto assinou protocolos com o Governo que lhe garantem, para este objetivo, cerca de 90 milhões de euros. Ao não os aplicar em habitação social, Rui Moreira sabe que está a condenar milhares de portuenses a migrarem para outros municípios ou a resignarem-se a viver em condições habitacionais indignas. Implementando a ideologia defendida pela IL: o mercado é que define as cidades e dita que o Porto não é para pobres...

*Engenheiro

Portugal | Mais de 80 concelhos de 10 distritos em perigo máximo de incêndio

Em causa estão os distritos de Bragança, Vila Real, Braga, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Portalegre, Beja e Faro.

Portugal continental entrou esta segunda-feira em situação de contingência devido às previsões meteorológicas para os próximos dias, com mais de 80 concelhos de 10 distritos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o IPMA.

Em perigo máximo estão mais de 80 concelhos dos distritos de BragançaVila RealBragaViseuGuardaCoimbraCastelo BrancoPortalegreBeja e Faro.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou também vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental em perigo muito elevado e elevado de incêndio rural.

Devido às previsões meteorológicas dos próximos dias que apontam para o agravamento do risco de incêndios rurais, Portugal continental entrou esta segunda-feira à meia-noite em situação de contingência.

A declaração da situação de contingência começou às 00h00 desta segunda-feira e deverá terminar às 23h59 de sexta-feira, mas, como já indicou o Ministério da Administração Interna (MAI), poderá "ser prolongada caso seja necessário" e "não exclui a adoção de outras medidas que possam resultar da permanente monitorização da situação".

Portugal | MAR DE CHAMAS


 Henrique Monteiro | Henricartoon

PORTUGAL MAIS JOVEM. COVID MATA MILHARES DE IDOSOS E FRAGILIZADOS

Segundo o Conselho Nacional de Saúde, em 2020, registou-se um excesso de cerca de 12 mil óbitos, comparando com o número médio de mortes observadas entre 2016 e 2019.

A mortalidade por Covid-19 nos idosos levou a um rejuvenescimento da estrutura etária em Portugal, onde se registou um excesso de 12 mil mortes em 2020, avança um relatório do Conselho Nacional de Saúde (CNS) esta segunda-feira divulgado.

"O facto de os indivíduos mais velhos terem sido os mais atingidos pela mortalidade por Covid-19 tem um impacto nas tendências de envelhecimento da população. No curto prazo, regista-se um certo rejuvenescimento da estrutura etária - não por aumento da natalidade, mas por decréscimo da sua população mais velha - e uma diminuição do índice de longevidade", adianta o relatório "Pandemia de Covid-19: Desafios para a saúde dos portugueses".

Segundo o documento deste órgão independente de consulta do Governo, em 2020, primeiro ano da pandemia, registou-se um excesso de cerca de 12 mil óbitos, comparando com o número médio de mortes observadas entre 2016 e 2019.

"Este excesso de mortalidade iniciou-se logo no mês de março de 2020, continuando ao longo dos restantes nove meses desse ano, e nos meses de janeiro, fevereiro e de julho a dezembro de 2021, ainda que com menor expressão", adianta o documento do CNS presidido por Henrique Barros.

Em 2020, as regiões com maior excesso de mortalidade, comparando com a média de 2016-2019, foram o Norte, com 154 óbitos por 100 mil habitantes, o Alentejo (144 mortes) e a Área Metropolitana de Lisboa (106 mortes).

"Se o excesso de mortalidade observado em março e abril e de outubro em diante coincidiram com os picos de incidência da infeção (primeira, segunda e início da terceira vaga), o excesso de mortalidade sentido no final de maio e entre julho e agosto de 2020 não coincidiu com incidências elevadas no país", revela o documento.

EUA CONSIDERA-SE DONO DO PLANETA TERRA, DA LUA E DO ESPAÇO?

COM FALSIDADES ACUSA A CHINA DE VIOLAR “PROPRIEDADES ESPACIAIS  DOS EUA”

O Império Decadente não aprende que está em queda, como vimos historicamente acontecer a outros impérios. Em estertores finais tenta compor teias contra outros países recusando ver-se ao espelho, esforçando-se por disfarçar com recheio de desonestidades as suas evidentes fraquezas, a sociedade corrupta, corporativista, cartelista, mafiosa, criminosa, belicista. Tudo isso que constantemente exibe aos olhos dos outros países e povos. Afinal o indesmentível Império do Mal é representado pelos EUA em inúmeras manifestações com que assola e persegue vários países do mundo. É exatamente isso que o conduzirá á sua derrocada. Como dizia o velho celta Brennus (do latim): “ai dos vencidos”. De Asia Times podemos ler a seguir, sem sofismas.. Para bom entendedor..(PG)

NASA alerta China tentando dominar a Lua

Pequim usando estratégia de fatiamento de salame, semelhante aos movimentos nos mares do sul e leste da China, embora afirme que a Lua é ilegal sob a lei espacial

O administrador da NASA, Bill Nelson, expressou recentemente preocupação com os objetivos da China no espaço, preocupando-se em particular que a China, de alguma forma, reivindique a propriedade da Lua e impeça outros países de explorá-la.

Em entrevista a um jornal alemão , Nelson alertou: “Devemos estar muito preocupados com o fato de a China estar pousando na Lua e dizendo: 'É nosso agora e você fica de fora'” .

Essa briga entre o administrador da NASA e funcionários do governo chinês ocorre em um momento em que ambas as nações estão trabalhando ativamente em missões à Lua – e a China não tem vergonha de suas aspirações lunares.

Em 2019, a China se tornou o primeiro país a pousar uma espaçonave no lado oculto da Lua. Nesse mesmo ano, a China e a Rússia anunciaram planos conjuntos para alcançar o Pólo Sul da Lua até 2026. E algumas autoridades chinesas e documentos do governo expressaram intenções de construir uma Estação Internacional de Pesquisa Lunar permanente e tripulada até 2027 .

Há uma grande diferença entre a China – ou qualquer outro estado – estabelecer uma base lunar e realmente “assumir” a Lua.

Como dois estudiosos que estudam a segurança espacial e o programa espacial da China, acreditamos que nem a China nem qualquer outra nação provavelmente dominará a Lua em um futuro próximo. Não é apenas ilegal, mas também tecnologicamente assustador – os custos de tal empreendimento seriam extremamente altos, enquanto os possíveis retornos seriam incertos

O OCIDENTE, A NATO E A CHINA

Um novo mundo!

Carlos Matos Gomes [*]

O documento que saiu da cimeira da NATO de Madrid coloca a questão central da definição do “Ocidente”, que é a referência à entidade ao serviço de cujos interesse a aliança militar age; e dos valores ocidentais, aquilo que constitui o núcleo que identifica e distingue os ocidentais dos outros grandes grupos políticos, militares e económicos.

Contém uma frase decisiva, que os líderes europeus deviam esclarecer. O comunicado salienta enfaticamente: “as ambições e políticas coercitivas da República Popular da China desafiam nossos interesses, segurança e valores”.

Presume-se que os valores são os valores ocidentais. Seria importante para os cidadãos dos Estados que fazem parte da NATO, os que vão pagar as consequências destas afirmações, saber quais são para a “cúpula” da NATO representada pelo seu secretário-geral os “nossos valores” e até o que entende NATO por Ocidente.

Estes comunicados são do tipo dos textos bíblicos, exigem uma exegese, porque deliberadamente partem de afirmações que consideram dogmas, logo fora de qualquer crítica ou dúvida, ou até de confrontação com a razão. A partir de construções, nunca explicitadas, desenvolvem uma doutrina que serve para justificar interesses, que se transformam em valores.

Temos de nos entender sobre aquilo que pagamos e em última instância nos pode obrigar a lutar e a morrer.

Originalmente a expressão Ocidente indicava a separação do Império Romano entre a parte ocidental latina e a parte oriental, dominada pelos gregos. O cisma do cristianismo de 1054 também reforçou diferença e causou diferenças determinantes na estrutura social, nas formas dominantes de poder . Por exemplo, a Rússia e a Bulgária foram convertidas a partir de Constantinopla e faziam parte do “Oriente” (há poucos anos a Bulgária foi transferida para o Ocidente com a entrada na NATO e a Rússia foi expulsa da Europa, para onde entraram os Estados Unidos e o Canadá, antigas colónias inglesas, mas já não as antigas colónias espanholas e portuguesas da América — a NATO é uma criação anglo-saxónica!).

Existem várias definições para o Ocidente, a clássica assente na religião e cultura, uma outra que remete para as potências dominantes desde a época colonial, a da dos países da NATO durante a guerra fria, a que se juntaram os que têm suas raízes históricas e culturais ligadas à Europa, a Austrália e a Nova Zelândia, antigas colónias inglesas, mas até o Japão e a Coreia, e ainda Israel.

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