domingo, 9 de outubro de 2022

Portugal | CARROS DE LUXO


Henrique Monteiro | Henricartoon

Portugal | CONCERTAÇÃO SOCIAL: UM ACORDO À MEDIDA DO GRANDE PATRONATO

A CGTP-IN critica o acordo de Concertação Social, considerando que vai contribuir para «encher os bolsos ao grande patronato, ao invés de pôr a pagar quem mais tem».

O acordo, alcançado entre o Governo, a UGT e o grande patronato, deverá contemplar propostas que incluem, nomeadamente, aumentos salariais de 5,1% em 2023 e 4,8% no ano seguinte, o aumento do salário mínimo nacional dos actuais 705 para 760 euros em 2023, para além de um largo conjunto de benefícios fiscais no IRC que, segundo a CGTP, deixam «intocáveis os milhões de euros de lucros do grande capital».

A CGTP, independentemente de algumas medidas fiscais em sede de IRS irem ao encontro do que há muito reivindica, considera, por um lado, que «os referenciais propostos pelo Governo discutidos, agora em 2022, fazem com que no final de 2023» os trabalhadores tenham um menor poder de compra do que tinham em 2021. Por outro, que o aumento proposto de 5,1% contrasta com «uma inflação acumulada em 2022 e 2023 superior a 11%».

Sobre o salário mínimo nacional, a central sindical considera que, se o Governo mantivesse a intenção de aumento real que o PS tinha prometido no seu programa eleitoral, o salário mínimo deveria ser «superior a 810 euros em 2023», considerando que o aumento de alguns produtos ultrapassa os 20%. «Quando o leite aumenta mais de 15%, o pão perto de 10%, os 760 euros propostos pelo Governo (que em termos líquidos são 677 euros), significam o agravamento das dificuldades».

A Intersindical chama ainda a atenção para o facto de os aumentos no sector privado não se fazerem por decreto, mas serem fixados pela contratação colectiva. Nesse sentido, ao manter a norma da caducidade da contratação colectiva e os bloqueios que permitem a chantagem patronal, o Governo «impede a concretização do objectivo da valorização dos salários na contratação colectiva», denuncia.

A CGTP-IN reivindica 850 euros para o salário mínimo nacional em Janeiro de 2023, considerando a necessidade que se coloca de garantir o acesso a «bens e serviços básicos».

AbrilAbril

Portugal | IGREJA: PURIFICAÇÃO OU MORTE

Inês Cardoso* | Jornal de Notícias

Não haveria motivos para nos surpreendermos com a escalada de denúncias e casos de abusos sexuais na Igreja portuguesa. Não somos diferentes de outros países, exceto na demora em começarmos a mexer nas feridas. O que surpreende, depois de tantas mudanças introduzidas neste pontificado, depois de tantas histórias de horror e de tantos relatórios exaustivos, é ouvir as desculpas esfarrapadas com que alguns dos nossos bispos reagem às notícias de encobrimento.

O drama dos abusos sexuais não se conjuga no passado. A não denúncia continua a encontrar justificações no presente, como se pudesse haver alguma hesitação na investigação judicial e punição dos responsáveis. E perceber a ignorância quanto ao enquadramento legal dos crimes e total falta de empatia com as vítimas assusta e faz duvidar da vontade da Igreja portuguesa em levar a sério o trabalho de apuramento de toda a verdade.

A Igreja Católica viveu demasiados séculos mergulhada numa insistência obsessiva nos temas morais e na culpa. Houve mais morte do que ressurreição, mais pecado do que acolhimento, mais olhares presos ao chão do que erguidos para o alto. A submissão como estratégia de poder e de hierarquização foi sendo desconstruída à medida que as certezas dogmáticas foram substituídas pela dúvida e sobretudo pela liberdade de escolha. A fé hoje já não é um ato cego. É uma opção de quem acredita em acreditar, para recorrer à expressão de Gianni Vattimo.

Aqui chegados, à Igreja já não é permitido que hesite um segundo que seja no tema dos abusos sexuais. Em defesa das vítimas, sempre e acima de tudo. E em respeito por aqueles que continuam a acreditar e a confiar no seu trabalho, dentro da fé ou fora dela. Do setor social ao voluntariado, o braço da Igreja toca nos quatro cantos do país. Toca em milhões de vidas. Ou consegue purificar-se, separando com firmeza o trigo do joio, ou acabará por morrer asfixiada pela sua própria podridão.

*Diretora

SOMA E SEGUE. ORNELAS E A PEDOFILIA DA IGREJA EM PORTUGAL TAMBÉM

José Ornelas investigado em segundo caso de alegado encobrimento de abusos sexuais

Além da situação que envolve dois padres italianos em Moçambique, jornal Público avança notícia de nova investigação ao Bispo de Leiria-Fátima sobre um padre português que pertenceu à Congregação do sagrado Coração de Jesus, a que D. José Ornelas presidiu

O bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Ornelas está a ser investigado pelo Ministério Público (MP) num segundo caso de alegado encobrimento de suspeitas de abuso sexual de menores. A notícia é avançada este domingo pelo jornal Público e o novo caso envolve um padre ligado à Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus a que D. José Ornelas presidiu. Há 7 anos, o MP investigou o padre em causa, mas arquivou o processo. Porém, a denúncia agora apresentada ultrapassa o caso arquivado.

“Além do inquérito aberto no DIAP de Lisboa, o MP de Braga deu início a uma investigação ao bispo”, avança o jornal, citando fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR). A primeira situação envolvia dois padres italianos em Gurué, na província moçambicana da Zâmbia, em 2011. Caso que que está a ser investigado pelo DIAP.

A nova investigação diz respeito ao padre português, Abel Maia, de Fafe, que pertenceu à Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus até 2014 e foi afastado da diocese de Braga por decisão do Papa Francisco, adiantou ao Público o cónego João Paulo Alves, chanceler da própria diocese e que instruiu o processo levado ao Vaticano.

Expresso

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CRISE FINANCEIRA: ATÉ O FMI TEME O PIOR

Yanis Varoufakis, no The Atlantic | em Outras Palavras | Tradução: Vitor Costa

Subitamente — e contra todos os prognósticos — o xerife da ordem econômica capitalista condenou o novo favor do governo inglês aos super-ricos. Turbulências sugerem: um novo repique da crise global aberta em 2008 pode estar próximo

#Publicado em português do Brasil

Em 30 de setembro, o Fundo Monetário Internacional assustou os mercados e surpreendeu os comentaristas ao repreender o governo conservador do Reino Unido por irresponsabilidade fiscal. O choque foi evidente. A crítica do FMI ao governo de uma grande economia ocidental é como um zelador repreendendo o proprietário por colocar em risco o valor avaliado do prédio. Essa sensação de inversão da ordem usual das coisas foi ainda mais nítida porque, não esqueçamos, foram os conservadores britânicos, sob a rígida liderança de Margaret Thatcher, que ditaram a regra sobre a probidade fiscal como alicerce do neoliberalismo. O FMI passou mais de quatro décadas impondo essa ortodoxia a governos em todo o mundo.

Como numa tentativa de amplificar a agitação que certamente causaria, o comunicado do FMI chegou a censurar o governo britânico por introduzir grandes cortes de impostos (agora parcialmente cancelados após a intervenção do Fundo), porque eles iriam principalmente “beneficiar os que ganham mais” e “provavelmente aumentar a desigualdade”. Os conservadores leais à sitiada nova primeira-ministra da Grã-Bretanha, Liz Truss, os republicanos mais vigorosos dos EUA, analistas econômicos internacionais e até mesmo alguns de meus camaradas de esquerda ficaram brevemente unidos por uma perplexidade comum: desde quando o FMI se opõe a mais desigualdade? Seria difícil identificar um único “programa de ajuste estrutural” do FMI que não aumentou a desigualdade. Se duvidar, pergunte à Argentina, Coreia do Sul, Irlanda ou Grécia (onde fui ministro das Finanças e tive que negociar com o FMI) sobre as restrições associadas a seus empréstimos. Os burocratas intransigentes do Fundo teriam passado por um momento como o da “estrada de Damasco”?

Três teorias surgiram sobre os motivos do FMI para se opor aos cortes de impostos do Reino Unido para os ricos. Uma delas é que o conselho do Fundo temia que a instituição tivesse dificuldade para arrecadar dinheiro suficiente, se Londres viesse a solicitar um resgate. Outra teoria, expressa pelo ex-secretário do Tesouro dos EUA, Larry Summers, é que o FMI agora entendia que deveria mostrar imparcialidade em suas negociações com países ricos e pobres. “Quando há uma situação de crise ou políticas manifestamente irresponsáveis, é meio natural que o FMI faça algum tipo de registro”, disse Summers ao Financial Times, acrescentando: “Não acho que o FMI deva distinguir entre acionistas ricos e seus acionistas de mercados emergentes”.

Uma terceira teoria seguiu a lógica da conversão paulina, sugerindo que a declaração do FMI condenando as doações do governo Truss para os ultrarricos poderia marcar uma mudança radical na instituição sediada em Washington. De acordo com essa visão, o FMI estava percebendo que para salvar a ordem liberal internacional dos vários populistas autoritários ascendentes no mundo – como Donald Trump, Giorgia Meloni, Marine Le Pen, Viktor Orbán, Narendra Modi e Jair Bolsonaro – era preciso mudar sua missão para uma direção mais social-democrata.

Os EUA estão empurrando o mundo para um choque de grandes potências nucleares

Valery Kulikov | Internationalist 360º

Com suas ações nos últimos meses, os Estados Unidos estão empurrando descaradamente a situação internacional para um confronto de grandes potências nucleares. Isso vale para os movimentos descaradamente provocativos de Washington contra a Rússia e a China.

#Traduzido em português do Brasil

Autoridades dos EUA continuam a inflamar a situação, intimidando a si mesmos e o público mundial com “ameaças nucleares imaginárias” da Rússia, espalhando informações falsas. Por exemplo, durante um discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente dos EUA, Biden, citou citações inexistentes de Putin. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, chamou de “indecente” que o presidente dos EUA, Joe Biden, citou falsamente o líder russo Vladimir Putin quando ele “atribuiu” ao presidente russo que “nosso país ameaça o mundo com armas nucleares”. Segundo ela, alguém se aproveitou da incapacidade do chefe da Casa Branca para refletir sobre assuntos difíceis.

As ações anti-russas de Joe Biden e membros de seu governo são agora duramente criticadas por vários políticos e meios de comunicação dentro e fora dos EUA. O presidente dos EUA foi duramente criticado em particular pelo observador político da Fox News, Tucker Carlson, que  disse  que Biden era culpado de querer destruir a Rússia por causa da hegemonia americana no mundo.

O presidente russo, Vladimir Putin, lembrou repetidamente ao público russo e internacional em seus recentes discursos que Washington está pressionando Kiev a transferir as hostilidades para o território russo e recentemente recorreu à chantagem nuclear. “Washington, Londres e Bruxelas estão pressionando diretamente Kiev a transferir as hostilidades para nosso território, e já estão dizendo abertamente que a Rússia deve ser derrotada por todos os meios no campo de batalha, seguida pela privação da soberania econômica, política, cultural e de qualquer tipo. , e a pilhagem completa de nosso país”, disse o líder russo em um discurso televisionado em 21 de setembro.

OS PIDES DE ZELENSKY SÃO TORTURADORES DA PAZ – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Centro para as Liberdades Civis, uma secção da pide do Zeklensky, foi galardoado com o prémio nobel da paz. Os amos ocidentais dizem que defende os direitos humanos e é liderado pela advogada ucraniana Oleksandra Matviichuk. Foi fundado em Kiev, em 30 de Maio de 2007. Em 2014, os nazis deram um golpe de estado ao presidente eleito. Desde então, os pides de Zelensky mataram 37.000 civis no Leste da Ucrânia. Ninguém conhece uma intervenção pública da organização. 

O Batalhão Azov matou milhares de pessoas inocentes. Oleksandra Matviichuk nunca se pronunciou sobre esta mortandade. Então por que recebeu o prémio nobel da paz? Porque ajudou os serviços secretos dos EUA, do Reino Unido e da França a “descobrirem” crimes de guerra dos russos. 

Em 2017, Mikheil Saakashvili, o líder da oposição ucraniana, foi preso pela pide do Petro Poroshenko, antecessor de Zelensky. Tecia duras críticas à incapacidade do “rei do chocolate combater a corrupção na Ucrânia”. Mostrem um documento onde o Centro para as Liberdades Civis, se bateu pela libertação do opositor ao regime nazi.

O deputado Viktor Medvedchuk, líder do maior partido de oposição da Ucrânia, Plataforma de Oposição-Pela Vida, foi preso em Março passado pela pide de Zelensky. Os “serviços especiais” do regime de Kiev mantiveram-no sob tortura, na tentativa de obter uma confissão de culpa sobre supostas relações com a Rússia, alertou a sua esposa Oksana Marchenko.

O dirigente do partido Plataforma de Oposição-Pela Vida foi torturado até ser trocado por nazis do Batalhão de Azov. Volodymyr Zelensky ofereceu-o aos russos e exibiu-o algemado com uniforme do exército, para ser trocado por prisioneiros ucranianos. 

Ele é advogado de profissão e líder do maior partido da oposição. O Centro para as Liberdades Civis, distinguido com o prémio nobel da paz, não tomou qualquer posição pública sobre tão grave atropelo à democracia e aos direitos humanos. Vários deputados da oposição estão presos pela pide de Kiev, sem ninguém saber dos seus paradeiros.

Oksana Marchenko fez mais esta declaração que deve ter encaminhado o comité nobel para atribuir o prémio da paz ao Centro para as Liberdades Civis: “Temos sérios motivos para acreditar que realmente usam a tortura para obter o testemunho desejado de presos políticos e de pessoas que as autoridades consideram censuráveis. Esse raciocínio é baseado em factos e também é estabelecido em alguns depoimentos pessoais de companheiros de Viktor Medvedchuk, que foram detidos no final de Fevereiro e no início de Março. Muitos deles relatam tortura física grave”-

Estou a perder tempo e papel. A OTAN (ou NATO), organização militarista especialista em destruir Estados Soberanos, felicitou os laureados com o Prémio Nobel da Paz. Qual é a parte que não percebem?

O nazi Zelensky, em Fevereiro passado, exigia todos os dias à OTAN (ou NATO) que “fechasse os céus” à aviação militar russa. Percebeu que estava louco e desistiu. Hoje, para dar as boas vindas aos galardoados com o Prémio Nobel da Paz, pediu à OTAN (ou NATO) e aos “nossos parceiros para fazerem um ataque nuclear preventivo contra a Federação Russa”. Biden, sem deixar a bola bater no chão, disse que isto está como durante a crise dos mísseis em Cuba.

O desespero é mau conselheiro. Na crise dos mísseis, as rampas instaladas em Cuba estavam apontadas para território dos EUA. Agora isso não existe. O presidente do estado terrorista mais perigoso do mundo quer repetir o holocausto de Hiroshima e Nakasaki., Pensa que não vai ter resposta à altura. É o fim.

O Comité Nobel atira com achas para a fogueira. Os europeus, com a corda na garganta, fingem que está tudo bem. Não está.

Já o disse e repito: Isto vai acabar muito mal.

*Jornalista

BEM-VINDO À TERCEIRA GUERRA MUNDIAL: APROVEITE ENQUANTO PODE

Declan Hayes* | Strategic Culture Foundation

Graças à ganância, grosseria e estupidez das satrapias** da OTAN estamos onde merecemos estar, às vésperas da destruição.

#Traduzido em português do Brasil

Apesar do infeliz assassinato alguns dias antes em Sarajevo do arquiduque Franz Ferdinand Carl Ludwig Joseph Maria da Áustria , julho de 1914 foi mais silencioso do que um rato no algodão, pois ninguém ainda havia percebido os horrores que estavam por vir. O general Radomir Putnik , chefe do estado-maior do exército sérvio, estava tomando as águas em Bad Gleichenberg, onde os austro-húngaros o prenderam prontamente. Helmut von Moltke , chefe de gabinete da Alemanha, também estava de férias, assim como Erich von Falkenhayn, o ministro da Guerra do Kaiser. Embora houvesse alguma conversa de guerra na pequena e galante Bélgica, seus agricultores estavam mais preocupados com suas colheitas e seus habitantes estavam muito ocupados trabalhando e bebendo cervejas para se preocupar com esses assuntos, embora, em 29 de julho, o primeiro-ministro belga Charles de Broqueville tivesse ordenou uma mobilização parcial de seu exército, apenas alguns dias antes de a Bélgica se juntar à guerra mundial que havia começado um dia antes, quando a Áustria declarou guerra à Sérvia e bombardeou Belgrado antes que os sérvios tivessem tempo de considerar suas exigências ultrajantes.

Oxalá pudéssemos voltar àquela belle époque , a era perdida do Velho Continente de intelectuais e artistas cosmopolitas que morreram, como tantos outros, no sangue, sujeira e inferno na terra dos quatro anos seguintes. Mas, talvez, tudo isso tivesse que morrer, como o que resta agora tem que morrer como resultado das exigências não menos ultrajantes da OTAN à Rússia e àqueles que falam russo.

Aqui, na longínqua Irlanda neutra, os tambores de guerra estão longe de serem mudos. Quando eu disse a uma celebridade muito conhecida como acessar o RT , ele ficou com medo de ser preso por sintonizar. Embora você possa zombar de sua aparente covardia ou, se preferir, de sua cautela, mas vivemos em uma época em que Masha e Mishka são alvos legítimos e as obras de Tolstoi e Dostoiévski são incendiadas em Kiev.

Agora são aqueles encantadores contos infantis russos e os maiores dos grandes nomes da literatura mundial. Depois foram os pastores alemães que tiveram que ser chamados de Alsations, os dachshunds sendo agredidos , os açougueiros judeus que pareciam alemães sendo incendiados e os católicos da coroa de Cork jogando o blackball em Kuno Meyer , o grande erudito celta, porque ele era alemão.

Os católicos da coroa de Cork, aqueles principes repugnantes que fizeram fortuna armando a marinha britânica, não foram embora. O ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney , um de seu número repugnante, atualmente tem um assento no Conselho de Segurança, que ele usa para insultar não apenas a Rússia, mas os referendos que várias províncias ucranianas estão realizando para determinar se querem fazer parte da Rússia ou do Reich traseiro de Zelensky.

TERRORISMO - OS EUA REBENTAM O NORD STREAM E A ECONOMIA ALEMÃ

– Governo Biden sabota a infraestrutura europeia (e os governos da UE calam-se)

Chris Kantham [*]

Os EUA têm vindo a travar guerras híbridas contra oleodutos/gasodutos russos há muito tempo. Explodir o Nord Stream 2 há alguns dias é apenas o mais recente dessa longa saga geopolítica.

Na década de 1980, a CIA adulterou um software de oleodutos que foi vendido à União Soviética. O software causou uma explosão tão grande que os cientistas pensaram que a URSS tinha conduzido um teste nuclear!

Nos anos 90, os rebeldes chechenos armados e financiados pelos EUA – parte da recém-formada Al Qaeda – fizeram explodir muitos oleodutos russos. O objectivo era o de monopolizar o petróleo e o gás do Mar Cáspio. As empresas ocidentais tinham oleodutos (BTC) que atravessavam o Azerbaijão, a Geórgia e a Turquia.

Durante a última década, os EUA impediram repetidamente muitos países europeus de aceitarem novos oleodutos/gasodutos russos. Apenas a Turquia teve a coragem de desafiar a América.

As duas principais rotas mais antigas de petróleo/gás russo para a Europa eram/são através da Ucrânia e da Polónia, ambas muito anti-Rússia durante a última década.

Por esse motivo é que Putin construiu os gasodutos Nord Stream, instalados debaixo do mar em águas internacionais.

“Valores ocidentais” incluem celebrar ataques terroristas contra infraestrutura civil

“Valores ocidentais” agora incluem a celebração de ataques terroristas contra infraestrutura civil

Andrew Korybko* | One World

Como os “fins justificam os meios” em seus cálculos maquiavélicos, até mesmo os danos da ponte da Crimeia como resultado de um provável ataque terrorista de caminhão-bomba suicida são dignos de comemoração, segundo os oponentes da Rússia. Essa posição desacredita totalmente tudo o que a “ordem baseada em regras” dos EUA alega defender.

#Traduzido em português do Brasil

guerra por procuração da OTAN liderada pelos EUA contra a Rússia através da Ucrânia foi encenada pelo Bilhões de Ouro do Ocidente como uma suposta luta em apoio aos chamados “valores ocidentais”, mas estes agora incluem uma adição curiosa às suas noções subjetivas de “democracia” e “direitos humanos”: celebrando ataques terroristas contra infraestrutura civil. A ponte da Crimeia foi danificada como resultado do que imagens de vídeo sugerem fortemente ter sido um ataque terrorista de caminhão-bomba suicida , mas influenciadores importantes como o conselheiro sênior de Zelensky, Mikhail Podolyak, e o infame teórico da conspiração do Russiagate, Adam Kinzinger , elogiaram essa provocação, para não mencionar seus muitos lacaios na mídia e trolls associados .

A posição deles é que essa infraestrutura civil era de uso duplo no sentido de ter aplicações militares relacionadas ao apoio logístico à operação especial da Rússia na Ucrânia, o que a torna um “alvo legítimo”. Eles também citam a oposição de Kiev à sua construção em território que ainda reivindica como seu, apesar de não controlá-lo depois que os moradores votaram esmagadoramente pela reunificação com sua histórica pátria russa na primavera de 2014. Como os “fins justificam os meios” em seus cálculos maquiavélicos, até mesmo o dano da ponte da Crimeia como resultado de um provável ataque terrorista de caminhão-bomba suicida é digno de comemoração. Essa posição desacredita totalmente tudo o que a “ordem baseada em regras” dos EUA alega defender.

Para explicar, esse conceito sempre foi nada além de uma retórica pomposa para disfarçar a implementação arbitrária de padrões duplos destinados a promover os interesses americanos às custas de todos os outros, especialmente seus rivais geoestratégicos como Rússia, China e Irã. Nesse contexto, a hipocrisia é evidenciada pela condenação de ataques terroristas do tipo ISIS contra infraestrutura civil de uso duplo (que tecnicamente se refere a todas as pontes do mundo em vários graus) sempre que ocorrem dentro da “ esfera de influência ” da hegemonia unipolar em declínio, enquanto simultaneamente elogiando – e possivelmente orquestrando ou mesmo realizando diretamente – tais ataques sempre que eles prejudiquem os interesses de seus rivais.

Em contraste, os países da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, que inclui os três rivais geoestratégicos dos EUA acima mencionados) estão unidos através da carta de seu grupo por meio de sua oposição de princípios compartilhados ao terrorismo, separatismo e extremismo. Mesmo no caso de entrarem em hostilidades com outro estado e decidirem direcionar sua infraestrutura civil de uso duplo para avançar seus objetivos estratégicos militares, eles o fariam por meios não terroristas, como ataques convencionais ou sabotagem, sem se rebaixar a o nível do bilhão de ouro de um ataque terrorista de caminhão-bomba suicida, como o que as imagens de vídeo sugerem fortemente que foi responsável por danificar a ponte da Crimeia.

Exacerbando a divisão moral entre os dois lados, o Bilhões de Ouro do Ocidente liderado pelos EUA e o Sul Global liderado pelo BRICS/SCO, os principais influenciadores e seus apoiadores do primeiro mencionado nem estão tentando reivindicar “negação plausível” sobre este ataque terrorista mas estão orgulhosamente comemorando nas mídias sociais. Falando de forma realista, não é de surpreender que o lado deles tenha recorrido a esses meios por desespero para infligir danos militares, soft power e estratégicos ao oponente russo, mas não era esperado que eles elogiassem tão abertamente o que acabou de acontecer. Essa observação mostra que mesmo eles sabem que o conceito de “ordem baseada em regras” é uma retórica vazia e auto-interessada projetada para iluminar o público ingênuo.

Reconhecendo isso, fica claro que a Nova Guerra Fria entre os “campos” unipolares e multipolares (por falta de uma descrição melhor) é geoestratégica em sua essência e não impulsionada por “valores” como o Bilhão de Ouro alega falsamente. Com certeza, o Sul Global ainda mantém seus valores autodeclarados em termos de como seus membros se comportam em meio a essa competição mundial ao longo da transição sistêmica global para a multipolaridade, mas seu jogo final “ideológico”/estrutural previsto de um a ordem mundial democrática, igualitária e justa os impulsiona muito mais do que qualquer outra coisa. Ao sacrificar publicamente seus valores antiterroristas anteriormente declarados, o Ocidente mostrou que não tem nenhuma “superioridade moral”.

*Andrew Korybko -- analista político americano

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