domingo, 16 de outubro de 2022

HÁ UMA GUERRA CONTRA AS PESSOAS

As pessoas são as principais vítimas da guerra na Ucrânia, um conflito que, gostem ou não gostem os comentadores encarregados de ajudar a montar a opinião única, é travado entre a Rússia e a NATO. 

José Goulão | AbrilAbril | opinião

A certa passagem das reflexões contidas no precioso livro Outra Vida para Viver, o escritor grego Theodor Kallifatides, radicado há mais de 50 anos na Suécia, lança um grito de alarme saído da sequência lógica de palavras alinhadas até aí: há «uma guerra contra as pessoas».

Escritor bilingue, Kallifatides redescobre nesta obra – uma das poucas escrita originalmente na língua pátria – uma Grécia sofrendo as terríveis consequências das sevícias praticadas pela troika de agentes não-eleitos formada pela Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu. Um cenário que também conhecemos em Portugal e espalhado como uma peste renitente através da União Europeia sob a designação comum de «austeridade».

Escreve Kallifatides, a propósito da «pobreza repugnante» em que se vive «tanto no pinhalzinho do meu bairro de Atenas como na praça do meu bairro de Estocolmo»: «os pobres deixaram de ser pessoas para se tornar apenas um problema»; fazendo lembrar, completa o escritor greco-sueco, «o que o nazismo tinha feito com os judeus, com os comunistas, com os homossexuais, com os ciganos e com muitos mais».

Cruas pinceladas compondo uma paisagem que muitos não querem ver, outros não conseguem enxergar e de que a esmagadora maioria não ganha consciência – mesmo sentindo-a na pele – porque lhe é escondida e distorcida no interior de uma imensa campânula de mentira. Essa é a paisagem, citando de novo Kallifatides, «da guerra contra as pessoas».

Na Suécia, a propósito, os fascistas dos Democratas da Suécia são o segundo partido e acabam agora por ficar a controlar o governo de direita sem nele participarem formalmente. Como diz a estação oficial SVT, «ficam com as chaves» das decisões governativas.

O epicentro da catástrofe

Guerra? Isso não é antes o que acontece na Ucrânia por causa da invasão dos russos?

Perguntas do momento, resumindo a estreiteza de vistas que é inculcada nos cidadãos segundo métodos que vão do mais grosseiro à mais elaborada manipulação das mentes, como se antes destes dias ameaçadores o planeta vivesse numa santa paz; uma calmaria em que a única e derradeira preocupação era atacar as alterações climáticas, de preferência segundo os métodos recomendados pelos mais ricos e extorsionários deste mundo, prontos a esmagar soberanias, pátrias e fronteiras. Um mito destes tempos tentando desviar as pessoas dos seus mais sérios problemas e ajudando a criar uma realidade paralela.

Daí que seja necessário, fundamental mesmo, recorrer aos meios adequados disponíveis em democracia autêntica para estilhaçar a campânula da intrujice institucionalizada e mergulhar até ao fundo das causas, efeitos, ambições e crueldades que fazem mexer a sociedade cada vez mais globalizada de hoje e a conduzem irresponsavelmente para o abismo.

As pessoas são as principais vítimas da guerra na Ucrânia, um conflito que, gostem ou não gostem os comentadores encarregados de ajudar a montar a opinião única, é travado entre a Rússia e a NATO, usando esta os ucranianos como carne para canhão. A mortandade que grassa entre as forças militares ucranianas e as populações civis da região do Donbass é fruto da crueldade nazi de Kiev, suportada pela União Europeia e a NATO tendo à cabeça o regime “indispensável” dos Estados Unidos da América; e da restauração de uma mentalidade neoczarista e megalómana em Moscovo como resposta nacionalista ao cerco ocidental nas vertentes militar, geopolítica e económica.

As pessoas, como em qualquer guerra, transformaram-se em peças descartáveis de estratégias de poderes nacionais e transnacionais: tanto aquelas a quem não é permitido render-se porque são simples células de um organismo que as despreza e as sacrifica numa fuga para a frente condenada ao fracasso, uma realidade conhecida por todos os que manipulam, armam e financiam a marioneta Zelensky e a sua corte nazi; como as populações do Donbass, os «sub-humanos» alvos da mortífera xenofobia dos herdeiros de carniceiros nazis colaboradores de Hitler e, ao mesmo tempo, instrumentos úteis para a consolidação do poder nacionalista do regime de Putin, que não se distingue dos outros incapazes de respeitar, em primeiro lugar, as suas populações.

Numa catástrofe com estas dimensões não cabem hipóteses de negociação à procura da paz – os resultados entretanto alcançados foram descartados pelos súbditos da NATO. É natural que assim seja: como diz o eminente comentador Pacheco Pereira, a paz é um conceito «abstracto».

Tanto quanto se percebe, até as simples conversações informais são proibidas neste contexto. Bastou a Alemanha e a Rússia estabelecerem contactos exploratórios sobre a eventual utilização do gasoduto Nord Stream 2, de modo a estancar as ameaças de um Inverno gelado e dispendioso para os germânicos e logo várias explosões causaram sérios danos nas condutas. É verdade que Radoslaw Sikorski, um parlamentar europeu e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia agradeceu publicamente aos Estados Unidos a «oportunidade» da sabotagem; não menos verdade é a garantia dada pelo presidente Joseph Biden de que o citado gasoduto nunca iria funcionar; também é um facto que o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, considerou a explosão do Nord Stream 2 como uma grande «oportunidade estratégica» para Washington. E continua a dizer-se, porém, que se desconhece quem fez explodir o gasoduto. No entanto, a Suécia, a Dinamarca, a Alemanha e, por inerência, os Estados Unidos, não permitem que a Rússia, país do maior accionista da empresa do Nord Stream 2 (a Gazprom), participe nas «investigações» da ocorrência.

Portugal | ABRIRAM-SE AS PORTAS DO INFERNO

Pedro Ivo Carvalho | Jornal de Notícias | opinião

O manto de suspeições que se abateu, nas últimas semanas, sobre altos representantes da Igreja Católica portuguesa no âmbito das denúncias e investigações a crimes sexuais sobre menores praticados ou omitidos por responsáveis clericais tem sido demonstrativo da forma inábil (para sermos simpáticos) como a instituição tem lidado com o problema. Encolheres de ombros, declarações desgarradas ora a negar conhecimento ou envolvimento, pedidos de perdão que servem apenas para aplacar o impacto circunstancial dos relatos de vítimas que vão transpirando para o altar da praça pública... Tudo reações óbvias e esperadas. O mínimo exigido.

É certo que ninguém está moralmente blindado para se defender de acusações tão grotescas como as que temos lido e ouvido por estes dias. Mas se a Igreja fez o que se impunha ao patrocinar uma comissão que recebe as queixas, as encaminha para as autoridades judiciais e faz, na escassa medida do possível, um retrato do que terão sido décadas de vergonha, também seria de esperar que, pelos indícios já reunidos, tivesse tomado uma posição formal e colegial que desse respaldo mediático à sua bem-intencionada tentativa de remediar males que não têm remédio.

É de prever que apenas uma parte residual dos abusadores seja efetivamente punida, em virtude, sobretudo, do desfasamento temporal entre os crimes e a sua publicitação (e decorrente prescrição), o que torna ainda mais necessária uma estratégia de responsabilização contundente. Ainda que seja cedo para podermos estabelecer balizas compensatórias definitivas, era importante que a Igreja Católica portuguesa encontrasse formas de indemnizar as vítimas. Em França e no Canadá, por exemplo, o clero vendeu propriedades e pediu dinheiro aos fiéis para compensá-las. Nenhum dinheiro do Mundo cura feridas em permanente carne viva, mas o perdão também se pode exercer dessa forma material, no que isso puder ajudar a mitigar a dor de tantas crianças abusadas, dando-lhes maior conforto. Agora que as portas do Inferno se abriram, esta torrente catártica não vai parar. É bom que não pare.

*Diretor-adjunto

PORTUGUESES SAÍRAM À RUA CONTRA O EMPOBRECIMENTO -- as imagens







Estas e outras imagens em AbrilAbril - veja e leia mais AQUI

"Maior manifestação" dos últimos anos mostra descontentamento com Orçamento

O PCP considerou, este sábado, que a "maior mobilização dos últimos dois anos" em reivindicação de melhores salários e pensões demonstra que os portugueses estão contra o Orçamento do Estado e o alinhamento do Governo com os grupos económicos.

"Esta manifestação, aqui em Lisboa e no Porto, corresponde já à maior mobilização dos últimos dois anos e demonstra que os trabalhadores não aceitam a degradação dos salários, das pensões, o ataque aos serviços públicos, ao mesmo tempo que se verifica uma acumulação de milhares de milhões de euros em lucros dos grandes grupos económicos", sustentou aos jornalistas o dirigente comunista Francisco Lopes, junto ao Terreiro do Paço, por onde passou o protesto da CGTP-IN.

Estava prevista a presença na manifestação do secretário-geral do PCP, mas Jerónimo de Sousa foi substituído à última hora devido a um "problema de saúde pontual".

Francisco Lopes acrescentou que numa altura em que a situação socioeconómica do país se está a degradar, o que se impunha era o "aumento geral dos salários e das pensões" para contrariar os efeitos da inflação nos bolsos dos portugueses.

Contudo, o que "está aí colocado com o grande capital, com o Governo, com o Orçamento do Estado e com o acordo da concertação social é exatamente o mesmo: mais agravamento das condições de vida, cortes nos salários, perda de poder de compra".

"A inflação prejudica os trabalhadores e a população, mas o aumento dos preços não se esfuma, esse dinheiro vai exatamente para os grandes grupos económicos e as multinacionais da alimentação, da energia", completou o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.

A manifestação nas ruas de Lisboa e do Porto, continuou Francisco Lopes, "é um sinal de força e de esperança neste tempo tão turbulento e de tantas dificuldades".

Na ótica do PCP o que se pede à maioria absoluta do PS é que cumpra o que está inscrito na Constituição: "Não é apenas para estar escrita, existe para ser cumprida."

A manifestação de hoje da CGTP-IN, em Lisboa, Porto e Funchal, visa defender um "aumento dos salários e pensões" e protestar "contra o aumento do custo de vida e o ataque aos direitos".

Jornal de Notícias com agências

Imagem: Maria João Gala / Global Imagens

Portugal | AJUDA INESTIMÁVEL À UCRÂNIA


Henrique Monteiro | Henricartoon

A NOTÍCIA:

Portugal oferece seis helicópteros Kamov inoperacionais para a Ucrânia consertar

Os seis helicópteros russos comprados por António Costa em 2006 como ministro da Administração Interna, e que foram ao longo dos anos protagonistas das mais variadas polémicas, serão enviados para a Ucrânia, que tem aeronaves do mesmo tipo. Estavam na posse da Força Aérea, mas as sanções à Rússia impediam as reparações, que já de si seriam muito onerosas

Portugal vai enviar para a Ucrânia os seis helicópteros Kamov de combate a incêndios, atualmente sem licença para operar por serem de origem russa, um dos quais inutilizado, anunciou esta quinta-feira a ministra da Defesa, Helena Carreiras. Estes meios aéreos pesados foram comprados por António Costa em 2006, quando era ministro da Administração Interna por 348 milhões de euros, mas custaram muito mais milhões ao longo dos anos, com os problemas de manutenção e contratos com os privados que os operavam.

Estas aeronaves estão paradas pelo menos desde janeiro de 2018 por falta de manutenção e certificação e já tinham passado da Proteção Civil para a Força Aérea, que deveria proceder à sua recuperação. Ainda este verão, a empresa Everjets foi condenada por um tribunal arbitral a pagar 2,5 milhões de euros ao Estado por falhas na manutenção, quando a Proteção Civil exigia €24 milhões, depois de rasgar o contrato, noticiou a TVI esta semana. A recuperação dos Kamov custaria cerca de €20 milhões, chegou a avançar o Correio da Manhã.

"A pedido da Ucrânia e em articulação com o Ministério da Administração Interna vamos disponibilizar à Ucrânia a nossa frota de helicópteros Kamov que, em virtude do cenário atual, das sanções impostas à Rússia, deixámos de poder operar, aliás não têm os seus certificados de aeronavegabilidade e nem sequer poderemos repará-los", anunciou Helena Carreiras.

Falando à imprensa portuguesa em Bruxelas, no final da reunião dos ministros da Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), na qual foi discutida a guerra na Ucrânia, a governante apontou estarem em causa "seis helicópteros que precisam de reparação, um deles inoperacional porque foi acidentado".

Helena Carreiras vincou que estes seis helicópteros Kamov, que serão "transferidos no estado em que estão", serão "muitíssimo úteis à Ucrânia e essa cedência foi muito agradecida pelas nossas contrapartes ucranianas".

"Os ucranianos conhecem as condições em que se encontra o material", apontou a ministra da Defesa, recordando a "cadeia logística de helicómetros semelhantes" detida pela Ucrânia, que os poderá reparar.

A ideia é que a transferência das aeronaves ocorra "o mais rapidamente possível", adiantou Helena Carreiras.

Neste encontro, os Aliados acordaram, ainda, em manter o apoio militar à Ucrânia.

"Os países demonstraram, de forma absolutamente clara, a sua intenção de continuar a apoiar a Ucrânia e, portanto, há aqui uma grande sintonia de posições entre os Aliados", observou a ministra portuguesa da tutela.

No caso de Portugal, o país já mobilizou para a Ucrânia equipamentos individuais, armas, munições, veículos blindados, sistema de comunicações e drones, material sanitário e médico, tendo ainda manifestado disponibilidade para acolher refugiados e combatentes feridos, bem como de treinar soldados ucranianos.

Nesta reunião de dois dias, que aconteceu numa altura de escalada das tensões na Ucrânia pelas novas ameaças e anúncios russos, ficou ainda assente "a importância de reposição dos 'stocks' de munições de equipamentos que estão deficitários em todos os países".

"É por isso que também aqui falámos de iniciativas de aquisição conjunta que visam, justamente, repor os níveis necessários de munições das chamadas reservas de guerra, com vista a enfrentar a situação que vivemos, que é de facto uma situação de guerra, uma situação que nos obriga a todos a reforçar aquilo que são as nossas capacidades e as nossas defesas", referiu ainda Helena Carreiras.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou a fuga de milhões de pessoas e a morte de milhares de civis, segundo as Nações Unidas, que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Expresso | Lusa

Imagem: Os helicópteros Kamov estão parados há dois anos -- António Pedro Ferreira

Angola | TRABALHO E DESCANSO NA CASA DAS ARTES – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A Nação funciona e o seu estado não inspira cuidados especiais. Nos tempos que correm, isto é excelente. Enquanto a União Europeia se tornou política e diplomaticamente irrelevante assumindo a sua condição de instrumento de guerra, João Lourenço, no seu discurso sdobre o Estado da Nação, pôde falar de uma Angola que é campeã da paz, de uma União Africana que recusa a indiferença, de uma SADEC que constrói pontes e rasga novos caminhos de cooperação, das perspectivas de paz e desenvolvimento nos países dos Grandes Lagos. Enquanto Angola liderada por João Lourenço e o MPLA conta na região, no continente e no mundo, a ONU está transformada num instrumento de agressão ao serviço dos EUA. 

O discurso sobre o Estado da Nação, que abriu os trabalhos parlamentares, foi muito bom. Mas só vou realçar dois asectos. O primeiro, importantíssimo, tem a ver com o compromisso do Estado na preservação dos princípios e valores do Jornalismo Angolano através do sector público, definindo assim o padrão de actuação. Fundamentalíssimo! Sobretudo quando a comunicação social está dominada pelo banditismo mediático expresso nas redes sociais e nas publicações electrónicas. Dominada pela direcção do Sindicato dos Jornalistas e pelo seu representante na ERCA. Dominada pela proliferação de títulos que ninguém sabe quem paga. 

João Lourenço foi ao pormenor de nomear as acções a desenvolver na Rádio Nacional de Angola, na agência noticiosa ANGOP e na Empresa Edições Novembro. Para que ninguém tenha dúvidas de que a comunicação social não vai cair na rua nem estará disponível para os compradores acoitados nas embaixadas da União Europeia ou dos EUA em Luanda.

Ontem, o representante do Sindicato dos Jornalistas na ERCA publicou um relatório de camionista onde teve a ousadia de especular sobre o mandato do Presidente João Lourenço. Para o bêbado da valeta há dúvidas se este vai ser o seu último mandato! Isto é intriguismo barato, acéfalo, irresponsável. Porque um político só pode cumprir dois mandatos presidenciais seguidos. Alguém que representa os Jornalistas Angolanos na ERCA mostra a sua honra, a sua dignidade, o seu respeito pelos códigos de conduta, fazendo intriga ao serviço dos donos.

Este “conselheiro” da ERCA já se embebeda com pouco, por isso fica baratinho. Mas há outros que são de alto consumo. Por isso, fiquei particularmente satisfeito quando o Presidente da República anunciou alterações legislativas na ERCA e no Estatuto do Jornalista. O Jornalismo Angolano tem um passado riquíssimo. A História Contemporânea de Angola foi também escrita por dezenas de repórteres de nas frentes de combate na guerra pela soberania nacional e a integridade territorial. 

MPLA desvaloriza críticas- Autárquicas angolanas talvez aconteçam dentro de dois anos

O deputado do MPLA, partido no poder em Angola, Mário Pinto de Andrade, enalteceu hoje o discurso à Nação do Presidente angolano e disse acreditar que as eleições autárquicas serão realizadas dentro de dois anos.

"O Presidente da República falou sobre as autarquias e acredito que neste mandato as autarquias vão sair, essa é a minha convicção, aliás o Presidente falou nisso, falou que estão a criar condições em alguns municípios com infraestruturas e é mesmo já pensando nas autarquias", afirmou hoje o deputado.

Em declarações no final da mensagem à Nação do Presidente angolano, João Lourenço, o político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) referiu que terá de ser o parlamento a discutir o período para a realização das autárquicas.

"O horizonte temporal tem que ser o parlamento a discutir, falta uma lei a ser aprovada, eventualmente vai ser necessário corrigir-se outras leis e conformá-las com as alterações que se fizeram à Constituição e acredito que no espaço de dois anos nós teremos as autarquias, essa é a minha convicção", assinalou.

O Presidente angolano reiterou hoje, no discurso sobre o Estado da Nação, o compromisso com a criação de autarquias, sem avançar datas, e anunciou a construção de 35 assembleias para as autarquias locais e complexos residenciais em 36 municípios

A clarificação sobre esta questão era uma das mais esperadas no discurso de João Lourenço, que hoje marcou a abertura do ano parlamentar em Angola, depois de o chefe do executivo assumir novamente o compromisso de institucionalização das autarquias locais, caso o seu partido vencesse as eleições realizadas no passado 24 de Agosto.

No entanto, só surgiu quase na segunda hora de um longo discurso, marcado por um desfiar de números em jeito de inventário das realizações do seu primeiro mandato e uma mão cheia de promessas para os próximos cinco anos.

Com o pacote legislativo autárquico praticamente concluído, João Lourenço reiterou a intenção de institucionalização das autarquias, sublinhando que as carências de infraestruturas para as futuras autarquias devem ser resolvidas.

Por isso, e tendo em conta que uma das principais dificuldades de vários municípios é a fixação de quadros no seu território, sobretudo os das localidades mais recônditas, está já em curso a construção de complexos residenciais em 36 municípios bem como de 35 assembleias para as autarquias locais.

A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, também foi questionada sobre a realização das eleições autárquicas, na sequência da intervenção de João Lourenço, tendo destacado a necessidade de se completar o pacote legislativo autárquico.

"Sabe que as eleições autárquicas só podem ser convocadas quando estiveram criadas todas as condições necessárias para que o Presidente da República o possa fazer, deve saber também que foi o MPLA que inscreveu na agenda política a questão das autarquias" respondeu aos jornalistas.

O MPLA "é um dos partidos que está interessado que de facto se efetive as autarquias depois de criadas todas as condições", acrescentou.

"Já demos grande passo e penso que os deputados vão envidar esforços no sentido de aprovarem essa lei", salientou.

A Lei sobre a Institucionalização das Autarquias Locais é o único diploma do pacote legislativo autárquico, mas a oposição diz existir falta de vontade política do MPLA para a respetiva aprovação.

O Presidente angolano afirmou ainda, na sua intervenção, que continua empenhado em reforçar o poder local e anunciou que vai apresentar uma proposta de lei relativa às autoridades tradicionais e às relações institucionais entre estas e o Estado angolano.

O executivo vai também iniciar o recadastramento das autoridades tradicionais, "reconhecendo aqueles que possuem tal título pela linhagem de sucessão", salientou o chefe de Estado.

O discurso de João Lourenço sobre o Estado da Nação marcou formalmente e abertura da 1ª sessão legislativa da V Legislatura da Assembleia Nacional de Angola, que emerge das eleições de 24 de agosto onde foram eleitos 220 deputados.

RTP | Lusa

Brasil – Eleições | Datafolha mostra Lula com vantagem estável de seis pontos

Nova pesquisa aponta que candidato do PT tem 53% dos votos válidos, contra 47% de Jair Bolsonaro. Número permaneceram praticamente inalterados em relação à pesquisa da semana passada.

Nova pesquisa Datafolha de intenção de votos para o segundo turno da eleição presidencial mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seis pontos à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira (14/10), o ex-presidente Lula soma 53%, dos votos válidos contra 47% de Bolsonaro.

Entre os votos totais, Lula somou 49%. Bolsonaro, 44%. Brancos e nulos somam 5% e não sabem 1%.

O Datafolha ouviu 2.898 pessoas, em 180 municípios, entre quarta e sexta-feira. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

No último Datafolha, divulgado em 7 de outubro, Lula apareceu com as mesmas 53% das intenções de voto válidos no segundo turno, contra 47% de Bolsonaro. No mesmo levantamento da semana passada, entre os votos totais, Lula somava 49%. Bolsonaro, 44%. Houve apenas uma oscilação entre brancos e nulos, que somavam 6%, e nos indecisos, que eram 2%.

O Datafolha também mostra que, a pouco mais de duas semanas do segundo turno, 93% dos eleitores se dizem totalmente decididos sobre o voto para presidente, enquanto 7% afirmam que a escolha ainda pode mudar.

Ainda segundo o novo levantamento instituto, Bolsonaro continua a liderar o ranking de rejeição entre os eleitores: 51% afirmam que não votariam no presidente de jeito nenhum. Já a rejeição de Lula chega a 46%. Os números são os mesmos que haviam aparecido na pesquisa anterior.

Os resultados do Datafolha desta sexta-feira foram divulgados quatro dias após uma pesquisa Ipec que apontou Lula com 55% dos votos válidos no segundo turno, contra 45% de Bolsonaro.

A estabilidade das intenções de voto no Datafolha contrasta com a tensão da disputa do segundo turno, que tem sido marcado por ataques entre os candidatos, fatos políticos negativos para o governo e ampla distribuição de fake news. Apesar de dominarem o noticiário, os embates dessa segunda fase da campanha não parecem estar influenciando os eleitores a mudarem significativamente de opinião.

Avaliação de Bolsonaro consolida melhora

Os números do instituto também indicam que a melhora da avaliação do governo Bolsonaro se consolidou depois do primeiro turno.

Segundo a nova pesquisa do instituto, 39% dos eleitores dos eleitores consideram a gestão de Bolsonaro ruim ou péssima, contra 40% no último levantamento e 44% no penúltimo.

Já o percentual daqueles que classificam como ótima ou boa subiu para 38% - o melhor nível alcançado por Bolsonaro em seu governo. Eram 37% na última pesquisa e 31% na penúltima.

O percentual daqueles que avaliam como regular se manteve 22%.

Nova pesquisa aponta que candidato do PT tem 53% dos votos válidos, contra 47% de Jair Bolsonaro. Número permaneceram praticamente inalterados em relação à pesquisa da semana passada.

Pesquisas x resultados

O resultado do primeiro turno surpreendeu e gerou críticas a institutos de pesquisa, já que os últimos levantamentos do Datafolha e do Ipec antes do pleito, divulgados na véspera do pleito, apontavam Lula 14 pontos percentuais à frente de Bolsonaro. Pesquisas anteriores também vinham indicando ampla vantagem do petista.

No entanto, após a contagem de votos, a vantagem de Lula foi de cerca de cinco pontos percentuais. Com 100% das urnas apuradas, Lula recebeu 48,43% dos votos, Bolsonaro, 43,2%.

Em entrevista à DW, o diretor de amostragem do Survey Research Center da Universidade de Michigan (EUA) e membro da American Association for Public Opinion Research (Aapor), Raphael Nishimura, disse que tratar as pesquisas eleitorais como oráculo não faz sentido.

"Não tem como a gente dizer que pesquisas pré-eleitorais erram ou acertam o resultado das eleições. Elas são um retrato do momento", explica o estatístico.

Como possíveis explicações para a diferença dos resultados da pesquisa e do que foi visto nas urnas, Nishimura cita que uma parte do eleitorado pode ter mudado o voto em cima da hora, depois das últimas sondagens. O não comparecimento de 20% é outro ponto difícil de considerar nos levantamentos. A terceira hipótese é de um viés de não resposta por parte de eleitores pró-Bolsonaro que desconfiam dos institutos.

Deutsche Welle | jps (ots)

Brasil – Eleições | A FRAUDE TEM NOME: BOLSONARO

"A fraude na eleição brasileira existe e não está nas urnas. A fraude atende pelo nome de Jair Bolsonaro", diz o jornalista Weiller Diniz

Weiller Diniz* | Brasil 247 | opinião

O capitão Jair Bolsonaro torturou a Nação com uma obsessão golpista atribuindo fictícias fraudes às urnas eleitorais, reconhecidas como uma das mais relevantes contribuições brasileiras para as democracias modernas. Falou de supostas irregularidades em 2018, sem provas, onde teria vencido em 1 turno, e insistiu na vulnerabilidade do voto eletrônico ao defender o retrocesso medieval do voto impresso, que foi derrubado no Parlamento.

#Publicado em português do Brasil

Chegou a usar e manipular a credibilidade das Forças Armadas e reuniu o corpo diplomático para espalhar falsidades sobre o processo eleitoral. Inúmeras vezes, ameaçou cancelar as eleições: “”Não pensam (sic) que uma possível suspensão de uma eleição seria só para presidente, isso seria para o Senado, para a Câmara, se tiver algo de anormal”. Em outras oportunidades, o golpismo anormal delirou até com salas secretas inexistentes: “Dá pra acreditar nisso? Uma sala secreta, onde meia dúzia de técnicos dizem no final ‘quem ganhou foi esse’”. Encerrada a eleição, a segurança e inviolabilidade dos votos foram integralmente comprovadas. Bolsonaro, mais uma vez, fraudou a verdade. Todas as 641 urnas eletrônicas submetidas ao teste de integridade durante o primeiro turno não apresentaram divergências com o resultado. “Ou seja, novamente no primeiro turno nas eleições de 2022 se repetiu o que houve nas eleições de 2020, 2018, 2016. Vinte anos de absoluta lisura das urnas eletrônicas com comprovação imediata pelo teste de integridade”, proclamou o presidente o TSE, Alexandre de Moraes. Apenas por essas falsas imputações, Jair Bolsonaro já deveria estar fora da cédula de votação. A conspiração contra o Estado Democrático de Direito com flatulências malcheirosas, resultantes de uma mente autoritária e patológica, já mereciam a cassação do registro na Justiça Eleitoral. A fraude na eleição brasileira existe e não está nas urnas, tese usada apenas como diversionismo para desviar o foco da farsa. A fraude atende pelo nome de Jair Bolsonaro.

Weiller Diniz - Jornalista especializado em cobertura política, ganhador do prêmio Esso de informação Econômica (2004) com passagens pelas redações de Isto É, Jornal do Brasil, TV Manchete, SBT. Também foi diretor de Comunicação do Senado Federal e vice-presidente da Radiobrás, atual EBC.

Imagem: Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

LULA vs BOLSONARO – CAMPANHA ELEITORAL CONTINUA ACESA NO BRASIL

Bolsonaro pede votos no Piauí; Lula se reúne com equipe de campanha

Segundo turno das eleições presidenciais é dia 30 de outubro

#Publicado em português do Brasil

Candidato à reeleição pelo PL, o presidente Jair Bolsonaro fez comício em Teresina (PI) na manhã de hoje (15). Ele falou a apoiadores em um centro de convenções da capital piauiense, exaltou medidas do seu governo e lembrou a nova composição do Parlamento. Segundo Bolsonaro, o Congresso Nacional formado nas eleições de 2 de outubro beneficiará pautas da direita e irá ajudá-lo a aprovar projetos.

“Com o novo Parlamento, Câmara e Senado, um pessoal mais à direita, nós vamos aprovar o que interessa para o nosso povo brasileiro de forma mais rápida. Vamos aprovar a redução da maioridade penal”. Bolsonaro afirmou que o futuro de jovens de 16 e 17 anos “que gostam de roubar celular e matar será apodrecer na cadeia”.

Legislativo

O primeiro turno das eleições foi marcado por uma votação expressiva de deputados e senadores do partido de Bolsonaro. Dos 513 assentos de deputados, a sigla terá 99, tornando-se a maior bancada. Assim como na Câmara, o PL foi o maior vitorioso entre os candidatos ao Senado. Dos 27 senadores eleitos, o PL elegeu oito, o dobro dos eleitos pelo PT, de Luiz Inácio Lula da Silva, que emplacou quatro. 

Bolsonaro também lembrou alguns gestos do seu governo, como o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 e a redução do preço da gasolina. Ambas as medidas foram implementadas pelo governo nos últimos meses. Bolsonaro estava acompanhado do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, tradicional político piauiense e senador licenciado do cargo.

Voto

O atual presidente também pediu aos apoiadores para que convençam parentes e amigos a votar nele e pediu para que todos fossem votar. “Não fiquem em casa. O ‘fique em casa’ não leva a lugar nenhum”, disse, em alusão ao movimento de isolamento social praticado no auge da pandemia de covid-19 e criticado pelo presidente.

Depois de passar pelo Piauí, Bolsonaro fez campanha em Fortaleza e em seguida cumprirá agenda de campanha na capital, São Luís, no início da noite. Ao final, seguirá para São Paulo.

Lula

Candidato do PT à Presidência da República, Lula não teve agenda pública neste sábado. Ele participou de gravação do programa eleitoral e fez reuniões com a coordenação de campanha em São Paulo.

Agência Brasil | Edição: Aline Leal

CHINA: AS EMPRESAS PRIVADAS E A DIREÇÃO COMUNISTA

Elementos para entender um sistema singular. Em 25 anos, número de empresas capitalistas cresceu cem vezes, e chegou a 15 milhões. Elas geram maior parte dos empregos. Mas PC Chinês, cujo 20º Congresso começa domingo, conduz a economia

Fernando Marcelino* | Outras Palavras

É comum se falar em “milagre chinês”, como se fosse uma graça divina. Porém, vale a pena destacar que o “milagre econômico” está profundamente integrado com o sistema político chinês. Ele garante as condições para que reformas econômicas sejam realizadas com maior grau de sucesso e é seu principal agente. Não existem “políticas econômicas”, mas uma economia política que fundamenta as aspirações e capacidades do Estado.

#Publicado em português do Brasil

Durante os mais de 70 anos transcorridos desde a fundação da República Popular e dos últimos 40 anos desde suas reformas e abertura, a China registrou notáveis conquistas históricas. Porém, o principal fator para o crescimento econômico acelerado por um longo período foi o sistema socialista da China. Neste sistema, é o Partido Comunista que lidera as reformas econômicas, políticas, sociais, culturais e ambientais. O PPCh é a força-motriz do forte e poderoso Estado da China.

O processo pelo qual a China constrói o socialismo sob a liderança do Partido Comunista pode ser dividido em duas fases históricas – uma que antecedeu o lançamento das reformas e da abertura, em 1978, e outra que se seguiu a esse evento. As duas fases – ao mesmo tempo relacionadas e distintas uma da outra – são ambas explorações pragmáticas na construção do socialismo conduzidas pelo povo sob a liderança do partido desde a fundação da República Popular da China (RPC), em 1949. Embora as duas fases históricas sejam muito diferentes em seus pensamentos orientadores, princípios, políticas e trabalho prático, elas não estão de forma alguma separadas ou opostas uma à outra. Não se deve negar a fase de pré-reforma e abertura em comparação com a fase de pós-reforma e abertura, nem o contrário. 

O principal fio condutor entre os dois períodos é a persistente estrutura institucional Partido/Estado, com toda sua centralidade — ora contestada, ora reforçada — e seus efeitos amplos e profundos, ideológicos, políticos e econômicos, na vida chinesa. O PCCh está enraizado em cada província, cada cidade e vilarejo – e atualmente, até nas grandes empresas. Com a vitória da revolução em 1949, o Partido Comunista Chinês tornou-se a principal instituição política para a tomada de decisão dos rumos estratégicos da China, em simbiose com o aparato estatal. Constituiu-se o Estado nacional, reunificando a pátria, superada a guerra civil e vencida a ocupação estrangeira. Isso garantiu a estabilidade da sociedade chinesa e estabeleceu uma base sólida para a reforma e o desenvolvimento. O sistema de governança nacional é o resultado do desenvolvimento de longo prazo, melhoria gradual e evolução endógena com base na herança histórica, tradições culturais e desenvolvimento econômico e social da China. Hoje, este processo integra Big Data com confucionismo. É singular em tamanho e organização, com capacidades de governança incomparáveis ​​aos sistemas ocidentais. Em suma, o Partido Comunista Chinês tem vantagens significativas que outros partidos políticos não possuem. 

20º Congresso Nacional do PCC este domingo no Grande Salão do Povo em Pequim


O 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China abre neste domingo no Grande Salão do Povo em Pequim.


Xi Jinping entregou um relatório ao 20º Congresso Nacional do PCC em nome do 19º Comitê Central do PCC no Grande Salão do Povo, no centro de Pequim. 

A China acelerará a criação de um novo padrão de desenvolvimento e buscará um desenvolvimento de alta qualidade, disse Xi no domingo.

"Para construir um país socialista moderno em todos os aspectos, devemos, antes de tudo, buscar um desenvolvimento de alta qualidade", disse Xi.

"Devemos aplicar plena e fielmente a nova filosofia de desenvolvimento em todas as frentes, continuar as reformas para desenvolver a economia socialista de mercado, promover uma abertura de alto padrão e acelerar os esforços para promover um novo padrão de desenvolvimento que seja focado na economia doméstica e apresenta uma interação positiva entre os fluxos econômicos domésticos e internacionais", disse Xi.

A China garantirá que a implementação da estratégia para expandir a demanda doméstica seja integrada aos esforços para aprofundar a reforma estrutural do lado da oferta, disse Xi. Esforços serão feitos para aumentar o dinamismo e a confiabilidade da economia doméstica, ao mesmo tempo em que se engaja em um nível mais alto na economia global.

O país se moverá mais rápido para construir uma economia modernizada, disse Xi.

A China aumentará a produtividade total dos fatores, tornará as cadeias industriais e de suprimentos mais resilientes e seguras e promoverá o desenvolvimento urbano-rural integrado e o desenvolvimento regional coordenado, de modo a efetivamente atualizar e expandir adequadamente a produção econômica, disse Xi.

Esforços serão feitos para construir uma economia de mercado socialista de alto padrão, disse Xi. "Vamos trabalhar para que o mercado desempenhe o papel decisivo na alocação de recursos e que o governo desempenhe melhor o seu papel."

O sistema industrial será modernizado, com medidas para avançar na nova industrialização e aumentar a força da China na fabricação, qualidade do produto, aeroespacial, transporte, ciberespaço e desenvolvimento digital, disse Xi.

Para promover a revitalização rural em todos os aspectos, a China continuará a colocar o desenvolvimento agrícola e rural em primeiro lugar, consolidar e expandir as conquistas no alívio da pobreza e reforçar as bases para a segurança alimentar em todas as frentes.

A China implementará completamente a estratégia coordenada de desenvolvimento regional, as principais estratégias regionais, a estratégia de zoneamento funcional e a nova estratégia de urbanização, disse Xi.

A abertura de alto padrão também será promovida. A China expandirá constantemente a abertura institucional em relação a regras, regulamentos, gestão e padrões, acelerará a transformação em um comerciante de qualidade e promoverá o desenvolvimento de alta qualidade da Iniciativa do Cinturão e Rota, disse Xi. 

Xinhua em Global Times

Esta é uma história em desenvolvimento. Vamos atualizá-la  mais tarde em novas postagens no PG de amanhã 17.10

Acompanhe em Global Times

*Leia em Global Times (publicado em inglês), traduzido em português do Brasil - ou use o tradutor Google.

Nas imagens acima: 1Xi Jinping entrega um relatório ao 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC) em nome do 19º Comitê Central do PCC no Grande Salão do Povo em Pequim em 16 de outubro de 2022. Foto: Xinhua; 2O 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC) é inaugurado no Grande Salão do Povo em Pequim em 16 de outubro de 2022. Foto: Xinhua

ONU | Conselho de Direitos Humanos rejeita proposta dos EUA sobre Xinjiang

Hoje Macau

A hegemonia dos EUA e dos seus aliados na ONU parece ter conhecido melhores dias. O Conselho dos Direitos Humanos recusou uma proposta que pretendia uma investigação sobre o Xinjiang, no que é considerada uma “vitória diplomática da China”. Países muçulmanos votaram ao lado de Pequim

O Conselho de Direitos Humanos da ONU, constituído por 47 Estados membros, rejeitou a proposta dos EUA e de alguns países ocidentais de debaterem os direitos humanos sobre o Xinjiang, o que foi considerado pelos meios de comunicação social ocidentais como uma “vitória diplomática” da China. Apesar da pressão dos EUA e dos seus aliados, o projecto de decisão acabou por não ser apoiado pela maioria dos membros do Conselho, especialmente países em desenvolvimento.

O resultado foi o seguinte: A favor (17): República Checa, Finlândia, França, Alemanha, Honduras, Japão, Lituânia, Luxemburgo, Ilhas Marshall, Montenegro, Países Baixos, Paraguai, Polónia, República da Coreia, Somália, Reino Unido e Estados Unidos. Contra (19): Bolívia, Camarões, China, Costa do Marfim, Cuba, Eritreia, Gabão, Indonésia, Cazaquistão, Mauritânia, Namíbia, Nepal, Paquistão, Qatar, Senegal, Sudão, Emirados Árabes Unidos, Uzbequistão e Venezuela. Abstenções (11): Argentina, Arménia, Benim, Brasil, Gâmbia, Índia, Líbia, Malawi, Malásia, México e Ucrânia.

Países muçulmanos com a China

Alguns países com população maioritariamente muçulmana, como a Indonésia e alguns do Médio Oriente e África incluindo os Emirados Árabes Unidos, Qatar, Camarões e Costa do Marfim, votaram contra o debate enquanto países como a Argentina, Brasil, Índia e Ucrânia se abstiveram.

“Esta é uma vitória para os países em desenvolvimento e uma vitória pela verdade e justiça”, disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “Os direitos humanos não devem ser utilizados como pretexto para inventar mentiras e interferir nos assuntos internos de outros países, ou para conter, coagir e humilhar outros”, disse ela.

Os EUA e um grupo de países ocidentais, incluindo a Grã-Bretanha, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia apresentaram um projecto de proposta na 51ª sessão em curso do Conselho de Direitos Humanos para realizar um debate especial sobre a situação dos direitos humanos na região chinesa de Xinjiang na próxima sessão do Conselho, no início de 2023.

Mas no mesmo dia, em nome de quase 70 países, um representante do Paquistão fez uma declaração conjunta no Conselho de Direitos Humanos para exortar outros países a deixarem de interferir nos assuntos internos da China nas regiões de Xinjiang, Hong Kong e Xizang. Também se opuseram à politização dos direitos humanos e à duplicidade de critérios, ou à interferência nos assuntos internos da China, sob o pretexto dos direitos humanos.

Além disso, mais de 20 países fizeram também declarações de apoio à posição da China no Conselho de Direitos Humanos, elevando para quase 100 o número total que expressou apoio à China.

Alguns países com elevada proporção de população muçulmana votaram contra o projecto de decisão porque concordam com as medidas preventivas da China para combater o terrorismo violento, a radicalização e o separatismo, e alguns tomaram ou planeiam tomar medidas semelhantes nos seus países.

“Medidas semelhantes adoptadas por outros países não suscitaram fortes reacções ou críticas por parte dos EUA e do Ocidente, porque estes países não são inimigos imaginários do Ocidente e, portanto, não são visados”, disse um membro da delegação chinesa.

No início de Agosto, 32 enviados diplomáticos enviados à China e diplomatas de 30 países islâmicos visitaram Xinjiang, e o que a delegação viu e ouviu pelo caminho “é completamente diferente do que alguns meios de comunicação social ocidentais relataram como a liberdade de crença religiosa. Vários direitos dos muçulmanos estão devidamente garantidos”, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Xi Jinping: China "nunca renunciará ao uso da força" para reunificar Taiwan

Xi Jinping afirmou que reservaram "possibilidade de adotar todas as medidas necessárias" em relação a Taiwan e que é um assunto do povo chinês.

O líder chinês, Xi Jinping, disse este domingo que a China vai fazer todos os esforços para reunificar Taiwan pacificamente, mas que "nunca renunciará ao uso da força", na abertura do 20º Congresso do Partido Comunista (PCC).

"Trabalharemos com a maior sinceridade e faremos todos os esforços em prol da reunificação pacífica [de Taiwan], mas não renunciaremos nunca ao uso da força e reservamos a possibilidade de adotar todas as medidas necessárias", afirmou.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, ocasião em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Os Estados Unidos continuam a ser o maior aliado e fornecedor de armas de Taipé.

"A resolução da questão de Taiwan é um assunto do povo chinês e deve ser resolvido apenas pelo povo chinês", apontou Xi Jinping.

"A reunificação da pátria deve ser alcançada e vai ser alcançada", acrescentou, condenando o "separatismo e a interferência estrangeira" na questão de Taiwan.

Xi Jinping também elogiou a transição de Hong Kong "do caos para a governação". O seu governo impôs, em 2020, uma lei de segurança nacional à cidade que praticamente eliminou a oposição e os ativistas pró-democracia na região semiautónoma da China.

Diário de Notícias | Lusa | Imagem: © EPA/MARK R. CRISTINO

Mais lidas da semana