CNC [*]
– A imprescindível análise de
totalidade da ofensiva capitalista contra a classe operária
I. Os planos da oligarquia
capitalista para “sair” da crise e conservar o poder: destruição de capital e
evitar a revolução. A experiência de controle social do Covid
Nos dois relatórios políticos da
Coordenação de Núcleos Comunistas analisam-se os grandes acontecimentos recente
– a gestão do Covid e a guerra da NATO contra a Rússia – de forma integral, ou
seja, inscritos na crise geral do modo de produção capitalista e em especial do
núcleo central do imperialismo, os EUA e a UE.
Esta crise, a maior da história
do capitalismo, verifica-se quando se efetuou uma inédita centralização do
capital em todas as suas formas, acelerada pelos avanços científico-técnicos da
4ª revolução industrial (informática, robótica, inteligência artificial,
neuro-ciência).
A oligarquia, que através dos
grandes fundos de investimento controla os centros chave do capital financeiro,
industrial e comercial, tem hoje na sua mão os instrumentos para implementar,
através dos governos ao seu serviço, as decisões políticas necessárias para
cometer as transformações com que o capitalismo enfrentou todas as suas grandes
crises: destruição em grande escala do capital menos competitivo, aceleração da
concentração das grandes empresas em cada vez menos mãos e “saneamento” do
mercado para começar de novo, mudando as regras do jogo.
Para entender melhor este
processo é útil recordar a chamada “reconversão industrial” dirigida pelo PSOE
nos anos 80 no Estado espanhol, com o engodo da entrada na Comunidade Europeia.
Com esse cínico nome cometeu-se a destruição maciça da indústria pesada, da
mineração, da agricultura e da pecuária, acompanhada da privatização de grandes
empresas públicas. Então, esse processo que destruiu em grande escala nosso
tecido produtivo e que foi acompanhado da precarização generalizada das
relações laborais, contou com a cumplicidade subornada das direções da CC.OO e
UGT que dividiram e debilitaram a resistência operária.
Algo parecido, só que a uma
escala muito maior e, como dissemos, com os recursos técnicos da chamada quarta
revolução industrial, é o que o Fórum Económico Mundial, estado maior do
capitalismo “ocidental”, chama “a Grande Reinicialização”, uma paráfrase do que
então se chamou “reconversão”.
Trata-se agora da liquidação
maciça de empresas e de postos de trabalho; trabalho humano substituído pela digitalização,
pela robótica, etc. Isto supõe, está a supor, o afundamento na paralisação, sem
expectativa alguma de conseguir um emprego, de milhões e milhões de
trabalhadoras e trabalhadores e a privação de futuro à juventude.
É evidente que esta situação, que
se apresenta como irreversível, vai produzir revoltas sociais generalizadas que
podem desembocar em processos revolucionários. Aqueles que estão a conceber o
“Great Reset” sabem-no perfeitamente.
A preocupação maior das classes
dominantes, ao longo da história do capitalismo e agora com mais razão, é
impedir que o cumprimento do seu objetivo prioritário de maximizar lucros
incrementando a exploração, possa conduzir a que a insurreição daqueles que não
têm mais do que a sua força de trabalho para sobreviver lhes arrebate o poder.
É neste quadro que se inscreve a
experiência maciça de controle social que implicou, à escala mundial, a gestão
da pandemia Covid. A fabricação do micro-organismo “com ganho de função”, ou
seja, com um aumento artificial da sua capacidade patogénica num laboratório de
armas biológicas dos EUA, e a sua colocação em circulação à escala planetária,
permitiram implantar medidas de militarização em grande parte dos países,
sobretudo nos EUA e na UE.
A centralização do poder
económico nos grandes fundos de investimento implica o controle das grandes
multinacionais farmacêuticas e, através delas, da OMS, das agências de
medicamentos, sobretudo a FDA (EUA) e a EMA (UE) e dos grandes meios de
comunicação e redes sociais. Tudo isso tornou possível que de forma
centralizada, coordenada e com disciplina militar se impusesse a censura, se
gerasse o pânico e se dessem ordens que os governos subornados aplicaram.
A psicose de terror diante do
Covid e as brutais medidas repressivas impostas, que incluíram a ocupação pelo
exército e corpos repressivos de povoados e cidades, tornaram possível que se
aceitassem sem grande resistência medidas que até agora só se tomavam em tempos
de guerra, tais como o confinamento e a paralisação da economia ou a suspensão
de direitos e liberdades fundamentais.
Estes factos conduziram à
destruição de milhares de pequenas e médias empresas e permitiram às classes
dominantes comprovar até que ponto podem reduzir as sociedades a uma massa
informe de seres submissos, capazes inclusive de exercer as denúncia e a
repressão contra aqueles que não aceitaram tornarem-se vassalos. Tal como nos
melhores tempos do fascismo. A oligarquia reunida no Fórum Económico Mundial de
Davos de 2021 não cabia em si de gozo ao comprovar a eficácia do
disciplinamento social e, ao mesmo tempo, o rápido avanço da digitalização, do
trabalho telemático, da implantação do passe Covid, do uso maciço do cartão
bancário – precedentes de mecanismos de controle de populações – ou a
generalização das compras pela Internet. Mas, sobretudo, o confinamento
acelerou exponencialmente o uso de redes sociais, a visualização de séries e,
especialmente nos mais jovens, dos jogos “on line”, cujas plataformas e
conteúdos, produzidos pelas grandes empresas tecnológicas, permitem a evasão
maciça de uma realidade cada vez mais hostil e conduzem ao isolamento
destruindo as relações sociais.
O aumento espetacular dos
suicídios, principalmente na juventude, inclusive em crianças cada vez mais
pequenas, ou o incremento do consumo de ansiolíticos e anti-depressivos, são,
provavelmente, as consequências mais dramáticas sobre a mente humana da
implantação de formas de vida que convertem as pessoas numa espécie de zumbis
solitários e são instrumentos fundamentais para implantar seu projeto de
dominação sem resistência.
Todos estes mecanismos focam-se
sobretudo na juventude, nos filhos e filhas da classe operária aos quais esta
“reconfiguração” do capitalismo não oferece futura algum e que deveriam ser os
principais protagonistas da resistência. Sua auto-exclusão da vida social e sua
aniquilação como seres pensantes, incapazes de tomar decisões, que estão a ser
alimentados pela introdução maciça de drogas nos bairros operários, é condição
chave para a implantação deste projeto criminoso de destruição social.
Esta é a materialização do lema
macabro da Agenda 2030: “não terás nada e serás feliz”.