Famílias pagam até mais 84 euros este ano com aumentos nas comunicações
Altice já revelou nova tabela de preços a aplicar a partir de 1 de fevereiro. NOS e Vodafone seguirão os mesmos passos. Nowo não mexe nos preços. Forma como consumidores estão a ser informados dos aumentos levanta dúvidas.
Altice, a NOS e a Vodafone
ignoraram por completo o apelo da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom)
- evitar aumentos "disruptivos" este ano - e vão atualizar os preços
dos serviços até 7,8%, em linha com o Índice de Preços do Consumidor anual de
A Altice Portugal, dona da Meo, foi o primeiro operador a revelar as novas
condições a aplicar a partir de 1 de fevereiro. De acordo com a tabela de preços atualizada para o segmento consumo,
que o Dinheiro Vivo consultou, os serviços vão encarecer entre um euro a sete
euros mensais (inclui o IVA a 23%).
Por exemplo, entre os clientes móveis pós-pagos da Meo, quem paga 28,99
euros/mês por 250 megabytes (MB) de dados móveis, 500 minutos em
chamadas e 500 mensagens (SMS) - o tarifário mais em conta -, dentro de dez
dias, passará a pagar 29,99 euros. No final dos próximos 12 meses terá pago
mais 12 euros do que no ano anterior pelo mesmo serviço. Já a mensalidade do
tarifário móvel pós-pago mais dispendioso, que dá acesso ilimitado a dados
móveis, chamadas e SMS, passará dos atuais 63,99 euros para 65,99 euros - mais
dois euros mensais, ou seja, um acréscimo de 24 euros num ano.
Entre os serviços em pacotes, onde se encontram a maioria dos consumidores de telecomunicações, vão verificar-se aumentos mais significativos. Tudo dependerá do número de serviços subscritos e do tipo de ligação que existe na residência (fibra, ADSL ou satélite).
Quem tiver em casa apenas televisão e telefone fixo (pacote residencial M2) por fibra ótica passará a pagar mais 3,5 euros por mês (de 45,99 euros passará para 49,49 euros), mais 42 euros num ano. Se o mesmo pacote for assegurado por ligação ADSL a mensalidade crescerá na mesma proporção, mas se TV e telefone fixo forem suportados por satélite a mensalidade encarece 2,70 euros (32,40 euros num ano).
O pacote M3 mais barato (TV,
internet com 30 Mbps de velocidade e telefone fixo) suportado em fibra ótica
vai passar de 43,49 euros mensais, para 46,79 euros. Mais 3,30 euros, o que
equivale a pagar mais 39,60 euros nos próximos 12 meses. Se o mesmo pacote for
suportado por ADSL, o encarecimento da fatura mensal será de 3,90 euros (de
50,99 euros para 54,89), mais 46,80 euros num ano. Mas se o pacote M3 subscrito
for via satélite, a mensalidade agravar-se-á em 4,60 euros (de 58,99 euros,
para 63,59), mais 55,2 euros num ano.
É nos pacotes de serviços convergentes (M4) - televisão, internet, telefone
fixo e dados móveis no telemóvel - que se verificarão os maiores aumentos. O M4
mais exclusivo (TV premium, internet com mil Mbps de velocidade, telefone
fixo e dados móveis ilimitados), suportado em fibra ótica, terá uma subida
mensal de sete euros (de 101,49 euros para 108,49 euros), um disparo de 84
euros na fatura global dos próximos 12 meses. Se a modalidade mais cara do M4
for suportado por ADSL ou por satélite a subida será de 6,30 euros mensais
(mais 75,60 euros num ano).
Segundo a dona da Meo, no caso dos serviços fixos e convergentes, a atualização
de preços é válida "para adesões a serviços em pacote que tenham ocorrido
entre 1 de março de 2018 e 30 de novembro de 2022 ou com atualização contratual
a 1 de janeiro de 2020". Escapam a estes aumentos os cerca de 100 mil
clientes da Altice que ou só têm telefone fixo ou beneficiam do plano de
reformados.
Aumentam os preços porquê?
Também a NOS vai encarecer os preços dos serviços a partir de 1 de
fevereiro, mas, ao contrário da Meo, só a partir desta segunda-feira é que
revelará os valores concretos das atualizações. A Vodafone Portugal, por sua
vez, vai aplicar novos preços a partir de 1 de março, começando
a comunicar as novas condições a 30 de janeiro.
Considerando o histórico do setor - Altice, NOS e Vodafone
apresentam tipologias de serviços e preços em tudo semelhantes -, o novo
preçário da NOS e da Vodafone deverá ser idêntico aos valores que a dona da Meo
já anunciou.
Por que motivo os operadores aumentam os preços? Porque podem, essencialmente.
A maioria dos contratos de telecomunicações está indexada à evolução da
inflação do ano anterior. Mesmo em anos de inflação muito baixa ou sem uma
escalada como a que se assistiu em 2022, tem sido prática das telecom atualizar
os valores das mensalidades no início de cada ano.
José Varela Rodrigues | Diário de Notícias
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