sábado, 11 de março de 2023

Angola | COMUNICAÇÃO CHUMBADA E TIROTEIO NOS PÉS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Eugénio Quintas (Man Gena) é o novo herói de Luzia Moniz, a espantosa escritora (escreve com os dois pés) que foi a Moçambique lançar a sua “obra” e ninguém desmaiou com o cheiro a chulé que se liberta do livro em ondas suaves. A azougada pezuda diz que o traficante de droga foi perseguido pelo regime angolano e agora é exilado político em Maputo, cidade que já foi um lugar bem frequentado. A Luzia e o Man Gena ao mesmo tempo na capital moçambicana é carga a mais de banditismo! Deve ter caído aquele letreiro onde está escrito“reservado o direito de admissão”. Acontece.

O Novo Jornal faz hoje manchete com uma “notícia” bombástica segundo a qual o “Projecto de Rui Falcão foi reprovado pela cúpula do BP”.O título é mais preciso: “João Lourenço chumba estratégia ultrapassada de comunicação do MPLA”. Reparem bem. No antetítulo o projecto foi reprovado pelo Bureau Político. No título já foi João Lourenço. Intrigalhada à moda da UNITA ou coisa pior? Há momentos em que Sobrinhos e Madalenos conseguem ser mais rasteiros que a associação de malfeitores. 

Um aviso. Os membros do Bureau Político do MPLA foram eleitos pelos militantes delegados ao congresso. Não podem ser afastados com uma carta do líder partidário sugerindo-lhes a sua demissão. Por enquanto, o partido ainda é um colectivo e todos os dirigentes respondem exclusivamente às estruturas partidárias e não ao Presidente da República, que só está no cargo enquanto tiver a confiança da direcção do MPLA que o escolheu para cabeça de lista. 

Nada de confusões. Acontece que o presidente do MPLA não tem poderes sobrenaturais. De qualquer forma alguém abriu a caça a Rui Falcão. Mau sinal. O mobutismo de Kinkuzu conseguiu colocar um embaixador em Madrid que nem para porteiro serve. Devem querer mudar a direcção do MPLA no mesmo sentido. O mal dos oportunistas é que não têm a noção dos limites e um dia acabam por bater estrondosamente contra o muro da realidade. 

Quem sabe umas coisinhas de comunicação tem uma certeza. O Bureau Político do MPLA faz autênticos milagres a apagar fogos ateados pelos órgãos de Soberania eleitos e aos quais tem o dever de dar todo o apoio. É muito tiroteio nos pés, muito fogo amigo, muito estilo Miala. Tratem bem Rui Falcão. Não devem ter outro com a sua capacidade e o seu nível. João Lourenço sabe isso melhor que ninguém.

Abílio Camalata Numa anda nervoso. Este mês de Março deixa-o em pânico. Até ao dia 23 podem sair mais pormenores sobre a sua participação nas agressões armadas do regime racista de Pretória contra Angola e os angolanos. Morreu muita gente! Entre a “infantaria” da UNITA os mortos foram às centenas entre o dia 2 e o dia 23 de Março de 1988. Muitos morreram devido à cobardia e incompetência do então “brigadeiro” Numa, apresentado pelo coronel karkamano Breytenbach, líder do Batalhão Búfalo, como “cunhado de Savimbi”. Dois criminosos de guerra. 

Pedi a um antigo oficial da UNITA que me explicasse como Abílio Camalata Numa trepou na estrutura militar do Galo Negro. A resposta foi lapidar: Era o assassino sempre pronto a matar. Mas só matava presos desarmados ou civis, sobretudo mulheres. Cobardia e deserção da luta são as suas qualidades de militar”. Não é altura de lhe tirar a honrosa patente de general? Ontem já era tarde. 

Hoje o criminoso de guerra (comprovadamente) escreve isto no portal da Irmandade Africâner: “O MPLA está a movimentar-se nos meandros do poder de quadrilhas corrompidas”.

O cobarde e assassino Abílio Camalata Numa sabe o que escreve. Andou no seminário a estudar para padre e nessa escola ensinavam a escrever. Portanto, tem de ser responsabilizado pelo que escreveu. Mesmo com a existência da UNITA, na política não pode valer tudo.  

O desertor e assassino Numa escreve que as eleições foram o “golpe politico-eleitoral de 2022 que ilegitimamente ajudaram o MPLA a capturar o exercício do poder político e derrubar a FPU e Adalberto Costa Júnior seus verdadeiros vencedores”. 

A FPU é coisa que não existe. Nem concorreu às eleições que o porta-voz de Adalberto da Costa Júnior diz terem sido golpe eleitoral e político!

 O falso general e verdadeiro assassino (não me esqueço de uma família inteira, com crianças, que ele fuzilou na Coutada do Ambriz) escreve mais isto: “O mínimo que o MPLA pode fazer, se lhe restar algum pudor, é devolver o poder ao verdadeiro Soberano do Estado de Angola para em eleições livres e justas poder escolher seus reais representantes autárquicos e nacionais já”.

Opinião e liberdade de expressão jamais podem ser confundidas com insultos. Não podem ser confundidas com baixeza humana. Não podem ser capa de crimes. A questão não é calar Abílio Camalata Numa. É proteger as suas vítimas. 

Um órgão de comunicação social jamais pode servir de instrumento de agressão seja a quem for, muito menos se o agressor é um criminoso de guerra que carrega às costas milhares de homicídios. Alguém que lutou de armas na mão contra a soberania nacional. Fez tudo para retalhar Angola e colocar o país sob a pata do regime racista da África do Sul. Quando Abílio Numa aparece nos Media temos crime grave contra o Jornalismo e os Jornalistas. Para além das vítimas directas da sua fúria criminosa. 

*Jornalista

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