terça-feira, 7 de março de 2023

EIS A PROVA DE COMO ESPECIALISTAS UCRANIANOS ENTENDEM MAL O SUL GLOBAL

Lesia Dubenko, do Politico, provou como os especialistas ucranianos entendem mal o Sul Global

Isso reflete extremamente mal do lado de Lesia Dubenko que ela espera que aumentar a consciencialização do Sul Global sobre as consequências ambientais da operação especial da Rússia consiga convencer os países em desenvolvimento a abandonar Moscou.

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

O artigo de estreia da cientista política ucraniana Lesia Dubenko para o Politico provou como os especialistas de seu país entendem mal o Sul Global. Em seu último artigo explicando como “Para punir Putin, o Ocidente deve conversar com o Sul Global como parceiros”, ela propõe aumentar a consciencialização sobre as supostas consequências ambientais da operação especial da Rússia na Ucrânia em parceria com embaixadas ocidentais. Isso, espera Dubenko, ajudará a garantir o apoio dos países em desenvolvimento para um “tribunal especial” contra a Rússia.

É constrangedor que o Politico não tenha se recusado a publicar seu artigo na tentativa de proteger a falsa percepção que hoje é popular no Ocidente, alegando que “os ucranianos sabem como vencer a Rússia em qualquer coisa melhor do que ninguém”. Essa narrativa foi agressivamente divulgada nas mídias sociais ao longo do ano passado por trolls da “NAFO” apoiados pela SBU e até mesmo autoridades americanas como Arthur Paul Massaro, da Comissão de Helsinque, que foi pego em um escândalo no mês passado por ter abraçado descaradamente o fascismo.

Talvez devido à pressão “politicamente correta” sobre eles para publicar qualquer proposta de ucranianos como Dubenko, a fim de evitar acusações de suposto “viés pró-russo”, o Politico tomou a decisão imprudente de liberar seu artigo às custas da falsa opinião dos ucranianos. reputação. Uma coisa é distorcer os eventos do ano passado de forma a argumentar que “os europeus deveriam ter ouvido os ucranianos sobre a Rússia” e outra é promover tudo o que eles propõem sobre o Sul Global.

As percepções ocidentais são muito mais fáceis de manipular devido ao domínio da mídia dominante naquele bloco de fato da Nova Guerra Fria, mas as percepções das pessoas do resto do mundo são muito mais difíceis de manipular, pois essas plataformas de propaganda têm concorrentes locais poderosos. Isso ajuda a neutralizar o efeito das narrativas de guerra de informação armada do Ocidente, o que explica por que a maior parte do Sul Global apóia a Rússia.

A observação anterior não é a chamada “propaganda russa” como os partidários mais apaixonados de Kiev poderiam gritar instintivamente em resposta, mas confirmada por um dos artigos recentes do New York Times sobre o fracasso do Ocidente em “isolar” a Rússia e um importante pensamento da UE dados de pesquisa mais recentes do tanque. O que Dubenko descreve incorretamente como “a Rússia armando os problemas globais”, como o legado do colonialismo ocidental e os excessos mais cruéis do capitalismo, é simplesmente um reflexo das verdadeiras visões do Sul Global.

É condescendente ao extremo e possivelmente até fanático sugerir que os africanos carecem de agência para determinar independentemente suas próprias opiniões sobre eventos urgentes em todo o mundo devido a eles serem supostamente vítimas da chamada “propaganda russa”. Nem Dubenko, seus colegas especialistas ucranianos, nem seus colegas ocidentais jamais irão “conquistar corações e mentes” dizendo em voz alta o que sentiram silenciosamente por um tempo, mas foi exatamente isso que ela acabou de fazer em detrimento de seu lado.

Ninguém deve se deixar enganar por ela sugerir que “o Ocidente e a Ucrânia precisam intensificar o diálogo com esses países e conversar com eles como parceiros – não apenas tratá-los como ouvintes”. Se ela fosse sincera ao fazê-lo, então ela e sua turma ouviriam as razões pelas quais o Sul Global não quer armar Kiev e/ou sancionar a Rússia, em vez de tentar inventar maneiras malucas de manipulá-los para fazê-lo, como levantar conscientização sobre as consequências ambientais do conflito para a Ucrânia.

Dubenko cita um especialista alemão não identificado em seu artigo que disse que o Ocidente deveria reformular as opiniões do Sul Global de tal forma que eles não considerassem mais “tribunais especiais” como o que Kiev quer formar contra a Rússia como “privilégio dos ricos Norte." Isso é incrivelmente irônico, já que ela mesma se comporta como alguém com exatamente o mesmo privilégio mencionado, esperando condescendentemente que o Sul Global sacrifique seus interesses em relação à Rússia apenas pelo bem do meio ambiente da Ucrânia.

Somente alguém como Dubenko e seus colegas especialistas ucranianos jamais proporia publicamente algo tão ridículo, que é contraproducente para Kiev e para os interesses do Ocidente. Os editores do Politico deveriam ter exercido um bom julgamento recusando-se educadamente a publicar seu artigo, tanto para manter sua própria reputação profissional quanto para proteger a falsa percepção popular entre o Ocidente de que “os ucranianos sabem como vencer a Rússia em qualquer coisa melhor do que ninguém”, já que Dubenko apenas os desacreditou.

*Andrew Korybko -- Analista político americano especializado na transição sistêmica global para a multipolaridade

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