quinta-feira, 25 de maio de 2023

O REITOR DA CAÇA ÀS BRUXAS EM COIMBRA

O reitor russófobo, antidemocrático, anticonstitucional e, provavelmente, o mais que dele se diz e escreve

O caso não foi investigado, não foi dada oportunidade ao acusado de se defender, e os alunos inquiridos pelo jornal Público negaram que Vladimir Pliassov difundisse propaganda nas aulas. No entanto, "o reitor Amílcar Falcão demitiu o professor na manhã seguinte, como se fosse proprietário de uma universidade com séculos de existência", condena Daniel Oliveira.

Daniel Oliveira | TSF | opinião

É habitual em todas as guerras: "mesmo quando se está do que se pensa ser o lado certo da História, a generalização xenófoba vem sempre ao de cima". No caso da guerra na Ucrânia, "afloraram-se por essa Europa, sinais de russofobia", aponta Daniel Oliveira.

"Este clima instalou-se, naturalizou-se, e mais de um ano depois da guerra, coisas impensáveis são tratadas como normais." É o caso da demissão do antigo diretor do Centro de Estudos Russos, Vladimir Pliassov, que viu o seu vínculo à Universidade de Coimbra terminado na sequência de acusações de "propaganda russa", considera o jornalista no seu espaço de opinião semanal na antena da TSF.

Depois de dois ucranianos terem publicado num jornal local um artigo sobre este professor russo, que vive em Portugal desde 1988, o artigo foi citado na SIC pelo comentador José Milhazes e republicado no Observador. Vladimir Pliassov foi acusado de manter "ligações aos serviços secretos de Moscovo" e "as provas apresentadas são fotografias do professor no Kremlin em 2017, com centenas de pessoas a ouvir um discurso do Presidente do país; uma fotografia no centro de estudos com caras de dezenas de escritores russos, alguns apoiantes da invasão; símbolos nacionais russos proibidos em países com justificáveis más relações com a Rússia, referências à Igreja russa; e fotos de regiões de maioria russófona na Ucrânia."

"Nenhuma destas coisas faz deste professor espião ou sequer agente de Putin", aponta Daniel Oliveira. "Independentemente das posições do professor em relação à invasão russa, que provavelmente serão semelhantes à da maioria dos russos".

O caso não foi investigado, não foi dada oportunidade ao acusado de se defender, e os alunos inquiridos pelo jornal Público negaram que Vladimir Pliassov difundisse propaganda nas aulas. No entanto, "o reitor Amílcar Falcão demitiu o professor na manhã seguinte, como se fosse proprietário de uma universidade com séculos de existência", condena Daniel Oliveira.

Para o comentador, "há uma tentativa de importar uma caça às bruxas por delito de opinião, que até se pode perceber num país em guerra, mas é impensável em Portugal". "Portugal apoia, e bem a resistência ucraniana, mas não está - nem ela nem a aliança militar a que pertence - em guerra", lembra.

E "mesmo que estas pessoas apoiassem a Rússia, a sua voz não podia ser suprimida", defende Daniel Oliveira. "Quando a exclusão ideológica chega à academia, preparemos-mos para o pior."

Houve um tempo em que os reitores afastavam professores por delito de opinião. Esse tempo acabou em Portugal há meio século, perdurando a Rússia de Putin, a que os ucranianos heroicamente resistem".

Em Portugal, o "autoritarismo expedito do reitor não tem lugar", destaca Daniel Oliveira, citando o artigo 13º da Constituição da República Portuguesa:

"Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas."

É preciso repor a "legalidade democrática" na Universidade de Coimbra, apela Daniel Oliveira. E lembra: "É exatamente por ela que combatemos os Vladimir Putin deste mundo".

*Título original em TSF: CAÇA ÀS BRUXAS EM COIMBRA

Na imagem: O reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, como ditador decide inconstitucionalmente expulsar um professor russo denunciado por dois alunos ucranianos, alegadamente simpatizantes nazis, com falsidades que colaram como mosca no mel na demonstrada russofobia de Amílcar Falcão, comprovado adepto de inconstitucionalidades, antidemocracia e, falta saber, talvez simpatizante do nazi-fascismo ao modo do “herói” Bandera das SS de Hitler atualmente tão popular entre os ukronazis na Ucrânia e refugiados em Portugal. - Foto em Diário de Aveiro - (PG)

Ler em Página Global:

O terrorismo e as táticas nazis de alguns ucranianos em Portugal

1 comentário:

JOEL PALMA disse...

Não teria o ''rei-torzinho'' se igualado ao que o próprio diz sobre Putin em relação à liberdade de ação e expressão? Creio, sinceramente, que sim.

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