quinta-feira, 4 de maio de 2023

ATAQUE DE DRONES

Awantha Artigala, Sri Lanka | Cartoon Movement

PORQUE É QUE OS CESSAR-FOGO NO SUDÃO CONTINUAM FALHANDO?

Os generais em guerra mostraram pouco interesse em um cessar-fogo de longo prazo, mas não conseguiram uma vitória rápida.

Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

O último cessar-fogo com o qual as facções beligerantes do Sudão concordaram, negociado pelo Sudão do Sul, parece ter se deteriorado quase imediatamente, como todas as tréguas anteriores desde que os combates começaram no país no mês passado.

O general Abdel Fattah al-Burhan, chefe do exército do país e líder de fato , e Mohamed Hamdan “Hemedti” Dagalo, que lidera as Forças de Resposta Rápida (RSF) paramilitares, continuaram a batalha enquanto o conflito se aproximava do fim de sua terceira semana .

Na noite de quarta-feira, o enviado de al-Burhan, Dafallah Alhaj, disse à Al Jazeera que o acordo foi apenas para um cessar-fogo, "não para mediação sobre a resolução do conflito", frustrando as frágeis esperanças de que o acordo dos generais com a trégua fosse um sinal de progresso.

O cessar-fogo que deveria começar na quinta-feira terá algum sucesso parcial? E por que os cessar-fogos anteriores falharam?

Angola | O PRIMEIRO DE MAIO EM LUANDA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O revisor Rui Ramos ataca de novo a verdade dos factos históricos nas páginas do Jornal de Angola. No 25 de Abril investiu com aldrabices e falsificações na companhia do deputado da UNITA, Justino Pinto de Andrade. Tentei reparar os danos causados à História Contemporânea de Angola e às gerações que não viveram aquele acontecimento em 1974. A minha resposta não foi considerada. O falsário hoje volta a falsificar.

 Desta vez o revisor entrou a matar tudo quanto é a verdade dos factos. Escreveu que no dia 1 de Maio de 1974 nada aconteceu em Luanda. E invocou o jornal “A Província de Angola” para justificar tal afirmação. Escreveu ele: “Na Mutamba havia a calma habitual de um dia feriado e nos bairros africanos a vida decorria normalmente, sem os mínimos sinais próprios de uma data comemorada mundialmente”. Tudo aldrabices. Nesse Primeiro de Maio o dia ainda não era feriado. Nos musseques houve grande agitação que foi reprimida pela polícia. Trabalhadores da Condel foram presos. Trabalhadores da Mabor foram presos. Trabalhadores da Fapobol foram presos.

Por falar em Mabor, a fábrica de pneus acaba de fechar. José Campelo foi o seu director-geral, um apoiante do MPLA que depois fez parte do governo do almirante Rosa Coutinho. Grande camarada. Mesmo tendo ficado mais do lado da Revolta Activa. Quem nunca errou na vida que atire a primeira pedrada.

No dia 1 de Maio de 1974 a Mutamba foi palco de uma manifestação popular convocada por várias organizações políticas, inclusive por activistas do MPLA. A PIDE ainda existia. A Policia de Segurança Pública tinha o mesmo comandante. Mas o engenheiro Santos e Castro, governador fascista e apoiante da independência branca, já tinha sido recambiado para Lisboa. À hora marcada estavam algumas centenas de manifestantes na Mutamba. Dadas as circunstâncias, uma multidão corajosa.

Em frente ao edifício da Fazenda (hoje Ministério das Finanças) estava a cabeça da manifestação com duas jovens empunhando uma grande tarja branca com as palavras ABAIXO O COLONIALISMO VIVA ANGOLA INDEPENDENTE. Pouco antes da manifestação partir em direcção ao Palácio da Cidade Alta, onde os manifestantes iam exigir a libertação imediata dos presos políticos, a polícia apareceu e os agentes arrancaram a tarja das mãos das manifestantes. Alguns jovens enfrentaram a polícia e foram também detidos. Todos atirados para dentro de um carro celular e levados para parte incerta.

Um manifestante subiu para um dos bancos da Mutamba, então paragem central dos autocarros urbanos, e dirigiu-se aos manifestantes: Vamos para o Palácio da Cidade Alta exigir a libertação dos detidos! Uma das jovens era Rita Barreto Lara, chefe da secretaria do Liceu Paulo Dias de Novais. A outra era Maria Orquídea Augusto, professora na Escola João Crisóstomo e directora técnica da Farmácia Orquídea, no Bairro Popular. Os manifestantes foram mesmo para o Palácio da Cidade Alta. À porta estavam agentes da PIDE exibindo pistolas à cintura. E agentes da PSP armados. Os oficiais do MFA conseguiram a libertação dos manifestantes, ao fim da tarde daquele Primeiro de Maio.

Angola | Alegrias e Tristezas no Primeiro de Maio – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Embaixador Domingos Culolo foi Procurador-Geral da República numa fase muito difícil. Iniciou o seu mandato quando rebentou a rebelião armada de Jonas Savimbi. O criminoso de guerra perdeu as primeiras eleições multipartidárias e tentou tomar o poder pela força. Pela primeira vez na História Universal, no regime de democracia representativa, um partido tinha representação parlamentar e, ao mesmo tempo, a maioria dos seus membros fazia da UNITA um quadrilha perigosa, que matava cidadãos angolanos indefesos e destruía tudo o que apanhava pela frente. O programa maior era matar a democracia ainda no ovo e reproduzir em todo o país as fogueiras da Jamba. 

Depois de tantos desafios à sua capacidade, o PGR Domingos Culolo teve um prémio no final do seu mandato. Um porta-voz das Forças Armadas Angolanas anunciou a morte em combate do chefe da quadrilha, Jonas Savimbi. A este angolano excepcional devemos serviços relevantíssimos na área da diplomacia mas também na Procuradoria-Geral da República. Foi durante o seu mandato que o Poder Judicial teve a coragem de deter o empregado de George Soros, Rafael Marques. Segundo o próprio criado, esteve detido 42 dias. Porquê? 

Ele próprio revelou no Maka Angola: “Chamei corrupto e ditador ao Presidente da República No mesmo contexto, fui também acusado de ter difamado e injuriado o Procurador-Geral da República”. Esses feitos valeram-lhe mais tarde uma condecoração do Presidente João Lourenço.

Chamar ditador e corrupto, seja a quem for, é crime. Porque tanto tem direito à honra quem é muito honrado como quem é muito desonrado. Se a vítima for uma figura pública além de crime é uma cobardia porque está mais exposta, menos protegida pela Lei. Se é um servidor do Estado a gravidade do crime aumenta. Qualquer jornalista estagiário sabe isto. Rafael Marques não sabe e jamais saberá. Porque para os servidores da seita UNITA isso de personalidade não existe. Portanto, também não existem Direitos de Personalidade. 

Hoje, nos pasquins que servem a seita UNITA, o Presidente João Lourenço é gravemente difamado e injuriado. Não acontece nada. Os difamadores e injuriadores vão ser condecorados pelo próximo Chefe de Estado. Está garantido. Porque se para os sicários da UNITA os seres humanos não têm personalidade, para os aprendizes de feiticeiro que dominam o panorama mediático, a liberdade de imprensa não tem limites. Insultos, mentiras, manipulações são exercícios do direito a dar opinião. É ponto assente. 

O sicário da UNITA Carlos Kandanda abocanhou os calcanhares (não conseguem subir além da sujidade do chão que pisamos) do Embaixador Domingos Culolo mas, desta vez, esse exercício de banditismo mediático foi útil. Já ninguém se lembrava que o então Procurador-Geral da República, num acto de grande coragem, ordenou, em Janeiro de 1999, a detenção dos deputados da UNITA Carlos Alberto Calitas, Carlos Tiago Kandanda, Manuel Savihemba, Daniel José Domingos Maluka e João Vicente Viemba. Estavam sentados na Assembleia Nacional recebendo salário e usufruindo das mordomias, mas ao mesmo tempo alinhavam na rebelião armada da quadrilha! Estiveram detidos dez meses.

CENSURA SEM FRONTEIRAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Grande logro! Tremendo engano de alma! Quando os jornais (na época não existia Rádio nem Televisão) deixaram de ser espaços de liberdade, os jornalistas passaram a meros assalariados ao serviço de um qualquer dono com nome ou anónimo escondido atrás de um conselho de administração. 

A Imprensa Angolana tem marcos indeléveis de liberdade. O “Jornal de Loanda” fundado por Alfredo Troni. O “Echo de Angola” onde pontificava o grande mestre José de Fontes Pereira. O “Pharol do Povo” ou “A Voz de Angola”. Os proprietários eram ao mesmo tempo jornalistas e às vezes tipógrafos. O estatuto editorial incluía sempre a defesa da justiça e da autonomia. Mais a afirmação nacionalista.

Depois chegou a Imprensa Industrial, faz no dia 16 de Agosto 100 anos, com “A Província de Angola”, hoje “Jornal de Angola”. A empresa era propriedade de banqueiros, comerciantes, fazendeiros e industriais. Muito dinheiro. O testa-de-ferro era Adolfo Pina. Os assalariados eram jornalistas,. Dos melhores na então colónia. O salário passou a falar mais alto do que a liberdade.

Como na Rádio Lumbamba, no Cunene, cujo proprietário é Francisco Abílio Lumbamba ao qual agradeço penhoradamente a sinceridade e o amor à verdade, tão distantes dos Media angolanos. O poeta pode ser um fingidor mas o dono do dinheiro investido diariamente num jornal, numa rádio ou num canal de televisão não está para fingimentos. Defende os seus interesses com unhas e dentes. Os assalariados da estação organizaram um debate político. O patrão telefonou e disse:

“Liguei para dizer que este debate não é para esta rádio. Esta rádio é comercial e vocês sabem, perfeitamente, que não podem estar a falar de política. Política não é nesta rádio. Não criei a rádio para falar de política. Falem de economia e desenvolvimento”. Acabou o programa. O dinheiro falou e falou muito alto.

A presidente da Comissão da Carteira e Ética, Luísa Rogério, exigiu publicamente que a Procuradoria-Geral da República investigue imediatamente este acto público de censura. Grande mulher! Mas temo que o processo morra à nascença. Porque no estatuto editorial da Rádio Lumbamba pode estar expresso que a estação só pode incluir temas económicos na grelha de programas. A política fica nos noticiários. Se esta opção fere a Constituição da República e a Lei de Imprensa, Francisco Abílio Lumbamba fecha a torneira do dinheiro e nem precisa de fechar as portas. Elas fecham-se automaticamente.

Polícia acusada de uso de reconhecimento facial na coroação do rei Charles

Met diz que a tecnologia não será usada para atingir manifestantes ou ativistas, mas ativistas dizem que o uso é "extremamente preocupante"

Vikram Dodd, correspondente criminal | The Guardian | # Traduzido em português do Brasil

A polícia metropolitana foi acusada de usar a coroação para encenar o maior reconhecimento facial ao vivo da história britânica.

A força disse na quarta-feira que pretende usar a polêmica tecnologia, que escaneia rostos e os compara com uma lista de pessoas que a polícia procura por supostos crimes e pode identificar terroristas condenados misturados à multidão.

Centenas de milhares de pessoas são esperadas nas ruas no sábado, quando o rei Charles é coroado na Abadia de Westminster, após uma procissão pelo centro de Londres , com uma operação de segurança massiva.

O anúncio foi feito quando a polícia recebeu novos poderes para reprimir os protestos, promulgados pelo governo apenas alguns dias antes do evento cerimonial de alto nível.

Os ativistas temem que a tecnologia de escaneamento facial possa ser usada contra manifestantes, e que a polícia já tenha feito isso antes.

O Met insistiu que a tecnologia não seria usada para reprimir protestos legais ou atingir ativistas. Mas os grupos de campanha não acreditam neles. A maior força da Grã-Bretanha disse: “Não é usado para identificar pessoas que estão ligadas ou foram condenadas por estarem envolvidas em atividades de protesto”.

Um importante especialista acadêmico disse que o número de pessoas cujos rostos seriam digitalizados tornaria a maior implantação de reconhecimento facial ao vivo (LFR) no Reino Unido.

Da coroação do rei Charles ao nascimento do Quarto Reich da Europa

Vamos nós, que andamos sobre duas pernas e não quatro, saudar aquelas legiões desconhecidas que caíram para fazer esse César imitador parecer grande.

Declan Hayes* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Embora a BBC do MI5 tenha nos dado recentemente um roteiro completo para a coroação do rei Charles 111, este artigo visa adicionar ainda mais às festividades, discutindo sua hipocrisia religiosa, os charlatães que estarão presentes e seu significado estratégico mais amplo como parteira do Quarto Reich da Europa.

Em primeiro lugar, o ex-banqueiro e apologista banderita Justin Welby , que se autodenomina o arcebispo anglicano de Canterbury, decretará que Charles é o chefe dos chefes, o Don Corleone de seu culto anglicano e, como tal, é o defensor de sua fé protestante, um título concedido pela primeira vez ao namorador rei Henrique V111 pelo papa Leão X em 1527, que os cultistas anglicanos rapidamente sequestraram por seus próprios motivos mercenários. Embora isso seja ruim o suficiente, é a tentativa deles de cooptar outras crenças mais genuínas e estabelecidas em sua pantomima de coroação que me irrita, assim como irritou Stephen Karganovic .

Em primeiro lugar, a BBC diz-nos que o circo incluirá “música ortodoxa grega em memória do pai do rei, o príncipe Philip”, a quem a falecida princesa Diana, Rainha de Copas, apelidou de Phil, o Grego . Mas Phil, o grego, abandonou a fé de seus pais e, mais importante, de sua santa mãe, a princesa Alice, para abraçar, pelo menos no nome, a série de amantes anglicanas de alta classe que se casaram com a falecida rainha Elizabeth. Embora seja um exagero da língua inglesa me chamar de monarquista, tenho o mais profundo respeito pela princesa Alice, que pode ser vista aqui , vestida com o hábito de uma freira ortodoxa grega, no casamento da rainha (então princesa) Elizabeth para seu filho rebelde, pobre e geralmente inútil.

Dada a resistência da princesa Alice aos nazistas em sua Grécia natal e seu apoio aos judeus gregos e cristãos ortodoxos durante a ocupação nazista, não tenho dúvidas de que ela permaneceria firme com os fiéis ortodoxos da Síria, Ucrânia e Jerusalém, onde está enterrada em sua Catedral Ortodoxa Russa ao lado de sua tia, a grã-duquesa Elizabeth Feodorovna , que é uma santa da Igreja Ortodoxa (Russa).

Portugal | PRESIDENTE MARCELO VAI FALAR AO PAÍS ÀS 20 HORAS

O presidente da República vai falar ao país esta quinta-feira, pelas 20 horas. Marcelo Rebelo de Sousa deverá revelar a sua posição após a decisão de António Costa ter rejeitado demitir o ministro das Infraestruturas, João Galamba.

O chefe de Estado tinha afirmado que falaria no tempo que entendesse como certo, pedindo, esta quarta-feira "calma, não dar o corpo pela alma", rodeado por comunicação social, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, e filmado pelas televisões enquanto comia um gelado.

Marcelo Rebelo de Sousa rejeitou a tese de que o seu silêncio possa ser interpretado como uma estratégia.

Jornal de Notícias | Imagem: Orlando Almeida / Global Imagens 

Portugal | MARCELO AOS GELADOS


Henrique Monteiro | Henricartoon

Portugal | “É preciso ter calma”, diz Marcelo. E agora, vai fazer o que ainda não foi feito?

João Pedro Barros, editor on-line | Expresso (curto)

Bom dia,

A habilidade de Marcelo, já todos sabemos, é grande: mesmo a gerir silêncios, consegue ser ruidoso. A saída do Palácio de Belém ontem à noite, para jantar e comer um gelado, teve um caráter tão coreográfico como aquela célebre ida ao Multibanco depois do chumbo do Orçamento do Estado, em outubro de 2021. Talvez tenha sido um pouco menos críptica, porque há uma certeza: Marcelo vai falar, quando é que não se sabe. “Talvez um destes dias, amanhã ou assim”, atirou aos jornalistas.

O país fica em suspenso: neste evidente jogo de xadrez entre São Bento e Belém, a próxima jogada é de Marcelo. Olhando para a agenda do Presidente, há uma deslocação a Londres já amanhã, para assistir à coroação de Carlos III, no dia seguinte; depois há uma ida a Espanha, para a entrega do Prémio Europeu Carlos V a António Guterres, na terça-feira, de onde deve seguir para Estrasburgo. Isto faz com que o dia mais livre de agenda seja precisamente o de hoje, mas, como sabemos, o Presidente da República não precisa propriamente de um púlpito para se dirigir ao país – a não ser que se decida por algo mais drástico, como a dissolução do Parlamento ou a demissão do Governo.

Quando Marcelo é criticado tantas vezes por falar demasiado, não deixa de ser irónico que se esteja agora a ler o seu silêncio como especulativo – mas a verdade é que este vácuo permitiu que não haja um único português sem opinião sobre o assunto nem um comentador político que não tenha tentado ler a sina do país. O problema é que, depois da surpreendente cartada de Costa de anteontem à noite, é difícil excluir qualquer cenário, ainda que a maioria dos analistas (contas minhas, feitas a olho) ponha de parte os dois cenários mais drásticos de que falo acima.

Terá Marcelo deixado pistas sobre o que vai fazer a seguir? Talvez ao citar Pedro Abrunhosa: “É preciso ter calma, não dar o corpo pela alma”. E Costa, terá pensado “Não posso mais” ou, pelo contrário, em “Não desistas de mim”? Se o Presidente optar por uma jogada de alto risco, irá fazer o que ainda não foi feito: seria a primeira vez que um Governo com maioria absoluta, de um só partido, ficava a meio do caminho.

Entre os textos de opinião que temos no site do Expresso sobre o tema, destaco o do Bernardo Ferrão, que vê Costa a ganhar no curto prazo mas com dificuldades no horizonte: “Se há certeza que resulta da noite de ontem é que haverá eleições antecipadas, só não sabemos quando”, escreve o diretor-adjunto da SIC. Daniel Oliveira pensa que Costa quer o “tudo ou nada” – ou Marcelo “o deixa em paz” ou “marca novas eleições” – e sublinha o desacerto de Galamba na reação a um desentendimento dentro do seu gabinete, em que parece ter escolhido “atirar tudo para a ventoinha” (leia-se, para a comunicação social). Paulo Baldaia nota outra ironia: Marcelo Rebelo de Sousa promoveu “o debate sobre a utilização da bomba atómica” e está agora “praticamente impedido de a usar”. O comentador e autor do Expresso da Manhã fala de um movimento de “duas placas tectónicas” com consequências ainda difíceis de prever.

Depois do terramoto de terça-feira, com a recusa de Costa em demitir o ministro das Infraestruturas, seguir-se-á um grande sismo ou um abalo de menor escala? Para já, o dia de ontem foi de acalmia, com uma série de “réplicas” que não fizeram manchetes, mas mostram como os vários intervenientes se procuram posicionar neste terreno movediço.

Luís Montenegro ensaiou um discurso mais duro – acusou Costa de “tentar provocar eleições antecipadas sem ter coragem de o dizer” –, mas foi o líder que mais tempo demorou a falar do caso e continuou sem pedir eleições antecipadas, numa atitude dúbia que pode não ser bem assimilada pelo seu eleitorado. Mais claro parece ter sido o sinal dado no almoço com o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha. Em entrevista à SIC Notícias, Rocha admitiu que o objetivo foi abrir um canal de comunicação para um futuro entendimento, mas sem alianças pré-eleitorais.

Num plano mais técnico, o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações considerou que a atuação do SIS no caso do computador do assessor Frederico Pinheiro “não permite concluir no sentido de ter havido uma atuação ilegal”, mas não há uma explicação sobre que legislação dá cobertura a esta ação. O facto já motivou reações políticas, nomeadamente de André Ventura, que frisou que a entidade é composta por uma ex-ministra de Costa, Constança Urbano de Sousa, e um ex-secretário de Estado da Justiça no mesmo Governo, Mário Belo Morgado (há ainda um terceiro elemento, o deputado do PSD Joaquim Ponte).

Mais notas do dia: foi João Galamba quem ligou ao diretor da PJ a fazer queixa do extravio do computador mais famoso do país e o próprio Luís Neves revelou que a polícia que dirige está a trabalhar com o DIAP de Lisboa no caso e tem o equipamento na sua posse. Entretanto, Galamba será ouvido "com urgência" na Comissão de Inquérito à TAP, aonde também vai Frederico Pinheiro e cujos deputados vão ter acesso ao conteúdo relevante do computador do ex-adjunto do ministro das Infraestruturas. Também com urgência, vão ao Parlamento a secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) e o diretor do Serviço de Informações de Segurança (SIS).

Não há dúvidas de que a primavera vai ser quente. E hoje – dia de plenário no Parlamento e de Conselho de Ministros descentralizado em Braga – ainda é apenas o segundo dia depois de Costa ter virado o jogo político ao contrário.

Pesadelo na Ucrânia: Ataques de retaliação russa atingem instalações militares - vídeo

O final de abril foi marcado pela retomada de ataques maciços das forças russas nas áreas de retaguarda ucranianas.

South Front | # Traduzido em português do Brasil    --- VER VÍDEO ---

Em 29 de abril, pelo menos dez drones ucranianos atacaram o território da península da Crimeia. Um deles atingiu o tanque de combustível em Sevastopol. As tentativas ucranianas de destruir as reservas de combustível russas são um passo importante na véspera das operações ofensivas.

Os ataques de retaliação russos não tardaram. Na noite de 1º de maio, um ataque maciço atingiu instalações militares em toda a Ucrânia.

Explosões ocorreram em diferentes regiões da Ucrânia, incluindo as regiões de Kiev, Dnipropetrovsk, Sumy, Kharkiv e Ivano-Frankivsk. Pelo menos cinco explosões ocorreram na cidade de Kramatorsk, que é um importante centro ferroviário usado para o abastecimento das forças armadas ucranianas no Donbass.

De acordo com as estimativas do lado ucraniano, mais de uma centena de mísseis de cruzeiro, bem como várias dezenas de drones kamikaze, estariam envolvidos no ataque. No entanto, Kiev não tem pressa em divulgar os danos.

A mídia ucraniana observou que o fornecimento de eletricidade não foi interrompido nas regiões ucranianas visadas, o que enfatiza que as forças russas atingiram exclusivamente instalações militares.

O chefe de gabinete do presidente ucraniano foi forçado a apelar com urgência aos ucranianos no meio da noite com um pedido para não publicar vídeos das explosões e não divulgar o trabalho da defesa aérea ucraniana.

No entanto, alguns dos golpes foram tão fortes que os ucranianos não conseguiram escondê-los. Um ataque poderoso atingiu a cidade de Pavlogrado, na região de Dnipropetrovsk. As autoridades locais confirmaram que um míssil russo atingiu uma instalação industrial.

Supõe-se que o alvo fosse a Fábrica Química de Pavlogrado, que era uma das principais fábricas da URSS para a produção de mísseis balísticos de combustível sólido.

Após o descomissionamento, os mísseis deveriam ter sido descartados nesta planta. No entanto, no início de 2022, havia cerca de 30 peças de combustível dos primeiros estágios dos mísseis, até 900 toneladas no total. Os restos desse combustível não processado podem ter detonado devido ao ataque noturno.

O alvo dos ataques russos também pode ser as oficinas da usina, onde é produzido combustível para os novos mísseis balísticos de longo alcance ucranianos denominados “Grim”. Nesse caso, o programa ucraniano foi paralisado.

Em Pavlogrado, também existem dois entroncamentos ferroviários estrategicamente importantes, de onde os escalões militares com equipamentos e munições são transferidos para as linhas de frente.

A julgar pelas imagens do local, estimou-se que duas divisões dos sistemas S-300 ucranianos e suas munições de reserva poderiam ter sido destruídas no ataque noturno. Nesse caso, as defesas aéreas ucranianas sofreram os danos mais pesados.

Na véspera da ofensiva em grande escala anunciada por Kiev, a intensidade dos ataques russos continuará aumentando.

Ler em South Front:

Ataques mútuos em áreas de retaguarda sinalizam escalada iminente entre Rússia e Ucrânia

A reta final para a contra-ofensiva ucraniana

A verdade por trás dos “ataques russos contra civis” na Ucrânia

Batalha sangrenta por Bakhmut impede ofensiva ucraniana

A UCRÂNIA ATACOU O KREMLIN E ULTRAPASSOU A LINHA VERMELHA

Isso não acontecia há oito décadas. Mas a realidade está mudando rapidamente. O inimigo ataca no coração da Rússia - em Moscou, no Kremlin. Parecia impensável para alguns, mas os fatos falam por si. Enquanto conduzimos uma operação militar especial, a Ucrânia está em guerra. E na guerra, como você sabe, todos os meios são bons.

David Narmânia | RIA Novosti | opinião | # Traduzido em português do Brasil

De acordo com o secretário de imprensa presidencial Dmitry Peskov , dois drones ucranianos atacaram o Kremlin na noite de quarta-feira. "Como resultado das ações oportunas tomadas pelos militares e serviços especiais com o uso de sistemas de radar de guerra, os veículos foram colocados fora de ação", disse ele. O próprio chefe de Estado não estava naquele momento: trabalhava em uma residência em Novo-Ogaryovo.

Também é óbvio que um quinto ponto queimado é um mau conselheiro militar. Mesmo que a chama se espalhasse para ela da cúpula do Palácio do Senado. As redes sociais oferecem diferentes respostas: desde ataques massivos a centros de decisão e quase ao uso de armas nucleares. Essas opções são, na melhor das hipóteses, inúteis e, na pior, prejudiciais. Zelensky não em Bankovaya, mas na Finlândia . E as armas de destruição em massa - mesmo que deixemos de lado o aspecto moral de tal movimento - realmente levarão ao isolamento. E sim, a defesa aérea e a guerra eletrônica devem combater os drones, os serviços de segurança devem combater os sabotadores e os terroristas. E não "Sarmat" e "Vanguard". E nem mesmo Iskanders com uma ogiva especial.

É importante entender que, do ponto de vista militar, nada mudou. Este é o regime de Kiev, por insucesso no campo de batalha, mostrando vitórias na tela dos smartphones. Como resultado do ataque atual, ninguém foi morto, em contraste com o bombardeio diário dos territórios da linha de frente. Lá, por um segundo, vivem os mesmos cidadãos da Rússia que no Kremlin.

A única saída possível nesta situação é a destruição do atual regime dominante na Ucrânia. Em que fronteiras permanecerá depois disso, se tal estado existirá é o próximo tópico, que deve preocupar a Rússia em um grau muito menor. É importante que a Ucrânia deixe de ser uma ameaça.

O que levanta questões nesta situação é como Kiev tomou a decisão de atacar o Kremlin de forma independente. Não é por acaso que o próprio presidente da Ucrânia não estava na capital no momento do ataque. Agora está claro que não há negociações, nenhuma solução diplomática para esta crise até que Zelensky seja levado a julgamento. E as negociações não serão mais conduzidas com ele.

Por muito tempo, o ex-comediante enviou ucranianos para morrer pelos interesses dos outros. Vídeos de como os comissários militares os pegam nas ruas e os mandam para a morte em Artemovsk se tornaram um lugar comum no campo da mídia. Agora, o comissário militar ocidental enviou Zelensky para morrer. Então ele precisa de uma arma.

No entanto, é importante entender que o Ocidente está por trás do regime de Kiev. E agora todas as tentativas de fazer parte disso parecem ainda mais ingênuas. Portanto, a Rússia não tem e nunca teve escolha a não ser vencer.

E você tem que lutar para vencer. E aqueles que esperavam que o que estava acontecendo "não fosse sério" agora se deparam dolorosamente com o óbvio.

Não há mais linhas vermelhas. Até as de côr rubi já passaram.

Aqueles que acreditam que existem algumas pílulas mágicas que rapidamente conseguirão uma mudança na ordem mundial, agora poderão garantir que a nova realidade esteja conosco por muito tempo.

Imagem: © RIA Novosti / Natalia Seliverstova

Militares russos destruíram três DRGs ucranianos na direção de Kupyansk

Moscou, 4 de maio - RIA Novosti. Caças russos destruíram três grupos ucranianos de sabotagem e reconhecimento na direção de Kupyansk, disse o chefe do centro de imprensa do grupo Zapad, Sergei Zybinsky.

# Traduzido em português do Brasil

"Durante as hostilidades na direção de Kupyansk, os militares do grupo Zapad descobriram e destruíram três grupos inimigos de sabotagem e reconhecimento das 14ª e 92ª brigadas mecanizadas separadas em um dia", disse ele.

Além disso, o exército russo frustrou duas tentativas de rotacionar as tropas ucranianas em posições avançadas perto dos assentamentos de Novomlynsk e Krakhmalnoye na região de Kharkiv.

"Na zona de defesa do 6º Exército de Armas Combinadas, cinco postos de observação inimigos foram destruídos por fogo de artilharia", acrescentou Zybinsky.

Além disso, perto de Krasnoye Selo, soldados russos destruíram um canhão D-30 e uma equipe de morteiros na periferia leste do trato Mankovka.

No dia anterior, o Ministério da Defesa informou que as Forças Armadas da Ucrânia haviam perdido 40 combatentes na direção de Kupyansk em um dia. O exército ucraniano também perdeu dois veículos blindados de combate, três veículos e um obus D-30.

Imagem: Militares da unidade das Forças Aerotransportadas na zona da NWO. foto de arquivo © RIA Novosti

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