segunda-feira, 10 de julho de 2023

Portugal | ANTÓNIO COSTA DESVALORIZA QUESTÕES DA CORRUPÇÃO…

Marques Mendes: Costa "desvaloriza" as questões da corrupção. "Foi assim que deixaram construir o monstro Sócrates"

No habitual espaço de comentário no Jornal da Noite da SIC, este domingo, Luís Marques Mendes critica a “forma displicente” como o primeiro-ministro desvaloriza os casos de corrupção que atingem o seu Governo. “É um pouco assustador”, diz, referindo-se à 13ª demissão, desta feita do secretário de Estado da Defesa. Marco Capitão Ferreira será ouvido sexta-feira no Parlamento. Foi constituído arguido por suspeitas de corrupção e participação económica em negócio

No habitual espaço de comentário no Jornal da Noite da SIC, este domingo, Luís Marques Mendes comentou a demissão de Capitão Ferreira do cargo de secretário de Estado da Defesa Nacional, sobre o qual recaem suspeitas de corrupção. “Politicamente, esta demissão tem muito que se lhe diga. Em ano e meio de governo, é já a 13.ª. Isto não abona muito a favor de quem tem a responsabilidade de escolher ministros e secretários de Estado. Neste caso, o primeiro-ministro e a ministra da Defesa Nacional. Era exigível da parte dos dois mais cuidado nas escolhas”, critica.

Mas para o comentador a questão de fundo não está na falta de afinco na seleção dos governantes, mas na “forma displicente" como o primeiro-ministro “desvaloriza” as questões da corrupção. “É um pouco assustador. Um ‘PM’ não deve desvalorizar estas matérias. Foi assim, desvalorizando todos os sinais, que deixaram construir o monstro Sócrates. Estavam lá todos. Não valorizaram e deu no que deu”, disse esta noite.

Marques Mendes aponta ainda o dedo à “ineficácia” do questionário governamental, criado para avaliar o passado dos ministros e secretários de Estado. “Na altura, o Presidente da República alertou que talvez se devesse aplicar retroativamente, não só aos futuros governantes, mas também aos que já estavam no Governo. Às tantas o Presidente tinha razão. O seu conselho era prudente”.

Portugal | HABITAÇÃO É FRATURA EXPOSTA

Pedro Filipe Soares* | Diário de Notícias | opinião

Garota Não pergunta o que é que fica. Numa das suas músicas, a cantautora mostra os paradoxos da habitação em Portugal para concluir resignada "não sei o que é fica se corrermos mais". Há pouco salário para casas tão caras, as rendas não estão ao alcance de quem trabalha e as gigantes taxas de juro são um assalto por parte dos bancos. Mãos ao alto: o Banco Central Europeu é quem dita a lei e o mercado quem faz as regras, o governo apenas faz de conta para ficar tudo na mesma, ou pior.

Diz Christine Lagarde que os salários estão a subir demasiado e isso está a prejudicar a inflação e a obrigar à subida das taxas de juro. Uma simples frase da Presidente do Banco Central Europeu (BCE), que tem tanto de falsidade como de programa político. Vamos por partes, como diria Jack, o Estripador, que o assunto é mesmo mórbido.

Em Portugal os salários não acompanham o aumento da produtividade, o que significa que as pessoas até produzem mais e melhor, ficam com uma parte cada vez menor da riqueza que produzem. Quem vive do seu salário está a ficar para trás - não é isso que está a agravar a inflação. O que está a fazer disparar a inflação são os lucros abusivos de algumas empresas em setores-chave da economia, só que nos poderosos não há coragem para tocar. O mecanismo de transmissão de inflação está nos lucros e nas margens de determinadas empresas, não nos salários.

Portugal | ATRÁS DO SOL POSTO


Henrique Monteiro | Henricartoon

ISRAEL: A BRUTALIDADE DERROTADA


O gigantesco aparato bélico de Tel Aviv foi batido pelo campo de Jenin, o histórico centro de resistência palestina. Vitória exigiu unificar forças e inspirar novas gerações. Alas da ultradireita israelense retiram-se, após escalada que matou 200

RamzyBaroud* no Counterpunch | em Outras Palavras | Tradução: Rôney Rodrigues - # Publicado em português do Brasil

Os números podem ser desumanos. No entanto, quando colocados em seu devido contexto, eles ajudam a iluminar questões mais amplas e responder a questões urgentes, como por que a Palestina ocupada está no limiar de uma grande revolta. E por que Israel não pode esmagar a resistência palestina, não importa o quão duro, ou violentamente, tente.

É aí que os números se tornam relevantes. Desde o início deste ano, quase 200 palestinos foram mortos na Cisjordânia ocupada e em Gaza. Entre eles, 27 crianças.

Se alguém imaginar um mapa de calor correlacionando as cidades, vilas e campos de refugiados das vítimas palestinas à rebelião armada em andamento, identificará imediatamente conexões diretas. Gaza, Jenin e Nablus, por exemplo, pagaram o preço mais alto pela violência israelense e, portanto, tornaram-se as regiões que mais resistem.

Não é de surpreender que os refugiados palestinos tenham estado historicamente na vanguarda do movimento de libertação da Palestina, transformando campos de refugiados como Jenin, Balata, Aqabat Jabr, Jabaliya, Nuseirat e outros em zonas de resistência popular e armada. Quanto mais Israel tenta esmagar a resistência palestina, maior é a reação palestina.

Tome Jenin como exemplo. O rebelde campo de refugiados nunca cessou sua resistência à ocupação israelense desde a famosa batalha e subsequente massacre israelense de abril de 2002. A resistência continuou lá em todas as suas formas, apesar do fato de que muitos dos combatentes que defenderam o campo de refugiados contra a invasão israelense da Segunda Revolta Palestina, ou Intifada, terem sido mortos ou presos.

Em que língua se ensina nas universidades de Timor-Leste? -- M. Azancot de Menezes

M. Azancot de Menezes* - Timor-Leste

No início deste mês tomou posse o IX Governo Constitucional de Timor-Leste. Na cerimónia de tomada de posse, Kay Rala Xanana Gusmão afirmou que a língua portuguesa e a formação de professores seriam uma preocupação do governo.

Na RTTL, no passado dia 6 de Julho, num programa semanal, foi entrevistado o Reitor da Universidade Católica de Timor-Leste e, uma das perguntas dirigidas ao entrevistado, foi para indagar em que língua os docentes ministram as aulas.

Ora bem, como este assunto é de importância estratégica para Timor-Leste, começando-se, finalmente, a questionar o rumo do país nesta matéria, decidi tornar público parte dos resultados de um “Estudo de caso” que realizei em Novembro de 2022, com o envolvimento de 50 estudantes de algumas Instituições de Ensino Superior de Díli.

Este estudo foi apresentado na 12ª Conferência do Fórum da Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa (FORGES), na Universidade pública de Cabo Verde, portanto, os cidadãos da CPLP que testemunharam a exposição ficaram cientes da realidade sobre a (não) utilização da língua portuguesa nas Instituições de Ensino Superior que integraram a amostra do estudo, uma amostra por conveniência, ou seja, num processo de amostragem não probabilístico, sem pretensões de generalização dos resultados.

Angola | Revolta Popular Importada – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Um poema, dois simples versos, ensinaram-me que o teorema de Pitágoras pode ser tão belo como a Vénus de Milo sendo que esta era a Afrodite dos gregos, deusa do amor e da beleza. Só um poeta alinhado com a mais pura realidade consegue ser tão lúcido. O mesmo construtor de mundos viáveis garante que Jesus Cristo nada sabia de Finanças. Sendo a primeira grande figura da Humanidade que zurziu nos ricos (é mais fácil um camelo passar pelo buraquinho de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus) e defendeu os pobres, sinto-me muito próximo dele. Também porque sou absolutamente ignorante em matéria de Finanças.

Mas não sou tão burro como outros que tendo responsabilidades na matéria, desde a gestão de empresas às altas esferas governamentais, sabem tanto de Finanças como eu sei de otorrinolaringologia ainda que tenha aprendido a tocar dikanza de ouvido. Para disfarçar a ignorância e falta de jeito para os números, quando era miúdo apliquei-me a fundo no estudo da tabuada. Quem entregou o ouro do Corredor do Lobito aos bandidos, se fosse tão aplicado como eu, tinha disfarçado melhor a negociata. A preguiça é mãe de todas as crises políticas e financeiras.

Para o caso de além de preguiça existir distracção entre os ajudantes do Titular do Poder Executivo vou transcrever este período extraído de uma peça publicada no Jornal de Angola, assinada pelo economista José Cerqueira, um angolano da Banga (Caculo Cabaça) região de leões, pacaças e pacações, desde os morros de Samba Caju à terra sagrada dos Mubiris. 

“A encruzilhada onde se encontra a economia de Angola desfavorece o crescimento económico, o que empobrece rapidamente a população, pois ela atravessa uma explosão demográfica. Como mostram muitas experiências no mundo, a rapidez do empobrecimento em países subdesenvolvidos potencia a revolta popular”.

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