quarta-feira, 6 de setembro de 2023

G20: Última Valsa num Mundo Despedaçado


Antes da cimeira do G20 em Nova Deli neste fim de semana, MK Bhadrakumar diz que um evento concebido no mundo de ontem, antes de a nova guerra fria chegar, perdeu significado.

MK Bhadrakumar* | Punchline Indiano | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

O governo Modi da Índia não está perplexo com as decisões do Presidente russo, Vladimir Putin, e do Presidente chinês, Xi Jinping, de não participarem na Cimeira do G20 em Nova Deli, de 9 a 10 de Setembro. Sua cognição intuitiva ajuda a ser estóico. Esta é, sem dúvida, uma situação shakespeariana:

“Estou ensanguentado / Entrei tão longe, que, se não pudesse mais caminhar, / Voltar foi tão tedioso quanto ir.”

Os diplomatas de alto calibre da Índia teriam adivinhado há algum tempo que um acontecimento concebido no mundo de ontem, antes do início da nova guerra fria, não teria a mesma escala e significado hoje. 

No entanto, Deli deve sentir-se desiludida, pois as compulsões de Putin ou Xi Jinping nada têm a ver com as relações dos seus países com a Índia. O governo deu um toque burocrático, dizendo: “O nível de participação nas cimeiras globais varia de ano para ano. No mundo de hoje, com tantas exigências ao tempo dos líderes, nem sempre é possível que todos os líderes participem em todas as cimeiras.” 

Dito isto, a administração de Deli está a embelezar a cidade, retirando os bairros de lata da vista do público, acrescentando novos painéis atraentes para chamar a atenção dos dignitários estrangeiros e até alinhando vasos de flores ao longo das estradas pelas quais passam as carreatas. 

Não é preciso ser um cientista espacial para perceber que o traço comum nas decisões tomadas em Moscovo e Pequim é que as suas lideranças não estão minimamente interessadas em qualquer interação com o presidente dos EUA, Joe Biden, que estará acampado em Deli durante quatro dias com todo o tempo à sua disposição para algumas reuniões estruturadas, no mínimo, alguns “afastamentos” e coisas do gênero no mínimo que pudessem ser capturadas pelas câmeras. 

As considerações de Biden são políticas: qualquer coisa que ajude a desviar a atenção da tempestade que se forma na política dos EUA, que ameaça culminar no seu impeachment, o que pode, por sua vez, prejudicar a sua candidatura nas eleições de 2024. 

É claro que este não é o momento Lyndon Johnson de Biden. Johnson tomou a tumultuada decisão em Março de 1968 de se retirar da política como um passo forte para curar as fissuras da nação, ao mesmo tempo que se angustiava profundamente com o facto de “agora haver divisão na casa americana”. 

Que tal uma guerra mundial?

Dmitry Orlov [*]

Passaram mais de 18 meses desde o lançamento da Operação Militar Especial (OME) da Rússia, que tem os seguintes objetivos declarados:   garantir a segurança da região de Donbass, desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia e assegurar perpetuamente o seu estatuto de neutralidade.

Desde essa altura, o Ocidente coletivo fez uma série de coisas para ajudar a Rússia e para se prejudicar a si próprio. As sanções anti-russas, por exemplo, conseguiram muitas coisas: expulsaram grande parte da "quinta coluna" russa e fizeram com que grande parte dela abandonasse o país; motivaram numerosas empresas ocidentais a deixarem de fazer negócios na Rússia, vendendo as suas ações a empresas russas a preços de saldo; a negação de acesso à rede bancária SWIFT e os ataques especulativos à moeda russa isolaram-na financeiramente do Ocidente e impediram a expatriação de lucros e várias formas de fuga de capitais, derrubando a inflação na maioria dos sectores (os veículos de passageiros são uma exceção); e as grandes perturbações que as sanções, juntamente com a explosão do gasoduto Nord Stream por Biden, causaram nos mercados mundiais de energia, fizeram aumentar as receitas de exportação da Rússia a um nível bastante embaraçoso. Assim, a Rússia está agora a crescer economicamente, tem muito dinheiro para investir em infraestruturas como estradas e pontes (incluindo novas linhas ferroviárias de alta velocidade), escolas, jardins de infância e hospitais, etc, enquanto o Ocidente coletivo, em resultado dos seus danos auto-infligidos, está a afundar-se cada vez mais na recessão/depressão e, o que é pior, está a ser forçado a desindustrializar-se devido aos custos muito mais elevados da energia. Como último golpe de faca auto-infligido, a Europa (Espanha e Bélgica, especificamente, mas através delas grande parte do resto) está a importar enormes quantidades de gás natural liquefeito russo, que é muito mais caro e, por conseguinte, muito mais rentável do que o gás canalizado que substituiu.

Para o caso de não estar impressionado com o brilhantismo dos esforços do Ocidente para isolar e enfraquecer economicamente a Rússia, consideremos a parte militar do conflito. O plano inicial era que as forças ucranianas expulsassem os russos dos seus territórios, reafirmando o controlo sobre as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk e recapturando a Crimeia, que se tinha tornado uma região da Rússia em 2014. Como recompensa pelo seu valor, a Ucrânia seria autorizada a aderir à NATO e à UE e a viver infeliz para sempre – tal como qualquer outra nação despovoada e empobrecida da UE, como a Roménia ou a Bulgária (mas não era suposto dizer essa parte em voz alta). Entretanto, a perda maciça de prestígio sofrida pelo ditador russo Putin minaria a sua autoridade, varrê-lo-ia do poder e permitiria ao Departamento de Estado dos EUA e a várias ONGs ocidentais dividir a Rússia em regiões de tamanho reduzido, cada uma delas ansiosa por vender tudo o que tem às corporações transnacionais.

A fase I deste plano consistia numa blitzkrieg ucraniana lançada contra Donetsk, que era adequadamente defendida pela sua força de defesa voluntária, que incluía um certo número de voluntários russos do outro lado da fronteira, mas que não estava equipada para lidar com tal investida. As forças armadas ucranianas tinham passado vários anos a armar-se e a treinar-se para este evento, que estava previsto para março de 2022. Mas, apenas duas semanas antes da data de lançamento não tão secreta, Putin lançou subitamente o SMO e todos os planos bem concebidos foram por água abaixo.

Depois de uma visita relâmpago às regiões ucranianas, descobriu-se que grande parte da população tinha sido condicionada, ao longo dos últimos 30 anos, a odiar a Rússia e tudo o que era russo (ao mesmo tempo que a maioria deles era e falava russo). Isto tornava-os maus candidatos a uma futura cidadania russa. Descobriu-se também que o governo ucraniano não se estava a render voluntariamente. Assim, os russos tentaram evitar mais derramamento de sangue e fazer a paz com o país. Negociaram um projeto de acordo de paz, retirando voluntariamente as suas forças da região de Kiev como sinal de boa fé. Em resposta, os ucranianos recusaram-se a aceitar o acordo que os seus representantes tinham negociado... e recomeçaram a combater. Os russos retiraram-se então para trás de uma linha defensável e prepararam-se para travar uma guerra de desgaste, que continua até aos dias de hoje.

Portugal | Conselho de estado em língua gestual

Henrique Monteiro | HenriCartoon

Metade dos portugueses empregados não recebe que chegue para as despesas

Um em cada dois portugueses atualmente empregados sente que o seu salário não cobre todas as suas despesas, de acordo com o primeiro Barómetro Europeu sobre Pobreza e Precariedade, foi hoje divulgado.

O relatório do estudo realizado pela empresa Ipsos referiu que a situação dos trabalhadores europeus é "muito preocupante, especialmente em Portugal e na Sérvia".

"Ter um emprego não significa necessariamente ser capaz de sobreviver financeiramente", escreveu num comunicado o autor do estudo, Etienne Mercier, sublinhando que esta situação afeta mais de um terço (36%) dos trabalhadores europeus.

O estudo, encomendado pela organização não governamental francesa Secours Populaire Français, ouviu dez mil indivíduos, com 18 anos ou mais, em dez países (Alemanha, França, Grécia, Itália, Polónia, Reino Unido, Moldávia, Portugal, Roménia e Sérvia).

Quase três em cada dez europeus, incluindo 49% dos gregos disseram que se encontram numa situação precária, o que os leva a renunciar a certas necessidades, como comer o suficiente ou aquecer as suas casas, alertou o barómetro.

Devido a uma "situação financeira difícil", 62% dos europeus já restringiram as suas viagens e 46% já desistiram de aquecer as suas casas no inverno, apesar do frio.

Além disso, 38% dos inquiridos não fazem três refeições por dia, 39% deixaram de comprar carne para poupar dinheiro e 10% recorrem a associações de caridade para obter alimentos.

Portugal & Arredores | Marcelo e Costa. Quando o silêncio é uma arma de guerra

Martim Silva, diretor-adjunto | Expresso (curto)

Bom dia,
seja bem-vindo ao seu Expresso Curto, a sua newsletter matinal, desta quarta-feira, dia 6 de setembro de 2023. Hoje, o prato forte do menu é um olhar mais atento para a reunião do Conselho de Estado, que se realizou durante a tarde desta terça-feira. Uma reunião que marcou mais um passo no distanciamento entre Marcelo e Costa, um dos factos políticos mais relevantes deste ano.


Venha daí comigo,

CONSELHO DE ESTADO
Depois de meses tormentosos de casos e casinhos e crises e mais crises para o lado do Governo, Marcelo Rebelo de Sousa decidiu marcar um Conselho de Estado, órgão consultivo do Presidente da República, para cima do debate do Estado da Nação, no Parlamento. A história desse encontro é por demais conhecida, quando António Costa teve que sair mais cedo, para apanhar um avião que o levaria a Timor (onde esteve em visita) e à Nova Zelândia (onde se estreava a seleção feminina que pela primeira vez ia disputar a fase final de um mundial de futebol).

A ideia que ficou foi a de uma resposta política de Costa: se Marcelo marca um Conselho de Estado para malhar no Governo, este encontra uma forma de ‘marcar’ o encontro, nem que seja pela sua saída antecipada.

Marcelo deu por terminada a reunião e marcou nova sessão (continuação) do Conselho de Estado para ontem, em que finalmente falariam o Presidente e o primeiro-ministro (não o fizeram em julho).

Agora, uma vez mais, Costa deu a sua resposta. Terça-feira, acabado de regressar de férias e instado a comentar o recente veto do Presidente ao pacote da Habitação do Governo, o chefe do Governo, que visitava uma creche no Montijo, disse que não era comentador e que a sua função era fazer e não falar. “Para que o Estado funcione bem, cada um deve estar no seu próprio galho e fazer aquilo que lhe compete”. Bem dito, bem feito, umas horas depois, não é que António Costa entrou mudo e saiu calado da reunião do Conselho de Estado?

(aqui pode ler o texto que as nossas especialistas da área, Ângela Silva e Eunice Lourenço, fizeram sobre o tema)

O órgão Conselho de Estado é para aconselhar o Presidente. E pelos vistos Costa acha que o silêncio é o melhor conselho a dar.

O encontro era para os presentes analisarem a situação política. Mas neste caso, o silêncio de Costa é o que melhor permite aferir a situação política. Ou, pelo menos, o estado da relação entre as duas figuras principais da nossa política e da hierarquia do Estado, o Presidente da República e o primeiro-ministro. E parece evidente, aqui chegados, concluir que essa relação já viu mesmo melhores dias.

O líder do PSD, Luís Montenegro, que também aproveita tudo para croquetes, já veio criticar o “amuo” de Costa.

Na opinião, pode ler o texto de Daniel Oliveira, precisamente sobre o Conselho de Estado. O nosso colunista fala em “desprestígio das instituições”

ÁFRICA

Ramsés, Suíça | Cartoon Movement

Angola | Os Adoradores da Desgraça -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

No piquete da polícia estavam registados os mais palpitantes casos do dia. Os bombeiros também registavam todas as desgraças, desde incêndios a acidentes com mortos e estropiados. No banco do Hospital Maria Pia sabíamos dos feridos ligeiros e graves, quase todos em rixas e bebedeiras. Se as desgraças aconteciam na cidade de asfalto cada notícia rendia pelo menos cinco paus. Na morgue descobríamos os mais desgraçados. Algumas vítimas de crimes passionais davam, no mínimo, cinco manchetes seguidas.

Repórter informador diligente mas muito incompreendido era lixado e mal pago pelos patrões. Até que um dia Bobela Mota me convidou para trabalhar no boletim da poderosa Associação Comercial de Luanda. Pouco trabalho e grande salário. Obrigado Alfredo. Recebi o primeiro ordenado milionário e seguro. Chamei Ernesto Lara Filho, Álvaro Novais (Caixa de Fósforos) e Pedro Jara para comemorarmos nas cervejarias da cidade. Começámos na Biker e fechámos a loja no Baleizão. A meio da festa Mano Arnesto sentenciou: Em Luanda não se faz jornalismo, isto é um antro de fascistas e colonialistas. Vamos para Benguela amanhã. Fomos.

Bobela Mota nunca me perdoou o “abandono de serviço”. Eu também não. Desde então acumulava desgraças. Chamava por elas. Se não vinham, desgraçava-me eu. As pessoas próximas eram adeptas fervorosas deste clube. O Zé (ZAN) Andrade aprendeu muito de aviação. Era técnico da TAP e tinha um excelente salário. Foi atraído para a desgraça pela Armanda Catanhô. Eram namorados muito aconchegados, apaixonados, arrebatados. Casal perfeito.

O Zé Andrade pegou de namoro com outra colega. A Armanda descobriu e apanhou o casalinho, de mão dada, na esplanada da aerogare. Kavanza. Mialala. Mialala. Foi um escândalo tão grande que as meninas ficaram e o meu amigo despedido. Assediou duas colegas de trabalho! Desde então foi desgraçado até morrer. O ZAN é conhecido pelo seu trabalho de artistas plástico. Mas pela fé de quem sou vos digo que foi um dos maiores cronistas de Língua Portuguesa. O Rola da Sila chamava-lhe o Maravilhoso Zé Andrade. 

Também foi líder de um conjunto musical, Os Electrónicos. Grande músico! Fez contrato com uma boate na Praia dos Rotários. Muito dinheiro e bebidas por conta da casa. Eu fazia parte do grupo como “técnico de som”. Bebia mais do que os outros, porque não actuava. Sabem como acabou este paraíso? 

Angola | Amigos Sim Negócios à Parte – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Grupo Medianova (não é Media Nova) foi entregue pelos proprietários ao Estado no âmbito do combate à corrupção que inclui a persistente e criminosa destruição de activos. Nasceu para ser o mais potente de África, centro de formação profissional (sobretudo de jornalistas) e repor os princípios fundamentais do Jornalismo. Os investimentos foram astronómicos e o retorno incerto mas seguramente tardio. Quem lá colocou o seu dinheiro sabia que podia nunca mais ver-lhe a cor ou só recebia dividendos muitos anos mais tarde. Mesmo assim arriscaram. Um aplauso aos principais accionistas! O Jornalismo Angolano agradece.

No início ficou estabelecido que os jornalistas seniores a contratar tinham que ser polivalentes (larga experiência na Imprensa, Rádio e Televisão). Os contratos seriam de dois anos, no mínimo, e cada um era obrigando a formar, na vigência do contrato, cinco jornalistas angolanos que iam aprender fazendo, nas Redacções do jornal O País, Rádio Mais e TV Zimbo.

O mercado de publicidade em Angola não chegava para alimentar os meios do Audiovisual públicos quanto mais os novos privados. Por isso era preciso investir muito com pouco retorno e tardio. Na Imprensa, o Jornal de Angola dominava em absoluto mercado dos pequenos anúncios. Muito dificilmente O País conseguia recursos para pagar as despesas básicas. 

Para resolver este problema a curto e médio prazo o grupo lançou a Damer, uma fábrica de dimensão e nível mundial, equipada com sistemas intergráficos dos mais modernos que na época existiam. Além dos equipamentos (muito dispendiosos…) foi preciso investir em quadros técnicos importados. Uma gráfica necessita de manutenção permanente aos equipamentos. Foi preciso garantir condições dignas de alojamento. Mais investimentos pesados. A gráfica Damer ia garantir fundos para financiar o projecto multimédia. 

Tudo a correr como previsto quando chegou fogo amigo. O projecto seguiu mas com alterações substanciais. Impôs-se no audiovisual. Na Imprensa, O País ficou a meio caminho. Alguém se esqueceu que “a publicidade está para o jornal como o combustível para as máquinas”, como dizia aos accionistas, o presidente do conselho de administração do jornal The Times no início do século XX. Isso não mudou, desde então.

Os accionistas do Grupo Media Nova sabiam que nos primeiros dez anos de actividade tinham de analisar os resultados em termos de custos e benefícios. No final da segunda década podiam aspirar a dividendos. As vicissitudes surgidas alteraram o calendário. E 15 anos depois do início, os investimentos maciços continuaram. Dividendos zero. Foi neste quadro que se deu a nacionalização. O Estado passou a pagar o que pagavam os privados. 

Guterres exige que países ricos cumpram suas promessas no combate à crise climática

Na Cimeira do Clima de África, Guterres diz que "ainda é possível evitar os piores efeitos" das alterações climáticas mas, para isso, é preciso que os países desenvolvidos tenham mais "ambição".

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, exigiu esta terça-feira, 5 de setembro, na Cimeira do Clima de África, que decorre em Nairobi, que os países desenvolvidos cumpram as suas promessas no combate à crise climática, que atinge desproporcionalmente o continente.

Este continente emite apenas quatro por cento das emissões globais, mas sofre alguns dos piores efeitos do aumento das temperaturas globais: calor extremo, inundações implacáveis e dezenas de milhares de mortes devido a secas devastadoras”, afirmou António Guterres no seu discurso de abertura no segundo dia da cimeira, coorganizada pelo Governo queniano e pela União Africana (UA).

O chefe da ONU afirmou que, mesmo assim, “ainda é possível evitar os piores efeitos” da crise climática, embora seja necessário um “salto qualitativo” na “ação climática” e mais “ambição”, especialmente por parte dos países desenvolvidos, que devem reduzir as suas “emissões líquidas para perto de zero” até 2040.

Os países desenvolvidos devem também “cumprir a sua promessa” de destinarem 100 mil milhões de dólares por ano aos países em desenvolvimento, o que permitirá às nações africanas garantir o acesso a sistemas de eletricidade verde a preços acessíveis e criar sistemas de alerta precoce para fenómenos meteorológicos extremos.

Guterres apelou igualmente à “correção do rumo do sistema financeiro global”, garantindo um “mecanismo eficaz de alívio da dívida” a taxas acessíveis.

Quénia quer união dos africanos no combate à crise do clima

Presidente do Quénia, William Ruto, apelou hoje em Nairobi na Cimeira Africana sobre o Clima à união do continente no combate à crise climática, que descreveu como "o maior desafio" da existência de todos os seres vivos.

"Coletivamente, temos o poder de mudar o continente e a direção que o mundo está a tomar", afirmou William Ruto no seu discurso de abertura no segundo dia da cimeira, coorganizada pelo Governo queniano e pela União Africana (UA).

O líder queniano destacou o potencial de África para encontrar soluções para a crise climática, considerando que investir no continente é "a forma mais clara de se atingir o objetivo global" de reduzir as emissões de gases poluentes, quer porque é aí que se concentram os maiores depósitos de recursos naturais, essenciais para a produção de energia verde, quer devido ao potencial de África para produzir este tipo de energia.  

Ruto sublinhou ainda que "nenhum dos países industrializados pode atingir o objetivo de zero emissões no período que lhes é exigido" e que "só uma transformação rápida e inclusiva" pode ser uma "solução sustentável" para o "desafio" da crise climática.

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