João Silvestre, editor de economia | Expresso (curto)
Bom dia,
(Começo por lhe fazer um convite: amanhã, às 14h00, "Junte-se à Conversa" com David Dinis e João Diogo Correia para falar sobre se "Esta AD já é alternativa?". Inscreva-se aqui.)Continuamos em contagem decrescente para as legislativas e, como é natural, a política continua a dominar o noticiário. Vai ser assim até 10 de março. Sempre
No fim de semana tivémos a convenção da Aliança Democrática, onde Luis Montenegro tentou a reconciliação com os pensionistas e avançou mais algumas propostas. Uma delas é a ideia de o Estado garantir parte do financiamento dos empréstimos para compra de casa dos jovens. Uma ideia que não entusiasma a banca, numa altura em que também tem surgido propostas de vários partidos para taxar os lucros dos bancos. Algo que, para o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Vítor Bento, “será não só contraproducente, mas também agressivo dos interesses das empresas e das famílias que dependem de uma banca sólida e rentável para as apoiar”. Luis Montenegro recuperou também a proposta de um 15º mês isento de impostos que, há uns meses, tinha sido apresentada pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
Ficámos também a conhecer as propostas do Bloco de Esquerda que, entre outras coisas, quer uma auditoria aos contratos da Defesa, redução dos juros cobrados pela Caixa Geral de Depósitos e também a intervenção pública na Global Media.
Na Iniciativa Liberal, o líder Rui Rocha perdeu mais de 40 militantes conhecidos e 'pesos-pesados' por “divergências ideológicas”, acusações de “nepotismo” e “falta de democracia” nos últimos 12 meses.
Hoje há uma nova sondagem, da Intercampus para o Correio da Manhã, que dá um reforço das intenções de voto no PS para 26,4%, seguido da AD com 20,8% (menos do que o PSD sozinho tinha em dezembro) e do Chega em terceiro com 16,6%.
Também a opinião tem seguido, a pari passu, a contenda. Henrique Raposo considera que “o Chega fala como a esquerda sempre falou”. Daniel Oliveira diz que a convenção da AD "chegou para Montenegro arrancar com a campanha”. Agostinho Lopes, do PCP, questiona a ideia de que a ascensão do Chega encontra culpas à esquerda. Já Pedro Gomes Sanches diz que a AD é T.I.N.A. (there is no alternative) da “esperança e da sensatez”.
OUTRAS NOTÍCIAS
Cá dentro
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego voltou a subir em dezembro. São já 317.659 pessoas.
A crise no Global Media Group continua e os salários continuam por
pagar. O administrador executivo, José Paulo Fafe, negou ontem ter havido qualquer pagamento para administradores durante
este período, num dia em que os trabalhadores do Dinheiro Vivo também pediram a suspensão do contrato de trabalho.
O deputado do PSD, Rui Cristina, deixou o partido e passa a deputado não inscrito até final da
legislatura. Será que também vai para o Chega? André Ventura diz
que seria uma mais-valia.
Vários membros da sucursal portuguesa de uma rede de trafico de droga
espanhola foram ontem condenados e os mentores nunca foram apanhados. Conheça a sua história.
As imagens de choque não chegam ao tabaco aquecido mas os aromas foram proibidos. É o resultado da transposição de
uma diretiva comunitária.
A canção “Rendas Altas”, do rapper Gandim com a participação de Ana Bacalhau (ex-Deolinda), é um dos mais recentes sucessos no Youtube. Soma dezenas de milhares de visualizações em poucos dias.
Lá fora
A líder da AfD, a extrema-direita alemã, admitiu um referendo à saída da Alemanha da União Europeia.
É o caminho, defendeu Alice Weidel em entrevista ao Financial Times,
caso não seja possível “reformar a União Europeia” e acabar com o seu
“défice democrático”.
No Médio Oriente, os EUA lançaram novo ataque contra os hutis no Iémen num
dia
Ontem foi o 699º dia de guerra na Ucrânia: Moscovo
e Kiev trocaram acusações sobre ataque a mercado em Donetsk que
vitimou 27 pessoas enquanto, em Bruxelas, a Hungria esteve contra a
criação de um fundo de €5000 milhões de apoio à paz.
Uma investigação jornalística em Espanha revelou que, entre 2012 e
2016, o governo de Mariano Rajoy do PP usou as forças de segurança para fabricar relatórios sobre os
separatistas catalães.
O primeiro-ministro indiano inaugurou um polémico tempo hindu erguido em cima das
ruinas de uma mesquita histórica em Ayodhya, no norte do pais,
Depois de dois anos de negociações, a Sony desistiu da fusão com a indiana Zee Entertainment, Em cima
da mesa estava um negócio de 9,2 mil milhões de euros.
FRASES
“Num universo político radicalizado, só queremos perder tempo a defender
aqueles que são notória e assumidamente da nossa equipa. Ora, o jornalista não
é de nenhuma equipa, é o árbitro. E toda a gente sabe o que é que se diz dos
árbitros e de suas mães”, Manuel Cardoso, em artigo de opinião no Expresso
“A ofensiva huti não só transtornou os planos dos Estados Unidos na zona como
suscita novo dilema sobre a forma mais adequada de proteger uma rota marítima
vital para o Ocidente. Houve um colapso da política de dissuasão dos Estados
Unidos, o que implica uma mudança no equilíbrio de poder entre Washington e os
seus aliados, mas também com os BRICS, seus concorrentes.”, Leila Ghanem, Analista
libanesa em entrevista ao Expresso
O QUE ANDO A LER
Estamos a mês e meio das eleições legislativas. O resultado é incerto. Mas há
uma certeza que quase todos parecem partilhar: a votação do Chega vai
subir. É uma tendência já vimos noutros países e que agora parece estar a
chegar em força a Portugal.
“Os Perigos da Direita Radical”, de Carlos Martins, chegou-me às mãos há
algum tempo mas só recentemente me dediquei à sua leitura. E vale a pena. Mais
ainda no atual contexto político. O livro percorre a história da ideologia
de extrema-direita desde o final da 2ª guerra mundial. Parte dos conceitos,
analisa em detalhe os casos clássicos de França e Itália e olha também para a
Europa de Leste.
Dedica, naturalmente, espaço a Portugal e, em particular, a André
Ventura. Faz também o levantamento da atual situação em vários países europeus
onde, em muitos casos, o peso destes partidos é bem superior ao português e há
até vários que estão no governo.
PODCASTS A NÃO PERDER
A convidada de “O CEO é o limite” é Maria da Glória Ribeiro,
diretora da Amrop Portugal, que avisa que hoje em dia “um líder sem perfil humanista é triturado pelas suas equipas”.
No episódio desta semana de “O Mundo a seus Pés” fala-se de Taiwan e
da comparação com Macau e Hong-Kong que vivem numa escuridão
acrescida.
Aproxima-se a entrega da declaração de IRS e é sempre bom saber como aumentar o reembolso. Este episódio das Contas
Poupança deixa-lhe alguns conselhos.
Este Expresso Curto termina aqui. Encontre-nos a qualquer hora no Expresso e
na SIC. Tenha uma excelente terça-feira.
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