segunda-feira, 15 de abril de 2024

Os Rostos dos Genocidas de Gaza – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os EUA através do seu “proxy” Israel matam quem querem. Destroem países insubmissos. O mundo tem de agradecer ao Irão e aos seus “proxys” o escancarar dessa realidade. De ontem para hoje, o governo de Teerão atacou o “estado judaico” e todos ficámos a saber quem, desde 7 de Outubro passado, matou na Faixa de Gaza 14.520 crianças cujos corpos foram sepultados e outras tantas desaparecidas sob os escombros causados pelos bombardeamentos. Sabemos agora quem causou dois milhões de deslocados à força. Quem encurralou um milhão e meio de seres humanos na cidade de Rafah. Quem matou 33.686 civis indefesos. Quem calou para sempre 140 jornalistas. E feriu gravemente 76.309 civis indefesos.

O Irão e seus “proxys” despacharam para Israel centenas de “drones” e mísseis. Segundo o nazi que fala em nome das tropas israelitas, 99 por cento dos engenhos foram eliminados pelos EUA, Reino Unido, França e Jordânia. Afinal é possível evitar a mortandade na Faixa de Gaza! Se os mesmos ajudantes dos nazis de Telavive interceptassem as bombas que destruíram o enclave palestino, que mataram 30.000 crianças (estou a contar as desaparecidas), que estropiaram 76.309 civis indefesos, que destruíram mais de 80 por cento das edificações, nada disso tinha acontecido.

Os 300 “drones” e 120 mísseis balísticos que voaram para Israel foram anulados por aviões e outros meios dos EUA, Reino Unido, França e Jordânia. Por isso, o ataque a Israel só feriu uma menina de sete anos. A minha mais amada filha. Sou pai de todas as crianças do mundo e por todas dou a vida. Se os mesmos países não fossem os assassinos das crianças e Mamãs de Gaza, ninguém tinha morrido. 

Agora sabemos que o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) e seus “proxys” rastejantes, Reino Unido, França e Jordânia matam, ferem e destroem a Palestina. São eles os matadores. São eles que fornecem as bombas que rebentam na Faixa de Gaza. O “malicioso regime sionista” é apenas o executante desses crimes contra a Humanidade. Mataram até hoje 30.000 crianças. Mais de 15.000 mamãs sepultadas e milhares sem sepultura. 

Eis os nomes dos assassinos que devem ser julgados no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a Humanidade na Faixa de Gaza e Cisjordânia: Joe Biden, Emanuel Macron, Rishi Sunak e Abdullah II, rei da Jordânia, que diz ser descendente do profeta Maomé. Eu sou kamba de Baco e neto de Dionísio. 

O mundo que estes assassinos construíram é assim. No dia 7 de Outubro de 2023 os “proxys” dos EUA iniciaram o genocídio na Palestina. Podiam ter interceptado todas as bombas, todos os “drones”, todos os mísseis. Não o fizeram. Pelo contrário, forneceram o material de guerra. Financiaram. Ajudaram a executar os ataques. Dão uns gritinhos de horror quando são confrontados com a dimensão do genocídio na Faixa de Gaza. E ficam por aí. 

De ontem para hoje o ataque do Irão a Israel, uma coisa diminuta em comparação com os ataques de Israel à Cisjordânia e Faixa de Gaza, deixou os EUA e seus “proxys” rastejantes (entre os mais sabujos está a União Europeia) em histeria. Biden reuniu logo na “sala da crise” com os seus assassinos de estimação. O Macron convocou de urgência a sua tropa de choque, que andava a atacar prostitutos entre a Place Blanche e a Place Pigalle. O Sunak despachou ordens para a aviação do Reino Unido (RAF): Abatam tudo o que voa e seja iraniano! O rei da Jordânia pôs a máscara de britânico militante para pôr na ordem os “porcos árabes”. 

Neste momento em que escrevo reúnem de emergência os países do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) para decidirem como castigar o Irão. O Sunak mandou um submarino e um porta-aviões para o Médio Oriente. O submarino nuclear norte-americano e o porta-aviões dos EUA na região já tomaram posições para atingirem o Irão. Isto porque os “drones” e mísseis destruíram um “centro de inteligência”, uma base aérea e feriram uma menina. Quando os nazis de Telavive iniciaram o genocídio na Palestina, os mesmos actores tomaram posições para protegerem os genocidas. Está tudo dito. Felizmente a Federação Russa saiu do G7 no ano passado. 

Atenção, muita atenção. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa convocou o Conselho da Defesa Nacional para terça-feira, assim que os primeiros “drones” e mísseis iranianos começaram a voar rumo a Israel. Quando os iranianos souberem que os heróis do mar estão em prontidão para ajudar os nazis de Telavive, em Teerão os clérigos borram-se todos. Não há papel higiénico que lhes valha. 

O marginal Nelito Ekuikui, dirigente da UNITA, anunciou que o seu partido quer “uma revisão constitucional” que permita candidaturas de listas independentes fora dos partidos políticos, para a Presidência da República: “É fundamental que a eleição do Presidente da República seja feita de forma directa. Permitiria que surgissem mais figuras fora dos partidos políticos a disputarem o poder”. 

Os sicários da UNITA confundem tudo. De propósito. Qualquer angolana ou angolano podem integrar as listas de candidatos dos partidos políticos. Foi assim que o Francisco Viana ou o Justino Pinto de Andrade integraram a lista do Galo Negro nas eleições de 2022. Os queimadores da Jamba (a mim não queimam, não ardo, já sou cinza, como dizia o meu saudoso amigo Agostinho Mendes de Carvalho) ignoram que os partidos políticos são a essência da democracia. Quem quiser fazer política fora dos partidos, é livre. Mas a outro nível.

Na Assembleia Nacional existem os partidos MPLA, UNITA, FNLA, PRS e Partido Humanista. A coligação CASA-CE é constituída pelo Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola -Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Pacífico Angolano (PPA) e Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA). À boleia da Frente Patriótica Unida (aldrabice para matumbo votar) ainda mexe o Bloco Democrático. Quem quiser fazer política tem muita variedade. 

Os eleitores angolanos extinguiram, por falta de votos: Partido Angolano Independente (PAI), Partido Liberal Democrático (PLD), Partido da Juventude Operária e Camponesa de Angola (PAJOCA), Partido Democrático para o Progresso-Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA), Partido Nacionalista para a Justiça em Angola (P-NJANGO), Partido Renovador Democrático (PRD), Fórum Democrático Angolano, Nova Democracia-União Eleitoral (ND-UE). Aliança Democrática de Angola-Coligação (AD Coligação). 

Quem se achar em condições e apoio popular para ser eleito Presidente da República só tem que fundar um partido. É fácil. Não vejo por que razão, os sicários da UNITA querem imitar os brancos “proxys”.

Mihaela Weba, a Savimbi de saias, vice-presidente do grupo parlamentar da UNITA, diz que há falta de vontade política “para criar autarquias locais em Angola”. E ousadamente afirmou que “Angola é o único país africano da região austral e da lusofonia sem poder autárquico”. Mentira e confusão, como sempre. A Savimbi de saias que tome nota. As Autarquias Locais são pessoas coletivas territoriais que defendem interesses das respetivas populações.

Angola adotou o municipalismo herdado do regime colonial. Depois da Independência Nacional, os governos distritais passaram a comissariados e depois governos provinciais. Os municípios continuaram e surgiram as comunas no lugar dos “postos administrativos”. Portanto, Michaela, despe as calças novas do Savimbi, não mates mais alfaiastes nem mates a democracia angolana. Angola tem autarquias locais! Os seus titulares não são eleitos. Mas são nomeados por quem foi eleito e tem a legitimidade do voto popular.

Angola no Poder Local está muito à frente dos brancos que fazem a cabeça dos sicários da UNITA. Tem Autoridades Tradicionais que desempenham um papel fundamentalíssimo no Poder Local Democrático. A Michaela finge que não sabe, mas está praticamente concluído o pacote legislativo que vai servir de base às Eleições Autárquicas. Até lá vivemos com o sistema que temos. E que só não é mais eficaz porque foi trucidado pelos sicários da UNITA durante a rebelião armada, entre Outubro de 1992 e Fevereiro de 2002. 

Os bandidos armados de Jonas Savimbi até destruíram as instalações do Poder Local tal é o ódio que têm à democracia: Sedes dos Governos Provinciais, dos Municípios e das Comunas, sistemas de captação, tratamento e distribuição de água potável, sistemas de produção e distribuição de energia eléctrica, máquinas, viaturas, edifícios das escolas de todos os graus de ensino, postos, centros de saúde e hospitais. Destruíram tudo quanto era equipamento social que garantia o bem-estar das populações. Trucidaram a Autoridade do Estado! Agora choramingam pelo Poder Local. Grandes mentirosos!

António Dembo, vice-presidente dos sicários da UNITA, rebentou com o Palácio do Governo Provincial do Uíge e ficou a viver no anexo. Quando lhe perguntaram por que razão tinha destruído tão belo edifício ele disse: “Nós depois construímos melhor”. 

O Poder Local da UNITA foi acabar com a livre circulação de pessoas e bens, em aliança com os racistas de Pretória e depois de 1992, com a rebelião armada. O longo braço da Lei acabou com a aventura belicista dos sicários do Galo Negro. Agora dizem que não há autarquias! Clamam por eleições locais. Para depois de derrotados, dizerem que houve fraude. Tirem as angolanas e os angolanos deste filme de terror. A UNITA é o abono de família de quem quer destruir a democracia angolana.

* Jornalista

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