quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Guerra Contra País de Deus -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A União Europeia também tem um bêbado da valeta mas mais limpo do que o rapaz Telmo Silva, mais conhecido por Reginaldo, o augusto servente às ordens. Entre vapores etílicos e imprecisões ao nível do gesto, Borrelll acusou Israel de levar a guerra ao Líbano, para fazer daquele país uma segunda Faixa de Gaza. Logo apareceu um coronel (no activo mas coronel e bem falante) a emendar o ébrio. Não senhor! Está errado. Erro grave. Israel não atacou o Líbano, está a atacar o Hezbollah!

Eu já pressentia que as centenas de mortos e milhares de feridos libaneses causados pelos ataques dos nazis de Telavive não são uma coisa deste mundo. A escalada chegou ao céu. O Hezbollah é o Partido de Deus. Como as tropas israelitas não estão atacando o Líbano mas o Hezbollah, está visto que a guerra chegou ao paraíso etéreo para onde vão todas as Dinamene desta vida e das outras. 

Guerra na casa das boas meninas, que para mal das suas virtudes vão para o céu barbaramente atacado pelos nazis de Telavive, na sua guerra contra o Partido de Deus, o Hezbollah. As outras meninas vão para todo o lado e algumas são tão desalmadas que não se importam de me fazer companhia com direito a dormida e pequeno-almoço. Vão pagar com o fogo de Israel! Os bombardeamentos aéreos já rebentaram os portões do céu.

Agora está muito claro que na Faixa de Gaza não há guerra. Os nazis de Telavive apenas atacam o HAMAS constituído por zelosos combatentes islâmicos. Os danos colaterais não contam. Mais de 30.000 mulheres e crianças destroçadas à bomba! Não são brancos e se forem não são arianos e se forem arianos não são judeus e se forem judeus não são protegidos pelo estado terrorista mais perigoso do nundo. Que morram!

A guerra contra o HAMAS, que já matou mais de 30.000 mulheres e crianças, destruiu escolas e hospitais, sistemas de abastecimento de água e energia, armazéns de víveres e outras miudezas é apoiada sem vacilações pelo estado terrorista mais perigoso do mundo, pelo Reino Unido e toda a União Europeia menos o bêbado da valeta Borrelll. Até Portugal, que já queimou judeus nas fogueiras da Inquisição, ajuda à festa. Um navio com bandeira portuguesa levou uma carrada de explosivos para Israel destroçar mais uns milhares de civis indefesos. 

O meu avô Domingos fugiu da fome e da miséria na serra do Barroso, norte de Portugal. Com apenas 14 anos foi para os EUA onde arranjou logo trabalho nas estradas de “macadame” armado de pá e picareta. Juntou-se aos grupos anarco-sindicalistas e assim se formou ideologicamente. Regressou a Portugal com umas “dólas” e passou a viver confortavelmente no remanso das vinhas, olivais e “chãos” de batatas. Já eu era um rapazola com o bigode a despontar e ele disse-me com lágrimas nos olhos: O mundo é uma tragédia. O pior nesta desgraça é ser humano. Os caminhos estão cheios de pedras e silvas. Já não há gente de palavra. O nosso mundo está no fim. 

Já lá vão 60 anos e o mundo continua. Neste intervalo conheci pessoas de palavra, honradas, dignas. Lutadoras e lutadores nas trincheiras da liberdade. Repórteres esforçados, capazes de tudo para darem a notícia em primeira mão. Cronistas indecisos entre o Jornalismo e a Literatura. Organizadores do espaço nas páginas dos jornais. Construtores de edifícios sonoros. Realizadores do espectáculo radiofónico onde a voz humana é a vedeta.

António Guterres quer mesmo que ser humano seja a maior de todas as tragédias no palco do mundo. Com ar sofrido, esgares de prisão de ventre disse sem se rir que a Palestina e o Líbano estão à beira do abismo e a guerra é um pesadelo. Deu este espectáculo perante a 79ª Assembleia Geral da ONU. O nazi que faz de ministro da Defesa de Israel, Yoav Galant, em nome de Joe Biden respondeu: “Senhor secretário-geral António Guterres, o pesadelo de que fala é, de facto, uma realidade. A realidade é que o Hezbollah tomou o Líbano como refém e a ONU não reconhece as suas acções nem cumpre a sua obrigação fundamental, prevenir os ataques do Hezbollah e exigir a aplicação da Resolução 1701”

Assim ficámos a saber que a ONU não ajuda os nazis de Telavive no genocídio da Palestina. Mas também que Israel exige o cumprimento das resoluções das Nações Unidas ainda que não cumpra nenhuma. É para isso que a instituição existe, ajudar o estado terrorista mais perigoso do mundo a impor o fascismo no planeta. Reconhecer e apoiar os supremacistas brancos. Destruir a República Popular da China, Federação Russa, Venezuela, Cuba, Coreia do Norte, Irão e outros Estados Soberanos que não se deixam governar a partir da Casa dos Brancos.

Pelo contrário, alastra um movimento insurrecional que se opõe à Internacional Fascista e fecha as portas ao estado terrorista mais perigoso do nundo (EUA). África está a escorraçar os gringos de tudo quanto é sítio. Os políticos africanos cansaram-se de viver ajoelhados ante a Casa dos Brancos. Batem as portas dos seus países, com estrondo, na cara dos genocidas.   

João Lourenço fez um discurso muito interessante na79ª Assembleia Geral da ONU. Denunciou genocídio na Palestina. Mas ao mesmo tempo cumprimentou efusivamente o genocida Blinken. Posou a seu lado, com um sorriso largo de satisfação por apertar a mão a um assassino de mulheres, crianças, doentes acamados em hospitais, idosos indefesos. Cumprimentou efusivamente o destruidor de escolas, universidades, hospitais, sistemas de distribuição da energia e água. Mostrou satisfação poe estar ao lado de quem desfere uma punição colectiva contra o povo palestino e faz tudo para matá-lo à fome ou com doenças.

Joe Biden, a múmia gaguejante que o Partido Democrata considerou incapaz física e mentalmente para ser seu candidato à Presidência dos EUA, viu fecharem-se na cara todas as portas de África. Ninguém quer receber um genocida demente e senil. João Lourenço vai recebê-lo no Palácio da Cidade Alta.

O Presidente da República vai deixar um legado trágico. Prisões arbitrárias, demolição do Poder Judicial, destruição do MPLA, salários em atraso aos servidores públicos, miséria generalizada. E por fim, aliança com o pior que tem o estado terrorista mais perigoso do mundo. Ao convidar e receber Joe Biden, insulta-nos todos. Não tem desculpa. Que parta depressa e bem, de preferência ao mesmo tempo da múmia gaguejante. Não lhe queremos mal. Mas desampare a loja antes que seja içada na Fortaleza de São Miguel a Bandeira Monumento dos EUA em sinal de vassalagem. 

* Jornalista

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