Deutsche Welle | Silaide Mutemba (Maputo) | Romeu da Silva (Maputo) e | Sandra Quiala | Lusa
Venâncio Mondlane e jornalistas atacados durante entrevista. Polícia dispersa manifestantes com gás lacrimogéneo e tiros. Alguns jornalistas ficaram feridos.
A Polícia moçambicana dispersou hoje (21.10) uma manifestação no centro de Maputo, convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, em protesto contra o homicídio de dois dos seus apoiantes. A força policial carregou sobre dezenas de pessoas que se concentraram no local.
A polícia lançou granadas de gás lacrimogéneo e tiros para o ar para dispersar os manifestantes. Em resposta, os participantes lançaram pedras e artefactos pirotécnicos.
Os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Salvem Moçambique" e "Este país é nosso".
Enquanto Venâncio Mondlane falava à imprensa no local, vários jornalistas, inclusive os da DW, inalaram o gás. Há indicação de, pelo menos, um profissional ferido.
Os confrontos entre os manifestantes e a polícia começaram cerca das 07:30, quando as forças de segurança começaram a dispersar os grupos que se preparavam para participar nas marchas pacíficas.
Além disso, a polícia utilizou cães e um helicóptero que sobrevoava a zona do duplo homicídio ocorrido na sexta-feira de Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário do PODEMOS, partido que apoia Mondlane.
Protestos e clima na cidade
Pela manhã, Moçambique vivia uma segunda-feira (21.10) de grande tensão, com ruas desertas, comércio fechado e forte presença policial em várias províncias do país. A greve nacional, convocada em protesto contra os resultados das últimas eleições gerais, paralisa a capital, Maputo, e outras regiões.
Venâncio Mondlane, no sábado, tinha afirmado que a greve seria mantida como forma de protesto contra os resultados preliminares das eleições de 9 de outubro. O candidato também responsabilizou as Forças de Defesa e Segurança (FDS) pelo duplo homicídio dos seus apoiantes.
Duplo homicídio
No sábado, a polícia moçambicana confirmou que a viatura em que seguiam Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário do PODEMOS, foi emboscada. Ambos foram mortos a tiro.
Uma mulher que estava nos bancos traseiros da viatura também foi atingida e transportada para o hospital.
As eleições gerais de 9 de outubro em Moçambique incluíram as sétimas presidenciais, legislativas e provinciais. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) tem até 24 de outubro para anunciar os resultados oficiais.
Romeu da Silva (Maputo) Correspondente da DW África | Sandra Quiala Jornalista e editora da Deutsche Welle
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