Bom dia, se conseguirem. Seguidamente a esta abertura rápida trazemos o Curto do Expresso assinado por Liliana Valente, trabalhadora do mundo Balsemão. Basta ler o título do Curto de hoje para percebermos que o tempo está a voltar para trás - aqui em Portugal e por todo o Ocidente pseudodemocrático. Como se não bastasse ter e ver essa evidência todos os dias.
Os saudosistas reacionários à democracia e à liberdade que em Portugal já tivemos assestam as unharas no corpo da democracia moribunda que é atacada todos os dias pelo conservadorismo tinhoso provindo da extrema direita. Ontem vimos em Portugal prova disso na Assembleia da República com a sessão 'chuléna' de putrefactos deputados lusos. Deputados demais que vão para a Assembleia da República descansar e fazer tempo para seguirem para os afazeres nos 'tachos e tachinhos' - talvez por isso vão ser aumentados no 'pilin' com que se compram as batatas, boas casas, bons automóveis, boa vida desafogada e às vezes (demasiadas) negociatas de que nem conhecimento temos. Nós os plebeus paga-tudo. Dirão que assim não são todos eles. Pois, talvez não, mas vimos mais tarde a constatar que os desse figurino são demasiados. Basta olhar as suas boas 'viduchas' e posses. Pois. Mas o tempo lava tudo...
Hão-de reparar que hoje escolhemos uma música e canção de outros tempos (salazar-fascistas) que afixamos bem no inicio desta prosa. Coaduna-se com estes nossos tempos de luta pela sobrevivência. António Mourão faz brilhar a interpretação - pobre coitado já falecido. Letra e música caberia num hino do partido Chega, do CDS ou da Iniciativa Liberal (liberal para quem?). Até de uns quantos do PPD/PSD alaranjados por conveniência e tapa-olhos. Deixamo-la aí por cima, no topo. Decerto agradará às ninhadas de rataria que ontem na AR e por aí anda exultante. Afinal não são eles os únicos responsáveis mas sim os que os elegem.
Não estamos a ser devidamente breves como acima prometemos (não votem em nós, não queremos).
Voltar para trás também é abordado no título e prosa de autoria deste Curto Balsemista que tanto preferimos. Ali se refere artistas da política já repletas de teias de aranhas. Leonor Beleza é uma delas. Ali se lava em esquecimento o historial de quando foi ministra da saúde. Quantos morreram? Quantos sofreram?
Ora, ora... Vamos lá acabar com isto. Já aqui está uma prosa monstruosa.
Bom dia e um queijo já ratado pelos saudosistas, nazi-fascistas, bombistas, criminosos assassinos, do enorme cardápio que aqui desaprovamos e democraticamente criticamos a jeito de repúdio total.
O tempo não tem nada que voltar para trás porque prá frente é que é o caminho.
Bom dia. Vejam/leiam o Curto já a seguir. Vejam também quem são as três da vidairada: Elisa Ferreira, Ana Gomes, Leonor Beleza.
Inté. Leiam o Curto em continuar a ler... Pois.
Mário Motta | Redação PG
Ainda não é tarde para Leonor Beleza, Elisa Ferreira ou Ana Gomes
Liliana Valente, Coordenadora de Política | Expresso (curto)
Bom dia,
Começo por lhe fazer um convite: amanhã, às 14h00, "Junte-se à
Conversa" com David Dinis e Vítor Matos, para falar sobre "O
Almirante e o rumo das presidenciais". Inscreva-se aqui.
A política tem horror ao vazio e estando o mundo político cansado da novela do
Orçamento do Estado (nos seus episódios finais esta semana), cedo se precipitou
num dos seus desportos preferidos: lançar e discutir putativos candidatos
presidenciais, a pouco mais de um ano das eleições. Caro leitor, permita-me que
entre no jogo, sinto que o devemos fazer porque o mais alto cargo da nação
exige que nos demoremos por aqui e que passemos a epiderme.
António José Seguro pondera, Marques Mendes decide para o ano, o Almirante Gouveia e Melo precipitou a sua saída da Armada para
estar livre a partir de março do próximo ano e, por fim, Mário Centeno diz que não pensa, mas que pode vir a pensar.
E se houver mais?
Há mais de dez anos, numas eleições europeias que precipitaram uma luta
fratricida no PS, António José Seguro andava de braço mais ou menos dado com o
seu candidato Francisco Assis (que, dez anos volvidos, foi o seu primeiro apoiante na possível
corrida presidencial). Mas se o candidato não apreciava assim tanto a
campanha de rua, havia uma mulher que, energética e empática, me chamou a
atenção para a facilidade com que falava com as pessoas: Elisa Ferreira. Lembro-me
em particular de um dia de chuva em Fafe, pouco propício a contactos com a
população, nada que atrapalhasse a então candidata a eurodeputada, de chapéu na
cabeça e sorriso afável. Não encontro esse texto, mas recordo-me de me ter
dedicado a contar o número de vezes que Francisco Assis chamava pela ajuda de
Elisa Ferreira. Foram muitas.
Lembrei-me muito de Elisa Ferreira nestes dias. Porque razão não se fala
de Elisa Ferreira para o cargo presidencial? Política de mão cheia, já foi
deputada, eurodeputada, ministra (duas vezes) e comissária europeia, além de
uma carreira académica e profissional assinalável. Tem mais currículo em dez
anos do que muitos dos nomes de que se falam numa vida inteira. Qual a razão
para nunca (ou raramente) ser incluída no leque dos “presidenciáveis”?
Há semanas, no congresso do PSD, uma outra mulher fez o que outros possíveis
candidatos a eleições presidenciais não conseguiram junto dos
“laranjinhas”. Leonor Beleza, elevada a primeira vice-presidente do
partido, saiu de Braga debaixo de uma ovação, de braço dado com Luís
Montenegro.
O regresso de Beleza à política ativa foi uma boa notícia, resta ainda ver o
que fará com o cargo de primeira voz no PSD. Deputada, secretária de Estado,
cinco anos ministra da Saúde é, há vinte anos, presidente da Fundação
Champalimaud e atualmente membro do Conselho de Estado.
Porque razão se deixou de falar de Leonor Beleza para a Presidência da
República? Sim, eu sei que a própria afastou a possibilidade – “não pondero nem ponderarei” – depois de Hugo Soares,
líder parlamentar do PSD, ter lançado o seu nome. Mas quantas vezes outros já
afastaram e depois afinal não?
E Ana Gomes? Por falar em mulheres com capacidades, com currículo e com
vida. Sim, já foi candidata presidencial quando poucos o quiseram ser, dado que
a renovação do mandato de Marcelo Rebelo de Sousa era quase garantida. Sem
apoio do seu partido, conseguiu mais de meio milhão de votos, teria ainda
maiores possibilidades de juntar a esquerda logo à partida.
Além dos nomes aqui referidos, há outros que vão surgindo volta e meia. Rui
Moreira lançou José Pedro Aguiar-Branco (que fez um
discurso interessante nas cerimónias do 25 de Novembro); Passos Coelho é
carta fora do baralho? E se os ex-líderes do PSD estão com vontade de se
candidatar (além de Marques Mendes, Santana Lopes não se retira de nenhum jogo), porque
não Rui Rio? Do lado do PS, é preciso referir António Vitorino, um dos nomes que Pedro Nuno Santos mencionou, numa entrevista à
CNN (e que agora diz que foi um “erro” ter deixado cair nomes e que espera que
os candidatos apareçam). Nesse leque, há quem defenda que só um
“partido louco” iria jogar pelo Seguro tendo a possibilidade de ter Centeno (leia aqui a opinião de Gonçalo Ribeiro Telles).
Mário Soares foi tudo antes se chegar ao Palácio de Belém. Jorge Sampaio tinha
uma carreira política cheia, com liderança do PS mas também a Câmara de Lisboa.
Aníbal Cavaco Silva nem se fala. Anos de ministro e de primeiro-ministro e até
deu tempo para uma travessia no deserto. Marcelo Rebelo de Sousa tinha uma vida
política tão preenchida que chegou a pensar acabá-la aos 27 anos. Não tinha
tido um cargo executivo antes de ser Presidente da República, mas tinha um
currículo de fazer inveja.
É a esta bagagem que o currículo do próximo Presidente da República se vai
comparar, e será das poucas vezes em que não há um candidato óbvio. Aqui chegados, o que temos?
Para já, fala-se sobretudo de três homens, dois ex-líderes de partidos que
nem chegaram a legislativas (Seguro e Mendes) e um almirante, chefe de Estado da Armada (Gouveia e Melo), a quem se conhece pouco além das
capacidades logísticas. O mais importante cargo da Nação merece que se mergulhe
Mas o PS está há 20 anos afastado de Belém, se não quer passar mais cinco
(ou dez), e ver o PSD dominar todos os palácios, é hora de dar corda a
candidatos.
Outras notícias
25 de Novembro. Quarenta e
nove anos depois, foi a primeira sessão comemorativa do 25 de Novembro no
Parlamento. Como foi? Foi uma sessão solene em que o principal tema foi a própria sessão
solene, como escreve o João Pedro Henriques. Em que esteve sempre um ausente presente, como escreve a Margarida Coutinho. E foi
também uma aula do professor Marcelo, que pôs os factos em perspetiva e decidiu pôr os dados no seu
lugar, perante uma guerra cultural sobre o que aconteceu, como analisa o
Vítor Matos.
Violência doméstica. No Dia Internacional para a Eliminação da Violência
contra as Mulheres, foi tema no Parlamento, mas também do primeiro-ministro que
considerou que os números mais elevados se devem mais ao aumento de
denúncias do que ao "aumento real" dos casos. Pedro Nuno Santos
e Mariana Mortágua acusaram Luís Montenegro de “ligeireza” e de “falta de
respeito” pelas vítimas de violência.
O mercado mexe. Os operadores de comunicações reagiram à Digi com marcas
de baixo custo e ofertas com TV e quase sem fidelização: saiba os preços
Energia. Uma investigação desenvolvida em Portugal ajuda Bélgica a gerir
energia eólica no mar
Fundamental. Siga aqui o que de essencial vai acontecendo ao longo do dia. Para
começar, o regresso de Angela Merkel que assume que a sua “reputação foi
completamente arruinada” em países como Grécia, Portugal, Espanha ou Itália, por causa da crise das
dívidas soberanas.
Frases
“Eis por que razão não existe
contradição entre o 25 de Abril, como há décadas é assinalado – enquanto data
maior, porque representou um virar de página historicamente mais profundo, no
império, na ditadura e como primeiro passo de abertura para a liberdade e a
democracia – e o evocar o 25 de novembro de
Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão comemorativa do 25 de Novembro na Assembleia da
República
“O 25 de Abril não é desvalorizável, não é equiparável, não é substituível”
José Pedro Aguiar-Branco, na sessão comemorativa do 25 de Novembro
“Hoje, a melhor forma de homenagear esta capacidade de ultrapassar as divisões
é a de não reabrir as fraturas que sabiamente estas gerações fundadoras do
regime democrático souberam superar, recusando revisionismos, vontades
revanchistas ou provocações”
Pedro Delgado Alves, na sessão comemorativa do 25 de Novembro
Os nossos podcasts
Expresso da manhã. Paulo
Baldaia fala com o jornalista da secção de política do Expresso João Pedro
Henriques sobre a cerimónia do 25 de Novembro que aconteceu pela primeira vez
no Parlamento. “A direita populista do Chega tem um profundo desamor à
verdade”.
Comissão Política. Sobre
o mesmo tema, uma conversa mais solta da secção de política, desta vez com a
moderação de Eunice Lourenço. “Discutir novembro, com um olho no passado e outro no futuro”.
O que ando a ver
O tempo orçamental não tem sido
propício para leituras por prazer, pelo que desde o último Curto que aqui servi
entrei no universo Juan Gabriel Vásquez com “Os informadores”, edição da
Alfaguara, mas ainda não tive oportunidade de o terminar. A minha sugestão vai
para uma série: “A diplomata”. Gosto particularmente de séries políticas,
escritas com inteligência e boas reviravoltas e, neste caso, com uma ligação à
realidade política mundial atual. E gosto muito em especial da atriz Keri
Russell, que já me encantara na série “The Americans”. A segunda temporada
saiu há cerca de um mês e vale bem a pena. Fica a sugestão para um fim de
semana de frio.
Muito obrigada por ter estado desse lado. Continuaremos em expresso.pt a dar-lhe conta do que de relevante se
passar por cá. Boa terça-feira!
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