O Presidente dos EUA, Joe Biden, encontrou-se com o seu homólogo angolano, João Lourenço, em Luanda, onde prometeu apoio duradouro ao continente africano. "O futuro do mundo está aqui, em África, em Angola", sublinhou Num dia considerado histórico em Angola, Joe Biden foi acolhido esta terça-feira com honras militares e uma salva de 21 tiros. À sua espera no Palácio Presidencial da Cidade Alta estava o seu homólogo angolano, João Lourenço, que o recebeu "por volta do meio dia desta terça-feira", precisa a Presidência da República de Angola na sua página no Facebook. Biden declarou-se "orgulhoso" por ser o primeiro Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) a visitar Angola e pelo que têm feito juntos para "transformar a parceria". Segundo o Presidente cessante dos EUA, "os resultados, até agora, falam por si mesmos". Cumprindo a promessa de visitar o continente durante o seu mandato, que termina em janeiro, Joe Biden disse ainda que os Estados Unidos estão "totalmente com África" e com Angola, uma frase que já tinha utilizado durante a cimeira EUA-África em Washington em dezembro de 2022. "Não achamos que temos todas as respostas, mas estamos preparados para ouvir as vossas respostas às necessidades que têm, particularmente as respostas ao financiamento da dívida internacional", disse Biden no Palácio Presidencial, antes da reunião privada com João Lourenço. Investimentos em Angola No encontro com o seu homólogo angolano, Biden abordou os investimentos norte-americanos em Angola, desde o Corredor do Lobito aos projetos de energia solar e infraestruturas de Internet e telecomunicações. Falou também sobre os investimentos para aumentar a produção agrícola, "para que Angola possa alimentar-se" e também ao resto do mundo, considerando o setor como "uma boa oportunidade" para a economia angolana. "O futuro do mundo está aqui, em África, em Angola", disse o chefe de Estado, lembrando que, até agora, a sua administração já investiu três mil milhões de dólares (cerca de 2,85 mil milhões de euros à cotação atual) em Angola. "E eu digo do fundo do meu coração, o futuro do mundo é em África", vincou Biden, considerando que esta será em 20 anos a maior economia do mundo. Angola quer mais cooperação com EUA João Lourenço afirmou que Angola pretende trabalhar com os Estados Unidos para atrair investimento estrangeiro e melhorar os laços de defesa e segurança. "Pretendemos trabalhar juntos na atração do investimento direto americano para Angola, na abertura de oportunidades de comércio e de negócios de investidores angolanos no mercado americano", sublinhou o chefe do Executivo angolano. Lourenço pretende também incrementar a cooperação no setor da Defesa e Segurança, com mais treino militar em Angola, mais exercícios militares conjuntos, cooperação nos programas de segurança marítima para a proteção do Golfo da Guiné e do Atlântico Sul, e no programa de reequipamento e modernização das Forças Armadas Angolanas. O Presidente de Angola elogiou também os investimentos das empresas americanas no setor do petróleo e do gás em Angola e em vários projetos futuros. "A vossa visão e engajamento para o sucesso do Corredor do Lobito, assim como a vossa grande contribuição para o nosso programa de transição energética, com a construção dos parques solares no sul de Angola, serão sempre lembrados como sendo um grande contributo para a segurança alimentar e energética, para o desenvolvimento económico e social de Angola e da região austral de África", disse durante o encontro com Joe Biden. Futuro do Corredor do Lobito?Joe Biden ainda discursa hoje no Museu da Escravatura e, na quarta-feira (04.12), segue para o Lobito, onde participará numa cimeira internacional sobre o Corredor do Lobito, que conta com investimentos significativos dos EUA e da União Europeia (UE). Esta infraestrutura ferroviária que atravessa Angola da costa atlântica à fronteira com a República Democrática do Congo é considerada estratégica para os interesses ocidentais, permitindo um transporte mais rápido dos minerais da região. O porta-voz da segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, considera que o Corredor do Lobito é mais do que uma disputa geopolítica com Pequim, que trará benefícios também para os angolanos. Com a chegada de Donald Trump ao poder, em janeiro, a atual administração tem "esperança" que nada mude. Apesar das promessas de Joe Biden de "apostar tudo em África", a influência dos EUA no continente diminuiu durante o seu mandato. A nova administração Trump terá de resolver os pontos críticos na cooperação com um continente em rápida mudança cada vez mais aliado da China e da Rússia. Deutsche Welle | MS | Lusa | Reuters | AP |
terça-feira, 3 de dezembro de 2024
Biden recebido em Luanda: "O futuro do mundo está em África"
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