quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Portugal | Odair: Presença de arma torna-se central. IGAI pede "inquérito urgente"

O caso da morte de Odair Moniz continua a ter novos desenvolvimentos. Ricardo Serrano Vieira, advogado do agente da PSP que baleou o homem, diz que estava "presente uma arma branca no local" do crime. O agente da PSP foi ainda notificado para prestar declarações junto da IGAI na qualidade de testemunha, com "caráter de urgência".

Em outubro, a Polícia de Segurança Pública (PSP) disse que Odair Moniz teria "resistido à detenção e tentado agredir [os agentes] com recurso a arma branca", após abordagem policial dos agentes na Cova da Moura, Amadora.

No entanto, dois dias depois da morte de Odair, que ocorreu a 21 de outubro, já no hospital, os dois agentes envolvidos na situação, afinal, terão admitido à Polícia Judiciária (PJ) que não foram ameaçados pela vítima com uma arma branca.

Na quarta-feira, 11 de dezembro, o advogado do agente da PSP que baleou Odair Moniz, Ricardo Serrano Vieira revelou que "está [estava] presente uma arma branca no local [do crime]", mas não deu muitas explicações sobre o caso, argumentando que este se encontra em segredo de justiça. Adiantou ainda aos jornalistas que o agente da PSP em causa continua de baixa médica.

Esta quinta-feira, surgiram novas informações referentes à arma branca: a Polícia Judiciária suspeita que possa ter sido "plantada" no chão para justificar os dois tiros com que o agente da PSP atingiu a vítima. A autoridade está a investigar esta hipótese, avança o jornal Expresso

Uma fonte judicial avançou, por sua vez, à agência Lusa, que no processo consta uma arma branca que, na altura, estava na posse de Odair Moniz.

A mesma fonte adiantou que o polícia optou por não prestar declarações perante o Ministério Público (MP), considerando que a defesa do arguido ainda não teve acesso ao processo, por este se encontrar sujeito a segredo de justiça e revelou que este foi confrontado pelo MP com a prova indiciária.

O agente da PSP foi ainda notificado, nos últimos dias, para prestar declarações junto da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) na qualidade de testemunha, um inquérito ordenado pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que determinou que fosse feito com "caráter de urgência".

O interrogatório, ao que tudo indica, já tem data e irá acontecer na próxima semana, avança a CNN Portugal. Segundo a estação, a defesa do agente foi notificada pelo IGAI para que este se apresente para interrogatório.

Além do processo judicial, recorde-se, estão a decorrer na IGAI e na PSP processos de âmbito disciplinar.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no bairro da Cova da Moura, distrito de Lisboa, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

A morte do cabo-verdiano desencadeou vários tumultos, na mesma semana, no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos.

Ler/Ver em Notícias ao Minuto:

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