Duas “notícias de última hora” esta semana proporcionaram uma oportunidade oportuna para os Estados Unidos e o seu aparelho de inteligência mediática recuperarem o controlo da narrativa.
Strategic Culture Foundation | editorial | # Traduzido em português do Brasil
As alegações sobre as armas nucleares russas baseadas no espaço se desfizeram e se tornaram uma piada. Felizmente, a morte do dissidente patrocinado pelo Ocidente, Alexei Navalny, ocorreu então para permitir que os meios de comunicação ocidentais entrassem num frenesim de manchetes anti-Rússia.
A primeira foi a história alarmista sobre a Rússia supostamente desenvolvendo uma arma nuclear baseada no espaço. Inicialmente, foi dramaticamente acusado de representar uma séria ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. Apesar da reportagem sensacional, a história rapidamente se tornou motivo de chacota. Até mesmo alguns legisladores dos EUA consideraram-no uma “besteira” e uma tentativa flagrante da Casa Branca de Biden e das agências de inteligência de pressionar o Congresso a aprovar um novo mega projeto de lei de ajuda militar à Ucrânia no valor de 61 mil milhões de dólares.
Chegaremos à história de Navalny em um momento. Mas vamos primeiro analisar a orquestração das supostas armas nucleares russas.
O drama começou na quarta-feira, quando Mike Turner, presidente do Comitê de Inteligência da Câmara (uma fonte duvidosa, se é que alguma vez existiu), fez apelos públicos ao presidente Joe Biden para desclassificar a inteligência sobre “uma séria ameaça à segurança nacional”. Turner é um membro republicano da Câmara dos Representantes, mas é um aliado próximo da Casa Branca democrata em termos de apoio entusiástico à ajuda militar à Ucrânia. O último projeto de lei foi aprovado na câmara alta do Senado dos EUA no dia anterior, 13 de fevereiro, mas é improvável que seja aprovado pela Câmara, onde muitos legisladores republicanos se opõem firmemente a ele.
Acompanhando as “preocupações” do presidente do comité de inteligência, Turner, os meios de comunicação desabafaram então com fontes anónimas de inteligência dos EUA “revelando” que a ameaça à segurança nacional era proveniente de armas nucleares russas alegadamente em desenvolvimento para destruir satélites de comunicação americanos no espaço. A Casa Branca então “confirmou” a informação no dia seguinte, 15 de fevereiro. Foi um flagrante trabalho de montagem. Mas a administração Biden procurou conter qualquer pânico público, dizendo que a ameaça não era iminente e que a alegada arma russa destruidora de satélites não tinha sido colocada em órbita, nem haveria qualquer perigo para a Terra. (Então, por que tanto alarido?)