segunda-feira, 22 de abril de 2024

REVELADA A HISTÓRIA OCULTA DE ATAQUES DE ISRAEL AO IRÃO

Robert Inlakeshp* | Mint Press News | # Traduzido em português do Brasil

O ataque retaliatório do Irão a Israel foi enquadrado no Ocidente como uma tentativa imprudente de desencadear uma grande guerra regional, mas na realidade, Israel tem atacado o Irão há décadas.

Tal como acontece habitualmente com as guerras apoiadas pelo Ocidente, a cronologia dos meios de comunicação social corporativos começa no momento que melhor se adequa à sua narrativa. Vimos isto acontecer recentemente, com a tentativa de roubar todos os contextos da guerra de Gaza antes de 7 de Outubro de 2023. Da mesma forma, quando se trata do conflito de Israel com o Irão, os dois têm estado envolvidos no que é referido como uma “sombra”. guerra”, cujos detalhes são bastante chocantes.

Embora a atenção da mídia internacional estivesse voltada para os ataques retaliatórios do Irã contra Israel , atraindo grande atenção para cerca de 300 drones e mísseis usados ​​no ataque , nenhum grande acordo foi feito sobre o ataque de Israel. em 1º de abril contra o segmento consular da embaixada do Irã em Damasco, na Síria , que matou uma dúzia de pessoas, incluindo sete oficiais iranianos do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC). Neste acto de agressão sem precedentes contra o solo iraniano, quebrando as normas diplomáticas internacionais, os israelitas foram protegidos pelo governo dos EUA no Conselho de Segurança das Nações Unidas, bloqueando qualquer condenação deste acto.

Apesar da admissão do secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, de que se a embaixada do Reino Unido tivesse sido atacada de forma semelhante, eles também retaliariam, o argumento duplo de que o Irão não deveria responder continua a dominar as vias aéreas.

Isto acontece porque o IRGC do Irão foi condenado por apreender um navio porta-contentores no Golfo Pérsico associado à empresa de transporte marítimo Zodiac Maritime do bilionário israelita Eyal Ofer e da sua família. Em 2021, o petroleiro Mercer Street, que a Zodiac Maritime também operava, foi atingido por drones iranianos, provocando condenação semelhante. No entanto, pouco havia a ser dito sobre o papel da empresa de propriedade israelense na colaboração com o sistema militar e de inteligência israelita para transportar armas e agentes pela região e realizar assassinatos ou missões de reconhecimento.

EUA NÃO QUEREM "SOLUÇÃO DE DOIS ESTADOS", ISRAEL - PALESTINA

Como mostra a votação sobre a adesão plena da Palestina à ONU, a única forma de Compreender a estrutura de poder global centralizada nos EUA é observar o que os seus responsáveis ​​fazem, e não dizer.

Caitlin Johnstone* | CaitlinJohnstone.com.au | # Traduzido em português do Brasil

Os EUA não apoiam uma solução de dois Estados, os EUA apenas apoiam dizendo os EUA apoiam uma solução de dois estados. 

Sabemos disso porque os EUA acabei de vetar A tentativa da Palestina de se tornar um Estado membro de pleno direito da ONU, depois de fazendo lobby em outros países votar contra a resolução – apesar de dizer continuamente que apoia a fundação de um Estado palestiniano. As palavras de Washington dizem uma coisa, mas as suas acções dizem o contrário.

Isto porque se os EUA admitissem a sua posição real, isso prejudicaria enormemente a sua reputação na cena mundial. 

O que os EUA realmente querem é o mesmo que os israelenses querem: que os palestinos vão embora, ou se deitem e se submetam completamente, ou deixem de ser um inconveniente até que sejam uma nota de rodapé esquecida na lata de lixo da história. 

Mas os EUA não podem dizer isto abertamente, por isso fingem apoiar uma solução de dois Estados que Israel passou anos fazendo tudo que pode para garantir que nunca aconteça.

Portugal | SUCEDE QUE NADA SUCEDE

Pedro Ivo Carvalho* | Jornal de Notícias | opinião

O tempo já não volta para trás, como ansiava o fadista António Mourão, pelo que só nos resta registar os factos e andar para a frente: António Costa demitiu-se, o Governo caiu, o Parlamento foi dissolvido, o país elegeu uma nova maioria, há outro chefe do Executivo e temos 50 deputados de extrema-direita a agitar as águas do regime. Pelo meio, várias pessoas foram detidas, escutadas e constituídas arguidas. Mas se não há margem para repor os acontecimentos políticos resultantes da Operação Influencer, não podemos assistir impávidos à tentativa do Ministério Público, e da procuradora-geral da República, em varrer o embaraço para debaixo do tapete, como se fosse um mero percalço.

O Tribunal da Relação dinamitou as já perenes bases do processo, concluindo que este assentou em pressupostos vagos e ilibando, no essencial, os principais suspeitos ou envolvidos no caso. O alegado “plano criminoso” defendido pelo Ministério Público não passa de “um conjunto de meras proclamações assentes em deduções e especulações”.

Ora, perante isto, o que vimos? A “classe” judicial a normalizar os procedimentos, a Esquerda a exigir consequências, a Direita a pedir calma nos juízos apressados e Lucília Gago a garantir que a investigação continua. É curto. A procuradora-geral da República deve muito mais ao país do que um (mais um) comunicado insípido que não passa de uma tentativa de fazer prova de vida. Se o Ministério Público meteu os pés pelas mãos, como parece ter acontecido, deve assumir as responsabilidades e explicar-se ao país. A Justiça não pode exigir uma bitola alta para os políticos e depois colocar-se de fora desse padrão de exigência. Em face de uma suspeita, os políticos agiram e foram embora. Os agentes da Justiça, sobretudo Lucília Gago, têm o dever moral de fazer o mesmo. Ninguém está acima do escrutínio popular. É assim que a democracia funciona e evolui.

* Diretor adjunto 

LENGAS-LENGAS LUSO-EUROPEIAS, SUCURSAIS DOS EUA

Curto do Expresso fora de horas. Acontece. Problemas técnicos, explicam. Bem-vindos.

O tema abordado pode ser representado por um quadro negro, com uma bandeira manhosa e negra. Negra da fome de democracia de facto nessa UE de um clube de desonestidades e pseudodemocracia. Os donos daquela coisa dizem que não, evidentemente, mas certo é que a UE não é mais nem menos que um sucursal das políticas dos EUA em que mainatos emproados se exibem a fazer de conta que são democratas, pacifistas, justos e defensores dos interesses dos povos europeus e dos refugiados que dão à costa em cadáveres ou ainda meio-vivos a precisarem de apoios. Esta lenga-lenga é por demais referida. Quem não se sente não é filho/a de boa gente. Pois não são, esses tais pseudo-eleitos, sendo que boa parte até é eleita só pelos iguais. Eleitos não, nomeados pelos da pandilha do 'tá-se bem' e do sim senhores ianques. 

Basta. Tudo isso e muito mais já sabemos. Só não sabem convenientemente os ignorantes e os distraídos.

Mas o Curto vem recheado de mais, sem ser treta fastidiosa. Vá ler. Não deixe de se informar e de fazer as suas ideias sobre os temas. Pensar não dói nada. É o que dizem os sábios.

Bom dia, boa tarde, Vá nessa. Use os miolos com moderação em vez do vinho e similares. Até porque para se gramar (suportar) estes descalabros nacionais e internacionais o melhor é andarmos meio adormecidos, a modos que bêbados.

Eis o Curto. Vá ler. Está convidado. Saúde.

Redação PG

Angola | Abaixo de UNITA Só o Cão Tinhoso -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Ernesto Mulato é dirigente da UNITA. Quando nasci já ele tinha quatro aninhos logo tem tanta idade para ter juízo como eu. Em 2005 foi condecorado pelo Presidente José Eduardo dos Santos o que lhe dá ainda mais responsabilidades socias, cívicas e políticas. É um homem do Bembe, terra por onde andei recolhendo memórias da fábrica onde se produziam correntes de escravos, canhões mas também bronze para as esculturas. Território de artistas que inclui Nova Caipemba e vai até ao Toto onde o senhor Cid Adão tinha um hotel a preceito.

O que leva um homem com estas responsabilidades a mentir descaradamente sobre o “processo de descolonização”? Só pode ser demência senil ou maldade incurável. Vou aceitar a hipótese mais benéfica. Mostrar as suas mentiras e omissões numa entrevista que concedeu à agência noticiosa Lusa.

Ernesto Mulato afirmou que “Portugal fez uma descolonização manipulada em Angola”. Por isso existiram “confrontos durante a transição e após a Independência Nacional”. Leiam:  “O processo de transição em Angola para o alcance da independência em 11 de Novembro de 1975 foi viciado. O capitão português Melo Antunes já tinha a pretensão de entregar o poder ao MPLA antes mesmo do Acordo de Alvor, que estabelecia a partilha do poder entre os três movimentos de libertação”. Uma aldrabice infame para mostrar aos outros sicários da UNITA que mesmo sendo do Bembe, é savimbista puro.

Mais uma aldrabice ao serviço do chorrilho de falsificações e manipulações dos factos históricos: “Portugal tinha forças suficientes em Angola, que podiam travar toda e qualquer provocação de qualquer partido político, mesmo dos três movimentos ao mesmo tempo”. Os dados viciados estão lançados. Agora vamos aos factos. 

O Movimento das Forças Armadas (MFA) era constituído maioritariamente por capitães. Mas também tinha oficiais superiores. Melo Antunes, Otelo Saraiva de Carvalho, ou José Emílio da Silva (coordenador do MFA em Angola) eram majores. Primeira emenda: Melo Antunes não era capitão como afirma Ernesto Mulato.

Angola | Triunfo dos “Proxys” e das Sombras – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os “proxys” dominam o mundo arruinado do ocidente alargado, no qual entrou Angola à martelada, pela mão firme e segura de João Lourenço. Jornalistas são proxys de um qualquer dono. Ficam baratíssimos. Militares de todas as armas e fusos horários são proxys do estado terrorista mais perigoso do mundo. Políticos são proxys de uma qualquer multinacional com capacidade para pagar em contas domiciliadas nos paraísos fiscais. Magistrados judiciais são proxys de quem precisar dos seus préstimos e der mais. Agentes do Ministério Público são proxys da extrema-direita reinante, feia, porca e péssima. Eis o triunfo dos porcos.

As sombras triunfaram no maravilhoso ocidente alargado. Em Angola o chefe Miala é o presidente sombra. O líder máximo do Poder Judicial na sombra. O Procurador-Geral da República à sombra de Pita Grós. O recuperador de activos na sombra. Ajustiça Angolana é sombria. E anda a uma velocidade de dois metros ao ano. Por isso o Acórdão do Tribunal Constitucional, de 3 de Abril, que mata uma sentença do Tribunal Supremo, ainda não chegou ao destino. A essa velocidade estonteante só deve chegar quando os injustiçados forem pó, cinza e nada.

José Filomeno dos Santos, Valter Filipe, Jorge Gaudens e António Samalia Bule foram condenados no Tribunal Supremo pelos crimes de lavagem de capitais e peculato. Aquilo foi um festival de inconstitucionalidades, determinadas pelo juiz supremo na sombra. Foram violados “princípios da legalidade, do contraditório, do julgamento justo e conforme e do direito à defesa”. Até hoje os injustiçados continuam sem acesso aos seus passaportes. Não podem sair de Angola. Foram despojados de tudo, até da consideração social e da dignidade.

Ante este crime sem nome, Pita Grós, megafone do chefe Miala, disse que “as falhas de procedimentos no caso dos 500 milhões de dólares não abalam o combate à corrupção mas fortalecem a forma de agir com mais vigor”. Forte e vigoroso! O homem faz tanta força que até ficou com a boca torta. Entrou para o clube dos feios e péssimos. Porcos são os que se servem das suas debilidades para destruírem o Poder Judicial e atirarem com princípios éticos à lixeira. Ainda ontem Angola era o país que libertou a Humanidade do colonialismo português e do regime racista de Pretória.

Hoje Pita Grós foi à TV Zimbo despachar umas quantas aldrabices. Uma delas, gravíssima, foi esta: “Até hoje o Estado Angolano não foi notificado do parecer do Grupo de Trabalho do Conselho de Direitos Humanos da ONU que considera arbitrária, a prisão de Carlos São Vicente”. O julgamento do empresário também foi um festival de ilegalidades! As mesmas que foram cometidas no “Caso dos 500 Milhões”. Pita Grós omite a parte do julgamento. E finge que os pareceres da ONU andam à mesma velocidade dos Acórdãos do Tribunal Constitucional de Angola. O que leva um homem com cabelos brancos, careca, frouxo, uma ruína física e mental, insistir na aldrabice e na manipulação? O poder das sombras. Só pode.

Angola | Demolições à Marretada -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Poder Judicial em Angola é proxy do português. Muita legislação é importada de Portugal pela quitanda do Doutor Tuti Fruti e outros proxys. A nossa primeira Faculdade de Direito nasceu sob o impulso e especial colaboração de mestres da Universidade de Coimbra. Os portugueses têm mais experiência, mais manhas e mais proximidades com a extrema-direita reinante na Europa e no ocidente alargado. Quando os proxys angolanos imitam os seus colegas portugueses, arriscam muito.

A Procuradora-Geral da República portuguesa, proxy de Marcelo Rebelo de Sousa, inventou um parágrafo num comunicado sobre o “Processo Influencer” onde António Costa é citado como estando sob investigação. O então primeiro-ministro português demitiu-se. Não podia ficar no cargo existindo graves suspeitas sobre a sua pessoa. O resto é conhecido. A extrema-direita feia, porca e péssima abarbatou 50 lugares no Parlamento. E a extrema-direita engravatada chegou ao governo. Todos proxys.

Em Angola as coisas estão a correr mal para os proxys de Miala. O combate à corrupção engendrado pelo “filho de enfermeiro” faz muito sangue, provoca muitas dores de cabeça, recupera muitos activos mas não respeita a Constituição da República. O Estado de Direito e Democrático é tratado ao estilo do Savimbi no acampamento militar da Jamba. Coisa estranha, já se vê. 

Os proxys da extrema-direita mundial que hoje ocupam o Palácio da Cidade Alta estão a acumular derrotas muito perigosas. Se Washington, Paris, Londres, Berlim, Vaticano ou Lisboa aplaudem, o povo do MPLA não está satisfeito. Até está muito zangado.

Amanhã o Bureau Político do partido vai apreciar a situação politica, social e económica. No sábado temos a reunião do Comité Central. Não vou especular sobre os resultados. Mas o proxy de Joe Biden, mesmo que se apresente como filho de enfermeiro, vai ter muitas dificuldades para explicar os revezes humilhantes no pretenso combate à corrupção.

Portugal | OS SAUDOSISTAS

Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | Polícias, Saúde e Justiça. Governo arranca semana com agenda preenchida

Três ministérios terminam ou iniciam hoje várias reuniões com Ordens, partidos ou estruturas sindicais.

As ministras da Administração Interna, da Saúde e da Justiça têm planeado, para esta segunda-feira, reunirem-se com estruturas sindicais, Ordens e partidos, de acordo com as questões prementes correspondentes a cada uma das suas pastas.

Saúde

Após semanas de espera, depois da tomada de posse do novo Governo, a equipa do ministério da Saúde inicia hoje um conjunto de reuniões com as ordens profissionais do setor, numa semana marcada também pelo arranque das negociações com os sindicatos.

O Bastonário dos Médicos será o primeiro a ser recebido hoje pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a quem deverá apresentar o que entende serem as medidas prioritárias para o setor.

Depois da Ordem dos Médicos, a tutela irá receber as restantes ordens, como será o caso dos enfermeiros ou dos psicólogos.

Portugal | Portas (não Adolfo Dias) responde ao bufo-ressabiado-frustrado Passos Coelho

Passos Coelho via na 'troika' "um bem virtuoso" e "eu um mal necessário"

O antigo líder do CDS-PP Paulo Portas disse hoje que Passos Coelho via na 'troika' "um bem virtuoso", enquanto ele a considerava "um mal necessário" e apontou a TSU dos reformados como um dos momento difíceis da coligação.

"Às vezes Passos Coelho achava ou dava a entender que achava a 'troika' um bem virtuoso, eu achava a 'troika' um mal necessário", afirmou Paulo Portas no seu espaço de comentário televisivo na TVI, respondendo às declarações do então primeiro-ministro e parceiro de coligação governamental durante o período em que Portugal esteve sobre intervenção da União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

Na semana passada, em entrevista ao 'podcast' "Eu estive lá", da rádio Observador, o antigo presidente do PSD, em conversa com a jornalista Maria João Avillez, revelou que durante o seu governo com o CDS-PP, a 'troika' sinalizou "a partir de certa altura" que havia um problema de confiança em relação ao parceiro de coligação e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, e "passou a exigir cartas assinadas" por ele.

"Julgo que ele não sabe isto: para impedir uma humilhação do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, obriguei o ministro das Finanças a assinar comigo e com ele a carta para as instituições. Assinámos os três. A ´troika´' exigia uma carta só dele. Porque não confiava nele", contou Passos Coelho.

Questionado sobre se sabia desta exigência para que assinasse cartas, Paulo Portas disse que assinou várias cartas para a 'troika' e assinalou que "em democracia, quem dá mandatos de confiança são os portugueses".

Afirmando que "quem não se sente, não é filho de boa gente", Paulo Portas considerou que os comentários do ex-primeiro-ministro "não foram apropriados, nem justos", mas recusou "usar conversas privadas entre líderes políticos" e entrar "em polémica pessoal" com Passos Coelho.

"Estamos em 2024, acabou de chegar um Governo de centro-direita, não vejo qual seria a utilidade de contribuir para essa polémica", comentou.

Paulo Portas lembrou que coincidia com Passos Coelho na necessidade de resolver o problema da insolvência de Portugal, em cumprir um memorando da "troika" que não tinham negociado e em procurar encontrar uma saída limpa de Portugal do programa de emergência, mas apontou a TSU dos reformados como uma das principais divergências e um "momento difícil" na coligação.

"Não raramente, Passos Coelho usava a expressão do 'ir além da troika'. Sempre fui mais cético sobre essa ideia. Para mim, para aguentar aquele programa que resolvesse a falência de Portugal e nos permitisse recuperar a nossa normalidade era preciso coesão social na sociedade portuguesa, que as pessoas sentissem que os sacrifícios eram equitativos, as restrições eram distribuídas e não passavam um certo limite", disse.

"A TSU das pensões foi um dos momentos difíceis. A medida vinha como medida vinha como estrutural, portanto obrigatória de cumprimento e condição de financiamento. Depois dessa tensão, essa medida passou a opcional e deixou de ser condição de financiamento. Eu achava que era uma penalização dupla sobre os pensionistas, que passava os limites e ia criar a ideia nos idosos de que estavam a ser escolhidos como alvo num programa. Acho que o tempo me deu razão", afirmou, adiantando que seis meses depois a medida se revelou desnecessária.

Para Paulo Portas, se a medida não era necessária, "provavelmente era exagerada" e, para o agora comentador, com "um bocadinho mais de flexibilidade e um bocadinho menos de rigidez", o programa poderia ter-se feito "sem desequilibrar em excesso socialmente a coesão do país".

"Não havia necessidade", rematou.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Nuno Pinto Fernandes/ Global Imagens

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Portugal | Aguardam-se mais esclarecimentos sobre a Operação Influencer

AbrilAbril, editorial

O Ministério Público e o Tribunal da Relação de Lisboa agiram no quadro das suas competências. Mas, não se pode deixar de condenar o tráfico de influências e considerar que passa a ser aceitável se for legalizado como lobbying.

O Tribunal da Relação de Lisboa, no caso da Operação Influencer, rejeitou o recurso apresentado pelo Ministério Público e aliviou as medidas de coação dos arguidos.

Depois de a investigação do Ministério Público ter sido criticada, chegando mesmo a ser considerada um golpe de Estado, agora surge a intervenção do Tribunal da Relação que considera não haver indícios de crimes nas investigações realizadas. Trata-se da decisão de um Tribunal Superior, e não de um partido ou órgão de soberania, que pôs em causa a investigação do Ministério Público. Em ambos os casos, é a Justiça a funcionar.

A verdade é que o Ministério Público e o Tribunal da Relação de Lisboa agiram no quadro das suas competências. Por outro lado, não se pode deixar de condenar o tráfico de influências e considerar que passa a ser aceitável se for legalizado como lobbying.

É evidente que, nos termos em que tem decorrido a Operação Influencer, com as consequências políticas que gerou, tornou-se numa questão sensível e suscitou natural perplexidade entre os cidadãos. Nesse sentido, para além da necessidade de uma conclusão rápida deste processo no respeito pelo Estado de Direito e pelos direitos fundamentais de todos os envolvidos, a Procuradoria-Geral da República deveria dar esclarecimentos. Não no sentido de prestar contas a nenhum partido ou órgão de soberania, mas para esclarecer o país e fazer um ponto de situação dos processos em causa.

Entretanto, fará sentido uma reflexão sobre o funcionamento da Justiça, incluindo do Ministério Público, e sobre se não se imporá algum ajuste da lei – embora não deva vir a ser feito a quente e tendo como referência um caso concreto.

Imagem: António Cotrim / Lusa

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