Artur Queiroz*, Luanda
Hoje, dia 12 de Janeiro, faz 80
anos que o Exército Vermelho entrou em Berlim e o alto comando das tropas nazis
se rendeu. A Europa foi libertada do III Reich. Hitler e alguns colaboradores
suicidaram-se. Os outros foram presos e julgados. Hoje os nazis estão no poder
na Casa dos Brancos, em Telavive,
As matanças de Paris em 2015 foram um horror. No dia 7 de Janeiro desse ano, aconteceu o massacre na Redacção do Charlie Hebdo. Menos de dez anos depois, os nazis de Telavive já mataram 150 jornalistas na Palestina. E o ocidente alargado aplaude.
Na noite de 13 de Novembro de 2015 aconteceram massacres em vários pontos da cidade de Paris. Os mais graves foram na sala de teatro Bataclan. Dezenas de pessoas foram assassinadas a sangue frio, quando ouviam música, viam um jogo de futebol, bebiam um copo ou jantavam. Os assassinos não conheciam as suas vítimas, mataram por matar, sem piedade, sem uma ponta de humanidade.
Os amantes da paz condenaram
aquela fúria assassina. Mas há que distinguir entre os que são contra a guerra
e os que ficam em silêncio face à eliminação de civis e refugiados na Palestina
ou choram lágrimas de crocodilo enquanto alimentam a fornalha da guerra e a
dirigem. No dia 14 de Novembro de
Em Novembro de 2015 o presidente
Hollande fez uma declaração que ilustra bem a suprema hipocrisia dos senhores
da guerra no Ocidente. Afirmou que depois da matança de Paris, a França está
Foi a Casa dos Brancos, com o apoio entusiasmado da França e outras potências ocidentais, que levou a morte e a destruição ao Iraque, Tunísia, Egipto, Líbia e Síria. Hollande é responsável por crimes hediondos no Mali. Aviões de guerra e militares franceses mataram milhares de civis em África e no Médio Oriente. Milhões de refugiados que chegam à Europa são causados pelas guerras comandadas pela França, Reino Unido, União Europeia, EUA e todos os países da OTAN (ou NATO). Todos.
As autoridades portuguesas também têm as mãos manchadas de sangue. Um tal Durão Barroso viu as armas de destruição maciça no Iraque. E Paulo Portas, então no governo de Lisboa, apoiou os hediondos massacres contra o povo do Iraque. Mais de um milhão de mortos. Ocidente transformado num bando de assassinos. Primeiro esclavagistas. Depois colonialistas. A seguir genocidas. Agora são isso tudo mais assassinos de civis indefesos.
Um hospital dos Médicos Sem Fronteiras no Afeganistão foi bombardeado por aviões dos EUA. Morreram técnicos de saúde e doentes internados. Alguns eram crianças. No dia seguinte a ONU disse que esta acção militar era indesculpável. Depois até falou em crime de guerra. Uma semana mais tarde esse crime, tão hediondo como as matanças de Paris, caiu no esquecimento.
Convivas em festas de casamentos
e baptizados foram bombardeados por forças da OTAN (ou NATO). Milhares de
civis morreram. Os aviões da OTAN (ou NATO) bombardearam durante 80 dias a
Jugoslávia. A mais sangrenta acção armada na Europa depois da II Guerra
Mundial. Até destruíram à bomba a Embaixada da República Popular da China,
Os grupos “rebeldes” apoiados pela Casa dos Brancos, Bruxelas, Londres e Paris mataram milhares de pessoas à bomba em Damasco e outras cidades sírias. Na Líbia e no Iraque. Essas vítimas são ignoradas. Quando muito têm direito a uma notícia de segundos.
Os mortos de Paris valem tanto como os do Mali, da Tunísia, da Líbia, do Egipto. Da Síria e do Iraque. Do Afeganistão. Os náufragos do Mediterrâneo. Mas ninguém lhes dispensa um segundo de respeito. As suas famílias não têm um átomo de solidariedade. Pelo contrário. São desprezadas e ficam vulneráveis a novos assassinatos em massa.
Os xenófobos agora querem muros na Europa. Exigem estados policiais. Mas é tarde. Os autores da matança de Paris são franceses! Hollande tinha razão: A França está em guerra, desde os primeiros ataques ao Iraque, no início dos anos 90. Desde o Afeganistão. Desde o assassinato, pela OTAN (ou NATO), do Presidente Kadhafi, da Líbia. Desde que começou o roubo do petróleo.
As potências ocidentais apoiam “até onde for preciso” o genocídio na Palestina. Na Faixa de Gaza já nada mais existe para destruir. Tudo porque as populações elegeram o HAMAS para governar o território. Castigo colectivo! Os nazis de Telavive já mataram (números oficiais e confirmados pela ONU) até final de 2024 mais de 45. 000 civis. Mas se incluirmos os desaparecidos, esse número é ainda maior. Os massacres de Paris, há dez anos, são uma ninharia comparados com os que estão a sofrer os palestinos.
Em África, no Médio Oriente, no Afeganistão há seres humanos iguais aos europeus e norte-americanos. Se líderes ocidentais os tratam como animais, depois não podem admirar-se, quando os sobreviventes lhes devolvem o tratamento.
Dentro de dias a Casa dos Brancos vai ser ocupada pelo líder da internacional fascista. Renasce daa cinzas o novo Hitler. Trump já avisou que vai tornar os EUA maiores, ocupando e anexando países. Mais uma vez os russos vão salvar a Europa! Ironia das ironias. O ocidente alargado apoia os nazis de Kiev. Está de cócoras ante os nazis da Casa dos Brancos. Em 12 de Janeiro de 1945 o Exército Vermelho entrou em Berlim e o regime nazi redeu-se. Faz hoje 80 anos.
As tropas russas são a única força capaz de derrotar a internacional fascista e salvar a Europa do domínio da Casa dos Brancos, onde habita o novo Hitler. Ironia das ironias!
* Jornalista
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