segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Matraquilho Joga em Maputo -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Minganei! Peço perdão pelo engano. Ontem disse que o Exército Vermelho chegou a Berlim no dia 12 de Janeiro de 1945 há precisamente 80 anos. Estava cheio de pressa para derrubar o regime nazi de Hitler. Estou desculpado. 

Sim, no dia 12 de Janeiro de 1945 entraram na Alemanha as tropas soviéticas libertadoras. Mas só chegaram a Berlim mais de um mês depois, após sucessivas batalhas. Em 30 de Abril, 1945, o Exército Vermelho já cercava a capital do III Reich e Hitler suicidou-se. Vários dirigentes nazis e generais do exército alemão também se suicidaram. A guarnição da cidade só se rendeu em 2 de Maio de 1945. Até lá temos muito que comemorar. Ao amigo que me alertou para a pressa em derrotar os nazis, os meus agradecimentos.

Hoje é só amizades. Uma amiga psiquiatra, profunda conhecedora dos porões da mente humana, fez-me o retrato de um dirigente partidário português, que domina o panorama mediático e anda com os assassinos do jornalismo pela trela. Leiam com atenção.

O líder político português da internacional fascista foi seminarista e ainda menino, abusado sexualmente pela padralhada. Ele, coitadinho, pensava que a pilinha era uma torneirinha donde brotava xixi. Até ao dia em que o seu confessor lhe mostrou a dura realidade e começou a servir-se dele. Aquilo doía. Vinham-lhe a lágrimas aos olhos mas ele aguentava estoicamente em nome do Senhor. Até que um confessor mais abonado o magoou tanto que ele gritou Chega! Chega! Chega! E gritava tanto que se ouvia na capela, longe do quarto do castigo.

Todos os dias o menino ia ao castigo. Berrava como um desmamado: Chega! Chega! Chega! Ficou assim e assim será toda a vida. Coitadinho. Meteu-se na internacional fascista por vingança. Assim se estragam vidas.

A minha amiga psiquiatra agora está a estudar o caso do seu benfiquismo. Ela vê neste adepto do Lisboa e Benfica como um acto de masoquismo. Porque o símbolo do clube é Eusébio da Silva Ferreira, o imperador do Futebol Mundial. Vai para a tua terra, seu preto! 

Flagelado da sacristia, calma, calma, tens que aguentar o Eusébio como aguentavas as investidas dos confessores. Chega! Chega! Chega! Para se flagelar e humilhar ele vai ao Estádio da Luz e ajoelha-se ante a estátua de Eusébio, um imigrante negro. Sofrer, sofrer, sofrer.

Portugal está na maior. Um tal Rui Pinto, criminoso comprovado e condenado, violador de privacidades, pessoalidades e segredos, é tratado como um herói. Foi condenado em França por ser criminoso. Foi condenado em Portugal por ser criminoso! Hoje voltou ao Tribunal para responder por mais de 240 crimes. Os heróis do mar passaram-se para a criminalidade. Que bom! O sinal mais sonante da excelência portuguesa veio da abertura do Ano Judicial. Pela primeira vez não foi convidado o líder da Igreja Católica, Cardeal Patriarca de Lisboa, Rui Valério. Imparável! Já lixaram o Povo. Agora ignoram o Clero. Aí está a Nobreza fascista em todo o seu esplendor!

Num gesto sem precedentes, pela primeira vez Lisboa não manda ninguém à tomada de posse do Presidente da República de Moçambique. O Tio Célito e o Monte Descolorido mandaram o matraquilho dos negócios com o estrangeiro à posse de Daniel Chapo. Na verdade, Portugal politicamente também não é muito mais do que um campo de matraquilhos. Tudo está bem quando acaba bem.

Vítor Ramalho continua agarrado à União das Cidade Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA). Agora quando escreve para o Novo Jornal diz que é o “ex” chefe do tachão. Hoje fala de Moçambique como se ainda fosse servente às ordens do Savimbi. Quer negociações entre os vencedores e os derrotados nas eleições moçambicanas. E parafraseando Venâncio Mondlane, quer a Igreja nas conversas. Escreveu o tachista militante: “Até à declaração  do Conselho Constitucional, a reacção popular ganhara a rua com manifestações e greves por alegada fraude, sem violência generalizada, como passou a suceder”.

Ramalho, a violência fascista é da primeira hora. Nunca existiram manifestações populares mas sim violência fascista generalizada nas ruas das vilas e cidades moçambicanas. Moçambique assistiu a acções violentas permanentes. Um golpe fascista por parte de quem perdeu as eleições em toda a linha. Mas não há dúvida que a FFELIMO perdeu autoridade. Os compromissos com a Casa dos Brancos e a União Europeia falaram mais alto. Quem perde o poder pode sempre recuperá-lo. A aliança entre os colonialistas fascistas de Lisboa e os nazis racistas de Pretória era fortíssima e a FRELIMO derrotou-os. 

O envio do matraquilho a Maputo é um insulto ao Povo Moçambicano. Quem vai pagar pela afronta? Espero que não sejam os portugueses que escolheram Moçambique para viver e trabalhar. Importantíssima é a presença do Presidente Ramaphosa. Fica provado que a África do Sul não está metida no golpe desencadeado pela internacional fascista. Até agora existiam desconfianças do envolvimento de Pretória, onde ainda mexem as forças do regime de apartheid. O antigo Presidente Zuma que o diga.

Por favor, revejam as imagens da chegada de Venâncio Mondlane a Maputo. Está cercado de homens vestidos de negro. Um deles, mesmo ao seu lado, está embuçado com um capuz negro. Evidentes sinais do fascismo. A FRELIMO tem de entrar em campo rapidamente para repor a ordem democrática. Os fascistas não podem regressar ao poder, 50 anos depois da Independência Nacional.

* Jornalista

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