terça-feira, 22 de abril de 2025

Império em Queda Livre -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

Os impérios nascem e morrem, alguns naturalmente e outros de morte matada como foi o império português, derrubado pelos nacionalistas revolucionários de Angola, Guiné e Moçambique. O golpe final foi desferido pelo Movimento das Força Armadas (MFA) que derrubou o regime fascista e colonialista de Lisboa. Agostinho Neto chamou-lhe o “quarto movimento de libertação de Angola”. Os angolanos libertaram o Povo Português, o Movimento dos Capitães ajudou a libertar angolanos, guineenses, moçambicanos, cabo-verdianos, santomenses e timorenses. 

O Sacro Império Romano-Germânico durou quase mil anos. Nasceu em 25 de Dezembro ano 800 pela mão do Papa Leão III. O primeiro imperador era Carlos Magno. Foi dissolvido em 1806, velho e caduco. Culpa do Napoleão que criou a Confederação do Reno. Comparem esses líderes com Donald Trump, Macron, Úrsula von der Leyen ou um tal Montenegro que tem uma espinha viva atravessada na garganta e na campanha eleitoral. Este quer ser primeiro-ministro de Portugal. Há sempre um carteirtista aspirante a esses lugares.

Sobre o império caindo de podre, o filósofo Voltaire fez este comentário lapidar: “Este corpo que se chamava e que ainda se chama Sacro Império Romano não era de forma alguma santo, nem romano, nem um império”.  Adorava saber como qualificava o império com sede na Casa dos Brancos e vai da Gronelândia à pontinha de Sagres, mar favorito de salemas.

Na Idade Moderna o Sacro Império Romano-Germânico ficou apenas Império Alemão (Deutsches Reich). A partir de 1923, a propaganda do Partido Nazi chamava ao Sacro Império Romano-Germânico o “Primeiro Reich”, ao Império Alemão o “Segundo Reich” e à Alemanha de Hitler o “Terceiro Reich”. O lixo humano que ocupa o poder no “ocidente alargado” tenta desesperadamente criar o “Quarto Reich”, sob a liderança de Trump. Têm objectivos pouco ambiciosos. Bastam-lhes jogadas criminosas nas Bolsas de Valores (manipulação dos mercados…) e para mostrarem que são muito poderosos dedicam-se ao genocídio na Palestina.

O Trump vai impor taxas milionárias. O Trump declarou o Dia da Libertação. Impôs taxas terríveis. As Bolsas de Valores nas principais praças financeiras mundiais entraram em derrocada. Os mercados são muito nervosos. 

Os vigaristas de serviço compraram as acções em queda livre. E de repente a criadagem dos Media avisou: Trump suspendeu as taxas por 90 dias! As acções em queda subiram em flecha. Os bandidos ganharam fortunas multimilionárias com a jogada. É assim que está acabando o império. Há sempre um Nero na jogada.

Júlia Eileen Gillard é primeira-ministra da Austrália. Fez uma declaração abjecta contra o islamismo. Teve muito sucesso entre os racistas e xenófobos de todas as latitudes. Exige aos emigrantes muçulmanos que sejam iguais aos australianos ou então que se vão embora. O problema é que a comunidade muçulmana na Austrália é de dois milhões de crentes. A maioria é australiana. Australianos nascidos na Austrália ao contrário da dona Júlia que nasceu no Reino Unido. A comunidade islâmica na Austrália é a terceira maior do continente, depois do cristianismo e do budismo. 

Os aborígenes australianos são os habitantes originais do continente australiano e suas ilhas. Os australianos nativos são descendentes dos primeiros humanos modernos a migrar para fora de África. Os primeiros colonizadores foram holandeses. Mataram os donos da terra e impuseram o “puritanismo”. Piratas assassinos mas muito puritanos. A fundação oficial da Austrália ocorreu em 1901. 

O território foi colonizado pelos ingleses. Exterminaram os aborígenes, deixando alguns para amostra, como aconteceu nos EUA com os índios atirados para “reservas”. Júlia Eileen Gillard é muito civilizada. Não quer fazer aos muçulmanos o mesmo que seus antepassados fizeram aos aborígenes. A sua generosidade vai ao ponto de mandar embora os australianos que não seguem a religião dela (cristianismo)!Grande trabalhista! Grande democrata! Vai organizar mais uma Cruzada contra os infiéis. O colonialismo, de África à Austrália, é em si um genocídio.

Até agora os técnicos conseguiram desminar 88 por cento do território do projecto transfronteiriço Okavango/Zambeze (KAZA). Os trabalhos abrangem áreas dos municípios do Cuito Cuanavale, Mavinga, Mucusso, Dirico e Rivungo. Esta desminagem custou até agora ao Estado Angolano 60 milhões de dólares. Ma ainda existem extensas áreas em toda Angola que estão minadas, desde a Guerra pela Soberania Nacional e Integridade Territorial mais a rebelião armada dos sicários da UNITA, quando perderam a eleições de 1992. Em que país do mundo os efeitos da guerra estão tão presente no quotidiano? Pensem nisso. Um governo que ao mesmo tempo tem que desminar o país tem pouco poder…

Um som atribuído a Welwitschia dos Santos (Tchizé) revela que sua excelência espreita para as contas bancárias de familiares do Presidente Agostinho Neto. Errado. As contas bancárias fazem parte da nossa esfera do segredo, projecção vital do Direito à Inviolabilidade Pessoal. Até existe sigilo bancário, que os bancos só quebram em situações criminosas muito graves. Caso o som seja verdadeiro, aqui deixo uma sugestão a Welwitschia dos Santos. Se tiver mesmo muita vontade de espreitar para contas bancárias, espreite para a minha. Às vezes o saldo é negativo. Nada de grave. Sou eu imitando Vera Daves, que se especializou em dívidas milionárias. E é imbatível nos desvios das receitas de impostos.

Hélder Pita Grós continua a novela Joel Leonardo. Quando o tema está esquecido a Procuradoria-Geral da República aparece. Desta vez para informar que o processo do Presidente do Tribunal Supremo está em marcha. A porcaria dura há mais de dois anos. Agora a PGR informou que o processo entrou na fase de “Instrução Preparatória”. Isto é, continua no início!

* Jornalista

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