MARTINHO JÚNIOR
A VERDADE SEJA DITA
PARA QUE SEJAM RESPEITADOS OS DIREITOS HUMANOS
As "obras olímpicas" estão a implicar no Rio de Janeiro a "demolições olímpicas" que não estão a considerar o realojamento dos espoliados!
Por essa razão os pobres prejudicados estão a organizar-se para denunciarem este tipo de acções que afectam famílias de "baixa renda" e que contribuem para aumentar o fosso de desigualdades numa das mais emblemáticas megacidades do Brasil
Esse é um procedimento que em Angola o estado angolano, com todos os defeitos, corrupções, incompetências e erros que possam haver, pelo menos em Luanda não se tem arriscado a levar por diante.
Já houveram muitas demolições, mas a preocupação pelo realojamento tem sido considerada: para muitos é até uma pequena promoção, pois apesar das moradias que recebem serem modestas, são quase sempre melhores que aquelas de onde saíram e estão enquadradas em urbanizações com espaços maiores, oxigenadas, com água e luz, embora carecendo ainda de devido escoamento de águas (como o caso dos Zango).
Por outro lado, aqueles que são transferidos para tendas, aguardam por vezes bastante tempo por suas novas moradias, mas as expectativas não têm sido em vão.
Não há justificação possível que, para que haja "construção olímpica", se arrasarem pela via de "demolições olímpicas" a vida de tantos cidadãos brasileiros de "baixa renda", aumentando a precariedade, a insegurança, e piorando o já vulnerável padrão de vida desses cidadãos.
Será impossível ao Brasil emergente e poderoso seguir neste caso o exemplo de Angola?
Haja ao menos um bom exemplo que surja do lado leste do Atlântico Sul e logo dum país componente da mais depauperada região do mundo, da África a sul do Sahara. (Martinho Júnior)
Comunidades denunciam à CIDH
desocupações forçadas e demolições no Rio de Janeiro
NATASHA PITSS - Jornalista da Adital
Moradores das comunidades da Restinga, Vila Recreio II e Vila Harmonia, no Rio de Janeiro, estão sofrendo desde o ano passado desocupações forçadas. A ação, de responsabilidade da Prefeitura municipal, justifica os despejos e demolições com argumentos de que a área será utilizada para a construção da Transoeste, obra que visa à estruturação da cidade para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Até o momento, mais de 200 casas já foram demolidas.
O desrespeito à legislação nacional e internacional e as consequentes violações aos direitos humanos dos moradores das comunidades praticadas pela Prefeitura foram denunciados à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH-OEA). Com o auxílio do Conselho Popular, Pastoral de Favelas, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e colaboradores, um pedido de outorga de medida cautelar foi feito no dia sete de janeiro solicitando que o organismo se pronuncie acerca da situação.
Passados 30 dias, a CIDH remeteu uma comunicação solicitando mais informações sobre a situação das comunidades cariocas. O pedido foi atendido e a expectativa é de que o organismo internacional retorne o mais rápido possível com uma resposta concreta. De acordo com as entidades apoiadoras das comunidades afetadas, no período em que aguardavam uma resposta da CIDH todas as casas marcadas na comunidade da Restinga foram demolidas.
Segundo informações do Conselho Popular, Pastoral de Favelas, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro tem se mostrado ativa na garantia de proteção aos moradores por meio do Núcleo de Terra e Habitação, no entanto, na esfera do Judiciário, não há qualquer apoio ou abertura para se chegar a um consenso.
As demolições e os despejos sem negociação prévia mostram que a preparação da cidade para os megaeventos está acima do direito humano à moradia. Assim, com o passar dos dias, as comunidades formadas por afro-descendentes e pessoas de baixa renda, que se estabeleceram no bairro do Recreio dos Bandeirantes, há mais de quarenta anos, quando a região ainda não havia sido urbanizada, está dando espaço para a para a construção da Transoeste.
Com o despejo e a demolição das casas, a única opção dos moradores das três comunidades é aceitar a oferta de um apartamento construído pela prefeitura, com recursos federais do programa Minha Casa, Minha Vida, nos bairros de Cosmos e Campo Grande. A alternativa não foi discutida com os moradores que perderam, além das casas, seus comércios, pequenas empresas e demais meios de vida.
Para que outras violações sejam realizadas visando às mudanças urbanísticas exigidas para os jogos, o poder público municipal enviou à Câmara de Vereadores um ‘pacote de leis', que, entre outras definições, permitirá construções em áreas proibidas. "Em sua grande maioria, a nova legislação proposta por conta dos Jogos Olímpicos despreza as leis em vigor tanto no município, quanto as que estão consubstanciadas na Constituição Federal. Passa por cima, inclusive, das normas que proíbem remoções de comunidades e que informam a necessidade de urbanizá-las e regularizá-las”, esclarece comunicado das comunidades afetadas.
Para barrar não só a continuidade das remoções, mas todos os abusos cometidos pelo poder público, os moradores das comunidades da Restinga, Vila Recreio II e Vila Harmonia pedem a ajuda de todos que possam denunciar os fatos. ”Apenas através da nossa atuação coletiva podemos reverter este quadro de arbitrariedades que vem se tornado o cotidiano do carioca morador de favelas e comunidades pobres frente ao abuso de poder por parte dos Poderes Públicos”.
3 comentários:
Faltou o senhor Martinho dizer que tudo isso está acontecendo COM A TOLERÂNCIA DO GOVERNO DO PT.
Mas isso o senhor martinho não vai dizer pois, segundo ele, se trata de um partido que É O MELHOR QUE JÁ GOVERNOU O BRASIL. É contraditório denunciar isso, e não falar que o governo FEDERAL não dá a mínima para essa gente. Lembra da China, senhor Martinho? O PT está seguindo o exemplo. O que é toda essa gente, em nome da glória do Brasil?
GRATO AO COMENTADOR PELA ACHEGA QUE EU CONSIDERO UMA ACHEGA DE UM HOMEM DA OUTRA MARGEM DO ATLÂNTICO SUL, OPORTUNA E JUSTA.
Não é em nome do Povo Brasileiro que estas demolições sem ética estão a ocorrer: são-no em nome dum mercado sem escrúpulos, sem amor, promotor de desigualdades, de deseqilíbrios e fomentador de tensões, de conflitos, de miséria e de guerra!
Martinho Júnior
Luanda.
Ah, para com isso, senhor blogueiro.
O PT, que o senhor sempre bota em um pedestal, adora esse mercado que você demoniza. Em 2002 um dos filhos do Lula trabalhava em um zoológico. Já em 2006 era um milhionário, do tipo que não sabe explicar como ganhou tanto em tão pouco tempo. O que não falta no Brasil de hoje são petistas ricaços, tão abastados quanto certos angolanos que o senhor critica.
Quem investigar saberá que o PT está - falando de forma bem brasileira - SE LIXANDO PARA OS QUE FOREM DESLOCADOS POR CAUSA DE OBRAS. Olha nos blogs petistas, para ver quantos deles estão preocupados.
Aproveita e investigue sobre a COPA DO MUNDO DE 2014. Pobres petistas, dominados pela DITADURA DO CAPITAL !!!
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