ELIAKIM ARAUJO – DIRETO DA REDAÇÃO
Há pouco mais de um mês, temiam os americanos que o preço da gasolina nos EUA chegasse a $4 dólares o galão, tal a velocidade com que o reloginho das bombas se movimentava para cima diariamente.
Pois bem, não só chegou aos $4 como já ultrapassou a barreira dos $5 dólares em alguns lugares. Os mais pessimistas (ou realistas?) vaticinam que ele pode alcançar os $6.
Num país onde as pessoas só se locomovem em seus automóveis, esse passa a ser um seríssimo problema para a administração pública.
O fenômeno seria causado, segundo analistas, por alguns fatores que, combinados, estão jogando o preço do “precioso liquido” para a estratosfera. Um deles, a persistente ocorrência de fenômenos climáticos, como tornados e tempestades em várias areas do país, que dificultam ou mesmo interrompem o abastecimento, sobretudo agora que o verão se aproxima e a demanada cresce veritiginosamente.
Além disso, o preço da gasolina sofreu a influência da turbulência no Oriente Médio, com o preço do barril do oleo bruto batendo na casa dos $110 dólares, quando em condições normais de tempo e temperatura ele gira em torno dos $50 dólares.
Além disso, o preço da gasolina sofreu a influência da turbulência no Oriente Médio, com o preço do barril do oleo bruto batendo na casa dos $110 dólares, quando em condições normais de tempo e temperatura ele gira em torno dos $50 dólares.
Mas ao lado desses fatores, a Casa Branca está desconfiada que algus espertalhões internos devem estar se aproveitando da crise para especular e aumentar seus lucros ilicitamente. Obama disse esta semana que “não há mágica que faça os preços da gasolina retrocederem a um patamar ideal para o consumidor”. E informou que pediu ao secretário de Justiça, Eric Holder, que nomeie uma comissão para investigar o que está acontecendo dentro do território de Tio Sam. Obama promete punir rigorosamente os que estejam se aproveitando da fragilidade do momento para enriquecer às custas do consumidor.
Gasolina nos EUA, como assinalei acima, é produto de primeira necessidade. É comum encontrar-se americanos desfilando em carros do últipo tipo e morando em pequenos e modestos apartamentos. É uma questão cultural.
Por isso, qualquer governo americano que se preze sabe que o preço da gasolina pode representar votos. E o simpático Obama, que já está em campaha eleitoral para 2012, resolveu meter a colher no assunto. Gasolina é assunto explosivo nos EUA, sobretudo quando se volta ao passado e se recorda que há 13 anos o preço médio em todo país era $1 dólar.
Vamos ver se essa comissão vai vingar mesmo e consegue baixar razoavelmente os preços ou é apenas uma jogada para torcida. Em ultimo caso, o país dispõe de uma reserva de petróleo para ser usada em situações de emergência. Se a Casa Branca autorizar, ela poderá aliviar a vida do consumidor.
Consumidor que está pagando o pato é mudando os hábitos para gastar menos na bomba de gasolina. Seis em cada dez americanos, que ganham na faixa dos 50 mil dólares/ano (o salário médio do país), estão evitando dirigir mais do que o necessário.
Neste domingo de Páscoa, a CNN mostrou um posto de gasolina perto do Aeroporto de Orlando vendendo a comum a $5.69, a media a $5.74 e a premium a $5.79 o galão, embora o preço médio na cidade seja $3.80. Ou seja, o mercado enlouqueceu e cada um cobra o que quiser. As autoridades de Orlando, uma cidade que vive quase exclusivamente do turismo, não têm autoridade para regular o preço do combustível, o máximo que podem fazer é obrigar os postos a exibirem a tabela de preços em local visível a quem passa na rua.
Bem, mas como tudo acaba em pesquisa nos EUA, uma delas revela que a maioria dos proprietários de automóveis acham que a crise no Oriente Médio é a principal responsável pela subida dos preços. Por enquanto, Obama e os democratas são culpados para 11% dos pesquisados. Enquanto 6% culpam os congressistas republicanos.
Nota do autor (1). Para quem gosta de comparar preços, um galão contem 3,78 litros . Façam as contas e me digam se os preços no Brasil, que é auto-suficiente em petróleo, pelo menos em termos de quantidade produzida, estão mais caros que nos EUA.
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