DESTAK - LUSA
A ONU e os principais doadores do Haiti declararam hoje ter "sérias dúvidas" sobre os resultados das eleições legislativas no país e apelaram à transparência no processo.
Brasil, Canadá, Espanha, EUA, França e a União Europeia felicitaram o Presidente eleito do Haiti, Michel Martelly, mas realçam que todas as mudanças no apuramento dos resultados entre a primeira e a segunda volta, com duas exceções, são a favor do partido no poder, liderado pelo ex-Presidente René Préval.
"Os resultados finais levantam sérias dúvidas sobre a transparência e a legitimidade do processo que levou à sua publicação", denuncia texto enviado à agência AFP pelos países doadores de fundos para o Haiti.
Também os EUA expressaram hoje "preocupação" com as acusações de fraude na segunda volta das eleições legislativas no Haiti, em particular devido à alteração dos resultados finais em 18 circunscrições do país.
"Depois de revistos os resultados e os materiais fornecidos pelo Conselho Eleitoral Provisório, pelas Nações Unidas e por observadores internacionais, não temos nenhuma explicação para as mudanças dos resultados finais em 18 circunscrições, que, com exceção de dois casos, beneficiaram o partido do Governo", aponta o Departamento de Estado norte-americano.
O Presidente eleito do Haiti pediu na quinta-feira a realização de um inquérito independente para esclarecer as alegações de fraudes eleitorais nas legislativas.
"Os resultados das presidenciais correspondem à vontade do povo. Mas os resultados para a câmara de deputados e o senado parecem estar mal. O voto do povo parece não ter sido respeitado, porque o povo se manifestou por todo o lado”, disse Martelly depois dos atos de violência e denúncias de fraude que se seguiram à divulgação na quarta-feira dos resultados finais das legislativas.
"Queremos uma comissão independente que verifique se o voto do povo foi respeitado”, anunciou o novo Presidente do Haiti, apelando ao Presidente cessante, René Préval, para não encarar como definitivos os resultados avançados pelo Conselho Eleitoral, já que serão ainda verificados por uma estrutura independente.
De acordo com um porta-voz da ONU, os capacetes azuis estão em "alerta máximo" no Haiti no seguimento dos resultados das eleições e dos confrontos que os mesmos têm causado no país.
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