quinta-feira, 26 de maio de 2011

Brasil: Contra a violência e a impunidade policial, a favor da liberdade de expressão




MARINA MATTAR – CARTA MAIOR

No último sábado, a Marcha pela Liberdade de Expressão foi reprimida violentamente. A repressão policial a movimentos sociais e manifestações na cidade de São Paulo já é um comportamento comum da PM, dando diversos sinais neste ano. Neste sábado, dia 28 de maio, às 14 horas, no vão do MASP, será realizada a a 1ª Marcha da Liberdade. A manifestação chama todos a lutar pela liberdade de expressão, contra a violência e a impunidade policial, que tanto nos atinge. Basta! O artigo é de Marina Mattar.

No último sábado, a Marcha pela Liberdade de Expressão foi reprimida violentamente. A manifestação surgiu como reação a proibição, de última hora, da “marcha da maconha” que propõe discutir a legalização da droga. Neste último sábado, as imagens de policiais jogando bombas de efeito moral, atirando balas de borracha e jogando spray de pimenta indiscriminadamente rodaram a internet e os jornais. Os vídeos mostram que a repressão policial não atingiu apenas aqueles que desobedeciam a ordem de desbloquear as avenidas, mas também todos aqueles que estavam por perto. Mesmo quando os manifestantes já haviam sido despersados e continuavam sua marcha na calçada, como os policiais requeriam, a repressão continuou.

Pode ter sido novidade para alguns. Mas, a repressão policial a movimentos sociais e manifestações na cidade de São Paulo já é um comportamento comum da PM, dando diversos sinais neste ano. Nas manifestações contra o aumento da tarifa do ônibus, diversos estudantes sofreram com a violência policial que chegou a atingir até mesmo o vereador José Americo do PT. Um estudante foi espancado por mais de 10 policiais enquanto era “detido” e teve sete fraturas no rosto. Em junho do ano passado, também houve forte repressão da polícia contra os movimentos de luta por moradia de São Paulo, como o Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC).

A violência policial, entretanto, não se restringe apenas a repressão da liberdade de expressão dos diversos movimentos, se estende ao cotidiano nas cidades de SP, sobretudo na capital. Na semana passada, a ONG Anistia Internacional divulgou um relatório sobre as condições dos direitos humanos no mundo no qual chamou atenção do Brasil para a violência policial. Segundo o relatório, no ano de 2009, a polícia matou 543 pessoas em supostos “autos de resistência” no estado de SP. A organização ainda enfatizou o fato de que existem poucas ações judiciais de modo que centenas de homicídios não foram devidamente investigados.

No início deste mês, o movimento das Mães de Maio relembrou a repressão policial que atingiu centenas de jovens há cinco anos atrás, durante as represálias aos ataques do PCC. Segundo relatório encomendado pela ONG Conectas, na semana dos atentados, 492 pessoas foram assassinadas e, dessas, muitas sofreram execuções. Acredita-se que policiais, fora ou não de serviço, junto de milícias foram os responsáveis. Mas, cinco anos após o ocorrido, essas mortes permanecem sem resolução de modo que não houve nenhum julgamento e responsabilização do estado por seus possíveis atos.

A manifestação deste sábado relembra todas essas ações e chama todos a lutar pela liberdade de expressão, contra a violência e a impunidade policial, que tanto nos atinge. Basta!

Como convocou o Coletivo Desentorpecendo a Razão: Ciclistas, peçam a legalização da maconha... Maconheiros, tragam uma bandeira de arco-íris... Gays, gritem pelas florestas... Ambientalistas, tragam instrumentos... Artistas de rua, falem em nome dos animais... Vegetarianos, façam um churrasco diferenciado... Moradores de Higienópolis, venham de bicicleta...

Somos todos cadeirantes, pedestres, motoristas, estudantes, trabalhadores... Somos todos idosos, pretos, travestis... Somos todos nordestinos, bolivianos, paulistanos, vira-latas.

E somos livres!

Em casa, somos poucos.

Juntos, somos todos. E essa cidade é nossa!

Sábado, dia 28 de maio, 14hs, no vão do MASP, começa a 1ª Marcha da Liberdade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tomara que chova bastante, para que o fiasco desse lixo seja ainda maior.

Coitadinhos dos maconheiros !!! Apanharam de dar dó. Falando sério: essa gente dá dinheiro para vagabundo traficante, e quer se sentir com razão.

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