terça-feira, 31 de maio de 2011

Deputados lamentam que capital de futuro banco não seja aberto a todos os empresários




TIMOR LESTE

MSO - LUSA

Díli, 31 mai (Lusa) -- A repartição do capital do futuro Banco Nacional de Desenvolvimento de Timor-Leste dominou hoje os trabalhos parlamentares, com alguns deputados a criticarem o "secretismo do processo".

O assunto foi levado ao plenário pelo deputado Lucas da Costa, que o escolheu para tema da declaração política da bancada do Partido Democrático (PD), um dos que integram a coligação que suporta o Governo, a Aliança da Maioria Parlamentar (AMP).

Apesar de se "congratular" por o Governo ter tomado a iniciativa de criar o Banco de Desenvolvimento Nacional, Lucas da Costa lamentou que o processo "esteja a ser decidido nos bastidores" e que só alguns empresários "tenham a possibilidade de participar no capital".

"No estabelecimento do capital daquele banco apenas estão envolvidos o Estado, com uma participação de 51 por cento, a Geocapital, com uma participação de 24 por cento, e os empresários Abílio Araújo e Júlio Álfaro, com 12,5 por cento", afirmou aquele deputado.

Embora o Governo ainda não tenha tornado pública nenhuma decisão, essa repartição do capital é a que consta de um documento oriundo do Ministério da Economia e Desenvolvimento, que chegou às mãos de alguns deputados e cuja autenticidade não foi contestada.

Lucas da Costa, na declaração política do seu partido, deu como dado adquirido que a decisão foi tomada, ao criticar a "falta de informação", o tratamento do processo "nos bastidores" e o facto de apenas a dois empresários timorenses ter sido dada a oportunidade de subscrever capital.

"Não há dúvidas sobre a capacidade desses dois empresários, mas há outros timorenses com capacidade para investir neste banco", comentou.

O deputado do PD lamentou ainda os gastos com a tentativa de aproximação ao banco indonésio Rakyat (BRI), "que não chegaram a nenhuma concretização, porque o BRI não vai entrar com o Governo na sociedade".

O tema foi aproveitado pela bancada da FRETILIN, na oposição, para exigir que sejam feitos estudos aprofundados antes de avançar para a criação do banco nacional.

Francisco Branco, deputado daquele partido, justificou a sua posição chamando a atenção para o problema do crédito mal parado que afeta os três bancos estrangeiros a operar em Timor-Leste: Caixa Geral de Depósitos/BNU, Mandiri e ANZ.

"São bancos com muito mais experiência, com quadros bem preparados, e mesmo assim vivem esses problemas, pelo que a criação de um banco nacional deve ter por base um estudo profundo", disse.

Quanto à repartição do capital, Francisco Branco não esconde preferir que o banco nacional tenha exclusivamente capitais públicos mas, em caso de haver abertura a privados, devia ser aberta a subscrição a todos os que o desejassem.

A Geocapital, indicada como segunda maior acionista do futuro banco, é uma sociedade criada em Macau, que tem como principais acionistas Stanley Ho e Ferro Ribeiro e detém posições em quatro instituições financeiras de países africanos de língua portuguesa, nomeadamente Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.

*Foto em Lusa

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