segunda-feira, 2 de maio de 2011

Funcionários da ONU em retirada de Tripoli após ataque de “multidões em fúria”




PÚBLICO

Embaixadas do Reino Unido e Itália também foram atacadas

As Nações Unidas anunciaram estar a retirar todos os seus funcionários estrangeiros da capital líbia, Trípoli, na sequência de ataques feitos hoje contra vários edifícios da organização e missões diplomáticas de vários países que foram atacadas por “multidões em fúria”.

Estes ataques seguiram-se a um raide aéreo da NATO, na noite de ontem para hoje, em que, segundo as autoridades líbias, foram mortos um dos filhos do líder líbio – Saif al-Arab, de 29 anos – e três dos seus netos de idade pré-adolescente, no complexo militar em Trípoli onde Muammar Khadafi se tem mantido ao longo do último mês e meio.

Os aliados confirmam terem feito “bombardeamentos de precisão contra as instalações militares[das forças do regime]”, incluindo “um conhecido edifício de comando e controlo operacional, pouco após as 19h00 de ontem sobre o bairro de Bab al-Aziziyah – a mesma zona de Trípoli onde o Governo líbio sustenta terem ocorrido as mortes e onde se encontrava também Khadafi, o qual escapou ileso ao raide. A NATO nega firmemente, porém, ter tomado por alvo o líder líbio ou qualquer membro da sua família, insistindo que todos os raides visam “alvos militares”.

Vários protestos eclodiram na capital logo pela manhã de hoje, sendo relatados ataques contra edifícios das embaixadas dos Estados Unidos, Reino Unido e Itália – não sendo conhecida porém ainda a intensidade dos mesmos nem o grau de danos que podem ter sido causados.

O Governo britânico – cujo país tem estado na linha da frente dos raides contra as posições militares de Khadafi – confirmou ter recebido relatos de que um dos edifícios diplomáticos foi destruído e que estão a investigar. “Cremos que outras casas de missões estrangeiras também foram atacadas e tais acções, se forem confirmadas, são deploráveis, uma vez que o regime de Khadafi tem o dever de proteger as missões diplomáticas”, afirmou porta-voz do executivo.

Nas horas mais recentes foi também reportado ser visto fumo a sair do edifício da embaixada da Itália em Trípoli. “Estou do outro lado da rua. Vê-se bem o fumo a subir do edifício, é claro que esteve ou ainda está a arder”, contou uma testemunha por telefone à agência noticiosa britânica Reuters.

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